COSTUMES BÍBLICOS: 2020


GOG E MAGOG - ESCATOLOGIA JUDAICA

A Garganta de Darial antes de 1906.
FOTO: As Portas de Alexandre foram uma barreira lendária construída por Alexandre, o Grande no Cáucaso visando impedir os bárbaros não-civilizados do norte (associados tipicamente com os personagens bíblicos Gog e Magog) de invadir as terras ao sul. As Portas eram um tema popular na literatura de viagem medieval desde o Romance de Alexandre, em versão que data provavelmente do século VI.
A muralha frequentemente é identificada com as Portas Cáspias de Derbent, na Rússia, e com a Garganta de Dariel (ou Darial), e até mesmo com a chamada "Muralha de Alexandre", a Grande Muralha de Gurgã, na margem sudeste do mar Cáspio, dos quais 180 quilômetros ainda existem nos dias de hoje, embora em mau estado de conservação. [Continue lendo]⟱

Magog é mencionado (Gn 10.2; 1Cr 1.5) como o segundo filho de Jafé, entre Gomer e Madai. Gomer representando os cimérios e Madai, os medos, Magog parece ter sido algum povo que habitava à leste dos cimérios e a oeste dos medos. Mas na lista de nações (Gn 10) o termo conota o complexo de povos bárbaros que residiam no extremo norte e nordeste do levantamento geográfico coberto pelo capítulo. Josefo ("Ant." Ii. 6, § 1) identifica-os com os "citas", um nome que entre escritores clássicos representa um número de tribos ferozes desconhecidas. De acordo com Jerônimo, Magog estava situado além do Cáucaso, perto do mar Cáspio. É muito provável que o nome seja de origem caucasiana, mas as etimologias advindas do persa e de outros dialetos indo-europeus não são convincentes. Em Ez 38.2 "Magog" ocorre como o nome de um país (com o artigo definido); em Ez 39.6 como a de um povo do norte, cujo líder é Gog.
Gog tem sido identificado, de variados modos, com Giges, rei da Lídia, que é chamado Gügu nos registros de Assurbanipal, e com o nome geográfico, Gagaia, referido nas cartas de Tell el-Amama como país de bárbaros. Nos escritos de Ras Shamra achou-se um deus, Gaga, identificação esta que também tem sido sugerida (Emuna Elish, III: linha 2). Outros têm visto em Gog uma personagem histórica tal como Alexandre Magno. A sugestão mais provável é a primeira, mas a origem do nome é menos relevante do que aquilo que simboliza, a saber: o cabeça personificado das forças do mal que intentam a destruição do povo judeu. O nome Magog é desconhecido nas Escrituras Judaicas senão pela referência em Gênesis 10.2 (= 1 Cr 1.5), onde é um filho de Jafé e o fundador de uma nação. Em Apocalipse 20.8, Magog é uma pessoa associada a Gog, mas em Ezequiel apalavra quase certamente visa representar o país onde morava Gog. A descrição de Gog como príncipe-chefe de Meseq e Tubal é uma tentativa de dar sentido a um trecho hebraico difícil. Se pudesse ser confirmado um topónimo "Rosh", a melhor tradução seria: "príncipe de Rosh, Meseq e Tubal", mas na falta de qualquer identificação satisfatória, e tendo em vista  a frequente ligação entre os nomes Meseq e Tubal (Gn 10.2 = 1 Cr 1.5; Ez 27.13; 32.26), devemos supor que rosh (= "cabeça", "chefe") está em aposição à palavra príncipe, ou mesmo é uma glosa sobre ela. As tribos mencionadas são Moscoi e Tibarenoi.
Como dissemos, este "Gog" já foi identificado com "Giges da Lídia", mas é evidentemente uma invenção livre de "Magog", da tradição popular ou do autor do capítulo. A descrição vívida da invasão indica que o escritor, seja de conhecimento pessoal ou de boato, estava familiarizado com um desastra do tipo. Provavelmente, os estragos cometidos pelos citas sob Josias (comp. Heródoto, i. 103, iv. 11) forneceram-lhe seu material ilustrativo. Como contido em Ezequiel, a profecia faz parte do caráter da predição apocalíptica; isto é, não é descritivo de eventos, mas preditivo de um modo m´stico de acontecimentos ainda por ocorrer, de acordo com a teologia especulativa do escritor. A teoria de Winkler ("Alt-Oriental. Forschungen, ii. 137, iii. 36) é que Alexandre, o Grande, e sua invasão são o pano de fundo. Mas isso antecipa o desenvolvimento da lenda de Gog da profecia bíblica.

O mito de Gog é provavelmente parte de um ciclo que remonta aos relatos da Criação Babilônico-Assíria (a luta e a derrota do Dragão) e, por outro lado, entra em grande parte na escatologia do Judaísmo e do Cristianismo (ver Bousset, "The Anti-Christ Legend", Londres, 1896; Gunkel, "Schöpfung und Chaos", Göttingen, 1895).

Na Tradição Islâmica:

Gog e Magog, ou Yajuj e Majuj entre os árabes, são mencionados no Corão e pela maioria dos geógrafos árabes como povos mais ou menos míticos. O interesse principal concentra-se em dois pontos: (1) o muro construído por Dhu al-Karnain (Alexandre, o Grande) para isolá-los do resto do mundo e (2) seu reaparecimento como um sinal do último dia. Geograficamente, eles representam o nordeste extremo e são colocados nas bordas do mar, que circunda a terra. Descendente de Jafé, filho de Noé, eles são vinte e quatro tribos. Seis destes são conhecidos pelo nome (sendo uma, os turcos); e o número de cada tribo é igual ao de todas as outras pessoas no mundo. Alguns dizem que pertenciam aos kazares, que são todos judeus (Yakut, ii. 440). Eles são de pequena estatura , atingindo apenas metade do tamanho de um homem (outro relatório, em Yakut, i. 113, os torna maiores). Muito  ferozes, eles têm garras em vez de unhas, dentes como um leão, mandíbulas como um camelo e cabelos que escondem completamente o corpo. Suas orelhas, peludas de um lado, são tão grandes que usam uma para uma cama e a outra como coberta. Eles vivem principalmente de peixes, que são milagrosamente fornecidos para eles. Eles se parecem com animais em seus hábitos; e Masudi os classifica entre os animais. Eles costumavam devastar o país, devorando todas as coisas verdes; e foi para evitar isso que os povos que moravam perto deles imploraram a Alexandre que construísse a muralha, fechando-as. Dizem até que eram canibais (Baidawi). Supõe-se que tal muro tenha existido em Derbent, embora em tempos posteriores parece ter se confundido com a Grande Muralha da China (Abu al Fida). Os geógrafos frequentemente citam um relato dado por Sallam, o intérprete. O califa Wathi Billah viu a muralha destruída em um sonho e enviou Sallam para investigar. Este último relata coisas maravilhosas dos países através dos quais ele passou a caminho para lá, e dá uma descrição minuciosa da própria muralha; ela foi construída em um desfiladeiro de 150 côvados de largura e alcançava o topo das montanhas. Construído de tijolos de ferro embebidos em latão fundido, tinha uma aparência peculiar de listras vermelhas e pretas. Nele havia um imenso portão provido de um ferrolho gigante, fechadura e chave, sendo que esta estava suspensa por uma corrente. Yakut observa nesta história que Deus, que conhece todas as coisas, também sabe se é verdade ou não, mas da existência do muro não pode haver dúvida, uma vez que é mencionado no livro sagrado.

Como um dos sinais do dia de julgamento vindouro, esta muralha será destruída e Yajuj e Majuj aparecerão no Lago Tiberíades, cujas águas seus guerreiros de vanguarda consumirão inteiramente, de modo que a retaguarda passará sobre a terra seca. Eles prosseguirão, comendo tudo o que encontrarem, até cadáveres e todo o verde, até que cheguem diante de Jerusalém. Aqui, até que Deus os destrua, eles incomodarão Nabi Isa (Jesus) e seus fiéis companheiros. Dizem que Maomé deu a Yajuj e Majuj uma oportunidade de abraçar o Islã na ocasião de sua jornada noturna a Jerusalém; mas eles se recusaram a fazê-lo e, consequentemente, estão condenados à destruição. (Leia mais sobre Gog e Magog, AQUI)

A SALVAÇÃO VEM DOS JUDEUS

Samaria
as ruínas do Monte Gerizim
O POÇO DE JACÓ - Esse poço é o ponto central do episódio que analisar. É  um dos monumentos mais célebres da geografia evangélica e uma das mais apreciadas relíquias, tanto da história israelita como da história de Jesus Cristo. Sem contar as tradições judaica, cristã e maometana, sempre constantes neste particular, pode-se alegar, em abono de sua autenticidade, um argumento indiscutível de natureza física.
No Oriente, as fontes e os caminhos são pontos de partida extremamente seguros para as investigações históricas e geográficas. As fontes não mudam de lugar, e, nesses lugares cálidos e secos, onde a água é sempre rara, a direção do caminho está quase constantemente determinada pela possibilidade de se achar, no final de cada etapa, água abundante para os homens e os animais de transporte. Eis, pois, uma segurança a mais em favor da autenticidade do poço de Jacó.
A SAMARITANA - Inesperadamente, pelo caminho que conduzia do poço até a cidade de Sicar, chegou uma mulher, jovem ainda, com um cântaro de barro sobre a cabeça ou sobre o o ombro, indo buscar água, na hora da refeição principal do dia.

Provida de uma comprida corda, que fez deslizar pela abertura do poço, logo ela encheu o seu cântaro. Começando, então, a falar, Jesus lhe pediu: Dá-me de beber (Jo 4.7). Depois de uma longa e difícil viagem, ele estava realmente sedento.
Dá-me de beber (Jo 4.7) - com estas palavras tão simples teve início um dos mais sublimes diálogos da literatura sagrada.

