COSTUMES BÍBLICOS: setembro 2019


O ESTÁGIO DA CONQUISTA

INTRODUÇÃO AO ESTÁGIO DA CONQUISTA (Josué)
Método cronológico.
As três pessoas mais importantes deste estágio são Josué, Calebe e Raabe.
Ao longo deste estágio, um período de 25 anos é abrangido.
O livro de Josué descreve a invasão, a conquista e a colonização da Palestina pela nação israelita.
Ele é uma contraparte do Êxodo. Se este registra como Deus conduziu Seu povo para fora da terra do cativeiro, o livro de Josué narra como o Todo-Poderoso levou Seu povo para dentro da terra da bênção. Moisés resume esses dois momentos em Deuteronômio 6.23: E dali nos tirou, para nos levar e nos dar a terra que jurara a nossos pais.
No Êxodo, Deus dividiu as águas do mar Vermelho (em hebraico: mar de "Juncos") para conduzir Seu povo fora do Egito. Agora, no livro de Josué, ele divide as águas do rio Jordão para levar Seu povo até Canaã e realiza tudo o que for necessário para garantir tanto a saída como a entrada de Seu povo (Êx 14.21,22; Js3.13-17).
O livro de Josué foi chamado de Efésios do Antigo Testamento.
Raabe, a prostituta de Jericó, é salva da destruição da cidade, enquanto Acã, um hebreu da tribo de Judá, é condenado por desobedecer a Deus (Js 6.25; 7.24-26).
Josué é visitado por um príncipe da glória (Js 5.13-15) e por alguns pedintes de Gibeão (Js 9.13-15).
O livro de Josué registra milagres que são gêmeos: a queda das muralhas e a suspensão do sol (Js 6.20; 10.12-14).

O ESTÁGIO DA CONQUISTA

A invasão da terra - os israelitas reclamam suas posses (Js 1--5).
A. A preparação (Js 1).
Deus fala com Josué (Js 1.1-9) - Ele deveria liderar os israelitas a cruzarem o Jordão e a entrarem na Palestina. Josué teria a obrigação de ser forte e corajoso. Deveria observar a Lei de Deus e meditar sobre ela. Desse modo, poderia estar absolutamente confiante, porque o SENHOR, teu Deus, é contigo, por onde quer que andares (Js 1.9).
Josué fala com os israelitas (Js 1.11).
B. A penetração (Js 2.1).
Dois homens foram enviados para espionar Jericó.
O rei de Jericó soube do intento deles e enviou homens para encontrá-los.
Os espiões foram escondidos por uma prostituta chamada Raabe, que não apenas ouvira sobre a poderosa força de Deus (Js 2.9-11), mas também acreditara nela. Ela devia ter tido alguma forma de testemunho, pois foi à casa de Raabe que os espiões foram a princípio, e, mais tarde, foi lá também que o rei de Jericó imaginou estarem os israelitas escondidos. Essa prostituta convertida é mencionada em três passagens do Novo Testamento (Mt 1.5; Hb 11.31; Tg 2.25). Tempo depois, ela se casaria com um hebreu chamado Salmom, talvez um dos dois espiões. De todo modo, essa mulher outrora pagã tornou-se a tataravó do rei Davi, constituindo assim uma das mais belas ilustrações bíblicas da graça de Deus.
C. A passagem (Js 3.13).
Os sacerdotes deveriam liderar o caminho até o rio Jordão carregando a arca do concerto.
A congregação deveria segui-los a aproximadamente 800m de distância.
Quando os sacerdotes colocaram seus pés sobre o Jordão, o rio imediatamente parou de correr, o que permitiu aos israelitas o atravessarem pisando em terra seca.
D. A pilha de pedras (Js 4.1,8,9,21).
Depois de atravessar o rio, o povo israelita deveria construir duas pilhas memoriais com 12 pedras cada uma.

INVASÃO DA TERRA

Israel reclama suas posses (Js 1--5).
A preparação (1.1-9) - Deus fala com Josué: Eu estarei com você.
Josué fala com os israelitas: Preparem-se, pois nos deslocaremos em três dias.
A invasão (2.1-24)
Dois espiões israelitas investigam Jericó, mas, ao serem descobertos, esconderam-se na casa de uma prostituta temente a Deus, chamada Raabe.
A passagem (3.1-17)
A mensagem de Deus: Farei uma saída como se o Jordão fosse terra seca.
O milagre de Deus: As águas do Jordão foram paradas e arrastadas para trás.
A pilha de pedras (4.1-24)
Os israelitas deveriam colocar 12 pedras grandes sobre a margem ocidental do Jordão como um memorial daquela travessia sobrenatural.
A purificação (5.2-9)
Ao atingirem a margem ocidental, os homens israelitas foram circuncidados.
A Páscoa (2.10).
A Páscoa foi cumprida sobre as planícies de Jericó.
A dieta da Páscoa (5.11,12)
O maná cessou, e eles finalmente se alimentaram da comida da Terra Prometida.
O Príncipe dos céus (5.13-15)
Josué recebeu a visita do capitão dos Exércitos do Senhor, que o tranquilizou. Muitos acreditam que esse capitão é Jesus Cristo surgindo diante de Josué.
A submissão da terra - os israelitas conquistam suas posses (Js 6--12).
A campanha principal (Js 6--8).
Jericó - uma cidade arrasada pelas trombetas (Js 6.20). Esse é o primeiro registro de uma guerra psicológica na história. Dr. John.J.Davis esclarece o tamanho e o alcance dessa marcha:
Uma marcha simples ao redor de uma colida com nove hectares provavelmente duraria de 25 a 35 minutos. Não se deve concluir que todos os israelitas tomaram parte nessa marcha. Tal façanha não seria apenas um estorvo, mas seria também impossível. É mais provável que a marcha fosse realizada por representantes tribais. (Conquest and Crisis.p.45)
Jericó, a cidade mais antiga do mundo.
A ordem para destruir todos em Jericó, salvo Raabe e a casa dela, impõe um desafio. Por que o Deus do amor e da graça comandaria uma destruição indiscriminada? Embora o Todo-Poderoso não deva a algum homem vivo explicações daquilo que faz, há alguns fatores indubitavelmente envolvidos:
(1) Quando uma cultura ao cidade (como Sodoma, Gn 19) atinge certo ponto de perversão, a santidade e justiça divinas exigem que Deus intervenha destrutivamente. Toda a sociedade cananeia atingiria esse ponto há muito tempo. De acordo com 1 Reis 14.24, aquela terra inteira era habitada por odiosos pervertidos sexuais.
(2) Deus desejava manter o povo israelita tão puro o quanto possível durante o maior tempo para, desse modo, assegurar a pureza da futura linhagem de Cristo. Fosse Maria uma mulher imoral, Deus não poderia empregá-la.
Josué (Js 6.26) faz uma incrível profecia tripla (aproximadamente 1406 a.C.) sobre essa cidade caída:
(1) Jericó seria reconstruída por um único homem.
(2) O filho mais velho desse construtor morreria quando a obra da cidade começasse.
(3) O filho mais novo desse construtor morreria quando a obra da cidade terminasse.
Cinco séculos mais tarde, em 930 a.C., as palavras de Josué foram cumpridas:
(1) Um homem chamado Hiel, de Betel, reconstruiu Jericó.
(2) Ao estabelecer as fundações da cidade, seu filho mais velho, Abirão, morreu.
(3) Ao terminar de construir os portões da cidade, morreu seu filho mais novo, Segube (veja 1Rs 16.34).
Ai - arrogância nocauteada (Js 7.3). Depois de Jericó, os israelitas tornaram-se arrogantes e decidiram enviar apenas uma pequena força guerreira para subjugar o inimigo seguinte, uma pequena cidade chamada Ai.
Os exércitos israelitas foram inteiramente repelidos por Ai e sofreram uma grande perda de tropas.
Acã - um pecador procurado (Js 7.19). Josué foi informado de que essa derrota fora causada por algum pecado no acampamento. Alguém havia desobedecido a Deus e roubado itens proibidos de Jericó.
Uma caça humana divinamente conduzida acabou por encontrar Acã, da tribo de Judá, como culpado.
Ele confessou o roubo de uma capa babilônica, prata e uma barra de ouro.
Acã foi executado por causa desses pecados no vale de Acor.
Gerizim e Ebal - a Lei é proferida (Js 8.30-35). Tal como Moisés havia anteriormente ordenado, as bênçãos e maldições da Lei eram pronunciadas sobre o monte Gerizim e sobre o monte Ebal.

Os gregos

O Parthenon, em Atenas, foi uma das
maravilhas do mundo antigo.
Os gregos
Desde a época dos últimos reis de Israel, o mundo do AT foi dominado por uma sucessão de grandes potências e impérios: os assírios, que conquistaram Israel, o reino do Norte; os babilônios, que destruíram Jerusalém e levaram o povo ao exílio; os persas, que permitiram o retorno dos judeus à sua pátria.
Mas no período que vai das últimas histórias do AT ao nascimento de Jesus, a potência dominante era a Grécia, e a influência grega foi mais ampla e duradoura que qualquer outra até então. Muitos dos livros deuterocanônicos, inclusive as histórias dos macabeus, que conseguiram a independência dos judeus por um breve momento, pertencem a este período: a era helenista (de hellas, antigo nome da Grécia).
A era "dourada" ou clássica da Grécia começou por volta de 480 a.C. A cidade-estado de Atenas era, na época, um modelo de democracia, com todos os cidadãos envolvidos em seus assuntos. Mas terríveis guerras locais dividiram o país e os gregos tiveram que lutar muito para manter os persas afastados.

Alexandre, o Grande

Alexandre deixou a sua marca,
não apenas nas moedas gregas,
mas em todo o mundo antigo,
chegando, no Oriente, até as
fronteiras do Índia.
Em 338, Filipe da Macedônia passou a ter o controle de toda a Grécia. Ao ser assassinado, ele foi sucedido por Alexandre, seu filho de 20 anos. Este derrotou os persas em 334. Depois, conquistou a Síria e o Egito (fundando a cidade de Alexandria), e, de vitória em vitória, chegou até à margem do rio Indo, onde, segundo se diz, chorou porque não havia mais mundos a serem conquistados.
Alexandre foi mais do que um lendário general. Seu tutor havia sido o famoso filósofo grego Aristóteles. E Alexandre tinha o desejo, não apenas de conquistar territórios, mas de difundir as ideias gregas e a cultura grega por onde passasse.
Ele tinha apenas 32 anos quando morreu (em 323 a.C.). Seus generais dividiram o Império entre si, dando continuidade ao processo de difusão da língua e da civilização grega que Alexandre havia começado. Ptolomeu ficou com o Egito. Seleuco e seus descendentes governaram o Oriente, tendo sua capital em Antioquia da Síria. A Palestina ficava no caminho das marchas e contramarchas dessas duas potências.

