COSTUMES BÍBLICOS: Miquéias

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Miqueias

Causa Divina

Miquéias foi um profeta de Judá durante os reinados de Jotão, Acaz e Ezequias (750-687 a.C.). Ele profetizou tanto sobre o reino do norte quanto sobre o reino do sul no auge da crise assíria. Miquéias e Isaías compartilhavam a crença de que o Senhor restauraria Sião como centro de Seu reino mundial de paz e justiça (Is 2.1-5; Mq 4.1-5).

O nome de Miquéias significa "quem é como Adonai?", e, depois que o Senhor revelou Seus planos de juízo e salvação para Israel, o próprio profeta exclamou: Quem, ó Deus, é semelhante a ti [...]? (Mq 7.18).
Miquéias foi um dos profetas do século 8 a.C., contemporâneo de Amós e Oséias (no reino do Norte, o reino de Israel), e também de Isaías (em Jerusalém). Era um homem do campo, de uma cidade situada no sudoeste de Judá, na fronteira com a Filístia.
Sua mensagem se destinava a Samaria e Jerusalém, as capitais dos dois reinos. Uma comparação com Amós revela que Judá havia sido infectada com os mesmos pecados encontrados em Israel. Em vista disso, também Miquéias denuncia os líderes, sacerdotes e profetas e lamenta a exploração dos pobres, a desonestidade nos negócios e a hipocrisia na religião.
O juízo de Deus cairia sobre Samaria e Jerusalém; somente depois disto haveria restauração. Mas Miquéias também previu um futuro glorioso, um tempo em que Jerusalém se tornaria o centro religioso do mundo, e em Belém nasceria um Davi mais importante que reinaria sobre todo o povo de Deus.

Ai daqueles que nas suas camas intentam a iniqüidade, e maquinam o mal; à luz da alva o praticam, porque está no poder da sua mão!
E cobiçam campos, e roubam-nos, cobiçam casas, e arrebatam-nas; assim fazem violência a um homem e à sua casa, a uma pessoa e à sua herança.
Portanto, assim diz o Senhor: Eis que projeto um mal contra esta família, do qual não tirareis os vossos pescoços, e não andareis tão altivos, porque o tempo será mau. Mq 2.1-3

Mq 1: As duas cidades
No lamento do profeta, Deus é apresentado descendo do céu e caminhando sobre as montanhas para destruir Samaria por sua persistente idolatria. A ferida incurável havia se espelhando até Judá, e o Juízo de Deus estava às portas de Jerusalém. Miquéias descreve a aproximação do exército invasor. As cidades fortificadas são tomadas, uma após a outra. No entanto, a ordem em que são listadas não corresponde com o roteiro do exército assírio; ao contrário, aparecem (ao menos as que nos são conhecidas) numa sequência que forma um círculo ao redor de Moresete-Gate, a cidade natal de Miquéias (10-16). (Os nomes dos lugares frequentemente contêm um jogo de palavras: Moresete-Gate é como a palavra hebraica para "noiva"; Maressa parece a palavra "conquistador".) Em Judá, os pais pranteariam a perda de seus filhos, levados para o cativeiro.
Em 722/1, os assírios destruíram Samaria. Em 701, sitiaram Jerusalém, e a cidade escapou por milagre (veja 2Rs 18.9--19.37).
Miquéias provavelmente foi testemunha desses dois acontecimentos traumáticos.
V.1 Jotão (750-732) e Ezequias (729-687) eram reis bons (tementes a Deus); Acaz (735-716) foi um dos piores, introduzindo práticas pagãs terríveis, inclusive sacrifício de crianças. (Datas sobrepostas indicam período de co-regência.)
Gate (10) Cidade dos filisteus; portanto, território inimigo.
V.13 Laquis liderou a nação na prática da idolatria.

Não terão conhecimento os que praticam a iniqüidade, os quais comem o meu povo, como se comessem pão, e não invocam ao Senhor? Sl 14.4 

Mq 2--3: Exploração e injustiça
Os poderosos e influentes estavam em ação, sem se preocuparem com os meios utilizados. Assim, propriedades eram confiscadas e famílias ficavam na miséria; e disseram ao pregador que isto não era de sua conta. (2.12-13 volta-se abruptamente para o futuro, descrevendo Deus à frente do remanescente do seu povo.) Em vez de promover a justiça, os líderes da nação "odeiam o bem e amam o mal". Eles tiram a pele do povo e arrancam a carne dos seus ossos (3.1-3 não é uma descrição literal!). Líderes, sacerdotes e profetas, era tudo farinha do mesmo saco: todos tinham o seu preço (3.11). Eles levariam Jerusalém à ruína (3.12).
Mq 4: Grandeza futura
A condenação do cap. 3 é seguida por nova esperança. Os vs. 1-8 falam de uma nova Jerusalém, da qual a palavra de Deus sairá para todos os povos, e à qual as nações afluirão, numa era de paz e prosperidade.
Deus traria de volta um remanescente do seu povo. Haveria salvação, isto é, resgate e restauração, mas somente após o sofrimento, após o trauma da invasão assíria e do exílio babilônico. Então Deus julgaria, não apenas seu povo, mas todas as nações reunidas contra ele (11-13).
Vs. 1-3 Este trecho é quase idêntico a Is 2.2-4. Um pode ter citado o outro, ou ambos usaram uma profecia existente.
Babilônia (10) O inimigo na época era a Assíria, mas, a exemplo de Isaías, Miquéias viu de forma antecipada a potência que, 100 anos mais tarde, destruiria Jerusalém.