A SALVAÇÃO VEM DOS JUDEUS

Depois de sua resposta geral, Jesus resolve diretamente o problema proposto pela samaritana:  Vós adorais o que não sabeis; nós adoramos o que sabemos porque a salvação vem dos judeus (Jo 4.22).
Até então, somente os judeus haviam praticado o culto de gratidão a Deus. O templo de Jerusalém era o único lugar legítimo. Ao aceitarem só o Pentateuco e rejeitarem todos os outros textos sagrados, os samaritanos haviam se afastado da vontade divina. Sua religião era um culto cismático, e o Gerizim não tinha direito à sua veneração supersticiosa.
A salvação vem dos judeus. Não eram, efetivamente, os judeus o povo escolhido por Deus entre todos para conservar o tesouro da revelação? Não foi por meio deles que a promessa da redenção foi transmitida? E, sobre tudo, não haveria de sair da linhagem judaica o Messias para salvar a humanidade? Privilégio glorioso de Israel, que também o apóstolo Paulo se compraz em recordar com nobre orgulho (Rm 1.16; 2.10; 3.1; 9.4,5).
Eis que a nova ordem de coisas anunciadas por Jesus já havia começado: Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem (Jo 4.23). Com que doce firmeza Jesus deve ter pronunciado estas proféticas palavras! O Cristo, com seu pequeno grupo de discípulos, havia inaugurado o culto verdadeiro, o culto dos verdadeiros adoradores, tão expressivamente enfatizado pelas palavras em espírito e em verdade.
Duas qualidades essenciais colocavam, pois, esse culto verdadeiro acima do de todas as demais religiões. Em espírito equivale a dizer que o culto era interior, espiritual, de sorte que, acima de qualquer coisa, consistia em uma adoração do espírito e do coração. Em verdade significa que não era figurativo, como ocorria comumente no culto judaico, onde as homenagens do povo a seu Deus eram expressas por meio de sacrifícios simbólicos.
A nova religião de Cristo possui a realidade, em vez de sombra, e imola o Cristo, que seria a vítima por excelência (Hb 10.1). Com essas condições, o novo culto se adequaria perfeitamente à natureza de Deus que, sendo Espírito, somente se satisfaz com uma oração totalmente espiritual.(Dê uma olhada AQUI)
Na Antiga Aliança, fora previsto, às vezes, este culto superior (Sl 39.7,8; Is 1.11-20; 29.13; Am 5.21-26; Jl 2.13); mas à Nova Aliança estava reservado a realização perpétua deste novo culto.
A mulher a quem Jesus se dignou de fazer estas observações era, certamente, incapaz de compreender todo o seu sentido. Ao menos, ela entendeu que esta grande restauração estava vinculada à vinda do Messias, pois também os samaritanos, como os judeus, esperavam por um redentor, a quem chamavam Taheb, ou seja, aquele que restabelece, imaginando-o, acima de qualquer coisa, como um profeta eminente, conforme as palavras de Deus a Moisés: Eis que lhes suscitarei um profeta do meio de seus irmãos, como tu, e porei as minhas palavras na sua boca, e ele lhes falará tudo o que eu lhe ordenar (Dt 18.18).
Por isso se contentou a samaritana em responder: Eu sei que o Messias (que se chama o Cristo) vem; quando ele vier, nos anunciará tudo (Jo 4.25). Disse-lhe Jesus,majestosa e simplesmente: Eu o sou, eu que falo contigo (Jo 4.26). (Leia mais sobre Jesus e a samaritana, AQUI). Sublime revelação, que serviu para honrar a fé nascente e a boa vontade daquela mulher!
Em seu trato com os judeus, Jesus evitou, durante muito tempo, aplicar-se a si mesmo, direta e claramente, o título de Messias, para se prevenir dos abusos aos quais os haviam induzido as extravagantes esperanças messiânicas deles. Como da parte dos samaritanos não existia tal inconveniente, Jesus não vacilou em apresentar-se a eles como o Messias. (Leia sobre o Messiado Escondido na visão o original Hebraico Bíblico, AQUI)

O JUÍZO FINAL NA LITERATURA RABÍNICA

O JUÍZO FINAL
O reino messiânico, sendo na melhor das hipóteses do mero esplendor terrestre, não poderia ser o fim, e assim o Grande Julgamento [ou Julgamento do Grande Trono Branco] foi colocado no seu final e depois da ressurreição. Aqueles que não aceitariam a crença na ressurreição corporal provavelmente viveriam com maior ênfase no julgamento das almas após a morte. A escatologia judaica combinou a ressurreição com o Juízo Final: "Deus convoca a alma do céu e a une novamente à terra com o corpo para levar o homem a julgamento" (cf. Sl 4). Na décima semana, isto é, no sétimo milênio, na sétima parte, ou seja, após o reinado messiânico, haverá o Grande Julgamento Eterno, a ser seguido por um novo céu com os poderes celestes em sétuplo esplendor (Enoch xci 15, lxxxiv 4,...). No "dia do Grande Julgamento" os anjos e os homens serão julgados, e os livros nos quais se encontram registrados os atos dos homens serão abertos. (Enoch lxxxi.4, lxxxix. 70 ...) sendo que seu destino poderá ser para a vida ou para a morte; tesouros da justiça para os justos, serão abertos naquele dia (Ap. de Baruch, xxiv.1). "Todos os pensamentos secretos dos homens serão trazidos à luz." "Não a longanimidade e a misericórdia, mas a justiça rígida prevalecerá neste Juízo Final"; a Gehenna (o inferno) e o Gan Eden ("paraíso") aparecerão na frente das pessoas para oferecer-lhes o caminho a seguir (II Esd. Vii.33 e segs.). [Aprofunde sua leitura, AQUI]



Este fim virá "através de ninguém mais a não ser somente Deus". "Já não será concedido tempo para o arrependimento, ou para oração e intercessão por meio dos santos profetas, mas o Único decidirá de acordo com Sua Única Lei, seja pela vida ou pela eterna destruição" (Ap de Baruch, lxxxv.9). -12).  Os justos serão registrados no Livro da Vida (Livro dos Jubileus, xxx.22, xxxvi.10; "Pastor de Hermas", i. 32; Lucas 10.20; Ap 3.5, 20.15). Os atos justos e os pecados serão pesados uns contra os outros nas balanças da justiça (Pesik. R. 20; Kid. 40b). De acordo com o Testamento de Abraão (A. xiii.), Existem dois anjos, um de cada lado: um anota os méritos, o outro os deméritos, enquanto um arcanjo, pesa os dois tipos, uns contra os outros em equilíbrio; e outro anjo ("o anjo do fogo"), testa as as brasas dos homens pelo fogo, para averiguar se serão consumidas ou não; então as almas justas são carregadas entre os salvos; os que são injustos, entre os que cumprirão o castigo. Aqueles cujos méritos e deméritos são iguais permanecem em um estado intermediário, e a intercessão de homens meritórios como Abraão os salva e os traz para o paraíso (Testamento de Abraão, A. xiv.). De acordo com a doutrina mais severa dos shamaítas, essas almas devem passar por um processo de purificação pelo fogo; "eles entram na Gehenna, voltam a se levantar e são curados". Essa visão, baseada em Zc 13.9, parece ser algo como a doutrina do "purgatório" cristão. De acordo com os hilelitas, "Aquele que é abundante em misericórdia inclina a balança da justiça para a misericórdia" - uma visão que mostra (Gunkel, "O Profeta Esdras", 1900, p. 15) que no judaísmo acreditava na misericórdia divina independentemente da doutrina da fé, de Paulo (Tosef., Sanh. Xiii. 3). Como registrador dos feitos dos homens nos livros celestiais, "Enoch, o escriba da justiça", é mencionado no Testamento de Abraão, xi; Lev. R. xiv. tem Elias e o Messias como os registradores celestes.

O MESSIAS NA LITERATURA RABÍNICA

O MESSIAS NA LITERATURA RABÍNICA
Literatura rabínica, no seu sentido mais abrangente, pode se referir a todo o espectro de escritos rabínicos ao longo da história do judaísmo. O termo também se refere, mais especificamente, à literatura da era talmúdica, em oposição à literatura rabínica medieval e moderna, e por isso corresponde ao termo hebraico Sifrut Hazal (ספרות חז"ל; "Literatura [de nossos] sábios [de] abençoada memória", onde Hazal normalmente se refere apenas aos sábios da era talmúdica). Este sentido mais específico de "literatura rabínica" — referindo-se aos Talmudim, ao Midrash, e outros escritos relacionados, porém quase nunca a textos posteriores — é como o termo geralmente é utilizado na literatura acadêmica contemporânea. Por outro lado, os termos meforshim e parshanim ("comentários" / "comentaristas") quase sempre se referem a escritores posteriores, pós-talmúdicos, autores de glosas rabínicas sobre os textos bíblicos e talmúdicos.
Eles não creem em Yeshua[Jesus] o Cristo de Deus e não creem que Ele é o Messias de Israel!



Se o Messias dos Oráculos Sibilinos v. 415-430, onde Ele é chamado de "um homem abençoado vindo do céu", é o preexistente ou Messias terreno, não pode ser "determinado". [Pensamentos judaicos, pois não creem que Yeshua(Jesus)é o Messias enviado por Deus] No Assumptio Mosis, no entanto (c.4 AEC), pode-se concluir, com base na identificação do filho do homem (= Messias) com Enoch (= Metatron) em Enoch LXXI. 14, que é o Messias preexistente que é ali focado (x. 2), pois afirma-se que, no final da última tribulação, quando o domínio de Deus for estabelecido sobre toda a criação", então se fará justiça [a Israel] imediatamente diante dos seus inimigos."
Assim como o autor do Quarto Livro de Esdras (xiii.), bem como o autor do Livro Messiológico, evidentemente o autor dos Oráculos tinha em mente Dan 7.13 quando descreveu o Messias preexistente.
Pode ser mencionado aqui que, enquanto a interpretação messiânica desta passagem prevalece na literatura rabínica (o mais antigo exemplo é a tradição messiânica em Sanhedrin 98a, na qual Joshua b. Levi é mencionado como autoridade), o texto grego de Dan 7.13 apresenta não só a interpretação messiânica do "Bar Nash", mas inequivocamente, também, a concepção do Messias preexistente. Além disso, contrariamente à tese defendida por muitos que todas as passagens sobre o Filho do Homem = Messias no Livro de Enoch e IV Ezra são de origem cristã, pode-se salientar que a frase "Bar Nash" (= "Filho do Homem") deve ter sido um nome comum para um anjo da mais alta ordem entre os judeus dos primeiros séculos cristãos. O Talmud Yer. Yoma V, relata que, nos dias de Simão o Justo, a cada ano dos quarenta durante o qual ele foi sumo sacerdote, ele era acompanhado ao Santo dos Santos, no Dia da Expiação por um "homem vestido de linho (isto é, por um ser celeste). R.Abbahu disse: "Quanto à proibição, 'Nenhum homem estará presente no Tabernáculo quando o sumo sacerdote entrar no santuário,' estende-se também àqueles de quem se diz, 'a aparência do seu rosto era o de rosto de um homem'?" - sendo que lhe responderam, "Quem diz que aquele ser era Bar Nash? Era o Todo Santo." Pode-se notar de passagem que esta Hagadá (do hebraico הגדה, transl. hagadá, "narração") é de importância para o texto grego de Dan 7.13, bem como para a identificação do Filho do Homem (=Messias) com Enoch (que é Metatron - Metatron (do hebraico מטטרון) é um anjo serafim, na tradição judaica e cristianismo místico).
Na literatura apocalíptica rabínica, a concepção de um Messias terreno é a predominante, e a partir do final do primeiro século da era comum também é a única oficialmente aceita pelo judaísmo. Como prova disso pode ser visto: (1) "A oração para a vinda do Messias ", mencionada anteriormente, na qual o Messias é chamado de "descendente de David"." (2) A informação dada no segundo século por Justino ("Dialogus cum Tryphone" ch.Xlix.) e pelo autor de "Philosophumena" (ix. 30) nos ensina que ambos os autores declaram expressamente que, ao contrário da crença dos cristãos, os judeus enfatizam a origem humana do Messias, e o autor de "Philosophumena" acrescenta que eles esperam que ele seja descendente de David. (3) A liturgia judaica de tempos posteriores o denomina como descendente de David em todas as partes. Sua missão é, em todos os aspectos, a mesma que nos apocalipses do período mais antigo: libertar Israel do poder do mundo pagão, matar seu governante e destruir seus exércitos, e estabelecer seu próprio reino de paz.