A difusão da cultura grega

Embora a civilização grega tivesse chegado ao seu apogeu antes do tempo de Alexandre, foi durante a era helenista, após a morte de Alexandre, que a influência grega mais se fez sentir nas terras bíblicas.
O grego se tornou a principal língua falada e também a língua de contato usada no comércio, na educação e na literatura. A arquitetura grega mudou o panorama de muitas cidades. Ginásios, teatros e estádios no estilo grego foram construídos por toda a parte.
Em Alexandria, no Egito, o AT foi traduzido ao grego (a "Septuaginta"), para atender a grande colônia de judeus de fala grega que morava na cidade.
Filipos foi uma cidade importante do
Império Romano. Em Filipos encontram-se
 as ruínas de uma das Sete Igrejas do Apocalipse.
O NT foi escrito em grego, e não no aramaico da Palestina (a língua diplomática usada, anteriormente, no Império persa), tampouco no latim do Império romano (embora alguns rascunhos de partes dos Evangelhos possam ter sido escritos em aramaico ou hebraico). (Veja mais sobre o ARAMAICO)
A partir de 167 a.C., os romanos começaram a conquistar antigas cidades e reinos gregos. Mas a língua e a influência grega permaneceram.
Escravos gregos foram levados às casas romanas, sendo alguns médicos, professores ou contadores. Os romanos adotaram muitas formas gregas de pensar. Aprenderam a falar grego. Os antigos deuses romanos foram equiparados ao sistema grego, e os deuses gregos receberam nomes romanos: Zeus se tornou Júpiter, Possêidon se tornou Netuno; Ares se tornou Marte; Ártemis se tornou Diana.

A influência grega na Palestina

Os costumes e as ideias dos gregos eram parte importante da vida e da cultura da Palestina na época do NT.
Do outro lado do lago, a sudeste da Galileia, havia uma federação de dez cidades livres ("Decápolis") que seguiam os padrões gregos. Jesus foi ensinar ali. Entre essas cidades estavam Citópolis (atual Bete-Seã), onde arqueólogos conseguiram desenterrar as ruínas da cidade clássica com seu teatro, ginásio e templos. Recentemente arqueólogos também passaram a fazer escavações em Séforis, importante cidade helenista a alguns quilômetros de Nazaré (veja "JESUS E AS CIDADES").
Veja também:

GOVERNO ROMANO, cultura grega,

A CIDADE DE ATENAS,

A CIDADE DE CORINTO,

A CIDADE DE ÉFESO.

Mapa - Império de Alexandre, O Grande. 336-323 a.C.

Os Livros Deuterocanônicos

O LIVRO DE ENOQUE
Os "deuterocanônicos" ou "apócrifos" são um grupo de obras judaicas que jamais fez parte do cânone judaico das Escrituras, mas foi aceito como tendo autoridade canônica por alguns setores da igreja cristã. Em algumas edições da Bíblia esses livros aparecem como um suplemento, geralmente colocado entre o AT e o NT. Traduções católicas da Bíblia colocam esses livros entre os demais livros do cânone. Foram escritos entre o período que vai de cerca de 300 a.C. a 70 d.C. e incluem narrativas, livros históricos, literatura de sabedoria, material litúrgico, uma carta e um apocalipse.
Muitos judeus deste período acreditavam que a profecia durou apenas de Moisés até Esdras (veja Josefo, Contra Apião 1.40-41; 2Esdras 14). Assim, vários destes livros foram atribuídos a heróis do período anterior a Esdras, tais como Salomão, Jeremias e Baruque. A maioria foi originalmente escrita em hebraico. Tidos em alta conta por muitos judeus, eles foram incluídos na tradução grega das Escrituras hebraicas conhecida como Septuaginta.. Por isso eram conhecidos pelos cristãos de fala grega do primeiro século, que liam as Escrituras na forma encontrada na Septuaginta.



A destruição de Jerusalém e do Templo em 70 d.C., por obra dos romanos, representou uma ameaça à identidade e sobrevivência do judaísmo. Ao mesmo tempo a igreja cristã estava tendo um crescimento significativo. A comunidade judaica reagiu a estes desafios "fechando" o cânone das Escrituras. Aceitou os 24 livros que faziam parte da Lei dos Profetas e dos Escritos (que os cristãos chamam de AT), mas rejeitou os livros adicionais encontrados na Septuaginta.
Enquanto isso, os cristãos, que eram agora em sua maioria de origem gentílica, naturalmente usavam as Escrituras na forma que lhes eram mais acessível: a Septuaginta grega era a Bíblia deles. Assim sendo, os livros deuterocanônicos ficaram amplamente conhecidos nas igrejas durante os primeiros séculos da era cristã.
No entanto, no quarto século Jerônimo foi comissionado para fazer uma tradução definitiva da Bíblia para o latim. Esta ficou conhecida como a Vulgata, e tem status oficial na igreja católica romana até hoje. Convencido de que apenas o texto hebraico tinha autoridade, Jerônimo excluiu os livros encontrados apenas na versão grega. Estes livros ele chamou de "apócrifos" (que, em grego, significa "ocultos" ou "escondidos"), embora não se saiba por que motivo escolheu esta palavra.
O que surpreende, ao menos até certo ponto, é que a posição de não prevaleceu. A igreja católica ocidental logo acrescentou os apócrifos em latim à Vulgata, e reconheceu esta coleção de livros mais ampla como Escrituras canônicas.
A posição de Jerônimo foi reafirmada no século 16, quando os reformadores protestantes excluíram os apócrifos do cânone das Escrituras. Eles suspeitavam do pensamento apocalíptico (encontrado em 2Esdras), bem como de 2Macabeus (porque 12.43-45 fora usado para justificar a doutrina católica do purgatório). E rejeitavam a doutrina da salvação por boas obras que alguns tentaram provar a partir de Tobias e outros livros.
No entanto, Martinho Lutero incluiu os livros apócrifos na sua tradução alemã da Bíblia, colocando-os numa seção separada após o AT.
Em reação a esta redução do status dos apócrifos, a igreja católica romana decretou no Concílio de Trento (1546) que estes livros são parte do cânone cristão das Escrituras. Logo depois receberam o nome de "deuterocanônicos" (no grego, deuteros significa "segundo"). De acordo com a igreja católica romana, o termo indica que pertencem a uma segunda camada do cânone, mas não implica que são menos importantes que os outros livros do AT.
As Igrejas Ortodoxas orientais sempre consideraram os deuterocanônicos como parte das Escrituras, mesmo dando-lhe um status um pouco inferior ao do restante do AT.
A maioria dos protestantes continuou a excluir estes documentos do seu cânone das Escrituras. Mas em anos recentes muitos passaram a valorizá-los por seu valor literário, sua sabedoria espiritual, e pelas informações que nos trazem a respeito do que se passava na comunidade judaica no período crítico entre 200 a.C. e a época de Jesus.

OS LIVROS DEUTEROCANÔNICOS

Livros que estão na Septuaginta e foram parte do cânon ortodoxo e católico romano:

  • Tobias
  • Judite
  • Acréscimos ao Livro de Ester
  • Sabedoria de Salomão
  • Eclesiástico, ou A Sabedoria de Jesus, filho de Siraque
  • Baruque
  • Carta de Jeremias
  • Adições ao Livro de Daniel: A oração de Azarias, A canção dos Três Moços, Susana, Bel e o Dragão
  • 1Macabeus
  • 2Macabeus
Outros livros na Septuaginta que não estão incluídos no cânon católico romano, mas são aceitos pelas igrejas ortodoxas:
  • 1Esdras (colocado num apêndice da Vulgata latina)
  • A Oração de Manassés (colocado num apêndice da Vulgata latina)
  • Sl 151
  • 3Macabeus
  • 4Macabeus
Um livro que aparece na Bíblia em eslavônio (russo antigo) e no apêndice da Vulgata latina:
  • 2Esdras (às vezes chamado de 4Esdras)

É bom que deixemos esses livros falar por si mesmos, perguntando até que ponto reforçam o ensinamento das Escrituras hebraicas e do NT, e até que ponto introduzem novas ideias que parecem entrar em conflito com as Escrituras. Eles foram escritos numa época em que os judeus muitas vezes estavam sob forte pressão para fazerem concessões em sua fé e dedicação a Deus. E por causa disto eles têm muito a dizer sobre a justiça e a providência de Deus, sua promessa de vida eterna àqueles que permanecem fiéis a ele, e a concretização final de seu propósito para o mundo.
Os livros apócrifos devem ser distinguidos de outras obras judaicas do mesmo período, tais como 1Enoque, Jubileus, 2Baruque, que geralmente são conhecidos como "pseudepígrafes" (ou seja, "livros escritos sob nome falso"). Embora populares em certos grupos judeus e cristãos na antiguidade, jamais receberam status canônico da parte de judeus ou de igreja cristãs ortodoxas.

O CONTEÚDO DOS LIVROS

TOBIAS é um conto romântico, composto por volta de 180 a.C. Seu autor estava interessado em proteger a religião de Israel das tendências perniciosas da cultura grega, e ensinar que Deus ajuda aqueles que obedecem a suas Leis.
Tobite morava em Nínive. Estava cego havia quatro anos, depois que as fezes de alguns passarinhos caíram nos seus olhos durante a noite. Sua parente Sara, que morava em Ecbátana, no distante oriente, também sofria por causa de um demônio que matou sucessivamente seus sete maridos na noite de núpcias.
A caminho para receber uma dívida, Tobias, o filho de Tobite, e o anjo Rafael (disfarçado de primo distante) pousaram na casa da família de Sara. Deus já havia providenciado o remédio na forma de um peixe que os atacou, mas que acabou sendo morto por eles. O fígado e o coração desse peixe, quando defumados, espantavam demônios.
Assim, Tobias acabou casando com Sara. E o fel do peixe curou a cegueira de Tobite.
JUDITE, escrito durante o segundo século a.C., ganhou destaque na tradição judaica no início da Idade Média, quando sua leitura foi incorporada ao festival de Chanukah. É a história fictícia de uma mulher que usa a astúcia feminina para conseguir assassinar um general assírio, e assim libertar a sua nação. Suas referências históricas são confusas e imprecisas.
Por exemplo, Nabucodonosor é considerado rei da Assíria, e não da Babilônia. Ele representa o poder humano que se levanta contra Deus e envia suas forças para atacar Judá. Judite, uma viúva piedosa, surge no momento em que a guarnição que defendia Jerusalém havia feito o juramento de render-se em cinco dias, se Deus não intervisse antes disso.
Ao dirigir-se ao acampamento inimigo, ela jurou lealdade ao rei como senhor da terra, e a seu general Holofernes, que queria conquistar a viúva. Na luta contra ele, Judite simbolizava o fraco povo de Israel. Mas ela confiava em Deus, e tinha como armas a coragem e a esperteza feminina, sem falar na sabedoria de golpear o pescoço de Holofernes com uma espada enquanto ele estava bêbado e tonto.
A história termina com o cântico de louvor de Judite: "O Senhor é o Deus que acaba com as guerras... por meio de uma mulher, o Deus Todo-Poderoso os fez fracassar."
OS ACRÉSCIMOS AO LIVRO DE ESTER Trata-se de seis passagens encontradas no grego, mas que não fazem parte do texto hebraico do livro de Ester, no AT. Elas aparentemente foram acrescentadas para dar um tom religioso ao livro, famoso por não mencionar o nome de Deus. É possível que esses acréscimos foram feitos em vários momentos durante os dois últimos séculos antes de Cristo.
As seis passagens são as seguintes:

