COSTUMES BÍBLICOS: maio 2022


Quem é o Anjo da Morte?

QUEM É O ANJO DA MORTE
(No Pensamento Judaico)
Existe Anjo da Morte!

Esse conceito aparece muitas vezes no Talmud e em outras Escrituras.
Interessante é que a gente pensa quem é o Anjo da Morte é aquele anjo que aparece na última hora da pessoa, no momento final ele é o responsável pelo final da história. Isso é verdade, mas só parcialmente verdade. No Talmud, no Tratado de Moed Katan página 28, traz muitos detalhes de como é o final da vida de uma pessoa. O que é que acontece nos últimos momentos, é fascinante.
Tem o Anjo da Morte, e ainda tem mais, você sabia que esse Anjo da Morte, diz as Escrituras Judaicas, que ele tem um anjo ajudante que ele é quem traz a pessoa pro Anjo da Morte. Esse ajudante se chama DUMA [דּוּמָה] esse ajudante está escrito no Salmo 115.17 da Bíblia Hebraica. Anjo da Morte em hebraico se chama Malach [Anjo] Hamavet [da Morte], então, existe esse conceito.

A parte mais fascinante é o que vamos observar agora. 
No Talmud e nas Escrituras Judaicas trazem quem é esse Anjo da Morte! Ele só aparece no final? NÃO! Ele aparece todos os dias de nossa vida! Como pode ser isso? O Anjo da Morte, o Satan, o Yetzer Hará [Má Inclinação], são a mesma Entidade! Eles são, na verdade, a mesma coisa.
A gente aprende aqui, algo vital pra nossa vida!
A gente tem livre arbítrio. Livre Arbítrio é aquela capacidade que nós temos de fazer o bem, de fazer nossas missões, de se aproximar de Deus, de ser uma pessoa que se preocupa com o próximo, uma pessoa que estuda as Escrituras que quer se aperfeiçoar. E existe o Yetzer Hará, [Má Inclinação], que nos leva exatamente para o contrário. Que pode nos levar a ser cruel, a sentir raiva sem motivo todo tempo, não ter respeito pelas pessoas, a cair em pecados e tentações e a fazer coisas que nós mesmos não queríamos fazer em nossa vida. Esse Yetzer Hará que a gente tem, essa força interna que a gente pensava que se chamava  apenas um mau instinto, uma má inclinação; Ele é o Satan!! Ele é o Anjo da Morte!!
O objetivo do teu mal instinto, é te matar!! E isso leva à sua morte! Ou seja, na verdade, o Anjo da Morte, é o primeiro "Agente Secreto" da História do Universo! Porque se ele viesse pra você e falasse que era o Anjo da Morte e te chamasse pra maltratar uma pessoa, evidente que você não iria!! Não daria ouvidos a ele! Mas Ele muda a identidade viu!! Ele vem com outra aparência e identidade. Então você não percebe quanto mau ele te faz! Que história é essa dele nos matar?
Vamos nos aprofundar aqui.
Não é que ele vai te tirar o próximo minuto da tua vida. Não é que daqui há um minuto você não vai mais existir e que vai morrer. Não é assim. É pior do que isso! Meu Deus! Pode ser pior? Sim! Sabe por que?
O que é que a gente tem que nos torna imortal é a nossa ALMA. A nossa Alma, foi criada por Deus pra gente poder alcançar a Eternidade, pra gente poder tornar transcendental. O que é que o Anjo da Morte quer fazer é matar a sua alma. Muito mais do que o seu corpo que de qualquer forma, vai morrer um dia. O nosso corpo tem uma importância, não podemos menosprezar a importância do corpo. Você sabia que no judaísmo é importante fazer ginástica?
É importante cuidar da sua saúde. Porque se você não está saudável, você não consegue está feliz, você não consegue estudar direito. Tá claro isso. É uma coisa óbvia. Então a gente cuida do corpo. Através do corpo, você faz os seus bons atos. O teu corpo tem que está bem.
O objetivo do Anjo da Morte, é mexer na sua alma! As vezes ele vai mexer na tua alma através do teu corpo, e às vezes, ele vai querer te levar pro mau caminho que faz você não conseguir utilizar a força da tua alma na tua vida. Porque a nossa alma tem uma conexão muito forte com o Criador. Com Hashem! Se a gente escuta ela, a nossa vida têm bençãos em todos os sentidos! Não quer dizer que você vai ganhar na loteria. Mas que você vai ter uma vida com significado, uma vida produtiva, uma vida de família que você está construindo, você sente e sabe disso.
Você quer acordar cedo, porque você é feliz, é produtivo está excelente! É isso que o Anjo da Morte quer acabar! Ele quer acabar com você! Ele não vem aparecendo como Anjo da Morte. O Anjo da Morte, aqui a gente está aprendendo que, por um lado, ele aparece no último dia da vida, quando chegou a hora que Deus preparou o tempo de vida que uma pessoa tem. Mas antes disso, ele aparece com outra identidade. O seu mau instinto! Saiba que quando vem uma ideia dentro de você, uma vontade de fazer algo errado, saiba que quem está falando isso não é o teu mau instinto, é o Anjo da Morte! É totalmente mau! Mas é importante saber que ele foi criador por Deus, pra nos dar livre arbítrio. Não pense que ele é uma força isolada, independente; Não.