Preexistência Celestial

A concepção do Messias preexistente é prevista na Pesikta de Rav Kahana e Pesikta Rabbati, xxxiii, Xxxvi. (pp 152b, 162, ed Friedmann - comparado à Yalkut Shimoni 339). [Pesikta Rabbati ou P'siqta Rabbita ( hebraico : פסיקתא רבתי ) é uma coleção de agádica Midrash (homilias) sobre o Pentateuco e proféticos aulas, os sábados especiais , etc. Foi composta em torno de 845 CE e provavelmente chamado de "Rabbati" (o maior ) para distingui-lo do início Pesikta - Pesikta de-Rab Kahana é uma obra-prima da literatura midrashica. Uma coleção de discursos para sábados especiais e dias festivos compilados e organizados durante o século V, era bem conhecida e estudada desde o final daquele século até desaparecer em algum momento do século XVI. A partir de manuscritos descobertos em 1868 e ainda outros 100 anos depois, ele renasceu]. De acordo com a seção Messiológica de Enoch, lemos: "No início da criação do mundo nasceu o Rei Messias, que estava nos pensamentos de Deus antes que o mundo tivesse sido feito"; e na última passagem é relatado que Deus contemplou o Messias e suas obras antes da criação do mundo e escondeu-o sob o seu trono; que Satan, depois de ter pedido a Deus para ver que luz era aquela que estava sob o Seu trono, foi-lhe dito que era a que lhe traria a punição no futuro, e, depois de ver o Messias, ele tremeu e caiu de o chão, gritando, "Verdadeiramente este é o Messias por meio do qual eu e todos os reis pagãos seremos entregues à ruína." Deus chama o Messias 'Efraim, meu Justo Messias'.
O Messias preexistente é apresentado também na Haggadah (*Pesachim 54a; *Nedarim 39a), onde o nome do Messias está incluído entre as sete coisas criadas antes da criação do mundo, e onde ele é chamado de "*Yinnon", sendo uma referência ao Sl 72.17 (passagem essa que provavelmente estava na mente do autor da seção Messiológica de Enoch ao escrever o cap. XLVIII. 3).
Finalmente, a pré-existência do Messias no paraíso está minuciosamente descrita em "A revelação do R. Joshua b. Levi". Ali, o Messias preexistente é chamado de "Messias ben David" (também em Midrash Konen Jellinek, "BH" ii. 29 - e em "Seder Gan Éden" ib. III. 132 e segs., 195).
*Pesachim (hebraico: פסחים), freqüentemente escrito Pesaḥim em escritos acadêmicos, é o terceiro tratado da Seder Moed ("Ordem dos Festivais") da Mishná e do Talmud.
*Nedarim é um tratado ( Hebrew : מסכת Masechet ) da ordem de Nashim do Míxena e o Talmude . No judaísmo , uma neder (em hebraico: נדר ) é uma declaração, feita usando o nome de Deus, da aceitação de uma promessa feita por si mesmo, afirmando que a promessa deve ser cumprida com a mesma importância que a Halachá law. O neder pode consistir em realizar algum ato no futuro (uma vez ou regularmente) ou abster-se de um tipo particular de atividade de escolha da pessoa. O conceito do neder e a lei judaica relacionado a ele, é descrito no início da parashah de Matot.
*Yinnon é um dos nomes do Messias (baseado na interpretação criativa do Salmo 72:17).

Preexistência Terrena

A concepção de uma pré-existência terrena do Messias deve ser distinguida da de sua preexistência celeste. Ela ocorre em várias formas, representando, provavelmente, diferentes estágios de desenvolvimento. Primeiro, espera-se que ele leve uma vida oculta e, em seguida, que dê um passo adiante, de repente. (Esta aparição súbita influenciou o cristianismo.) Esta é a concepção acerca do Messias no Midrash Shemot Rabá I, e em Tan. Shemot, onde se diz que assim como Moisés, o primeiro libertador, que foi criado na corte do Faraó, o futuro libertador vai crescer na capital romana; de acordo com esta ideia, na Agadat ha-Mashiac (Jellinek, lc iii.142) diz-se que o Messias, de repente, será levado a Israel, justamente em Roma. Então, novamente, o Messias é representado como já tendo nascido, mas ainda não revelado (leia AQUI, sobre a vida oculta de Jesus). Esta concepção já é mencionada por Justino Mártir, em "Dialogus cum Tryphone" (cap. Viii.), e de Sanhedrin 98b, onde R. Joshua ben Levi teria dito que o Messias nasceria e viveria oculto, às portas de Roma. No Targum Yerushalmi de Micá 4.8, o Messias  está na terra, mas por causa dos pecados do povo, ele ainda está na clandestinidade. Finalmente, o Messias é aludido como tendo nascido em um determinado momento no passado. Este é o caso no Talmud, Yerushalmi Berachot ii., que afirma que o Messias nasceu em Belém no dia em que o Templo foi destruído, e no Apocalipse de Zorobabel declara-se que ele nasceu nos dias do Rei David e está morando em Roma.
A noção derivada de Ez. 34.23 de que o próprio David é o Messias, é uma outra variação da concepção de preexistência terrena. Ela  ocorre no fragmento apocalíptico do "*sidur" de R.Amram e no Talmud, Yerushalmi Berachot.
*Seder tefilot ou Sidur: (סידור no plural sidurim que significa arranjo e ordem.) é o livro de orações utilizado pelos judeus, contendo o conjunto de orações e bençãos diárias, para os sábados, dias santos e dias de jejum.

LEIA TAMBÉM:

O MESSIAS NOS APÓCRIFOS ESCATOLOGIA JUDAICA

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NOS SALMOS DE SALOMÃO

Estes Salmos contém uma descrição mais detalhada de sua personalidade e de seu reinado do que qualquer outro escrito desse período. O Messias primeiro amaldiçoará os governantes injustos e livrará Jerusalém e destruirá os pagãos. Então ele reunirá os dispersos de Israel, distribuindo-os pela terra de acordo com suas tribos, estabelecendo o seu próprio reino de paz e justiça. Nenhuma pessoa perversa será tolerada em seu reino, e os estrangeiros não poderão habitar lá. Ele sujeitará as nações pagãs ao seu domínio, glorificará o Senhor perante o mundo inteiro, e tornará a Jerusalém pura e santa como antigamente, para que as nações possam vir dos confins da terra a fim de testemunhar a glória de Deus. A descrição que segue do seu reinado justo mostra a influência de Is 11.1 [e segue.] livre do pecado, forte no temor divino, e preenchido com o Espírito de Deus, de valor e de justiça, Ele irá cuidar fielmente do rebanho do Senhor, submeter os oficiais superiores e fazer cessar os pecadores pelo poder de sua palavra, para que a injustiça e a tirania não sejam praticadas na terra. Ele não confiará em cavalos e guerreiros, nem amontoará ouro e prata para fazer guerra, nem manterá exércitos. Somente em Deus Ele confiará, e sua força estará nele.



NO APOCALIPSE DE BARUCH (70-100 dC):

O Messias terreno aparecerá no encerramento do quarto (ou seja, o romano) império mundial e irá destruí-lo. O último governante do império, depois da destruição dos seus exércitos, será então encarcerado diante do Messias no Monte Sião, e lá, depois que a impiedade de seu governo for demonstrada para ele, deverá ser morto pela mão do Messias. Das outras, os hostis a Israel serão colocados à espada e o restante sujeito ao domínio do Messias, que se estabelecerá no trono do seu reino, inaugurará o reinado da moral e da bem-aventurança, e dominará até o fim dos tempos, isto é, até a consumação do mundo presente.

NOS TESTAMENTOS DOS PATRIARCAS:

O Testamento de Levi (cap. viii e xviii) mostra uma concepção única do Messias. Ele não é, como no Testamento de Judá, e de acordo com a crença popular, um descendente de Davi, mas um rei sacerdotal da tribo de Levi. Seu caráter e atividade são inteiramente espirituais. O derramamento do Espírito e do conhecimento do Senhor sobre toda a humanidade e a cessação do pecado e do mal serão fruto do seu Sacerdócio Ideal, que durará toda a eternidade. Ele mesmo abrirá as portas do Paraíso, afastará a espada que ameaça Adão e permitirá que os santos comam da árvores da vida. A imagem do Messias no Testamento de Judá (cap. xxiv.), embora muito mais breve, se assemelha, em seu caráter espiritual e em sua tendência universalista, ao Testamento de Levi. a única missão do Messias será a regeneração da humanidade, e seu reino será de justiça e salvação para todo o mundo. Os Testamentos dos Doze Patriarcas data sobretudo do tempo dos Macabeus (como Bousset procurou provar - "Zeitschrift fur die Neutestamentliche Wissenschaft," i.193 e segs.), então a concepção de Messias derivado do Testamento de Levi é facilmente explicado; o autor espera que o futuro Salvador seja um Príncipe da casa sacerdotal reinante dos Macabeus.

