COSTUMES BÍBLICOS: Habacuque


Habacuque

Destruição da Babilônia
Habacuque ("abraço") profetizou em Judá antes da invasão da Babilônia e alertou que o Senhor enviaria esta nação para castigar Seu povo (Hc 1.6). Habacuque foi contemporâneo de Jeremias e Sofonias, bem como Daniel e Ezequiel. Mesmo nessa época de juízo nacional, o Senhor não deixaria Seu povo sem uma voz profética, e, até em seus últimos dias como nação, Judá poderia ter se voltado para Ele em arrependimento.

"O justo viverá pela sua fé." Hc 2.4 

A mensagem de Habacuque é uma mensagem pessoal, na qual o profeta lamenta e dialoga com o Senhor sobre a justiça de Seus caminhos por ter usado os babilônios para punir os pecados de Judá.
O profeta se debate, em parte, com o mesmo problema que aparece em Jó e no Sl 73: enquanto os justos e os inocentes sofrem, os maus prosperam. Assim, Habacuque, sabendo que Deus é justo e bom, pergunta: "Por que, ó Deus, por quê?"
O livro pertence ao final do século 7 a.C., quando Jeremias profetizava em Jerusalém. Alguns o situam antes da queda do Império Assírio (Nínive, a capital assíria, foi tomada pelos babilônios em 612 a.C.) e da derrota do Egito para o rei Nabucodonosor da Babilônia em Carquemis, em 605 a.C. Outros entendem que o livro foi escrito um pouco depois disso. A Babilônia estava avançando, mas até aquele momento Judá havia escapado. Pouco tempo depois, em 597 a.C., Jerusalém caiu em mãos inimigas, e em 587 os babilônios destruíram a cidade.
Hc 1: "Até quando, Senhor?" 
"Até quando, ó Deus, não darás ouvidos à minha oração? Por que não fazes nada contra a determinação da lei e da ordem, contra a maldade que reina na nação?" -- queixa-se o profeta (1-4).
A resposta de Deus (5--1) parece que só agravou o problema: "Vou castigar com uma invasão de brutais soldados babilônios (caldeus)!"
Ao que Habacuque responde (12-17): "Como podes tu, Senhor, que és Deus bondoso e justo, fazer uso de um instrumento tão cruel de julgamento -- tu que não podes nem ver o mal? Deixarás que os babilônios pesquem no mar da humanidade para sempre?"
Hc 2: Deus não se mostra indiferente: o bem prevalecerá
O profeta se posta no alto da torre de vigia e fica esperando ansiosamente a resposta de Deus (1). E ela vem. Deus não mudou a sua natureza; ele não se aliou aos ímpios. No final, quando for feito o ajuste de contas, apenas os que confiam em Deus e foram fiéis a ele viverão (4). Deus castigará todo o orgulho arrogante da humanidade. Ai dos que tomam gananciosamente o que pertence aos outros; que se valem de fins egoístas para justificar os meios mais cruéis; que chegam ao poder escorando-se nas costas do outros; que destroem e desumanizam; que adoram ídolos moldados por mãos humanas. A vida d todas essas pessoas está perdida, pouco importando a sua nacionalidade.
FOTO: TORRE DE VIGIA DE HABACUQUE

"Vou subir a minha torre de vigia e vou esperar com atenção o que Deus vai dizer", disse Habacuque (2.1). 

Violência contra o Líbano (17, ARA) Os exércitos destruíram as florestas que ajudaram a fazer a fama do Líbano.
Hc 3: Deixa Deus ser Deus! -- a oração do profeta
A oração de Habacuque tem um tom de alívio. Deus, sua força e alegria, era Deus, apesar de tudo!
A oração é um salmo, para ser cantado com acompanhamento instrumental. Isto levou algumas pessoas a acreditarem que Habacuque era um levita, ligado ao Templo.
A ênfase está no próprio Deus; Deus vem vindo das montanhas do deserto do Sul (Temâ ficava em Edom; Parã fazia parte do Sinai); Deus envolvido em trovão e relâmpagos na tempestade da sua ira; Deus fazendo a terra tremer com o seu olhar.
Habacuque vê o caráter inevitável e a fúria do juízo. Mas, embora isso significasse a perda de tudo que era bom na vida, ele ainda podia confiar em Deus. O profeta aguardaria o dia em que Deus castigaria o invasor (16). Por mais que a vida ficasse destituída de tudo aquilo que traz alegria e satisfação, ele ainda se alegraria em Deus.

Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no Senhor; exultarei no Deus da minha salvação.
Habacuque 3:17,18 

Habacuque afirma a soberania absoluta do Senhor sobre as nações. O Eterno usa os povos e seus governantes para cumprir Seus propósitos, mas também os responsabiliza moralmente pelas próprias ações. Embora o desenrolar do Seu plano e Sua administração da justiça sejam, muitas vezes, misteriosos e incompreensíveis, Ele, no fim, pune os maus e recompensa os justos. Com base na aliança de Noé, o Senhor julga as nações por cometerem violência e derramamento de sangue. O juízo do Império Babilônico confirma o julgamento divino final de todas as nações más e opressoras. No comentário sobre Habacuque nos Manuscritos do mar Morto, a comunidade de Qumran aplicava aos romanos as promessas de que Deus julgaria Seus inimigos. No livro do Apocalipse, o império do anticristo, que se oporá a Deus e Seu reino nos últimos dias, é apresentado como uma segunda Babilônia (Ap 18).
A interação de Habacuque com Deus também é um lembrete de que a vida de fé, muitas vezes, envolve prantos, queixas e o derramamento de emoções e sentimentos sinceros diante do Senhor. Questionar Deus e Seus caminhos, quando feito com a atitude certa, pode levar a uma fé mais profunda e a uma melhor compreensão das condutas divinas. O Senhor não repreende ou vira as costas à pessoa que se aproxima dele com dúvidas sinceras. Embora Ele tenha falado de modo especial a Habacuque como profeta, com revelações, a verdadeira oração é um diálogo com Deus que envolve a atitude de esperar e ouvi-lo falar. Deus é mais do que uma força cósmica ou um distribuidor de bênçãos; logo, a oração fervorosa é uma comunicação pessoal que envolve o intelecto, a vontade e as emoções. Os cristãos têm o direito não apenas de fazer pedidos fervorosos a Deus, como também de apresentar as razões e os argumentos por que Ele deveria responder às orações. A verdadeira fé produz ousadia diante de Deus, mas também se submete com humildade à soberania dele quando Seus caminhos não são totalmente compreendidos. Depois do diálogo com Deus, Habacuque depositou sua confiança na promessa de livramento e esperou com paciência pelo tempo divino. Mesmo nas circunstâncias mais adversas, Habacuque decidiu confiar no Senhor e regozijar-se em Sua bondade.
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Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11

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