A fonte disso, começa na Torah. Desde o Livro de Bereshit [Gênesis], está escrito que Deus criou a morte no sexto dia com o pecado de Adão. Vamos avançar um pouco na História agora. Vamos pular pra história de Yacov [Jacó} o terceiro patriarca. Ele saiu da casa de Labão e voltou pra terra de Canaã, que é a terra de Israel, em um momento que ele estava sozinho, está escrito que veio anjo e lutou contra ele (Gn 32.24-31). Nos Escritos Judaicos dá mais um nome pra ele. Fala que é o Anjo de Esaf. Por enquanto, saiba que é isso que está escrito no Talmud e nos Escritos.
E o anjo lutou contra Jacó até o romper da alva. Ou seja, no início do amanhecer antes do sol aparecer.
Quando o sol começou a nascer, Jacó se sobressaiu, superou o anjo que pediu pra que o deixasse ir embora. Jacó, pede pro anjo antes de ir embora pra que ele dissesse o nome dele e o abençoasse. Que estranho! Pedir pra o Anjo da Morte abençoar!
Agora vamos aprender profundamente o que aconteceu aqui.
Primeira coisa, os Escritos de Israel diz que o Anjo da Morte, ou seja, teu mau instinto, ele só te ataca à noite! Por que será? De dia uma pessoa não faz uma coisa errada? Faz. Mas continuando; Noite, significa escuridão. Escuridão, é o contrário do conhecimento. Quanto mais você tem conhecimento sobre um tema, quanto mais está claro pra você, menos você está sujeito à cair nele. Um exemplo, só pra ficar bem claro e que não é espiritual, do Rabino: "você pega um refrigerante, você sabia que um copo de refrigerante de 200ml têm 10 colheres de açúcar? Imagina você pegar um copo com água e por 10 colheres de açúcar? você não suporta beber, teu corpo também não suporta. Se você tentasse tomar, você não conseguia. Então eles tem que colocar algo pra neutralizar, vem os antioxidantes! Quando você sabe o que que é um refrigerante, você não quer! Ou seja, quando tem conhecimento, você se afasta, hah..é gostoso! Mas chega uma hora que você não acha mais. Espiritualmente também funciona assim.
Quando você conhece Deus, quando você conhece as Escrituras, quando você conhece a sua alma e conhece a influência dos bons atos ou dos maus atos, você não quer mais fazer o que está errado! Você quer trilhar um caminho bom.
O conhecimento, a luz das Escrituras (Torah) é o que te afasta do teu mau instinto, do Anjo da Morte. Por isso que o Anjo da Morte quando ele tinha força na luta contra Jacó? Quando era noite, quando era escuridão. Mas quando começou amanhecer, e assim é na nossa vida. Se uma pessoa começa a estudar, como você agora, que estar lendo este estudo, é muita luz! Nesse momento, esse mau instinto fica mais fraco! Agora se for só uma vez que você for estudar, vai ser um problema. Porque uma vez ele tomou um golpe, mas depois passa o efeito. Precisa ser constante.
A nossa missão no mundo é conseguir pegar esse Anjo negativo, o nosso mau instinto e falar: "me abençoa" ou seja, transformar o mau que existe dentro de mim, em algo bom.
Se eu tinha uma ambição, eu vou usar essa ambição pra algo positivo. Se eu tinha muito desejo que podia ser ruim, eu vou usar esse desejo, essa energia, pra algo bom. E assim, em cada etapa da minha vida, em cada área.
Raiva, raiva normalmente é totalmente destrutiva. Mas se você pensa, raiva é energia! Se você usar essa energia em vez de destruir pra construir, você está pegando aquilo que seria negativo, e está obrigando ele a te abençoar! Isso é um segredo muito profundo dos Escritos de Israel, dos Escritos Místicos chamados Cabalá.
Quando Jacó pergunta: "qual seu nome?"  Ele não sabia que era o Anjo da Morte!  Mas ele entendeu agora que era. Por que que ele perguntou o nome?  Porque NOME é essência. Qual é a sua essência Anjo da Morte?  Sabe qual foi a resposta desse Anjo? "Por que você está perguntando o meu nome?" Essa foi a resposta!
A outra explicação é: Esse é o nome dele: "Não faça perguntas"
A essência dele é:
  • "Não estuda"
  • "Não cresce"
  • "Não leia"
  • "Não abra As Escrituras (Torah)" por que se não, estou arruinado!"
Aprendemos aqui que Anjo da Morte não era só um conceito místico que aparece só no último minuto de nossa vida. Ele está presente todo o dias. A gente aprendeu aqui até como combater ele.  A forma efetiva de ganhar dele. Aprendemos a essência dele!! Que o Eterno nos ajude todos os dias! Amém!
(*Texto montado aqui por Costumes Bíblicos sob vídeo-aula do Rabino Rony Gurwicz)