  • O sonho de Mordecai
  • A carta do rei Artaxerxes ordenando o extermínio dos judeus
  • A oração de Mordecai e a oração de Ester
  • A audiência bem sucedida de Ester com Artaxerxes
  • Outra carta do rei louvando os judeus
  • E a interpretação do sonho de Mordecai
A SABEDORIA DE SALOMÃO é um poema que procura despertar o amor pela sabedoria. Embora atribuído a Salomão, o rei que ficou famoso por sua sabedoria, provavelmente foi escrito entre 100 a.C. e 50 d.C. O livro começa com um apelo a que se busque a sabedoria e a justiça (1.1--6.11). Continua com um suposto testemunho pessoal de Salomão sobre o valor da sabedoria, que aparece como personagem feminina, o agente de Deus no seu relacionamento com o mundo (6.12--10.21). A parte final (11.1--19.22) é uma reflexão sobre o envolvimento de Deus na vida da humanidade e sua proteção dispensada ao povo escolhido.
Passagens de maior significado teológico incluem a reflexão sobre a imortalidade daqueles que são fiéis a Deus (cap. 3), a explicação de como Deus governa o mundo com justiça (11.15--12.27), e o apelo aos leitores judeus no sentido de que rejeitem a adoração de ídolos (caps. 13--19). O livro expressa tradições judaicas de sabedoria numa linguagem típica do pensamento grego.
ECLESIÁSTICO, OU A SABEDORIA DE JESUS, FILHO DE SIRAQUE, é outro livro de sabedoria. Foi escrito em hebraico por Siraque, lá por volta de 175 a.C., e traduzido para o grego pelo seu neto Jesus por volta de 130 a.C. Mais tradicional ou conhecido do que o livro de Sabedoria, Eclesiástico lembra em muitos momentos o livro de Provérbios.
Seu propósito era convencer judeus, e possivelmente gentios de boa vontade, que a sede da verdadeira sabedoria ficava em Jerusalém, e não tanto em Atenas.
O livro recomenda honra aos pais e respeito pelo passado, e a seção final (os caps. 44--51) é dedicada ao louvor dos heróis de Israel. Seu nome "Eclesiástico" é derivado do fato de ter obtido grande popularidade na igreja primitiva (em grego, igreja é ekklesía).
BARUQUE data do segundo século ou, talvez, primeiro século antes de Cristo e é uma combinação de vários elementos. A seção central (3.9--4.4) é um trecho de literatura de sabedoria, um poema que exalta o dom da sabedoria que Deus deu a Israel. Ela é precedida por uma longa confissão dos pecados de Israel, que foram a causa do exílio babilônico. O trecho que vai de 4.5 a 5.9 é um poema sobre a restauração de Israel após o exílio.
Embora apresentado como sendo do século 6 a.C., quando começou o exílio, a mensagem do livro se dirigia a judeus espalhados pelo mundo num período posterior, para os quais o exílio se tornara, de fato, uma experiência permanente.
A CARTA DE JEREMIAS, escrita possivelmente por volta de 300 a.C., incentiva as pessoas que viviam sob influência estrangeira a não temerem ou adorarem ídolos. O texto depende, em parte, dos pensamentos expressos em Jr 10.1-16. O documento geralmente aparece como cap. 6 de Baruque.
OS ACRÉSCIMOS AO LIVRO DE DANIEL são três passagens acrescentadas à versão grega de Daniel durante o século 2 a.C.
A oração de Azarias é A canção dos três moços foram inseridas entre Dn 3.23 e 3.24. Azarias era o nome original de Abede-Nego, que, com Sadraque e Mesaque, foi lançado na fornalha ardente (veja Dn 1.7; 3.23).
A oração de Azarias reconhece os pecados dos judeus que foram levados ao exílio, e pede a misericórdia e intervenção de Deus (vs. 3-22). A breve seção central descreve como Deus protegeu seus servos da força do fogo (vs. 23-28). A canção dos três moços celebra a grandeza de Deus e sua intervenção em tempos de angústia e perigo (vs. 29-68).
Susana é a história de uma bela jovem que, tendo resistido às investidas de dois líderes judeus, foi falsamente acusada por eles de cometer adultério com um jovem no jardim da casa dela. Daniel interrogou os dois líderes e expôs a inconsistência nos seus testemunhos, salvando Susana da morte. Na Septuaginta, a história aparece no início do livro de Daniel, para mostrar como a sabedoria dele contribuiu para a sua alta reputação na Babilônia (v. 64). Essa história tem inspirado artistas ao longo dos séculos.
Bel e o Dragão contém duas histórias. A primeira relata como Daniel expôs ao ridículo o ídolo babilônico chamado Bel, provando que a comida depositada diante da imagem era, na verdade, consumida pelos sacerdotes em seus secretos banquetes noturnos. A segunda conta como Daniel destruiu um dragão que os babilônios adoravam como deus. Quando Daniel alimentou o dragão com bolos feitos de piche, gordura e pêlos de animais, ele estourou. Por isso Daniel foi lançado na cova dos leões. Em vez de ser devorado pelos leões, ele é que foi alimentado de forma milagrosa pelo profeta Habacuque, que foi transportado da Judeia à Babilônia por um anjo. Assim, Daniel foi libertado, e aqueles que tentaram acabar com ele foram jogados na cova dos leões.
1MACABEUS registra a luta dos patriotas judeus para se livrarem da opressão de Antíoco IV, rei da Síria.
Ele conta como Antíoco tentou suprimir a prática religiosa dos judeus e os ritos do Templo, e como as forças de resistência, lideradas por Judas Macabeu e seus quatro irmãos, libertaram os judeus do domínio estrangeiro. Essa luta se deu entre 167 a 142 a.C.
O autor, que escreveu por volta de 100 a.C., baseou-se em fontes escritas e deu atenção especial a datas e detalhes históricos. Sua preocupação é mostrar como judeus dedicados lutaram para se manterem fiéis à Lei de Deus (veja 2.19-22; 14.29).



A história atingiu seu ponto alto em 142 a.C., quando "o povo de Israel ficou livre do poder cruel dos pagãos, e os judeus começaram a escrever nos seus documentos e acordos o seguinte: 'No primeiro ano de Simão, Grande Sacerdote e chefe militar e civil dos judeus'." (13.41-42). Isto marcou o início de um período de independência judaica de potências estrangeiras, durante o qual Simão (um dos irmãos de Judas) e seus descendentes ocuparam simultaneamente o ofício de governador e de sumo sacerdote.
2MACABEUS é um relato alternativo da história narrada em 1Macabeus (ou seja, não é uma continuação daquela narrativa). Foi escrito mais ou menos na mesma época de 1Macabeus, e resume os cinco volumes da história escrita por Jasão, de Cirene, obra esta que perdeu. Este livro preocupa-se mais com teologia do que com detalhes históricos.
Enfatiza, por exemplo, a crença na ressurreição do corpo; a possibilidade de purificar os pecados do povo e remover a ira de Deus através do martírio; e o poder dos milagres de revelar a natureza e o propósito de Deus.
1ESDRAS, escrito entre 150 e 100 a.C., é uma versão alternativa da narrativa que se encontra em 2Cr 35.1--36.23, Esdras e Ne 7.38--8.12.
Uma peculiaridade deste livro é a história contada em 3.1--5.6. O rei persa Dario teria dado um banquete durante o qual três dos seus guarda-costas discutiram a respeito da coisa mais poderosa que existe no mundo. Um disse, "o vinho"; outro, "o rei". O terceiro, que era o judeu Zorobabel, disse, "mulheres", mas depois mudou a sua resposta para "a verdade". Ao ouvir isso, o povo presente gritou: "Grande é a verdade, e mais forte do que tudo" (4.41). E Dario deu a Zorobabel permissão para reconstruir a cidade e o Templo de Jerusalém.
A ORAÇÃO DE MANASSÉS expressa o que o penitente rei Manassés poderia ter dito em sua oração, quando foi levado à Babilônia para um curto período de exílio (veja 2Cr 33.11-13). A oração fala do poder e da misericórdia de Deus e afirma (como Jesus faz em Mc 2.17) que o arrependimento não é para os justos, mas para os pecadores. Provavelmente data do primeiro século antes de Cristo.
SALMO 151, que data possivelmente do século 3 a.C., é um salmo atribuído a Davi no qual ele descreve como foi escolhido por Deus para ser rei e como matou o gigante Golias.
3MACABEUS não se refere ao mesmo período histórico que 1 e Macabeus, mas a acontecimentos do final do século 3 a.C. Mostra como os judeus que moravam no Egito foram salvos pela providência e proteção divinas da opressão de Ptolomeu IV Filopator. Há semelhanças com a história de Ester no AT.
Os macabeus conquistaram para
os judeus um breve período de
independência do domínio
estrangeiro. Foi um movimento para
restaurar não só a liberdade de
culto, mas também da
devoção pessoal à Lei de Deus.
- a Torá (sendo estudada, na
foto acima).
O livro foi escrito no primeiro século antes de Cristo, ou no primeiro século depois de Cristo. É um romance histórico que tem por objetivo encorajar os judeus de Alexandria que se viam ameaçados de perseguição. Como os judeus que aparecem no livro, eles deviam orar (1.16--2.20; 6.1-17; 7.20); ser fiéis à Lei de Deus e destruir os apóstatas (2.33; 7.10-15); e confiar na providência de Deus (4.20).
4MACABEUS é uma discussão filosófica no estilo grego, para demonstrar que "a razão piedosa é soberana sobre as emoções" (1.1). Mas o autor é judeu, convencido de que a razão escolhe a sabedoria, e que a sabedoria não é outra coisa senão a instrução na Lei (1.15-17). Nos caps. 5--12 ele fundamenta a sua argumentação especificamente nas histórias de Eleazar e dos sete irmãos que ele aprendeu de 2Macabeus 6--7.
Ele se mostra eloquente ao falar do poder que o sofrimento dos mártires tem de expiar os pecados do povo em geral, e lhes promete bem-aventurança eterna. Em contraste com 2Macabeus, sua maneira grega de pensar o leva a expressar isso em termos de "almas que não morrem" (18.23), e não como ressurreição do corpo.
O livro provavelmente data do primeiro século depois de Cristo.
2ESDRAS é uma obra judaica de cerca de 100 d.C., à qual os cristãos acrescentaram posteriormente os caps. 1--2; 5--16. A parte central é de caráter apocalíptico (veja Apocalipse), descrevendo revelações que Esdras recebeu do anjo Uriel, em sete visões. Ela reflete sobre o significado da destruição do Templo e sobre como se deve confiar em Deus quando existem questões que não têm resposta fácil. Embora se refira ostensivamente à destruição de Jerusalém na época de Nabucodonosor (587 a.C.), seus verdadeiros leitores eram judeus atribulados pelo desastre de 70 d.C.