O MESSIAS CELESTIAL

O Apocalipse mais antigo em que se encontra a concepção de um Messias celestial preexistente é a seção Messiológica do Livro de Enoque  (xxxvii.-lxxi.), datado do primeiro século aC. O Messias é chamado de "Filho do Homem" e é descrito como um ser angélico, seu semblante parecido com o de um homem e ocupando um assento no céu ao lado do Ancião dos dias (xlvi.1), ou, como se expressa no cap. Xxxxix.7, "sob as asas do Senhor dos espíritos"; afirma-se ali também que "o nome dele foi chamado antes do Senhor dos espíritos, antes que o sol e os sinais do zodíaco fossem criados, e antes que as estrelas do céu fossem criadas"; "Ele foi escolhido e escondido com Deus antes que o mundo fosse criado, (leia mais o o Messiado Escondido, AQUI  e sobre O Messias na concepção dos Judeus, AQUI) e permanecerá em Sua presença para sempre"; e que a sua glória durará de eternidade em eternidade e o seu poder de geração em geração". Ele é representado como encarnação da justiça e da sabedoria e como o meio de todas as revelações de Deus para os homens (xlvi.3; xlix.1, 2a,3). No fim dos tempos, o Senhor o revelará ao mundo e o colocará no seu trono da glória, a fim de julgar todas as criaturas de acordo com o fim para o qual  Deus o escolheu desde o início. Quando ele se levantar para o julgamento, todo o mundo cairá diante dele, e adorá-lo-á, e louvará o Senhor dos espíritos. Os anjos no céu também, e os eleitos no Jardim da Vida, juntar-se-ão aos seus louvores e glorificarão o Senhor. "Ele julgará todas as coisas escondidas, e ninguém poderá fazer desculpas vãs"; Ele também julgará Azazel, com todos os seus associados e todos os seus anfitriões. Os perversos da terra, especialmente todos os reis e potentados, cederão à condenação, mas para os justos e escolhidos ele preparará a bem-aventurança eterna, e ele habitará no meio deles por toda a eternidade (xlv 3,4; Xlvi. 4-6; xlviii.4-10; xlix.4; li.3; lv.4; lxi.7-lxii.14).(Veja também Daniel 7.18)
Vale ressaltar que, no apêndice da seção Messiológica de Enoque, o último é o Filho do Homem= Messias (lxxi,14), e, como no Livro eslavo de Enoque e no Livro hebreu de Enoque, bem como em toda a literatura rabínica, Enoch é idêntico a Metatron (ou seja, o mais alto, espírito ministrante, que está ao lado de Deus e representa o Seu domínio sobre o universo), para que haja um importante elo de ligação entre a concepção do Filho do Homem = Messias, e o Logos, que aparece repetidamente em Filo no lugar do futuro rei terreno.
O Quarto Livro de Esdras (cerca de 100 EC) apresenta o Messias pré-existente e o terrestre. O último é visto no cap. Vii.28, xi.37-46, xii.31-34, onde o Messias é representado como o Leão "que surgirá a partir da semente de Davi", irá destruir o quarto império (ou seja, o romano), vai governar 400 anos, e em seguida, vai morrer, juntamente com todos os homens. O primeiro, o celeste,aparece na visão do homem que emerge do mar (cap. Xiii.). Aqui, como na seção Messiológica, o Messias é descrito como "um semelhante a um homem" e é chamado de "ille homo" ou "homo ipse" (versículos 3, 12). A declaração é feita também (sob a influência de Dn 7.13) que ele "vem com as nuvens do céu." Outros pontos de contato com o Livro Messiológico são: a afirmação de que "ele é o único a quem o Altíssimo tem reservado por muito tempo, a entrega da criação" (versículo 26); a referência ao seu ser escondido com Deus (verssículo 52) - "Assim como ninguém pode entender nem saber o que está nas profundezas do mar, da mesma forma, nenhum dos habitantes da terra pode ver meu filho, nem sua escolta [ou seja, a hoste de anjos que irá acompanhá-lo quando ele aparecer na terra], a não ser na hora marcada" - isso é uma óbvia referência à sua preexistência no céu.

A CONVOCAÇÃO DO PUBLICANO MATEUS

Uma estátua do apóstolo Mateus,
o cobrador de impostos, na nave
 de San  Giovanni in Laterano,
 em Roma, Itália.
A CONVOCAÇÃO DO PUBLICANO MATEUS
Depois do grande milagre em que Jesus havia, de modo hábil, unido a lógica à ação, ele deixou aquela casa e saiu para a cidade, indo até a praia, junto ao lago, onde foi alcançado por uma considerável multidão e, como sempre fazia, distribuiu o pão da palavra.
Quando terminou de pregar, continuou caminhando à margem do lago. Já dissemos antes que a cidade de Cafarnaum, por sua localização próxima às estradas comerciais mais utilizadas daquela época, era depósito e lugar de passagem de enormes quantidades de mercadorias transportadas do Oriente ao Ocidente, e vice-versa. Mas nada passava por aquele centro comercial sem que os donos das mercadorias pagassem uma taxa. Isso porque, assim como em Jericó, existia naquela cidade um importante posto da alfândega, e era muito grande ali o número de publicanos e de outros cobradores de impostos.
Um desses funcionários estava, naquele momento, sentado à sua mesa de trabalho, improvisada e simples, feita de tábuas, de onde vigiava o caminho até o porto. Marcos e Lucas dizem que ele se chama Levi. E o primeiro acrescenta que era filho de Alfeu, mas de um Alfeu que não deve ser confundido com o pai de Tiago, o Menor (Mt 10.3; Mc 3.17; Lc 6.15; At 1.13). Porém, Levi era mais conhecido como Mateus, conforme é chamado no primeiro evangelho (Mt 9.9). O nome Levi é judeu; Mateus, ou Mattai, que significa "dom de Deus", provavelmente lhe fora dado por Jesus, se é que ele já não usava esse nome, pois alguns judeus o faziam.



Jesus lhe disse: Segue-me (Mc 2.14), convidando-o, com esse apelo, a tornar-se seu discípulo. Com palavras idênticas, o Senhor havia chamado também Pedro, André, Tiago e João, quando estavam em pleno exercício de suas funções habituais. Idêntico também foi o resultado: E, levantando-se, o seguiu.
A atitude de Mateus foi imediata e completa, mas com uma diferença: os pescadores poderiam retornar ao seu ofício quando quisessem, mas era moralmente impossível a um publicano voltar a ocupar a sua posição depois de tê-la abandonado.
O chamado de Jesus e o generoso sacrifício de Levi já estavam, certamente, preparados. Não era a primeira vez que o Mestre e o discípulo se encontravam em Cafarnaum, para onde o Senhor voltava com muita frequência. Mas ainda que a conversão do publicano tivesse sido em um rápido instante, esse fenômeno psicológico estaria em perfeita consonância com o admirável poder de atração que Jesus exercia sobre as mentes e os corações.
Outra coisa que deve ser admirada é que Jesus não vacilou ou hesitou em eleger como seu discípulo, e depois apóstolo, um homem que pertencia a uma classe muito desacreditada e criticada, cujos profissionais eram tidos, na opinião geral, como pecadores públicos. Mas Jesus, julgando-o útil para sua obra, teve a santa ousadia de enfrentar seus compatriotas e, nessa mesma ocasião, ouvimo-lo justificar sua conduta (Mt 5.46,47; 11.19; 18.17; 21.31,32; Lc 3.12; 7.29,34; 15.3; 18.9-14; 19.7).
Pouco depois depois dessa cena, às margens do lago, Levi realizou, em sua casa e em homenagem ao seu novo Mestre, um solene jantar, para o qual convidou também, a fim de despedir-se deles, seus antigos colegas; o que não deixou de ser uma ocasião ideal para que os fariseus manifestasse novamente suas críticas contra Jesus.
Sentar-se à mesa com publicanos e outros pecadores era, de acordo com os críticos de Jesus, um verdadeiro escândalo. Até porque, para os orientais, participar de uma mesma refeição significava relacionamento muito estreitos. Por esse motivo, os rígidos observadores da lei mosaica, mesmo depois de convertidos ao cristianismo, eram extremamente preconceituosos com relação a esse tipo de situação (At 11.3; Gl 2.12).
Os rabinos proibiam seus discípulos de comerem em companhia do "povo da terra", ou seja, da plebe sem instrução. E os proibiam muito mais de comerem em companhia de homens de conduta suspeita. Mas não se atreveram a criticar diretamente Jesus, pois a experiência lhes havia ensinado a temer suas respostas contundentes. Foram, pois, em busca dos discípulos de Jesus e lhes perguntaram: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? (Mt 9.11)
O Salvador, que havia ouvido a maliciosa pergunta de seus adversários, quis lhes dar, por si mesmo, a resposta: Não necessitam de médico os sãos, mas sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero e não sacrifício. Porque eu não vim para chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento (Mt 9.12,13).
Esta curta explicação não deixava nada a desejar. Ela se compõe de três partes: de um provérbio popular, de um texto tirado do Antigo Testamento e de uma razão de congruência.
O provérbio, que se acha com algumas curiosas variantes nas literaturas clássicas, expressa um fato da experiência cotidiana. Os médicos não costumam estar perto das pessoas sadias, mas, sim, dos enfermos. Se os convidados, entre os quais se encontrava Jesus, eram pecadores, não seria esse o lugar adequado para ele, como Médico que era das almas?
A frase: Misericórdia quero e não sacrifício, extraída de Oséias 6.6, significa que Jesus cooperava muito para os desígnios de Deus, acolhendo com mansidão os pecadores, então se mostrando duro e inflexível para com eles como os escribas e os fariseus. Os sacrifícios cruentos eram necessários, a lei os exigia por causa do pecado, mas o Senhor de Israel queria misericórdia para com o próximo, ainda que este fosse culpado de pecados [e não ódio e aversão e, depois, sacrifícios para compensá-los].
Finalmente, não seria o ofício do Messias converter e salvar os pecadores? Algum dia, Jesus desenvolveria esse pensamento na parábola da ovelha perdida que foi encontrada (Mt 18.10-14; Lc 15.1-7).