Os Falsos Profetas

A Bíblia traz a história de muitos profetas. São seres humanos especiais, espiritualizados e próximos de Deus. Eles são realmente um veículo de transmissão da vontade do Criador. Porém, há pessoas que irão querer se aproveitar desse status elevado para o seu interesse próprio. São os FALSOS PROFETAS. Eles falam em nome de Deus, mas na verdade é pura invenção. Às vezes incitam as pessoas a fazerem pecados e até mesmo idolatria. A Bíblia traz histórias muito interessantes sobre os FALSOS PROFETAS. Inclusive como identificá-los e que punição cabe a eles.
Quais foram os piores PROFETAS FALSOS da Bíblia?
Que fim levaram?

O Conceito de Falso Profeta

A Bíblia conta sobre falsos profetas. No Deuteronômio (13.1,2), aparece que o falso profeta é uma pessoa que começa a dar sinais, as vezes esses sinais até vão acontecer, porém, por um lado, ele vai incitar as pessoas a fazer idolatria. Mesmo que os sinais foram verdadeiros, sabe que você está frente a um profeta falso, mentiroso. A Bíblia conta para gente, que esse profeta pode simplesmente tentar convencer a população a não mais cumprir os preceitos divinos.
Então é uma pessoa que vem vestido de profeta, a fala dele lembra muito um profeta, ele faz alguns sinais; mas a mensagem dele nós entendemos que ela é falsa! Pode ser que ele está levando à idolatria, ou, ao não cumprimento dos Mandamentos, ou, existem outros dois casos muito curiosos; um profeta verdadeiro, só que Deus fala pra ele não revelar Sua profecia, ou, uma pessoa que faz uma profecia em nome de outros deuses. Ou seja, ele nem esconde que na verdade, a profecia dele, ele não recebeu do Eterno, e sim, de outros deuses. Nesse caso fica mais fácil de reconhecer.
Vamos ver alguns desses casos.