As Pregações e Parábolas de JESUS

As parábolas de Jesus só podem ser avaliadas quando consideradas as peculiaridades do povo a que ele se dirigiu. As pessoas daquela época estavam muito mais familiarizadas do que nós com a interpretação das parábolas - até porque Jesus extraía seus exemplos da própria vida que levavam.
Ao contrário de nós, os contemporâneos de Jesus sabiam de antemão aquilo que, por meio das parábolas, ele queria expor-lhes de modo claro, transmitindo-lhes calorosamente determinadas verdades. Sabiam também que não podiam aplicar cada traço das comparações aos ensinamentos contidos nas parábolas.
É interessante o fato de que as parábolas de Jesus, limitadas ao mundo semítico, diferenciavam-se das outras parábolas dos profetas e dos escritores seculares, fato que não tem sido enfatizado com bastante força. Entretanto, é bom que frisemos as diferenças entre as parábolas de Jesus e aquelas. As parábolas do Salvador nos revelam, de modo extremamente especial, o próprio espírito de Jesus.
Em suas parábolas, Jesus sempre recorria aos fenômenos da vida dos homens, dos animais, das plantas e, em geral, da natureza inorgânica. E fez isso de uma maneira que lhe é toda própria.
Os profetas apresentavam suas parábolas por meio de comparações e quadros extraídos, na maioria das vezes, de situações insólitas ou habituais, cujo objetivo era incutir terror e grandes expectativas. Jesus, ao contrário, sempre procurou evitar comparações que levassem os ouvintes a prestar atenção nelas por serem novas. Ele preferiu lançar mão de comparações e de exemplos que todos já conheciam e, pela forma como contou, era como se fossem novas.
Os quadros pintados por nosso Senhor Jesus Cristo eram familiares a todos os seus ouvintes. A Palestina é uma região onde as pequenas localidades montanhosas mostram um caráter acentuadamente camponês. Ainda hoje, brilham os montes de feno fora das cintilantes casas de pedras e, às vezes, até dentro das cidades podem ser vistos pastores com cabras e ovelhas. Onde quer que alguém pesque, construa, are e colha, haverá sempre alguém perto observando esses trabalhos. Por esse motivo, há um conhecimento geral das atividades exercidas por todos e do tipo de vida que levam, como sempre acontece entre a população mais rústica. É exatamente essa espécie de conhecimento que as parábolas de Jesus transmitem.
Outra particularidade que, principalmente para nós, homens modernos, causa estranheza é o fato de Jesus extrair suas comparações, ainda com mais frequência do que os profetas, da vida sossegada e oculta da natureza. Ao contrário, raríssimas vezes ele acrescentou fenômenos da vida dos animais para esclarecer idênticos processos da vida humana. Casos isolados são as parábolas do corpo morto e das águias, dos animais imundos e das pérolas.
Os gregos e os rabinos gostavam especialmente das fábulas da raposa. Do rabino Bar-Kapara, conta-se que ele sabia mais de trezentas fábulas de raposas e que, uma vez, durante um jantar, desesperou os convidados porque se pôs a contá-las até que todos os pratos ficassem frios.
Jesus nunca apresentou comparações que, mesmo de leve, estivessem relacionadas a essas fábulas. Se nas parábolas dele aparecem animais, é para tratar das relações dos homens com eles, principalmente nas parábolas das ovelhas e dos peixes. Nas parábolas de Jesus, desaparecem totalmente os animais ferozes: os leões, os chacais, os hipopótamos, os crocodilos e os monstros marinhos. E as parábolas que se baseiam nas relações do homem para com o homem limitam-se às experiências da vida comum, rotineira.

Os dois Caminhos

As dificuldades alheias à vida cristã são expostas em termos figurados e muito expressivos:
Entrai pela porta estreita; porque larga é a porta, e espaçoso o caminho que conduz à perdição, e muitos são os que entram por ela; E porque estreita é a porta, e apertado o caminho que leva à vida, e poucos há que a encontrem. (Mt 7:13,14)
Essas duas portas e esses dois caminhos simbolizam, de um lado, o caminho fácil, agradável à natureza, que os mundanos encontram na liberdade sem freio que concedem a todos os seus apetites; e, de outro lado, o áspero caminho das incomodidades, da consagração e dos padecimentos que o cristão precisa suportar para seguir a Cristo.
Que diferentes destinos! O caminho estreito, escarpado, da perfeição, conduz à bem-aventurança eterna. E o caminho largo, à perdição também eterna. Mas, apesar de tudo, muitos são os que escolhem o caminho largo e caminham louca e cegamente até o abismo da perdição eterna.
São muitos e grandes os perigos que os discípulos de Jesus são obrigados a correr por conta das instruções dos falsos guias, chamados aqui de falsos profetas, cujo perfil é esboçado com traços extremamente vigorosos:
Acautelai-vos, porém, dos falsos profetas, que vêm até vós vestidos como ovelhas, mas, interiormente, são lobos devoradores. Por seus frutos os conhecereis. Porventura colhem-se uvas dos espinheiros, ou figos dos abrolhos? Assim, toda a árvore boa produz bons frutos, e toda a árvore má produz frutos maus. Não pode a árvore boa dar maus frutos; nem a árvore má dar frutos bons. Toda a árvore que não dá bom fruto corta-se e lança-se no fogo. Portanto, pelos seus frutos os conhecereis. (Mt 7:15-20)
Para que possa escapar da influência desses falsos guias, o bom cristão deve observar as palavras e os atos deles, ou seja, todo o conjunto de sua conduta. Eles não tardarão em denunciar sua verdadeira natureza. As comparações de Jesus, quanto ao reino vegetal para expressar este pensamento, são apresentadas com muita vivacidade (Lc 6.43-46).
Por último, o discípulo sincero do Salvador não deve contentar-se apenas em professar exteriormente sua fé cristã, porque essa confissão, ainda que acompanhada do dom de milagres, não é suficiente, por si só, para conduzi-lo ao céu. À fé teórica devem ser acrescentadas as obras, que consistem na obediência, da maneira mais fiel possível, à vontade de Deus, pois, conforme já foi dito antigamente, "não é o nome, mas a vida - o bom testemunho - que faz o verdadeiro cristão".
Nem todo o que me diz: Senhor, Senhor! entrará no reino dos céus, mas aquele que faz a vontade de meu Pai, que está nos céus. Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? e em teu nome não expulsamos demônios? e em teu nome não fizemos muitas maravilhas?
E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci; apartai-vos de mim, vós que praticais a iniqüidade. (Mt 7:21-23)

RUMINANDO

CAMINHO, Jesus é o Caminho
  • Os discípulos não entendiam o significado das palavras de Jesus: Mesmo vós sabeis para onde vou e conheceis o caminho (Jo 14.4).
  • As palavras imprudentes de Tomé: Não sabemos para onde vais e como podemos saber o caminho? (Jo 14.5).
  • Jesus nunca nos deixa sem resposta, pois Ele é o Caminho certo, sem atalhos, que conduz ao céu (Jo 14.6).
CAMINHO DA SALVAÇÃO
  • O caminho reto: Sl 101.2,6; 119.1.
  • O caminho da justiça: Pv 8.20.
  • O caminho da paz: Lc 1.79; Rm 3.17.
  • O caminho da sabedoria: Pv 4.11.
  • O caminho do Senhor: Gn 18.19; Sl 10.5; 17.5; 18.21,30; 25.4,8,9; 27.11; 77.13; 119.15; Pv 10.19; Mc 1.3; Lc 20.21; At 18.25.
  • O caminho para cima: Pv 15.24.
  • O caminho pessoal de verdade e vida: Sl 119.30; Pv 6.23; Mt 7.14; Jo 14.6; At 2.28.
  • O caminho dos mandamentos divinos: Sl 119.32,33.
  • O caminho novo e vivo: Is 42.16; Hb 10.20.
CAMINHO DE EMAÚS, 10 preciosas lições
  • Jesus nunca nos deixará sozinhos na estrada da vida: Lc 24.15.
  • Todas as frustrações de nossa vida decorrem do fato de muitas vezes não reconhecermos Jesus: Lc 24.16.
  • Nossas palavras determinam o nosso estado de espírito: Lc 24.17.
  • As notícias da sexta não são as últimas; existem as de domingo: Mc 16.9.
  • Jesus não apenas foi; Ele continua sendo e sempre será: Lc 24.50-53; Hb 13.8.
  • Nossos sonhos não estão destruídos. Nossa esperança não está morta: Lc 24.21.
  • Precisamos ouvir a voz dos testemunhos e das testemunhas que nos rodeiam: Lc 24.22-24; Hb 12.1.
  • Todas as promessas da Bíblia estão de pé: Lc 24.26-28; 2Co 1.20.
  • A oração que deve prevalecer até o Arrebatamento: Lc 24.29.