O problema da injustiça social 


"Talvez, depois da queda de Samaria, as injustiças sociais da elite tenham sido agravados por um fluxo de refugiados vindo do norte para Jerusalém. O crescente número de refugiados na cidade aumentou a demanda por alimento e reduziu o preço da mão-de-obra. Além disso, em tempos de seca ou outras catástrofes, os ricos, em desacordo com a lei, emprestavam dinheiro aos pobres mediante juros exorbitantes. Isso ocasionava execuções hipotecárias, forçando os proprietários de terra a uma relação de servidão (2Rs 4.1; Ne 5.1-5; Am 2.6). Em outras palavras, ao agregar terras, os ricos canibalizavam os pobres (Mq 3.1-5; Ez 34.2,3; Sl 14.4; 53.5; Hc 3.14)." 

Mq 5: O Rei que vem de Belém
"Agora" (v. 1, ARA), em meio ao cerco das tropas assírias, Miquéias fala de um redentor - o redentor por excelência - que viria, como Davi no passado, de Belém (veja Mt 2.1-6). Como acontece com frequência nos profetas, diferentes horizontes históricos se fundem e acontecimentos de um futuro próximo e até distante se misturam com os do presente. Na era da paz messiânica, até a Assíria seria derrotada. Mas também Judá seria purificada "naquele dia" (10-15). Tudo aquilo em que confiavam, em vez de confiar em Deus, seria destruído: exércitos, defesas, feitiçaria e falsos deuses.
Efrata (2) O distrito ao redor de Belém.
Sete...oito (5, ARA) Expressão idiomática para "um número indefinido", significado talvez que não faltariam líderes, por maior que fosse o número de que se necessitava.
Por maior que fosse o número de líderes necessários, supostamente que não importava quantos líderes fossem necessários, eles viriam.

Ele te declarou, ó homem, o que é bom; e que é o que o Senhor pede de ti, senão que pratiques a justiça, e ames a benignidade, e andes humildemente com o teu Deus? Mq 6.8

Ninrode (6) Assíria (veja Gn 10.8-12).
Mq 6: O que Deus espera de seu povo
Deus apresentou a sua causa e fez suas acusações contra seu povo. Será que eles não sabiam o que agradava a Deus? Era tão claro, tão simples (v.8). Nada podia substituir a justiça, a fidelidade e a humanidade. Eles podiam tentar comprá-lo com sacrifícios e ofertas impressionantes, mas o que Deus via mesmo era a desonestidade do seu povo e as balanças falsas que ele odeia porque enganam os pobres. E ele castigaria a fraude, a violência e a trapaça.
V. 5 Veja Nm 22-24.
Sitim até Gilgal (5) Isto é, na travessia do rio Jordão (Js 3--4).
Meu primogênito... (7) O sacrifício do primogênito foi introduzido em Israel, juntamente com outras práticas pagãs, durante o período sombrio dos últimos reis. 
V. 11 Veja Am 8.5.
Onri... Acabe (16) Dois reis de Israel conhecidos por promoverem o culto a Baal.
Mq 7: Trevas e luz
Neste último capítulo, o profeta abre o seu coração. Lamenta o que estava acontecendo no meio do seu próprio povo com a decadência da sociedade (1-6). Fidelidade, honestidade, confiança: todas sumiram. A podridão que começou no governo permeou toda a nação. E agora todos os relacionamentos humanos estavam ruindo. A amizade e a família não valiam nada.
O cenário humano era deprimente, mas ainda havia esperança, porque Miquéias conhecia o seu Deus. Com Deus ainda havia luz e nele ainda se podia confiar. Sua promessa falha. Ele voltaria a libertar. Em seu amor compassivo, ele perdoaria novamente. Assim, Miquéias ficaria vigiando (7) e esperando o momento em que Deus outra vez apascentaria o seu povo (14-17), fazendo milagres a favor deles como nos tempos antigos, demonstrando compaixão, e sendo fiel às antigas promessas que fizera aos patriarcas do povo (20).
Sentinelas (4) Os profetas se colocavam como sentinelas, para soar o alarme diante do juízo iminente (veja Ez 3.17-21).

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