O Profeta de Samária (Betel)

Na Bíblia, também, existem casos interessantes onde vemos falsos profetas atuando. Um dos mais fortes é no reinado de Jeroboão. Ele foi criar o reinado de Israel se separando do reinado de Judá. Ele fez uma revolta, uma guerra civil. Agora ele está na Samaria, e na Samaria, não existe o Grande Templo de Jerusalém. Então ele faz um outro templo de idolatria. Ele faz um altar, um incenso. E agora, diz a Bíblia, aparece um profeta verdadeiro, um ancião, que profetiza ao lado de Jeroboão falando pra ele: "saiba que Deus vai destruir isso daqui" a prova é: esse altar vai se partir ao meio e as cinzas vão se derramar" (1 Reis 13.3) Jeroboão fica muito irado e estende a mão para ferir esse ancião (o profeta verdadeiro) mas a mão dele fica seca (1 Reis 13.4) e não consegue mais mover e se desespera pedindo ao profeta que ore a Deus, nessa hora, ele acreditou em Deus, e o profeta escuta ele, a profecia que ele falou aconteceu, o altar se partiu, as cinzas se derramou, o profeta ora ao Senhor e Jeroboão fica curado.
Jeroboão chega pro profeta e convida ele para entrar e sua casa e se alimentar. Mas o profeta se recusa explicando que Deus lhe proibiu de comer ou beber qualquer coisa nesse lugar.  (1 Reis 13.7) E voltou pra sua terra por outro caminho, diz a Bíblia.
Só que havia testemunhas de tudo aquilo que aconteceu. Porque foi num lugar público. Alguns jovens, filhos de um falso profeta, vão até o seu pai e contam-lhe tudo o que aconteceu e o pai pergunta pra onde o ancião foi e eles dizem. Então o falso profeta vai até o ancião e pergunta se é verdade tudo o que aconteceu e o ancião confirma que sim. Nesse momento, o falso profeta convida o ancião para ir até a sua casa e comer, e como da outra vez, o ancião se recusa dizendo que Deus lhe proibiu de comer e beber nesse lugar. Mas o falso profeta, mentindo, dizendo que Deus também se revelou e que ele era um profeta também. "E Ele pediu pra mim vir até você e falar pra você comer e beber na minha casa e nada de mal irá lhe acontecer. O verdadeiro profeta acredita e segue o falso profeta e entra em sua casa, come e bebe, e, quando termina a refeição, o ancião segue seu caminho de volta para a sua terra  (1 Reis 13.16).  Diz a Bíblia, que veio um leão e ataca o ancião que morre ali mesmo de uma forma muito triste e trágica.
As pessoas viram o que aconteceu com o ancião (o verdadeiro profeta), contam para todos o que viram e todos ficam com muito medo porque o leão permaneceu ao lado do corpo do ancião, como se estivesse guardando o corpo dele. O falso profeta foi e conseguiu chegar até o corpo do ancião e deu ordem para enterrá-lo ali mesmo. E acrescentou, mesmo depois de toda sua maldade e mentira, fala pros seus filho que quando morrer, enterrasse ele ao lado dos ossos do ancião, dizendo: "saibam que esse homem era uma pessoa muito justa..."  (1 Reis 13.31). A gente ver um caso claríssimo de uma pessoa que vem e faz uma falsa profecia, engana um profeta verdadeiro e acaba causando sua morte.

O Fim de um Falso Profeta

A Bíblia fala que  um falso profeta ou um verdadeiro profeta, que vai contra a palavra de Deus, tem pena de morte dos Céus. Não é uma pena de morte aqui do tribunal, e sim, Deus mandará a sua morte. Foi o que aconteceu. Então, nesse caso aqui, o verdadeiro profeta não poderia ter comido. Deus não falou nada. E ele acaba indo contra à Palavra de Deus.