Jesus como Mestre dos discípulos

JESUS, MESTRE DOS DISCÍPULOS!
Não sem razão Jesus quis, conforme observou Marcos, que seus apóstolos permanecessem continuamente com ele, desde a eleição. O próprio convívio constante com Jesus haveria de ser altamente educativo. Nunca houve na terra quem, nem de muito longe, possa ser comparado ao nosso Senhor Jesus Cristo. Sua distinção exterior, seus modos, sua linguagem e, sobretudo, sua perfeição moral, colocam-no infinitamente acima de todos os demais homens. Tendo, pois, sempre este modelo diante dos olhos, os apóstolos aprenderam a conhecê-lo, a estimá-lo cada vez mais e, consequentemente, a assimilar seu espírito e a imitá-lo.
As qualidades de Jesus eram extremamente puras e retas! Não impunham aos apóstolos nem austeridades, como as de João Batista, nem singularidades, como as dos fariseus. Tudo em Jesus exalava humildade, desprendimento, modéstia, confiança em Deus, santidade perfeita. Em sua escola, pois, os discípulos aprenderiam não o rígido formalismo farisaico, mas, sim, a verdadeira e sólida piedade. A compaixão do Mestre para com todos os que sofriam, sua misericórdia para com os pecadores e seu amor para com o seu Pai celestial construíam uma herança que não podia deixar de impressioná-los.
Boa parte da educação dos apóstolos também consistiu em testemunharem os milagres de seu Mestre. Se tão reiteradas maravilhas produziam nas multidões aquela vibrante impressão que várias vezes já observamos, era natural que produzissem dobrada impressão em quem via os milagres acontecerem sempre e de várias maneiras, como se o poder brotasse das mãos poderosas de Jesus.
Por meio dessas maravilhas, os apóstolos viam um argumento irrefutável que comprovava a messianidade de seu Mestre. Era forçoso que a fé dos discípulos se depurasse ao notarem que os milagres do Salvador eram de natureza muito diferente daqueles que os seus correligionários esperavam dele, além do fato de que vários desses milagres foram realizados também em benefício dos próprios apóstolos - por exemplo, a primeira e a segunda pesca milagrosa (Lc 5.1-7; Jo 21.1-11), o apaziguamento da tempestade (Mt 8.23-27), a caminhada de Jesus sobre as águas (Mt 14.25-32), a moeda achada na boca do peixe (Mt 17.24-27), a maldição da figueira (Mt 21.18,19; Mc 11.12-14) -, portanto teriam de exercer na alma deles particular influência.
Foram justamente essas obras do admirável Mestre que os discípulos contemplaram muito de perto e com demasiada frequência, num período de dois anos.
Sentimos nosso espírito vivamente comovido quando nos lembramos, ponto por ponto, o que foi para os apóstolos esta vida de comunhão com o mais perfeito dos mestres. Se participaram dos trabalhos, das fadigas e das privações dele, quão inefável alegria não saborearam também em sua santa e dulcíssima presença!
Certo dia, o próprio Jesus lhes felicitou pelo privilégio que somente a eles fora concedido: Porque em verdade vos digo que muitos profetas e justos desejaram ver o que vós vedes, e não o viram; e ouvir o que vós ouvis, e não o ouviram.(Mt 13:17)
Ficamos emocionados ao imaginar o que deve ter sido, para a natureza tão especial e delicada como a de Jesus, a vida em comum com aqueles homens rudes, por causa da anterior condição e profissão deles. Jesus também ficou privado de sua anterior liberdade e de sua aprazível solidão. Além disso, não era responsabilidade do Mestre providenciar tudo quanto fosse necessário para aqueles a quem havia pedido que abandonassem a profissão por meio da qual ganhavam o sustento?
Outro poderosíssimo ,meio da educação dos apóstolos foi o ensino de Jesus. É inegável que ele exerceu sobre os apóstolos considerável influência. Sua pregação, em geral, foi para os apóstolos, em primeiro termo, de grande proveito. Tudo o que aquele incomparável Doutor ensinava ao povo acerca do REINO DOS CÉUS, da natureza de Deus, de sua própria pessoa, da perfeição cristã, do amor fraternal e de sua futura Igreja, convinha principalmente aos discípulos e penetrava na mente e no coração deles, instruindo-os, capacitando-os.
Com muita frequência, Jesus sempre lhes propunha sua doutrina de forma especial, cuja finalidade era a formação apostólica dos escolhidos. Os evangelhos contêm um número considerável dessas instruções particulares, dessas lições tão concretas, tão cheias de vida, dirigidas somente aos apóstolos, por meio das quais seu Mestre lhes infundiu sua própria mente, demonstrou-lhes sua vontade, além de revelar-lhes a função presente e a futura deles; lições sobre a conduta deles que deveriam observar como pregadores do evangelho (Mt 10.41,42); lições de humildade (Mt 20.25-28; Mc 10.42-45), de paciência (Mc 9.38-40; Lc 9.49,50), de bom exemplo (Mt 18.6-9; Mc 9.31-49).
Que riqueza de ensinamento no sermão acerca do fim dos tempos (Mt 24.1-44) e no sermão de despedida, pronunciados respectivamente no Cenáculo e no caminho para o Getsêmani (Jo 13--17)!
Quanto mais adiante estudarmos estes textos comoventes, entenderemos quão apropriadas eram as condições morais dos apóstolos e quanta paciência e boa influência foram utilizadas para a transformação que Jesus queria operar na vida deles.
Papiro, planta aquática
 fartamente encontrada
 no delta do Nilo. 
Era utilizada principalmente
na produção do papiro, 
na preparação dos livros 
no Egito antigo.
Podemos perceber perfeitamente bem que, nas conversas familiares entre Cristo e os apóstolos, não havia ensinamento oculto algum propriamente dito, nada que, chegada a hora, não tivesse sido "preparado sobre os telhados", ou seja, com alguma restrição.
Jesus, este educador sem igual, sabia adaptar maravilhosamente suas instruções e seus conselhos às circunstâncias de cada caso. Ele revelava pouco a pouco e no momento oportuno aos seus discípulos aquelas verdades de difícil compreensão. Uma de suas repetidas frases pedagógicas era esta: Ainda tenho muito que vos dizer, mas vós não o podeis suportar agora (Jo 16.12). Quando sua doutrina apresentava alguma dificuldade de ser entendida, o Mestre pacientemente dava aos apóstolos quantas explicações fossem necessárias (Mt 13.36-43; 16.5-12).
Quanto trabalho não lhe custou, às vezes, fazer penetrar no tardio espírito deles alguns ensinamentos fundamentais e singulares sobre a necessidade da paixão, da morte e da ressurreição do Messias! Talvez, Jesus se lamentasse por essa lentidão intelectual; mas é admirável com que ardor e delicadeza os evangelistas transcreveram estas queixas, tão pouco gloriosas para os apóstolos!
Outra observação que nos permite entrever a excelência da pedagogia do Salvador é com relação à perfeição moral, visto que ele não exigia dos apóstolos nada senão aquilo que facilmente poderiam cumprir imediatamente. Esperava que eles se tornassem mais fortes, para que pudesse pedir-lhes sacrifícios mais difíceis (Mt 9.14-17).
O meio que Jesus empregou com mais feliz sucesso para educar os apóstolos foi, certamente, o amor paternal com que sempre os rodeou. E como poderiam resistir à semelhante ternura e não conceder a um Mestre tão amoroso tudo quanto ele desejava? A liderança de Jesus foi sempre como a de um amigo extremamente afetuoso. Formavam uma família unida, cuja cabeça, sempre respeitada, era o próprio Jesus Cristo (Mt 10.24,25; 23.8-10; Jo 13.13,14).
O Salvador tratava os apóstolos com termos carinhosos e ternos; chamava-os de amigos (Lc 12.4; Jo 15.14,15), de irmãos (Mt 25.40; 28.10; Jo 20.17). e de filhinhos (Jo 13.33). Com amor paternal, Jesus tinha todo cuidado para que nada lhes faltasse, sem esquecer de conceder-lhes alguns dias de repouso depois de suas grandes fadigas (Mc 6.30,31).
A bondade de Jesus para com eles era inesgotável, como eloquentemente demonstra, por si mesma, aquela observação do evangelista João ao começar a descrever a cena em que Jesus lavou os pés dos discípulos: Ora, antes da Festa da Páscoa, sabendo Jesus que já era chegada a sua hora de passar deste mundo para o Pai, como havia amado os seus que estavam no mundo, amou-os até ao fim (Jo 13.1). E assim, na solene oração (A ORAÇÃO SACERDOTAL DO SENHOR) dirigida ao seu Pai, ao sair do Cenáculo (Jo 17.6,8,12), recapitulando o tempo que os apóstolos haviam passado com ele, podemos dizer que Jesus tinha cumprido, para com os doze, todas as suas obrigações.
Sua influência era sempre suave. Ele penetrava na alma deles como se fosse um doce perfume. É notável que Jesus nunca tenha violentado o temperamento moral dos discípulos, pois não queria modificar a personalidade individual deles. Ao contrário, sempre se preocupava em corrigir os defeitos morais dos apóstolos, mas deixando-lhes suas características pessoais.
O afeto de Jesus, no entanto, seria sempre firme e vigoroso, sem cair na rigidez. Para o próprio bem daqueles a quem preparava para um ofício tão elevado, o Mestre não deixava passar as ocasiões de corrigir as imperfeições deles. Em suas repreensões, alternava a justa severidade (Mt 16.22,23; Mc 8.32,33) com a sutil delicadeza. Quanta doçura não existe nestas palavras: E, chegando, achou-os dormindo e disse a Pedro: Simão, dormes? Não podes vigiar uma hora? (Mc 14.37), e quão muda a reprovação daquele olhar que penetrou até o fundo do coração de Pedro, depois que este o negou (Lc 22.61)!
Para os discípulos, sempre foi grata a companhia do Mestre, pois permitia-lhes certa familiaridade que, por outro lado, nem por um instante, deixou de ser de muito respeito. Sempre é motivo de admiração a lealdade e a franqueza, paralelas à suavidade, do método de educação empregado por Jesus.
Por mais que se leiam e releiam nas histórias de todas as revoluções religiosas ou políticas que ocorreram no mundo, em nenhuma delas se achará, entre os chefes e os seus correligionários, entre o fundador e os seus cooperadores, aquele divino caráter de perfeita e severa sinceridade que reinava nas ações e na linguagem de Jesus Cristo para com os seus apóstolos.
Jesus os escolheu e os amou, confiou-lhes a sua obra, mas não concordou com as fraquezas deles, não usou de reticências, nem de estímulos aduladores, nem de promessas ou de esperanças exageradas para educá-los. Jesus lhes falou a verdade, etão-somente a verdade; e, em nome da verdade, ensinou-lhes seus mandamentos e transmitiu-lhes sua missão. E esta pedagogia do Salvador para com os seus apóstolos deu infinitos e grandiosos frutos!

Josué

JOSUÉ, A VIAGEM PARA CANAÃ.

Do Egito ao Sinai.

Trabalhando como soldado (Êx 17.8-16).

Trabalhando como servo

  • Durante toda a marcha do êxodo, Josué serviu como servo fiel de Moisés (Êx 24.13; Nm 11.28).
  • Na verdade, seu nome original, Oseias, foi mudado por Moisés para Josué, que significa "Senhor é Salvação" (Nm 13.16).
  • Ele era um homem cheio do Espírito de Deus (Nm 27.18; Dt 34.9).

No Sinai.

Ele acompanhou Moisés até certa altura em direção ao monte Sinai, onde o grande legislador recebeu os Dez Mandamentos (Êx 24.13; 32.17).

Do Sinai a Cades-Barneia.