ESTUDE O EVANGELHO DE MATEUS, AQUI

As casas da Palestina no tempo de Jesus

Como na Palestina a vida transcorre ao relento durante todo o ano, tornou-se possível a todos aqueles que não possuem muita coisa restringir a quase nada suas despesas com habitação. A maior parte das pessoas morava em casa de um só andar e, em geral, de um só cômodo.
Para a construção do telhado, não empregavam muito esforço. Colocavam entre os muros troncos ainda rústicos e, por cima deles, feixes de junco e caniço, cobertos de barro amassado ou de uma mistura de pedra e terra. Essa massa imprensada e endurecida ao sol prestava-se perfeitamente para o telhado durante o período do calor, conservando o aposento fresco e servindo como uma espécie de terraço, onde as mulheres secavam os figos, as uvas e as roupas. Era no terraço também que aconteciam as reuniões da família pela manhã e à tarde.



Como o telhado fazia parte das casas, todas as moradias tinham uma escada pelo lado de fora (ex.: foto) sem que as pessoas tivessem de entrar nos compartimentos internos para se chegar a ele. Em moradias construídas em uma ribanceira, a escada tornava-se desnecessária, porque, neste caso, o telhado era construído no nível do barranco.
O pior era no tempo da chuva - a massa de barro ia amolecendo. Cada casa possuía um rolo que, nesse período de chuva, era passado sobre a camada de barro, para endurecê-lo. Já em épocas antigas, esses rolos eram conhecidos. Foi até apresentado em caso jurídico: alguém que estava passando o rolo no telhado chato e o deixara cair matando uma pessoa na parte de baixo.
Todavia, a peculiaridade mais característica da antiga casa israelita consistia não propriamente na construção, mas no átrio que possuía à frente, cercado de um muro, cujo portão dava para a rua ou para a estrada. Às vezes, diversas casas tinham o mesmo átrio, ou seja, um só átrio estava igualmente à disposição de todos. Assim é que se inventou esta máxima: "Não se pode proibir um vizinho de trabalhar no átrio comum, dizendo: 'Não posso dormir por causa das tuas marteladas ou por causa do ruído do teu moinho ou, ainda, pela gritaria do teu filho'".
Família de Belém, início do século 20 c.
Expressamente se observa, ainda hoje, que um átrio, devido à sua colocação, é uma pequena casa de guarda muito necessária, e todos devem contribuir com sua cota.
As casas da cidade de Tiro eram as que possuíam uma pequena moradia de guarda, o portão. Quem quisesse entrar deveria bater no portão de entrada, onde morava o guarda. Deve ter sido um átrio semelhante que Jesus tinha diante dos olhos na parábola: Quando o valente guarda, armado, a sua casa, em segurança está tudo quanto tem (Lc 11.21). Esses átrios, com certeza, exerceram influência na vida do Salvador e também na vida comum do povo.
Quantas vezes, em Cafarnaum e em outros lugares, Jesus se deteve em átrios cheios de sombra para ensinar? É bem possível que em um átrio como esse ele tenha exercido o ofício de carpinteiro até os seus 30 anos.
Hoje, os átrios caracterizam as ruas do Oriente. São os muros que lá se encontram, lado a lado. Do protão, que podem ser vistos aqui e ali, pode-se olhar para dentro, mas também para fora, e ver quem está aproximando-se.

Para entender Hebreus

PARA ENTENDER HEBREUS
Hebreus é um livro intrigante e poderoso. (leia mais sobre a Epístola aos Hebreus, AQUI) Não sabemos quem o escreveu, nem onde moravam e quem eram exatamente as pessoas para as quais foi, originalmente, escrito. Porém, sua mensagem nos conduz às profundezas de Deus e nos aponta os princípios fundamentais do discipulado cristão.
Seu autor é essencialmente um pregador, totalmente dedicado a Deus e com preocupação pastoral por uma comunidade em crise. Mas a sua paixão é expressa através de uma obra cuidadosamente estruturada e redigida. Tanto a mente quanto o coração estão bem comprometidos.
O tema principal do autor é Deus e sua missão de salvação. A linguagem e as analogias usadas têm muito a ver com o culto e o nosso meio de acesso a deus. Em tudo isso, Jesus têm um papel fundamental. Para o autor de Hebreus, olhar firmemente para Jesus (Hb 12.2) significa contemplar a vida e a natureza de Deus.



A introdução desse sermão declara que o Filho de Deus é "o resplendor da glória de Deus e a expressão exata do seu Ser" (Hb 1.3). O Filho de Deus se tornou "carne e sangue" (Hb 2.14) naquele que conhecemos como Jesus, expressando assim o desejo e compromisso de Deus de encontrar-se conosco onde nós estamos e levar-nos à glória da usa presença. Essa verdade transformadora deve ser um impulso à fé e à esperança, mesmo quando as circunstâncias nos levam aos limites da resistência.
Hebreus ressalta a importância de Jesus de forma singular. O autor apresenta Jesus como o grande sumo sacerdote - uma analogia que, no NT, é exclusiva de Hebreus. É um símbolo que teria significado especial para pessoas de origem judaica. É, também, uma visão perceptiva muito reveladora em todas as épocas e em todos os lugares.
O sacerdócio de Jesus é a concretização do desejo que Deus tem de que todos o conheçam, tenham livre e confiante acesso à sua presença, e recebam a vida que ele tem a oferecer. Para Deus em Cristo, isto significou assumir completamente a vida humana e passar por sofrimento incalculável. Também significou romper os limites da compreensão que o judaísmo daquele tempo tinha a respeito de sacerdócio.
Na tradição judaica, os sacerdotes eram responsáveis por um detalhado conjunto de ritos cujo objetivo era possibilitar um acesso seguro e a comunicação com um Deus Santo. Esse sistema (detalhado especificamente em Levítico) era visto como a maneira que Deus tinha de lidar positivamente com o pecado e a impureza dos seres humanos.
Os sacrifícios estavam no centro de tudo. Um sacrifício da maior importância era oferecido anualmente no dia de expiação (veja Lv 16). Nesse dia, o sumo sacerdote (e somente ele) entrava no "Lugar Santíssimo", a parte mais sagrada do tabernáculo (e posteriormente do Templo) onde se acreditava que Deus habitava de forma toda especial. Em favor de todo o povo ele oferecia o sangue do animal sacrificado, orando para que através daquela oferta, com o arrependimento que simbolizava, Deus tirasse os pecados do povo. Era um sacrifício que tinha de ser repetido anualmente por um sumo sacerdote que, apesar de todos os rituais de purificação pelos quais passava, continuava sendo um homem pecador.
Ele era também, a exemplo de todos os outros sacerdotes, descendente de uma tribo específica. Somente os homens da tribo de Levi e da casa de Arão podiam ser sacerdotes (Lv 8). Na verdade, ser sacerdote dependia do nascimento na família certa.
O que Hebreus está dizendo, entretanto, é que deus fez uma nova aliança, na qual o sacrifício e o sacerdócio assumem um significado totalmente diferente. Aquilo que o sistema antigo representava é cumprido por iniciativa e ação de Deus. Pela vida, morte e obra continuada de Jesus (que é a expressão exata de Deus), Deus e a humanidade foram aproximados. As "sombras" das coisas passados dão lugar à realidade. Os únicos sacrifícios que continuam sendo adequados são os sacrifícios de louvor e generosidade (Hb 13.15-16).
Aqui está um Deus que não se encaixa em tradições e expectativas existentes (e isso é parte do que significa aquela "ordem de Melquisedeque" que aparece em Hb 7). Jesus não veio da tribo certa para ser sacerdote (Hb 7.13-14). Deus fez algo novo. E Jesus não se interpõe de forma alguma entre a humanidade e Deus. Tampouco age simplesmente em nosso favor. Pelo contrário, Jesus abre o caminho para que todos se aproximem com confiança do "Lugar Santíssimo". Através de Jesus, somos todos convidados a um relacionamento pessoal e íntimo com Deus.
Em Jesus, o coração de Deus é ao mesmo tempo manifesto e partido. Pois Jesus é, ao mesmo tempo, o sacerdote e a vítima. Em Jesus, Deus oferece a sua vida, por nós e para nós. Não há outro sacerdócio igual a esse. Este é o "fim" do sacerdócio. Deste sacerdócio todos podem provar os frutos. Dele todos são convidados a compartilhar.

O Espírito Santo nossa companhia diária!

O que você precisa saber sobre seu companheiro de todos os dias, o Espírito Santo! 
"Espírito Santo, ajuda-nos a criar o hábito de ler e meditar sobre a Sua Palavra, que é uma arma poderosa contra o mal. Abre o nosso entendimento para assimilar a verdade revelada nela por si, a fim de que sejamos bem-sucedidos em tudo e herdemos a vida eterna. Em nome de Jesus, amém." (Dr. Mike Murdock )

O ESPÍRITO SANTO É UMA PESSOA 




O Espírito Santo não é um vento, uma chama de fogo ou uma pomba branca. Jesus sabia disso. Ele nos ensinou: "E eu pedirei ao Pai, e ele lhes dará outro Conselheiro para estar com vocês para sempre" (Jo 14.16). 
O Espírito Santo não é uma coisa. Ele é Deus. 

O ESPÍRITO SANTO É QUEM NOS DÁ VIDA 

Quem nos dá a vida é o Espírito Santo. "O Espírito vivifica" (2Co 3.6b). "O Espírito dá vida" (Jo 6.63a). 
O Espírito Santo engravidou Maria, mãe de Jesus. (Mt 1.18,20). 

O ESPÍRITO SANTO NOS CRIOU 

Jó sabia disso. "O Espírito de Deus me fez; o sopro do Todo-Poderoso me dá vida" (Jó 33.4). 
Nossa personalidade, nosso corpo e tudo que somos é um projeto do Espírito Santo. 

O ESPÍRITO SANTO É O AUTOR DA PALAVRA DE DEUS 

A Bíblia é o presente de Deus para nós. 
O Espírito Santo inspirou os homens que escreveram as Santas Escrituras. "Pois jamais a profecia teve origem na vontade humana, mas homens falaram da parte de Deus, impelidos pelo Espírito Santo" (2Pe 1.21). 
A Palavra de Deus é a ferramenta nas mãos do Espírito Santo para nos alimentar e capacitar com tudo o que necessitamos para obtermos sucesso neste mundo. 