Hananias filho de Azor

Um outro caso que ele é fascinante é de Hananias, filho de Azor. A gente está numa época muito complicada. Os babilônios já chegaram em Israel, já destruíram o Templo e a população está passando por fome, está com medo; o rei nessa época, se chamava Joaquim e ele faz trégua com os babilônios, o que não melhora a situação de Israel, a fome perdura. Não é porque houve uma forma de trégua, uma forma de eles se renderem, que os babilônios aliviou a situação. Nada disso aconteceu. Havia uma insatisfação geral, ainda mais com o rei que não sabia o que fazer. Nesse momento, se levanta uma pessoa com as vestes e fala  de um profeta e diz: "daqui a dois anos Nabucodonosor vai devolver tudo aquilo que ele roubou do grande Templo e Joaquim, você será o rei e nada de mau irá acontecer.. (Jr 28.1). Uma profecia que parece muito agradável. Depois de terem sidos atacados pelos babilônios, massacrados, estão com fome, agora eles recebem alguém que diz pra eles que tudo vai terminar bem.
Nessa época, estava o verdadeiro profeta que conhecemos que é Jeremias. Jeremias, no começo, não sabe se Hananias filho de Azor é verdadeiro ou falso. Ele também quer que tudo fique bem. Porém na continuação, Deus revela para Jeremias que Hananias é um falso profeta. E Jeremias vai até ele e adverte: "você sabe qual é a pena pra uma pessoa que está fazendo uma falsa profecia, você sabe que você vai ter pena de morte lá dos Céus. Porque o que você falou, não vai acontecer. Joaquim não vai se livrar e nada do grande Templo, voltará à Jerusalém. A sua profecia é falsa" (Jr 28.15). Mas as pessoas quiseram seguir Hananias. Porque era a profecia mais agradável, não exigia nenhuma mudança deles, eles podiam continuar viver com suas crenças, mesmo idólatras, fazendo suas maldades que teve como consequência, a destruição do primeiro Templo de Jerusalém. E como sabemos, o final, não deu nada certo.
Hananias era um falso profeta e Joaquim é assassinado e Jeremias tinha razão e olha o dano que causou esse falso profeta!

Elias e os profetas de Baal

Um dos casos mais famosos da Bíblia sobre falsos profetas, acontece na época de Acabe.
Nós sabemos que o rei Acabe estava casado com uma mulher odiosa, extremamente má, pagã chamada Jezabel. Ela mandou matar os verdadeiros profetas e ela tinha 450 falsos profetas. Ela alimenta esses 450 falsos profetas e esses falsos profetas, como está na Bíblia, estão incitando o povo a fazer idolatria. A idolatria da época se chamava "BAAL", onde também, era feito sacrifícios de humanos, principalmente de crianças. Então de um lado, existe 450 falsos profetas que estão sendo apoiados pelo rei e pela rainha. O povo naturalmente está seguindo contra um profeta, um verdadeiro profeta que é Elias. Elias sabe que tem a força de Deus porque ele é verdadeiro, ele tem a fé correta e sabe a verdadeira mensagem que tem que ser transmitida. Como pode se verificar em 1Reis 18.19, Elias faz o desafio em público e todos ficam sem jeito porque até mesmo os falsos profetas sabiam que Elias era verdadeiro. O rei gostou da ideia.
Então há um desafio espiritual como todos já sabemos.
E Elias zomba deles "será que o deus de vocês foi dormir.." e é claro que nada do que os falsos profetas fizeram deu certo. E Elias faz o seu sacrifício e o final já sabemos.
Nesse momento todo o povo fala: O Eterno é Nosso Deus, todos aceitam isso e Elias fala ao povo que todos falsos profetas, de acordo com as Escrituras, têm que morrer. E todos os 450 falsos profetas, como sabemos, foram mortos. O que faz a ira de Jezabel ficar gigante e agora ela quer matar Elias!
Mas para o povo todo, ficou claro que existia apenas um profeta verdadeiro e 450 falsos profetas.