Seu pedido para que os profetas Eldade e Medade fossem proibidos de profetizar no arraial foi negado por Moisés (Nm 11.26-29).

Em Cades-Barneia.

Sua viagem para a Terra Prometida. Josué, representando a tribo de Efraim, era um dos 12 homens enviados por Moisés para fazer uma busca na terra de Canaã (Nm 13.1-3,8,16).
Seu testemunho acerca da Terra Prometida. Depois do retorno dos 12 homens, apenas Josué e Calebe, fizeram um relato positivo sobre Canaã (Nm 14.6-9).
Eles disseram que Deus, de fato, deu uma terra que manava leite e mel.
Eles disseram que Deus, de fato, protegê-los-ia naquela terra (Nm 14.9)

De Cades-Barneia à margem oriental do rio Jordão

A preocupação do legislador (Nm 27.15-17).
O comando do Senhor (Nm 27.18-20).
Na margem oriental do rio Jordão.
Josué e Moisés (Dt 31.7,8,23).
Josué e Deus. - Deus garantiu vitória a Josué após a morte de Moisés (Dt 31.14,15). Deus Tranquilizou Josué após a morte de Moisés (Js 1.1-9).
  • O que Josué deveria fazer (Js 1.2,6,8).
  • O que Deus iria fazer (Js 1.3,5; 3.7).
Josué e o povo (Js 1.10,11; 3.5).
Josué e os sacerdotes (Js 3.6,13).
Josué e as duas tribos e meia (Js 1.12-18). - As tribos de Rúben, Gade e metade da tribo de Manassés apresentaram a Josué um acordo prévio que fizeram com Moisés.
O pedido envolvido: Que essas duas tribos e meia pudessem estabelecer-se na parte oriental do rio Jordão.
O requerimento envolvido: Esse pedido apenas seria dado caso concordassem em atravessar o rio Jordão e ajudar as nove tribos e meia restantes a derrotar os cananeus.
Josué e os dois espiões (Js 2.1-23).
  • A sua viagem (Js 2.1).
  • O seu testemunho (Js 2.23,24).

JOSUÉ, A TOMADA DE CANAÃ

A travessia envolvida.
O caminho do rio (Js 3.15-17; 4.17,18).
  • Os sacerdotes avançaram rumo ao rio, levando a arca do concerto.
  • Quando os pés deles tocaram as águas, o Jordão se abriu.
  • Depois que toda Israel atravessou até chegar à terra seca, os sacerdotes saíram, fazendo as águas voltarem.
A pirâmide de pedras.
Na margem oeste (antes das águas retornarem), Josué escolheu 12 homens, um de cada tribo, para uma tarefa especial (Js 4.1-9,20-24).
  • O que eles deveriam fazer. - Cada um deveria levar uma pedra do meio do Jordão para ser usada na construção de uma pilha na margem oeste.
  • Porque deveriam fazer isso. - Essas pedras serviriam como memorial para as gerações seguintes, lembrando-as da fidelidade de Deus em repartir o rio.
  • O próprio Josué construiu uma pilha de pedras no meio do Jordão por um propósito similar.
O pânico das nações (Js 5.1).
A purificação do povo (Js 5.2-9).
  • A necessidade envolvida. - Ninguém do sexo masculino em toda essa geração, com exceção de Josué e Calebe, foi circuncidado conforme prescrito por Abraão.
  • O nome envolvido. - O local em que a cerimônia ocorreu chamava-se Gilgal, que significa "rolou", nesse caso, o opróbrio do Egito.
A Páscoa do Cordeiro (Js 5.10).
A provisão da terra (Js 5.11,12).
A presença do Senhor.
  • A guerra por Cristo (Js 5.13).
  • A adoração de Cristo (Js 5.14,15).
 A campanha envolvida.
1) A campanha central - Aqui, a ação principal aconteceu em duas cidades e sobre duas montanhas.
As duas cidades
JERICÓ - Josué recebeu instruções de Deus sobre a batalha contra Jericó (Js 6.1-25).
O que Israel deveria fazer.
  • O exército deveria marchar em volta da cidade uma vez por dia durante seis dias seguidos.
  • No sétimo dia, o exército deveria marchar sete vezes ao redor de Jericó.
  • Durante a sétima volta, os sacerdotes deveriam seguir com ele, soando as trombetas.
  • O povo deveria dar um forte grito.
  • Nenhum soldado deveria pegar espólios para si.
  • Apenas Raabe, a prostituta, sua família imediata e qualquer um que se achasse em sua casa deveria ser poupado.
O que Deus faria.

  • Ele prometeu fazer com que os muros de Jericó desmoronassem.
  • Deus cumpriu Sua palavra, e Jericó foi tomada.
O que Josué fez então. - Ele pronunciou um juramento profético sobre a cidade devastada.
Nota: veja, em 1 Reis 16.24, o maravilhoso cumprimento dessa profecia.
AI - Josué enviou três mil soldados para derrotar o inimigo em Ai, mas suas próprias tropas foram derrotadas completamente (Js 7.1-26).
A preocupação com essa derrota.
  • Josué arrancou suas roupas, jogou pó sobre a cabeça e prostrou-se de rosto diante da arca de Deus.
  • Ele então se queixou ao Senhor por permitir essa derrota, sugerindo que teria sido melhor se Israel permanecesse na margem oriente do Jordão.
As causas que levaram à derrota.
  • A repreensão de Deus - Ele disse a Josué que parasse de queixar-se e ficasse de pé.
  • A revelação de Deus - Josué foi informado de que Israel perdeu a batalha por causa do pecado. Alguém desobedeceu ao roubar e mentir.
A rota de ação em luz dessa derrota. Deus disse a Josué que, na manhã seguinte, ele revelaria a tribo específica envolvida, depois o clã dentro da tribo e, por fim, a família culpada dentro do clã.
O acusado punido por essa derrota. O dedo divino apontou para a tribo de Judá, o clã dos zeraítas, e para a família de Zabdi, a família imediata de Acã.

  • O que ele fez. Acã confessou ter roubado uma boa túnica babilônica, 200 siclos de prata e uma cunha de ouro.
  • Como ele morreu. Acã e sua família (que, sem dúvidas, tiveram parte no crime) foram apedrejados até a morte, e seus corpos foram queimados.
A conquista seguinte a essa derrota.  Josué tinha, agora, a certeza de que Israel seria capaz de derrotar Ai e rapidamente concebeu um plano de batalha (Js 8.1-28).
  • Ele escolheu 30 mil de seus melhores homens para lutarem, que foram encomendados para prepararem emboscadas atrás da cidade de Ai.
  • Josué, então, atacou Ai com outro exército e fingiu recuar, para que o inimigo pudesse ser retirado da cidade para o contra-ataque.
  • Quando isso aconteceu, os 30 mil homens entraram em Ai e destruíram-na.
Os dois montes (Js 8.30-35).
  • Josué construiu um altar no monte Ebal conforme Moisés havia comandado.
  • Ele o fez de pedras rústicas, nas quais nenhuma ferramenta de ferro tinha sido usada.
  • Enquanto o povo observava, ele talhou nas pedras os Dez Mandamentos.
  • Ele, então, sacrificou ofertas de paz no altar.
  • Por fim, ele pediu que os sacerdotes lessem em voz alta toda a Lei de Moisés ao povo. As bênçãos por obedecer à lei foram lidas do topo do monte Gerezim. As maldições por desobedecer à lei foram lidas do topo do monte Ebal.
A campanha do sul.
A enganação de Josué. Josué foi enganado por um grupo pagão em Canaã, conhecido como gibeonitas (Js 9.1-27).
O conteúdo dessa enganação. Como enganaram Josué. Uma delegação reuniu-se com Josué, fingindo ter vindo de um país distante. Eles carregavam sacos e odres de vinho velhos. Eles usavam sapatos e vestes velhas. Seu estoque de comida estava seco e bolorento (Js 9.3-13).
Por que enganaram Josué. Eles temiam o poder militar de Israel e perceberam que Josué não assinaria um tratado de paz com os cananeus locais, que eram eles. Mas ele o faria com uma delegação de um país distante.
O motivo dessa enganação; Por que Israel e Josué caíram nesse truque? O motivo é dado em poucas palavras. É dito que os israelitas não pediram conselho à boca do SENHOR (Js 9.14).
As consequências que seguiram essa enganação. Apenas depois de assinar o tratado é que Josué descobriu a verdade. O inimigo não podia ser atacado. Josué, entretanto, deu-os como rachadores de lenha e tiradores de águas (Js 9.27).
A destruição por Josué. Josué declarou guerra a Adoni-Zedeque, rei de Jerusalém, e seus aliados (Js 10.1-27).
O motivo da batalha. Adoni-Zedeque atacou os gibeonitas por assinarem um tratado de paz com Josué. A cidade de Gibeão apelou a Josué para obter ajuda. 
A garantia antes da batalha (Js 10.8).
Os resultados da batalha.  Deus lançou grandes pedras de saraiva do céu sobre o inimigo. Josué, então, realizou um dos grandes milagres encontrados no Antigo Testamento (Js 10.12-14).
A represália após a batalha. Após a grande vitória, Josué capturou e executou os cinco reis inimigos que declararam guerra contra ele (Js 10.26). Ele, então, conquistou as oito principais cidades cananeias do sul (Js 10.28-43).
A campanha do norte.
Josué derrotou as forças aliadas do norte de Canaã próximas às águas de Merom, logo ao norte do mar da Galileia (Js 11.1-22).
  • Ele queimou Hazor, a principal cidade da confederação.
  • Ele incapacitou os cavalos do inimigo e queimou seus carros (Js 11.23).

JOSUÉ, O TEMPO EM CANAÃ.