SÓ O ESPÍRITO SANTO PODE DAR-NOS A CONFIANÇA INABALÁVEL DE QUE CRISTO HABITA EM NÓS. 

O Espírito Santo nos conta a respeito de Cristo, e habita em nosso íntimo. 
Ninguém mais consegue persuadir nossa mente para que tenhamos satisfação no íntimo. 
É o Espírito Santo quem confirma que Cristo habita em nosso coração e que expurga todas as dúvidas a respeito dEle. "Sabemos que permanecemos nele, e ele em nós, porque ele nos deu do seu Espírito" (1Jo 4.13). 

O ESPÍRITO SANTO DECIDE QUE DONS, TALENTOS E HABILIDADES RECEBEMOS DO PAI 

O Espírito Santo implantou grandiosidade em nosso ser. 
O Espírito Santo é um dom. E também é quem concede dons. "Se vocês, apesar de serem maus, sabem dar boas coisas aos seus filhos, quanto mais o Pai que está nos céus dará o Espírito Santo a quem o pedir!" (Lc 11.13) 
O Espírito Santo nos concede dons e talentos; dons naturais e espirituais! (1Co 12.4,5,8,9). 

O ESPÍRITO SANTO NOS TRANSMITE A CONFIANÇA DE QUE PERTENCEMOS À FAMÍLIA DE DEUS 

Ninguém gosta de ser deixado de fora. Algo dentro de nós precisa sentir que pertencemos a algum lugar. 
Tudo que Deus criou exige algum tipo de conexão. 
Nada que Ele fez é completo em si mesmo. Tudo é parte de algo. 
Nossos olhos precisam de um cenário. 
Nossos ouvidos precisam de sons. 
Nossa mente precisa de pensamentos. 
Nossa boca precisa de palavras. 
Nossos pés precisam de um lugar para ir. 
Nossas mãos precisam alcançar algo. 
Algo em nós necessita "pertencer" a algum lugar para sentir conforto, satisfação e tranquilidade. 
O Espírito Santo é o único que pode dar-nos a segurança de que realmente somos filhos de Deus, membros da imensa família celestial. (Veja Rm 8.15,16). 

O ESPÍRITO SANTO GOSTA DE FALAR 

O Espírito Santo é um ótimo comunicador. 
Ao recebermos o Espírito de Deus, nossa maneira de falar muda imediatamente. "E, depois disso, derramarei do meu Espírito sobre todos os povos. Os seus filhos e as suas filhas profetizarão..." (Jl 2.28; ver também At 2.16-18). 
O Espírito Santo fala conosco a respeito das pessoas com quem devemos conversar. "E o Espírito disse a Filipe: 'Aproxime-se dessa carruagem e acompanhe-a'" (At 8.29). 
O Espírito Santo nos revela aqueles sobre quem o julgamento irá cair. (Veja At 13.9,10) 
O Espírito Santos nos revela problemas na vida de outras pessoas. (Veja 1Sm 3.11). 
O Espírito Santo em nosso íntimo se torna uma fonte de agitação para os ímpios (ver At 6.10). 
Devemos afastar-se das vozes das pessoas quando realmente desejamos ouvir a voz do Espírito Santo. 
• A solidão é necessária para alcançarmos intimidade. 
• A intimidade é necessária para recebermos conhecimento espiritual. 
• O conhecimento espiritual é necessário para experimentarmos mudanças. 
Só podemos experimentar mudanças quando o Espírito Santo fala conosco. 

Quatro maneiras pelas quais o Espírito Santo fala conosco: 

  • 1. O Espírito Santo fala conosco através de homens e de mulheres de Deus. Essas pessoas maravilhosas inspiram nossa fé e ajudam-nos a corrigir nosso foco espiritual. 
  • 2. O Espírito Santo nos fala através de nossa consciência. Quando Estevão, cheio de fé e poder, realizou grandes maravilhas e milagres entre o povo, alguns o confrontaram. A consciência deles reagiu ao que estavam vendo. "Mas não podiam resistir à sabedoria e ao Espírito com que ele [Estevão] falava" (At 6.10). 
  • 3. O Espírito Santo nos fala através das Escrituras. 
  • Ele instigou os homens da antiguidade a registrarem as Palavras Santas de Deus para nós. 
  • 4. O Espírito Santo fala conosco através de acontecimentos. 
O povo de Israel aprendeu a temer a Deus por meio do julgamento do Senhor sobre Corá e sobre outras pessoas. (Ver Num 16). Na Igreja Primitiva, a morte súbita de Ananias e Safira (At 5.1-11) foi usada para estimular o temor a Deus entre os cristãos. 

O ESPÍRITO SANTO PODE DAR-NOS UMA LÍNGUA ESPIRITUAL QUE NINGUÉM , A NÃO SER DEUS, COMPREENDE 

Sua língua espiritual é um dom precioso e importante. 
Enquanto milhões de pessoas nunca compreenderam essa experiência maravilhosa e gloriosa, milhares de outras estão experimentando esse incrível fenômeno de orar em um idioma celestial. 

O ESPÍRITO SANTO REVELA CONHECIMENTOS ESPECÍFICOS PARA TERMOS UMA VIDA VITORIOSA 

Somente os vencedores serão recompensados na eternidade. 
O Espírito Santo sempre pensa nas recompensas. Ele sabe a diferença entre obediência e desobediência; punições e recompensas. É por isso que nos estimula a ouvir tudo que Ele tem a dizer: "Aquele que tem ouvidos ouça o que o Espírito diz às igrejas" (Ap 2.7a). "Hoje, se vocês ouvirem a sua voz, não endureçam o coração" (Sl 95.7b, 8a). 
O Espírito Santo sempre recompensa os obedientes. Ele não recompensa simplesmente pessoas boas, inteligentes ou ricas. Ele recompensa os obedientes. 
O Espírito Santo deseja que nos tornemos vencedores. "Aquele que está em vocês é maior do que aquele que está no mundo" (1Jo 4.4b). 

O ESPÍRITO SANTO É A FONTE DE UNÇÃO PARA NOSSA VIDA 

A unção transforma homens comuns em incomuns. 
A unção é o poder de Deus em determinada situação. Ela remove fardos. Destrói o jugo que o inimigo lança sobre nós. A unção interrompe o avanço do diabo imediatamente. 

O ESPÍRITO SANTO RESSUSCITOU JESUS DENTRE OS MORTOS 

O Espírito Santo é o Doador da vida. 
Jesus confiou no Espírito Santo para ressuscitá-lo dos mortos. Esse é um dos motivos por que Cristo estava disposto a enfrentar o Calvário. A ressurreição viria ao terceiro dia. "E, se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus dentre os mortos habita em vocês, aquele ressuscitou a Cristo dentre os mortos também dará vida a seus corpos mortais, por meio do seu Espírito, que habita em vocês" (Rm 8.11). 
Graças a Deus pela gloriosa esperança da ressurreição! 

O ESPÍRITO SANTO SANTO DECIDE QUAIS SERÃO OS PERÍODOS DE MAIOR PROVAÇÃO EM NOSSA VIDA 

Experimentaremos provações na vida. 
O Espírito Santo nos guia pelo deserto da batalha. Ele fez isso com Jesus. E fará também conosco. (Lc 4.1,2). 
O Espírito Santo nos prova antes de recebermos uma promoção. O Espírito Santo sempre nos leva ao momento de decisão. Ele nos conduz a um período de provação. 
Eis um princípio maravilhoso: o Espírito Santo conhece nosso tentador e as perguntas comuns na provação, e fornece todas as respostas precisas e necessárias. 
As respostas sempre estão na Palavra de Deus. Sempre! 

O ESPÍRITO SANTO INTERCEDE POR NÓS CONTINUAMENTE 

Nossa vida está constantemente sob uma cobertura de oração. 
Podemos sentir-nos sozinhos. Podemos sentir-nos isolados e até atormentados pela idéia de que ninguém realmente se importa conosco. Entretanto, acontece o contrário. O Espírito Santo conversa continuamente com o Pai a respeito de nossas necessidades e de nossos desejos. 
Enquanto estamos dormindo, Ele ora por nós. 
Enquanto trabalhamos, Ele ora por nós. 
Enquanto temos dúvidas, Ele ora por nós. 
O Espírito Santo é a única Pessoa no universo que conhece a vontade do Pai ao nosso respeito. 
O Espírito Santo se responsabiliza a interceder por nós todos os dias. (Rm 8.26; 8.27b). 

O ESPÍRITO SANTO ESTÁ PERFEITAMENTE CIENTE ATÉ DOS PORMENORES DE NOSSA VIDA 

O Espírito Santo percebe tudo que acontece. 
Nossas lágrimas o emocionam. Mesmo que outras pessoas não percebam nosso sofrimento, Ele vê. (Sl 56.8). 
O Espírito Santo sabe exatamente do que necessitamos durante os períodos de sofrimento e confusão mental. 
Entretanto, o Consolador que caminha ao nosso lado está continuamente nos aconselhando, protegendo e preparando acontecimentos miraculosos para nos manter focados em nossa tarefa e nos sonhos de Deus para nossa vida. 

O ESPÍRITO SANTO FICA SATISFEITO QUANDO CATAMOS PARA ELE 

A música é muito importante para o Espírito Santo. 
O Espírito Santo canta para nós também. "Pois o SENHOR, seu Deus, está com vocês; ele é poderoso e os salvará. Deus ficará contente com vocês e por causa do seu amor lhes dará nova vida. Ele cantará e se alegrará" (Sf 3.17 NTLH). 

O ESPÍRITO SANTO É NOSSA ÚNICA FONTE DE ALEGRIA VERDADEIRA NESTA TERRA 

O verdadeiro sucesso ocorre na presença da alegria espiritual. 
A presença do Espírito Santo traz alegria. "Tu me farás conhecer a vereda da vida, a alegria plena da tua presença, eterno prazer à tua direita" (Sl 16.11).Ver também Gl 5.22,23). 