Cuidado com os Falsos Profetas

Cada um de nós tem aqui uma regra clara. O falso profeta as vezes vai fazer sinais e maravilhas, ele vai demonstrar uma forma de falar que parece divina. Porém, se ele leva à idolatria, se ele fala em nome de outros deuses ou pessoas, ou se ele proclama algo pra não cumprir o que a Bíblia chama de Estatutos Perpétuos, então se deve saber que a gente está a frente de um falso profeta. Devemos nos afastar mesmo que muitas pessoas sigam ele.
(Texto montado e editado por Costumes Bíblicos sob aula do Rabino Rony Gurwicz)

A ORIGEM DO "CRISTIANISMO"

A origem do cristianismo parece óbvia: como Cristo (Χριστός; Christós ) é a base do termo, o cristianismo deve ter se originado com Cristo – a versão grega do título hebraico “Messias” ( משׁיח ; mashiach ), que significa “ungido”. No entanto, Jesus nunca se refere ao cristianismo, nem seus primeiros seguidores usam a palavra para descrever seu movimento. De fato, “cristianismo” nunca aparece nas páginas do Novo Testamento. Em vez disso, apenas aqueles de fora do movimento descrevem os primeiros seguidores de Yeshua como “cristãos”.Os escritores do Novo Testamento se entendiam como parte da expressão e história religiosa judaica, em vez de iniciar uma nova religião chamada cristianismo.

Enquanto “Cristianismo” não aparece no Novo Testamento, o título “Cristão” (Χριστιανός; Christianós ) aparece três vezes. Quando isso acontece, nunca é uma autodesignação; antes, “cristão” é um nome que vem de fora da assembléia de Jesus. Por exemplo, Atos observa de passagem que “os discípulos foram chamados ' cristãos ' (Χριστιανούς) primeiro em Antioquia” (11:26). Lucas não diz que os discípulos se chamavam cristãos, mas que “foram chamados cristãos” por outros. Da mesma forma, o rei herodiano Agripa pergunta a Paulo: “Você está tão rapidamente me persuadindo a me tornar um cristão ??” (Atos 26:28). “Cristão” também foi usado como um termo de escárnio, mas o Novo Testamento exorta os seguidores de Jesus a não desencorajarem se forem chamados por esse nome: “Se alguém [sofre] como ' cristão ', não se envergonhe, mas glorifique a Deus por causa [deste nome]” (1 Pe 4:16). Embora alguns crentes em Yeshua tenham sido depreciados como “cristãos”, este versículo transforma o título em uma glorificação. Ainda assim, 1 Pedro encoraja os crentes a tirar o melhor proveito de um título que não inventaram; o nascente movimento de Jesus situou-se dentro da religião de Israel, não como uma inovação cristã separada do culto ou tradição judaica.
Os romanos também fornecem exemplos de “cristãos” sendo usados ​​por pessoas com opiniões desfavoráveis ​​sobre o grupo. O antigo historiador Tácito escreve sobre “uma classe de pessoas, desprezadas por seus vícios, a quem a multidão chamava de ' cristãos ' ( Cristianos ). Christus, o fundador do nome, havia sofrido a pena de morte durante o reinado de Tiberíades, por sentença do procurador Pôncio Pilatos, e a perniciosa superstição foi detida por um momento, apenas a eclosão mais uma vez, não apenas na Judéia, a casa da doença, mas na própria capital [de Roma], onde se reúnem todas as coisas horríveis e vergonhosas do mundo” ( Anais15.44). Tácito explica aquilo a que alude 1 Pedro; ou seja, que os não-crentes usaram “cristão” como um título de escárnio contra um movimento religioso desprezado.
De acordo com nossa literatura existente, o “cristianismo” se originou na escrita de Inácio (c. 100 EC). Ao contrário dos usos irrisórios de “cristão”, Inácio usa “cristianismo” como um termo positivo em oposição ao judaísmo. O gentio Inácio afirma: “É absurdo professar Cristo Jesus e viver como os judeus. Pois o cristianismo (Χριστιανισμός; Christianismós ) não abraçou o judaísmo, mas o judaísmo [abraçou] o cristianismo” ( Epístola aos Magnésios 10). Inácio argumenta que os praticantes do judaísmo (isto é, os primeiros seguidores de Jesus) “abraçaram” uma nova religião chamada “cristianismo”, portanto os cristãos não deveriam praticar o judaísmo. A visão da história do pai da igreja é imprecisa;o Novo Testamento não sugere que os seguidores judeus de Jesus abandonaram o judaísmo ou adotaram uma religião alternativa chamada “cristianismo”. Ao contrário, a divisão entre o que hoje chamamos de “judaísmo” e “cristianismo” só começou a surgir nas gerações posteriores a Jesus e seus apóstolos judeus.