A divisão dos lotes. Ele dividiu a terra entre as doze tribos.
Os grupos envolvidos. Ele foi auxiliado por Eleazar, o sumo sacerdote, e pelos líderes de Israel (Js 19.51).
O lugar envolvido. Isso foi feito em Siló, onde se localizava o tabernáculo (Js 18.1,10).
O procedimento envolvido. O loteamento foi determinado pela fundição dos lotes (Js 18.10; 19.51).
As partes envolvidas. A terra a leste do Jordão, atribuída às duas tribos e meia (Js 13.15-32). A terra a oeste do Jordão, atribuída às nove tribos e meia (Js 15--19).
O campeão de Deus - Calebe (Js 14.7-17).
  • Sua revisitação do passado (Js 14.7-11).
  • Seu pedido para o futuro (Js 14.12).
As cidades de refúgio.
Josué designou as seis cidades de refúgio (Js 20.1-9).
Cidades a oeste do rio Jordão.
  • Quedes, na tribo de Naftali.
  • Siquém, na tribo de Efraim.
  • Hebrom, na tribo de Judá.
Cidades a leste do rio Jordão.
  • Bezer, na tribo de Rúben.
  • Ramote, na tribo de Gade.
  • Golã, na tribo de Manassés.
O desafio de fé.
Oferecido por Josué às duas tribos e meia (Js 22.1-34).
O conteúdo da mensagem. Ele elogiou-os por sua obediência a Deus no lado oeste do rio (Js 22.2,3).
Ele advertiu-os a permanecerem em obediência no lado leste do rio (Js 23.4,5).
A confusão após a mensagem. 
O que as duas tribos e meia fizeram na verdade. A caminho de casa, construíram um altar na margem oeste do Jordão antes de atravessarem, como lembrete de sua herança em comum com as nove tribos e meia restantes. 
O que as nove tribos e meia achavam que tinham feito. A princípio, elas interpretaram erroneamente a situação, considerando-a um altar de rebelião. A questão foi logo esclarecida, evitando uma possível guerra civil.
Oferecido por Josué às nove tribos e meia (Js 23.1-16).
Ele reviu o que Deus fez por eles no passado.
Oferecido por Josué a toda nação (Js 24.1-28).
O concerto de Deus com Israel foi repassado.
Josué sumarizou a fidelidade de Deus no passado (Js 24.1-13).
  • Ele trouxe Abraão de uma terra pagã para Canaã. 
  • Ele deu-lhe muitos descendentes por intermédio de Isque e Jacó. 
  • Ele chamou Israel para fora do Egito. 
  • Ele lutou contra as batalhas de Israel no deserto. Ele trouxe a sua geração para a Terra Prometida.
O concerto de Deus com Israel foi renovado.
A consagração do povo. O povo prometeu temer, obedecer e servir ao Senhor.
O contrato do profeta. Josué apresentou ao povo os termos do acordo, registrando-os no Livro da Lei de Deus. Ele, então, pegou uma grande pedra e a colocou sob um carvalho, próximo ao tabernáculo, para servir de lembrete desse concerto renovado. Josué morreu com 110 anos de idade e foi enterrado na zona montanhosa de Efraim (Js 24.29,30).

SUMÁRIO TEOLÓGICO

Josué é referido apenas em duas ocasiões no Novo Testamento, e ambas encontram-se no livro de Hebreus. Sua fragilidade é mencionada. O autor mostrou que Josué era inferior a Jesus, pois ele era incapaz de oferecer aquele perfeito descanso que somente Cristo é capaz de oferecer (Hb 4.8,9).
Sua fé é mencionada (Hb 11.30).

DADOS

Pai: Num (Êx 33.11).
Citado pela primeira vez na Bíblia: Êxodo 17.9.
Citado pela última vez: Hebreus 4.8.
Significado do nome: "SENHOR Salva" ou "SENHOR é Salvação".
Mencionado: 201 vezes.
Livros da Bíblia que citam Josué (1): oito livros (Êxodo, Números, Deuteronômio, Josué, Juízes, 1 Reis, 1 Crônicas, Hebreus).
Cargos: soldado e líder nacional (Êx 17.9; Dt 34.9).
Lugar onde nasceu: Egito.
Lugar onde morreu: região montanhosa de Efraim (Js 24.9,30).
Idade que tinha quando morreu: 110 anos de idade (Js 24.29).
Detalhe importante da vida de Josué (1): ele foi o sucessor de Moisés que levou Israel para a Terra Prometida (Js 1.1-3).

O LIVRO DOS JUBILEUS E O SÁBADO

Ao lermos sobre o sábado em nosso tempo, quando a prática de guardar o sábado cristão foi praticamente revogada, é fácil descartar o desejo apaixonado de obedecer ao sábado em plena medida como resultado de tendências judaicas legalistas. No entanto, é importante ver que nosso autor viu a quebra do sábado como apenas uma questão superficial, revelando o problema real, que se escondia no coração incrédulo do quebrador de alianças. A guarda do sábado deveria ser realizada não em obediência legalista seca, mas como o santo dever do coração redimido: "Eles devem guardar o sábado e não o abandonarão no erro de seus corações". 
O livro de Jubileus é um pseudepígrafo conhecido [1] antes de Qumran a partir de uma completa tradução etíope e parcial de grego, latim e siríaco / aramaico. Jubileus foi composto inteiramente em hebraico, depois traduzido para o grego e do grego para o etiópico, no qual somente o idioma existe em sua totalidade. [2] Ele apareceu pela primeira vez em um grande número de fragmentos principalmente pequenos em seu original hebraico em cinco cavernas de Qumran. Segundo Lane, o trabalho é uma recontagem midrashic da história de Gênesis (e o começo de Êxodo) na forma de uma revelação transmitida pelos anjos a Moisés. [3] Nickelsburg salienta que o Livro dos Jubileus é um extensa elaboração de Gênesis 1 - Êxodo 12. [4] VanderKam resume sucintamente o conteúdo geral do livro:
A revelação revela-se um ensaio fortemente editado do material, de Gênesis 1 a Êxodo 20, que é gravado na cronologia, que divide o tempo em unidades de 49 anos (Jubileus), cada um dos quais composto por 'sete semanas de anos'. [5]
O objetivo do autor era defender o judaísmo contra os efeitos desintegrantes do helenismo , e os vários meios pelos quais ele fez isso serão discutidos abaixo. Segundo Ferguson, os pecados [6] mais freqüentemente e fortemente opostos no livro dos Jubileus são idolatria, fornicação e consumo de sangue. [7]

Os pontos de resumo

  • Primeiro, a origem celestial do sábado é afirmada não apenas no sentido em que Deus emitiu a ordem, mas também porque a guarda do sábado está no coração da própria vida celestial (2: 17-19; 6: 30b-31).
  • Segundo, o sábado vem como um sinal da aliança. Deus escolheu Israel dentre todas as nações e ordenou que ela guardasse o sábado. Israel e o sábado estão eternamente unidos, porque YHWH santificou os dois (2: 19-22).
  • Terceiro, a pena de morte deveria ser aplicada a qualquer pessoa que violasse o sábado ou de alguma forma o profanasse (2:26; 50: 13b).
  • Quarto, a observância do sábado não era primariamente de caráter externo e superficial, mas um dever interno do coração (2: 28-29).
  • Quinto, o sábado deveria ser obedecido sem nenhuma invenção do homem, totalmente e sem qualquer compromisso ou evitação (2: 29-30).
  • Sexto, o sábado semanal era maior do que qualquer das festas de Israel. Nenhum sábado, como a maior de todas as festas de Israel, deveria ser ofuscado por outras atividades festivas que o deus de Israel também decretou. As festas não podiam substituir o sábado. O único meio de conseguir isso é ordenar a vida de acordo com o calendário celestial de 364 dias (6: 32-33).
  • Sétimo, o relacionamento sexual, contemplar / falar sobre qualquer atividade comercial ou mesmo tirar água era proibido no sábado (50: 8-10). A lista de proibições também inclui viajar, cultivar, criar fogo, montar em qualquer tipo de animal, atacar ou matar qualquer coisa, pegar um ser vivo, jejuar ou fazer guerra (50: 12b-13a).
  • Oitavo, a observância do sábado deveria ser caracterizada por alegria e satisfação (50: 10a).
  • Nono, apenas a adoração no templo tem precedência sobre a observância do mandamento do sábado (50: 10b-12a).

Aqui estão algumas unidades de texto a serem consideradas: 