O ESPÍRITO SANTO É NOSSA ÚNICA FONTE DE PAZ GENUÍNA 

Paz é a ausência de conflitos no íntimo. 
As batalhas travadas dentro de nós podem ser devastadoras. às vezes, nossa consciência guerreia contra aquilo que fizemos. 
O Espírito Santo é capaz de solucionar qualquer batalha em nosso coração. 
O fruto do Espírito Santo é a paz. (Gl 5.22,23). 

O ESPÍRITO SANTO PODE NEUTRALIZAR NOSSO MEDO DOS HOMENS 

O medo nos causa tormento. 
O medo nos faz imaginar que nosso inimigo é muito maior do que é na realidade. 
O Espírito Santo é inimigo do medo. O Espírito Santo sustentou Jesus no jardim do Getsêmani enquanto Ele orava sobre o "cálice do sofrimento". 
Existem muitos temores: medo da perda, do fracasso, da pobreza, de falsas acusações, de doenças, do câncer, da rejeição. Entretanto, temos um Amigo, o Consolador, o Espírito Santo. 
Lembremos sempre: o Espírito Santo pode neutralizar nosso medo dos homens. 

O ESPÍRITO SANTO PODE REVELAR-NOS ACONTECIMENTOS FUTUROS COM ANTECIPAÇÃO 

O Espírito Santo enxerga muito adiante. 
Ele nos mostra acontecimentos antes que ocorram. Jesus prometeu que seria assim. "Mas quando o Espírito da verdade vier [...] lhes anunciará o que está por vir" (Jo 16.13b). 
O Espírito Santo é o Espírito da profecia. (2Pe 1.21). 
O ESPÍRITO SANTO NOS CONCEDE UM AMOR INCOMUM POR "PESSOAS DIFÍCEIS" 
O amor é a força mais poderosa desta terra. 
O Espírito Santo capacitou Jesus a amar. (Lc 23.34). 
O Espírito Santo capacitou Estevão a amar aqueles que o apedrejavam. (At 7.60a). 
O fruto do Espírito Santo é o amor (Gl 5.22a). 

O ESPÍRITO SANTO ESTIPULA NOSSA "TAREFA ESPIRITUAL", O PROBLEMA PARA O QUAL FOMOS CRIADOS PARA SOLUCIONAR 

Nossa tarefa espiritual já foi escolhida. 
O Espírito Santo escolheu nossa tarefa. (Je 1.5). 
Tudo na criação tem um propósito oculto. 
Não decidimos quais serão nossos talentos - apenas os descobrimos. "Todas essas coisas, porém, são realizadas pelo mesmo e único Espírito, e ele as distribui individualmente, a cada um, como quer" (1Co 12.11). 

O ESPÍRITO SANTO SABE QUE PESSOAS DEVEMOS AJUDAR 

Alguém precisa de nós. 
O Espírito Santo escolhe nossa tarefa espiritual nesta terra. "E o Espírito disse a Filipe: 'Aproxime-se dessa carruagem e acompanhe-a'" (At 8.29). 
Fomos criados para solucionar algum problema nesta terra. 
O Espírito Santo sabe exatamente onde devemos estar. 
Ele conhece as pessoas que devemos ajudar. 
Jesus dependia do Espírito Santo totalmente. Por isso sabia sobre a mulher samaritana no poço [de Jacó]. "Era-lhe necessário passar por Samaria" (Jo 4.4). Ali, o Mestre encontrou uma mulher que havia se casado cinco vezes, mas cuja vida estava vazia e solitária. Jesus lhe prometeu água. O Espírito Santo havia dirigido os passos dEle naquele dia, levando-o à pessoa que Ele deviria ajudar. 
O Espirito Santo nos afasta de relacionamentos prejudiciais. Ele retira as distrações, pessoas que irão atrapalhar nossa tarefa espiritual. 
O Espírito Santo nos aconselha sobre todos os compromissos do dia. Cada hora é uma oportunidade de ouro para estarmos no centro da vontade de Deus. 

PRECISAMOS DO ESPÍRITO SANTO PARA ENTRAR NO REINO DE DEUS 

O Reino de Deus é um mistério. 
Não conseguimos compreendê-lo pelo nosso raciocínio lógico. Palavras não podem defini-lo. No entanto, milhões têm experimentado uma mudança milagrosa, passado deste mundo para o vindouro pelo novo nascimento, que é uma realidade. "Mas Deus escolheu o que para o mundo é loucura para envergonhar os sábios, e escolheu o que para o mundo é fraqueza para envergonhar o que é forte. Ele escolheu o que para o mundo é insignificante, desprezado e o que nada é, para reduzir a nada o que é" (1Co 1.27,28). 
O Reino de Deus é vida no Espírito. "Pois o Reino de Deus não é comida nem bebida, mas justiça, paz e alegria no Espírito Santo" (Rm 14.17). 

O ESPÍRITO SANTO GUIA APENAS OS FILHOS GENUÍNOS DE DEUS 

O Espírito Santo sempre recompensa a obediência. 
Não podemos enganá-lo. Não podemos manipulá-lo. Não podemos intimidá-lo. Ele recompensa os que aceitaram a Cristo como Senhor e Salvador, dando-lhes direção e instrução divina. "Porque todos os que são guiados pelo Espírito de Deus são filhos de Deus" (Rm 8.14). 
Nosso compromisso com Cristo produz muito mais do que apenas vida eterna para o futuro. O Espírito Santo honra e celebra nossa vida em Cristo, porque Ele veio para testificar de Jesus e glorificá-l0. 
O leitor já se entregou totalmente a Jesus? Já decidiu segui-lo de todo o coração? Ele é a única Resposta. Não existe outra resposta para nossa vida além de Jesus. 

O ESPÍRITO SANTO NOS ADVERTE ANTECIPADAMENTE DE POSSÍVEIS PERIGOS 

O Espírito Santo é o nosso Protetor. 
Ele se importa com nossa segurança. Ele se importa com nossa paz de espírito. Ele não deseja que desperdicemos nossa vida e nosso tempo em lugares errados e com pessoas perigosas. 
Ninguém conhece o curso de nossa vida melhor do que o Espírito Santo. Por isso Paulo confiava nEle continuamente. O Espírito Santo avisou o apóstolo por intermédio dos profetas Ananias e Ágapo (At 9; 21). 

O ESPÍRITO SANTO SE ENTRISTECE COM CONVERSAS E COMPORTAMENTOS IMPRÓPRIOS 

O Espírito de Deus é santo. 
Ele dá importância às palavras. Ele dá importância às conversas. Ele observa nossa conduta e nosso comportamento continuamente. 
Ele retira Sua presença se ficar entristecido ou ofendido. Por isso o apóstolo Paulo fez a seguinte advertência notável: "Nenhuma palavra torpe saia da boca de vocês..." (Ef 4.29-32). 

O ESPÍRITO SANTO AVALIA CADA INSTANTE, CADA MOTIVAÇÃO E CADA ATITUDE NOSSA 

O Espírito Santo nos avalia. 
Ele analisa e monitora continuamente nossa motivação. "O SENHOR não vê como o homem: o homem vê a aparência, mas o SENHOR vê o coração. (1Sm 16.7). 
O Espírito Santo escolhe o momento certo para retirar nosso fardo quando estamos estressados demais. 
"Entregue suas preocupações ao SENHOR, e ele o susterá; jamais permitirá que o justo venha a cair" (Sl 55.22). 

O ESPÍRITO SANTO É INIMIGO DOS REBELDES 

O Espírito Santo tem uma característica um tanto perigosa: Ele pode tornar-se inimigo daqueles que insistem na rebeldia. 
A rebeldia enfurece o Espírito Santo. Ele é um exemplo da harmonia e da cooperação. Permanece em total acordo com o Filho e o Pai. A unidade é a marca registrada dEle. Conflitos o deixam irado. Ele é o Espírito da paz. Ele é o Espírito do amor. Ele é o Espírito de Cristo. 
O Espírito Santo sempre reage contra a rebeldia. (Is 63.9b,10). 

Oito fatos sobre a ofensa ao Espírito Santo: 


  • 1. Se ignoramos as palavras do Espírito todos os dias, nós o ofenderemos. (2Tm 2.15). 
  • 2. Conversas inúteis e impróprias o entristecem. ( 2Tm 2.16). 
  • 3. A resistência contínua ao Espírito Santo pode fazer com que Ele se torne nosso inimigo. (At 7.51). 
  • 4. Se ignorarmos as advertências do Espírito Santo, não haverá mais qualquer fonte de ajuda. (Hb 10.26,27). 
  • 5. Uma atitude desdenhosa e desprezível ao frequentar a casa de Deus ofende o Espírito Santo. (Hb 10.25). 
  • 6. Desenvolver relacionamento com pessoas rebeldes para com a verdade ofende o Espírito Santo. (Ef 5.11). 
  • 7. Qualquer palavra que não edifique e não fortaleça os outros pode entristecer o Espírito Santo. (Ef 4.29-32). 
  • 8. Permitir que pessoas nos enganem com erros e falsidades deixa o Espírito Santo furioso. (Ef 5.6,7).

SE FOR OFENDIDO, O ESPÍRITO SANTO PODE AFASTAR-SE 

Nunca devemos tratar a presença de Deus com displicência. 
"Então voltarei ao meu lugar até que eles admitam sua culpa. Eles buscarão a minha face; em sua necessidade eles me buscarão ansiosamente" (Os 5.15). Veja também (Ef 4.29-32). 
Lembremos sempre: o Espírito Santo pode afastar-se caso seja ofendido. 

O ESPÍRITO SANTO NOS FORTALECE QUANDO ESTAMOS FRACOS NA BATALHA 

O Espírito Santo concede poder.Quando o ataque espiritual nos deixa esgotados e vazios, e não conseguimos erguer-nos, o Espírito Santo age. "Ele fortalece o cansado e dá grande vigor ao que está sem forças..."(Is 40.29-31). 
As pessoas nos desgastam. As lutas nos deixam cansados. Temos de buscar o Espírito Santo para sermos rejuvenescidos. Não devemos mais procurar estímulos nas pessoas. Ele deve vir do Senhor. 

Jesus aparece aos discípulos na praia

JESUS APARECE AOS DISCÍPULOS NA PRAIA
Certa tarde, Simão Pedro, que havia regressado para a sua casa em Cafarnaum, disse a seis de seus amigos que estavam com ele (os filhos de Zebedeu, Tiago, o Menor, e João, Natanael, que Bartolomeu, Tomé, chamado Dídimo, e outros que não são citados): Vou pescar (Jo 21.3).
Como sempre, é Pedro o promotor, o propulsor, digamos assim, do grupo dos apóstolos. Ele se nos mostra uma vez mais com seu ardor e temperamento impetuoso. Seus companheiros aceitam o seu convite: Também nós vamos contigo (Jo 21.3), responderam.