Paulo era "cristão"?(*)

A maioria das pessoas sabe que Paulo era um judeu piedoso, um ex-fariseu treinado ao lado de outros sábios judeus aos pés de Gamaliel (Atos 22:3). Muitos leitores do Novo Testamento também veem Paulo como um convertido radical ao cristianismo, mas ele nunca se chamou de cristão.
Defendendo-se perante o procurador Félix , Paulo declara: “Admito-vos que, conforme o Caminho que chamam de seita, sirvo ao Deus de nossos pais, crendo em tudo o que está de acordo com a Torá e que está escrito nos Profetas” (Atos 24:14). Diante de outro conselho, Paulo se identificou como “um fariseu, filho de fariseus” no tempo presente (Atos 23:6). Defendendo-se perante o rei Agripa, Paulo insistiu que sempre “viveu como fariseu” (Atos 26:5). O surpreendente é que todas essas palavras foram ditas depois de seu encontro com Cristo ressuscitado, não antes!
Claro, Paulo era um seguidor de Cristo. Não há disputa. Mas ele escolheu se identificar repetidamente como um judeu de persuasão farisaica. Em sua forma mais antiga, o termo Χριστιᾱνός ("Cristão" ou "seguidor de Cristo"" era um termo politicamente carregado, afirmando a lealdade ao Cristo judeu, e não ao Imperador ou aos deuses de Roma. Isso significa que, em No primeiro século, ser “cristão” significava afiliação a algo intrinsecamente judaico.
Então, Paulo era um cristão? É uma pergunta complicada. Como judeu, a lealdade de Paulo era clara e ele não precisava de outro nome para mostrar sua pertença ao Cristo judeu. Para Paulo, bastava ser judeu e fariseu que seguia o Messias Jesus.

Para Entender Torá e Cristãos Gentios(*)

O dia chegou. Uma assembléia especial foi convocada por Tiago em Jerusalém. Lucas descreve um grupo impressionante de anciãos e apóstolos da Judéia, Galileia e Diáspora que foram persuadidos de que Jesus é de fato o Messias de Israel (Atos 15:6).
Os gentios devem se juntar ao povo judeu como “judeus em todos os sentidos”, ou melhor, devem permanecer como as “nações do mundo”? É suficiente fazer parte da coalizão judaica – adorar o Deus de Israel ao lado dos judeus ou eles devem fazer e ser ainda mais? Havia duas opções diferentes. Ambos exigiam a observância da Torá em algum nível.
A primeira opção é comumente conhecida como “conversão prosélita”, exigia um complexo e prolongado processo de judaização – um processo educacional judaico que leva a pessoa a adotar plenamente os costumes ancestrais dos judeus.
A segunda opção era ficar “como está”. Paulo, o fariseu, acreditava firmemente que este era o caminho certo a seguir (1 Coríntios 7:17-18). De longe, a maior dificuldade era que a vida romana exigia honrar as divindades romanas quase a cada passo do caminho, o que em alguns casos significava que os seguidores de Cristo gentios eram excluídos da participação na economia local e acusados ​​de traição contra seus concidadãos romanos (Ap. 13:17).
Manter as histórias da Torá em alta consideração, manter um bom relacionamento com a comunidade judaica e participar da celebração das festas de Israel era um dado adquirido. Adorar o Deus de Israel no Cristo judeu era fundamental, mas o concílio de Jerusalém também especificou que quatro categorias de comportamento que eram aplicáveis ​​aos peregrinos em Israel (Lv 17-18, 20) também eram aplicáveis ​​aos cristãos gentios no mundo romano ( Atos 15:22-29 ) e por extensão a todas as gerações vindouras.