Jub. 2: 17-36
Esta passagem pode ser dividida em várias seções para fins de estudo. Primeiro, as origens celestiais da observância do sábado são afirmadas em 2: 17-19a, onde é discutida a observância do sábado celestial. YHWH e os anjos de sua presença estão envolvidos na prática contínua da observância do sábado. Os anjos afirmam a Israel,
Ele nos ordenou que guardássemos o sábado com Ele no céu e na terra.
A doutrina da Supremacia da Lei, manifestada na guarda celestial do sábado, encontra sua aplicação nesta passagem como em muitas outras.
Segundo, Israel é estabelecido como eleito entre as nações em 2: 19b-21a. A eleição e separação de Israel de todas as outras nações da Terra parece ser um tema recorrente na literatura do Segundo Segundo Templo e especialmente aqui no Livro dos Jubileus . O Criador é citado aqui:
Eis que separarei para mim um povo de todos os povos, e estes guardarão o dia de sábado.
A eleição da aliança é a própria base de qualquer coisa que seja escrita ou inferida de alguma forma neste livro. Nosso autor estava propositadamente traçando paralelos entre Israel e o sábado. YHWH abençoou e santificou tanto Israel como o sábado; portanto, guardar o sábado é um meio pelo qual a santidade de Israel é marcada.
Terceiro, em 2: 21b-22a, o sábado é apresentado como um sinal da aliança , remontando a 2:17. É no contexto dessa eleição da aliança que percebemos que o sábado é um mandamento muito especial. É um mandamento e um sinal do relacionamento especial e de aliança entre Israel e seu Deus:
Assim, Ele criou nele um sinal de acordo com o qual eles deveriam guardar o sábado.
A adesão estrita a esse mandamento equivale a um compromisso apaixonado com o deus que o emitiu. Isso veremos mais tarde em mais detalhes. Os autores não poupam esforços no estabelecimento da relação de aliança de Israel com seu deus como ênfase neste trabalho. Em outros escritos judaicos, a idéia de que o sábado era algo "pessoal" apenas entre YHWH e Israel é ainda mais clara. Talvez a idéia mais radical que exemplifique esse tipo de exclusivismo seja a idéia de que os gentios que guardariam o sábado cometeriam adultério fazendo isso, porque somente Israel é a noiva de YHWH . [8] De acordo com Doering,nesse livro exclusivo, o livro de Jubileus difere bastante dos escritos da diáspora judaica de língua grega, onde o inclusivismo e a comunalidade são frequentemente enfatizados como argumentado por Aristóbulo (fragmento 5), Philo (Opif. 89-128; Mos. 2:21) e Josefo (Ag. Ap. 2: 282) . [9]
Quarto, uma dica para a futura doutrina da origem celestial da língua hebraica é dada em 2: 22b-23. Isso aparece em outras partes do livro dos Jubileus , estabelecendo a conexão de Israel com as origens divinas (criação e convênio) conectando gerações de fiéis, bem como os tipos de criação feitos por YHWH com as 22 letras da língua hebraica:
Havia (vinte e duas) cabeças da humanidade, de Adão a Jacó, e vinte e dois tipos de trabalho foram feitos até o sétimo dia. 
Quinto, o castigo severo é enfatizado por violar o sábado. Do ponto de vista de nosso autor, nada menos que a assinatura completa dos padrões da Torá do deus de Israel garantiria a lealdade de YHWH a Israel. Esse rigor, é claro, precisa ser visto no contexto do grande privilégio, grande eleição e grande sinal dado a Israel. Portanto, o desrespeito a essas grandes coisas deve receber uma ação disciplinar apropriada:
Quem fizer alguma obra sobre ela morrerá, e quem a profanar, certamente morrerá.
Sexto, em 2: 28-29a, é claro que quebrar esse mandamento é um problema relacionado ao coração. Ao lermos sobre o sábado em nosso tempo, quando a prática de guardar o sábado cristão foi praticamente revogada, é fácil descartar o desejo apaixonado de obedecer ao sábado em plena medida como resultado de tendências judaicas legalistas. No entanto, é importante ver que nosso autor viu a quebra do sábado como apenas uma questão superficial, revelando o problema real, que se escondia no coração incrédulo do quebrador de alianças. A guarda do sábado deveria ser realizada não em obediência legalista, mas como o santo dever do coração redimido :
Devem guardar o sábado e não abandoná-lo no erro de seus corações.
Sétimo, o cumprimento intransigente do mandamento é exigido em 2: 29b-30a. O livro dos Jubileus não sabe nada sobre a construção de Erub para a guarda mais conveniente do sábado, uma prática que havia se desenvolvido na época da composição dos Targums. [10] É assim que vemos neste livro um chamado inflexível à total obediência às ordenanças do deus de Israel, especialmente às ordenanças do sábado:
Não trazer para dentro ou tirar através de seus portões nenhum fardo, que eles não haviam preparado para si no sexto dia em suas habitações.
Oitavo, em 2: 30-36, é dado um resumo sucinto do capítulo, citando as origens antigas e celestes do mandamento e enfatizando o privilégio da aliança de Israel que deve ser transmitido às gerações futuras do povo eleito de YHWH:
Mantivemos o sábado no céu antes que se tornasse conhecido por toda a carne que o sábado fosse guardado na terra. E o Criador de todas as coisas a abençoou, mas ele não santificou todos os povos e nações para guardar o sábado, mas somente Israel ... Esta lei e testemunho foram dados aos filhos de Israel como uma lei para sempre em suas gerações.
Qual é a razão por trás do chamado à estrita obediência à lei do deus de Israel? Isso ocorre porque a comunidade celestial está comprometida em fazer o mesmo e o fez muito antes de Israel ser ordenado a ingressar na empresa.
Jub. 6: 30-38
Neste segundo pericópio, mais uma vez dividirei o texto de acordo com as quebras lógicas para fins de organização do material. Primeiro, a origem celestial é estabelecida em 6: 30b-31:
Assim, é gravado e ordenado nas tábuas celestiais. E não há negligência (este mandamento) por um único ano ou de ano para ano.
Assim como a validade do tabernáculo de Moisés é estabelecida pelo original que está no céu (Hb 8: 5), também este calendário terrestre de 364 dias deve ser observado devido às suas origens celestiais. Mais uma vez, a idéia da supremacia da lei é apresentada e validada nesta seção.
Segundo, o número de dias no ano inteiro é estabelecido em 6: 32-33a. Wintermute é mais uma vez útil aqui: o autor acreditava que havia um valor teológico inerente a certos tempos especiais. Ao contrário do homem moderno, ele não se limitou à medição quantitativa ou contagem de dias a partir de um ponto de partida arbitrário. Para ele, os dias também devem ser divididos em uma escala qualitativa em relação à sua santidade. Alguns dias foram sagrados e outros profanos. [11] Nenhuma das festas jamais ocorreu aos sábados:
Que eles observem os anos de acordo com esse acerto de contas - trezentos e sessenta e quatro dias, e (estes) constituirão um ano completo, e eles não perturbarão seu tempo desde seus dias e de suas festas. 
Nenhum sábado, como a maior de todas as festas de Israel , deveria ser ofuscado por outras atividades de férias que o deus de Israel decretou. A estrita obediência à Lei significava simplesmente que todos os mandamentos deviam ser obedecidos. Celebrar o sábado e as festas no mesmo dia era tentar “matar dois coelhos com uma cajadada”. Isso era completamente inaceitável em vista da natureza da lei e da história do povo da aliança.
Terceiro, as onerosas conseqüências de seguir a contagem incorreta de dias são apresentadas em 6: 33-38:
Eles perturbarão todas as suas estações e os anos serão desalojados desta (ordem) ... todos os filhos de Israel ... esquecerão as novas luas, estações e sábados.
Esquecer os dias sagrados de YHWH é igual a andar "de acordo com as festas dos gentios após seu erro e após sua ignorância".
Jub. 50: 8-13
O terceiro e último grande pericópio enfatiza novamente a eleição da aliança de Deus em Israel. Mas ele não apenas reafirma esse fato, mas continua a expor o que exatamente constitui a quebra do sábado .
Primeiro, neste último pericópio em consideração, em 50: 8-10a, nosso autor descreve algumas das obras proibidas no sábado, incluindo a proibição de relações sexuais no sábado, falando sobre negócios e tirar água. [12]
Quem profanar naquele dia, quem se deitar com (sua) esposa ou quem disser que fará algo a respeito, partirá para uma jornada a respeito de qualquer compra ou venda: e quem tirar água sobre a qual não preparou para si mesmo no sexto dia.
A lei não pode ser suprema na vida de um ser humano se, no sábado, coisas comuns forem feitas. Todos os dias são de YHWH, mas o sábado tem um selo de aprovação especial . Este é o dia da autodisciplina, do desenvolvimento da confiança na provisão de Deus, da confissão, uma vez por semana, de que o deus de Israel é o Senhor desse guardião da aliança em particular.
Segundo, ele afirma a razão da imensa importância atribuída à guarda do sábado em 50: 10a:
Grande é a honra que YHWH concedeu a Israel que eles devessem comer, beber e se satisfazer neste dia de festa.
Mais uma vez, o privilégio eleitoral dado a Israel por seu Deus é evocado. É uma honra que não foi oferecida a nenhuma outra pessoa na face da terra. O sábado é tão santo que somente o trabalho celestial é permitido . Não pode ser contaminado com as coisas boas deste mundo, mas pode ser preenchido apenas com as coisas boas do mundo vindouro.
Terceiro, a obra celestial (adoração) permitida é brevemente discutida em 50: 10b-12a,
Descanse sobre todo o trabalho que pertence ao trabalho dos filhos dos homens, exceto o incenso incendiado e trazendo oblações e sacrifícios diante de YHWH ... Esse trabalho sozinho será feito nos dias de sábado no santuário de YHWH, seu Deus.
Não é trabalho que é realmente proibido no sábado, mas trabalho. Afinal, a palavra "adoração" pode ser traduzida como trabalho. Nesse sentido, é uma obra de outro tipo.
Quarto, mais tipos de trabalho que são proibidos estão listados em 50: 12b-13a. O autor afirma que,
... todo homem que faz algum trabalho ou faz uma jornada ou cultiva (sua) fazenda, seja em casa ou em qualquer outro lugar, e quem acende uma fogueira, monta em qualquer animal ou viaja de navio no mar e quem atacar ou matar qualquer coisa, ou matar um animal ou um pássaro, ou quem pegar um animal, um pássaro ou um peixe, ou quem jejuar ou fizer guerra aos sábados ...
não pode fazer parte da comunidade de cumprimento de convênios que o autor dos Jubileus imaginou. Como veremos mais adiante, as guerras dos Macabeus formarão um desafio especial para as várias comunidades judaicas da época. Todos eles lidariam com os problemas de maneiras diferentes. Alguns alterariam radicalmente a prática do sábado, outros o moderariam, e alguns como esse grupo permaneceriam com a interpretação tradicional e seriam testemunhas entre as pessoas em uma era de compromisso.
Quinto, a conclusão-resumo segue em 50: 13b com um lembrete severo da penalidade da quebra do sábado , a responsabilidade eleitoral dos filhos de Israel para a terra de YHWH, uma lembrança da origem celestial do sábado e a numeração / divisão correta de tempo:
O homem que fizer alguma dessas coisas no sábado morrerá, para que os filhos de Israel observem os sábados de acordo com os mandamentos relativos aos sábados da terra, como está escrito nas tábuas, que Ele deu em minhas mãos que Devo escrever para ti as leis das estações, e as estações segundo a divisão dos seus dias. Aqui é completada a conta da divisão dos dias.
Manter o festival certo no dia certo era uma questão central, e não periférica, na mente de pelo menos alguns representantes da comunidade judaica do período do final do segundo templo. A penalidade pela quebra do sábado foi a morte , significando mais uma vez a supremacia da Lei em geral e a natureza do sinal da aliança pertencente a ela em particular. Quando “roubar” (Lev. 6: 2-7) e até mesmo “sexo estupro / antes do casamento” (Dt. 22: 28-29) são puníveis com ações corretivas, mas a quebra do sábado com a penalidade máxima (morte), alguém é forçado a reconhecer o significado desproporcional desse mandamento em comparação com muitos outros e, portanto, a considerar o que ele representa para o povo de Israel.

[1] Existem várias escolas de pensamento com relação ao que realmente constitui Apócrifos e Pseudepígrafos. Nomeadamente, protestantes e católicos definiram esses nomes de maneira diferente. Apócrifos, os livros de idade semelhante aos do cânon, são chamados deuterocanônicos pelos teólogos católicos. Pseudepigrapha são as coleções de livros do final do segundo templo que são geralmente atribuídos a figuras bíblicas. Esses termos, em muitos aspectos, sobreviveram a si mesmos e às vezes são mais confusos do que úteis.

[2] Veja Nickelsburg, Literatura Judaica , 79.

[3] Ver Allen Lane, The Complete Dead Sea Scrolls em inglês (Nova York: Penguin Books, 1997), 507.

[4] Veja Nickelsburg, Jewish Literature , 73.

[5] James VanderKam, "Livro dos Jubileus ", no The Anchor Bible Dictionary, vol. 3 (Nova York: Doubleday, 1992), 1030.

[6] Curiosamente, esses foram os três pecados contra os quais os cristãos judeus se reuniram em Jerusalém alertaram ao escrever aos gentios conversos sobre o que eles podem ou não fazer (Atos 15:20, 29).

[7] Ver Everett Ferguson, Antecedentes do cristianismo primitivo (Grand Rapids: Eerdmans, 2003), 451.

[8] Ver Doering, “O conceito do sábado”, 190.

[9] Ibidem.

[10] Erub é uma estrutura especial que é de propriedade conjunta e é compartilhada por várias famílias que moram perto, o que permite obter comida dentro e fora da casa de uma maneira que tecnicamente não quebra a letra do mandamento do sábado.

[11] Wintermute, " Jubilees ", 38.

[12] Este é outro vínculo com o documento de Damasco .

Este artigo é parte dos cursos de Hebraico Bíblico da 
Texto por: Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg - Categoria - Bíblia Hebraica
Edição e formatação: Costumes Bíblicos

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