Sobre a "Unidade da Fé"

Efésios enfatiza a necessidade de “equipar os santos para a obra do ministério, para a edificação do corpo do Messias, até que alcancemos a unidade da fé” (Ef 4:12-13). Ao tentar entender “a unidade da fé”, surge uma dificuldade no fato de que, fora de Efésios 4, o termo para “unidade” (ἑνότης; enótes ) não aparece em nenhum lugar no Novo Testamento. Como as palavras só têm significado no contexto, a escassez de ἑνότης não dá muito ao intérprete para continuar. No entanto, a ideia de unidade entre uma comunidade de fé tem precedentes nos Manuscritos do Mar Morto , que descrevem a seita de Qumran como uma “unidade” unida baseada em regras comunitárias que incentivam o comportamento justo. De forma similar,Efésios usa “unidade da fé” para significar uma assembléia coesa de seguidores de Jesus cujo comportamento é fundado em um conjunto de crenças que promovem a santidade.
O início de Efésios 4 encoraja “suportar uns aos outros em amor, ansiosos por manter a unidade (ἑνότης; enótes ) do Espírito no vínculo da paz” (4:2-3). Uma vez que esta referência à “unidade do Espírito” precede a referência à “unidade da fé” (4:13), parece haver uma relação entre o “Espírito” e a “fé”. Um conjunto específico de realidades, todas marcadas pela unidade, levam ao estado de unidade: “Um corpo e um Espírito (ἓν πνεῦμα; èn pneuma )… um Senhor, uma fé (μία πίστις; mía pístis ), um batismo , um só Deus e Pai de todos” (4:4-6).O único Espírito liga o único corpo de Cristo, que é uma comunidade que adere à “uma fé” em um Senhor (Jesus) e um Deus (o Pai). A afirmação da “fé” leva a um comportamento que reflete o amor de Jesus, cuja morte foi uma “oferta e sacrifício de cheiro suave a Deus” (5:2). Para este fim, os crentes devem evitar a imoralidade sexual, impureza, conversa tola, cobiça, idolatria (5:3-21) – expulsar esses atos negativos do corpo de Cristo permite que a congregação seja “cheia do Espírito” (5: 18).
Uma ideia semelhante à “unidade da fé” aparece em Qumran; os Manuscritos do Mar Morto chamam sua comunidade de crentes de “Yahad” ( יחד ), ou “Unidade”. Um texto conhecido como Regra Comunitária estabelece legislação comunal específica para os membros para que “eles se abstenham de todo mal e se apeguem a todo bem ” (1QS 1:4), e assim “estabeleçam um fundamento de verdade para Israel, para o Yahad… uma morada santíssima ( literalmente, “Santo dos santos” [ קודשׁ קודשׁים ; qodesh qodeshim ]) para Arão e casa de perfeição e verdade em Israel” (5:5; 8:8-10). Como “ filhos da luz ”, os membros do Yahad “ caminham nos caminhos da luz” e se tornar uma morada para Deus (3:20-24). Efésios usa estas mesmas palavras daqueles que alcançam a “unidade” no Messias: “Agora você é luz no Senhor. Andai como filhos da luz , porque o fruto da luz se acha em todo o bem , e justiça e verdade ” (Ef 5:8-9). Mais, os crentes em Yeshua são “edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas” como um “ templo santo no Senhor… uma habitação para Deus no Espírito” (2:20-21). Essas semelhanças mostram que Efésios vislumbra um Yahad [Unidade] messiânico cujo comportamento reflete a “unidade da fé” em Jesus, o Messias.
[Textos publicados originalmente em Israel Bible Center por Dr.Nicholas J. Schaser e (*)Dr.Pinchas Shir e (*)Dr Eli Lizorkin-Eyzenberg - Editado aqui por Costumes Bíblicos]

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