Subiram, então, em um barco, e trabalharam toda a noite. Porém, mesmo sendo aquele um tempo favorável para pesca, não conseguiram apanhar nenhum peixe, conforme haviam conseguido em outra ocasião solene (Lc 5.4-11).
Quando amanheceu, Jesus surgiu na praia, porém eles não o reconheceram a princípio (assim havia acontecido com Maria Madalena e com os discípulos de Emaús). Jesus familiarmente perguntou: Filhos, tendes alguma coisa  de comer? Responderam-lhe: Não (Jo 21.5). A resposta negativa deles indicava o seu trabalho noturno mal-sucedido. Jesus então replicou: Lançai a rede à direita do braco, e achareis (Jo 21.6).
Os discípulos seguiram o conselho de seu desconhecido interlocutor e, no momento em que puxaram a rede, esta veio cheia de peixes, de forma que eles não podiam levantá-la. Já falamos anteriormente sobre cardumes de peixes do lago de Tiberíades (Mais sobre Tiberíades, AQUI). Jesus, por sua presciência sobrenatural, sabia que à direita do barco passava um daqueles cardumes enormes naquela hora.
O discípulo amado, ao testemunhar tão grande prodígio que lembrava aquele que fora realizado no mesmo lago por Jesus, teve um lampejo repentino: É o Senhor (Jo 21.7). Justo era que entre todos os apóstolos fosse ele quem primeiro reconhecesse Aquele que agia com amor ilimitado.
Simão Pedro ouviu esta observação de seu amigo e vestiu a toda pressa sua túnica por respeito ao divino Mestre, pois estava seminu, ao estilo dos pescadores (ele esticara a túnica até a cintura) e, impetuoso como era, jogou-se no lago e nadou até chegar à praia, onde estava Jesus.
Os demais apóstolos permaneceram no barco puxando lentamente a rede cheia de peixes. O evangelista observou que os discípulos estavam a uma distância aproximada de duzentos côvados da praia, ou seja, 105 metros. Quando chegaram à praia, viram umas brasas, e sobre elas havia um peixe. Também viram pão (Jo 21.9). É evidente que Jesus havia preparado aqueles alimentos milagrosamente. Trazei dos peixes que agora apanhastes (Jo 21.10), disse o Mestre aos apóstolos.
É bom observar que o Salvador não pediu aqueles peixes para juntá-los ao que já estava sobre as brasas. A continuação do relato mostra, com efeito, que a comida consistia unicamente no pão e nos peixes que apareceram ali milagrosamente.
Os peixes que Jesus pediu eram para ele. Representavam as almas que seus apóstolos ganhariam pelo mundo e que trariam com alegria para o reino de Cristo. Por sua vez, a comida expressa, segundo alguns antigos escritores a graça celestial que seria derramada como fruto do ofício desses pescadores espirituais.
Obedecendo a Jesus, Pedro subiu no barco, desatou a rede e começou arrastá-la até a terra, ajudando os outros apóstolos. Contaram 153 peixes, todos grandes. Então, Jesus disse aos apóstolos: Vinde, jantai (Jo 21.12a). Eles não haviam comido em nenhum momento da madrugada. Aquela frugal refeição matutina era, pois, símbolo das forças que ele ia conferir a seus amigos para os árduos trabalhos que em breve empreenderiam em sua seara.
O evangelista ressalta que ninguém se atreveu a perguntar: Quem és tu? Porque sabiam que era o Senhor (Jo 21.12b). Assumindo, pois, como antes de sua morte, o ofício do pai de família, o Salvador pegou o pão e o peixe, abençoou-os e os distribuiu entre os sete discípulos. Antes de comerem, Jesus deve ter pronunciado a bênção, mas o evangelista não a menciona.
Todos, e especialmente, Simão estavam envergonhados por causa de sua conduta durante a noite em que Jesus fora preso; eles o abandonaram. Depois que todos comeram, Jesus perguntou na presença dos outros apóstolos: Simão,filho de Jonas, amas-me mais do que estes? (Jo 21.15) Jesus queria que Pedro lhe dissesse que o amava de modo sublime e mais generoso do que todos os demais apóstolos. Era o que ele deveria responder quando Jesus lhe fizera esta pergunta tão eminente. O amor era algo justo para aquele que havia prometido que não abandonaria o Mestre ainda que todos o desamparassem, e que logo tão tristemente o negara.
Cristo exigiu um afeto maior, antes de conferir-lhe a honra de constar entre os líderes de sua Igreja. Por isso, perguntou pela segunda vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? (Jo 21.16a) Ao fazer a pergunta pela segunda vez, Jesus empregou um verbo que denota o amor ágape, divino, que é mais firme e de natureza mais elevada. Pedro, no entanto, ao responder: Sim , Senhor, tu sabes que eu te amo (Jo 21.16b), empregou outro verbo que denota um afeto mais terno e ardente, porém mais humano. A conclusão é que Pedro não estava seguro de si mesmo, conforme queria o Mestre.
Contudo, quando Jesus perguntou pela terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? (Jo 21.17a), Pedro disse: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo (Jo 21.17b). A essa altura, o apóstolo, arrependido, não era o insensato petulante discípulo de outros tempos, mas um homem humilde e desconfiado de si mesmo. É provável que naquele momento tivesse sentido o peso de sua culpa por ter negado o Mestre por três vezes. E agora, também três vezes confessou publicamente que o amava com o amor ágape.
O que lhe disse então o Mestre? Apascenta (edifica, alimenta, defende, ergue, conforta, cura) as minhas ovelhas (Jo 21.17b). Jesus, naquele momento revestiu o apóstolo Pedro de graça e de autoridade do Espírito Santo para ele poder cuidar do rebanho. Estava agora preparando-o para torná-lo um dos líderes da Igreja, cujo fundamento inabalável é Cristo.
Mateus fala da aparição de Jesus ressurreto em um monte da Galileia (Mt 28.16-20), para onde provavelmente teriam sido convocados de antemão os discípulos, cujos nomes não são pronunciados. O narrador só menciona os onze apóstolos como testemunhas da aparição. Muitos exegetas identificam esta passagem com o trecho da primeira carta de Paulo aos Coríntios (1Co 15.6), onde ele fala que o Mestre foi visto uma vez por mais de 500 irmãos.

Os apóstolos são enviados ao mundo

No decorrer dos quarenta dias que transcorreram entre a ressurreição do Salvador e sua ascensão gloriosa, Jesus consolou os seus discípulos e continuou a educação que o Espírito Santo havia de coroar no dia de Pentecostes.
Advertidos por seu Mestre, os apóstolos voltaram da Galileia para Jerusalém. Foi lá que, poucas horas antes de subir ao céu, Jesus fez as suas últimas recomendações e deu as suas ordens posteriores, segundo escreveu Lucas no final de seu evangelho e no início do Atos dos Apóstolos (Lc 24.44-49; At 1.4-8). Lucas não nos poderia ter dado notícia mais espetacular do que esta.
O Salvador, recordando o tempo que vivera com seus apóstolos, trouxe-lhes à memória o que havia repetido para eles com tanta frequência: que se cumpririam as profecias do Antigo Testamento referentes a Ele. São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos.( Lc 24:44)
A Lei, os Profetas e os Salmos representam todo o Antigo Testamento, em  suas três grandes seções que contêm as profecias messiânicas. Sendo as Escrituras Sagradas de tanta importância e consideradas o fundamento para a doutrina cristã, Jesus, segundo escreveu o evangelista, citou-as com a finalidade de abrir o entendimento (Lc 24.45) de seus apóstolos para que eles fossem capazes de interpretar por si mesmos os Textos Sagrados.
E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos,
E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém.
E destas coisas sois vós testemunhas.
E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder. (Lc 24.46-49)
Nesses versículos, vemos que Jesus continuou insistindo na necessidade de sua Paixão e morte, preditas com tanta claridade pelos profetas de Israel. Ele indicou que os apóstolos teriam de pregar em seu nome mensagens de arrependimento e remissão dos pecados a todas as nações, começando por Jerusalém. A capital judaica, considerada o centro da verdadeira religião, teria direito a este privilégio. A mensagem de salvação seria pregada dentro dos muros desta cidade e seria acompanhada de curas divinas, libertação espiritual e batismos com o Espírito Santo.
Alguns dos discípulos, então, fizeram a Jesus uma pergunta que naquele momento parecia inoportuna e estranha: Senhor, restaurará tu neste tempo o reino a Israel? (At 1.6) Eles se referiam ao reino do Messias tal como então sonhavam, segundo temos lido nos evangelhos.
TARSO. Antiga porta que os cristãos chamam de
porta do apóstolo Paulo. O apóstolo dos gentios foi o
responsável pela mais ampla e diversificada
internacionalização da mensagem de Cristo.
Era um reino puramente exterior e político, brilhante e fabuloso, cujos principais súditos seriam os descendentes de Abraão. Os pagãos só teriam direito de cidadania neste reino caso entrassem para o judaísmo, obedecendo às leis e às tradições desse povo. Só assim, eles conseguiriam escapar das sangrentas batalhas que libertariam os judeus.
Que entendimento imperfeito tinham aqueles discípulos sobre as instruções tão preciosas do Mestre! Jesus, então, respondeu: Não vos pertence saber os tempos ou as estações que o Pai estabeleceu pelo seu próprio poder.Mas recebereis a virtude do Espírito Santo, que há de vir sobre vós; e ser-me-eis testemunhas, tanto em Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria, e até aos confins da terra. (At :7,8) [Leia sobre A Morte de Jesus, AQUI]

CHAVES PARA LIGAR NA TERRA E NO CÉU 

(*UMA CURIOSIDADE DO HEBRAICO BÍBLICO)

Em Mateus 16:19, Yeshua diz a seu discípulo Pedro que ele receberá as chaves do reino dos céus. Eles permitiriam que ele “ligasse” (ou proibisse) e “soltas” (ou permitisse) coisas na terra e isso seria feito no céu também.
“Eu te darei as chaves do reino dos céus; tudo o que você ligar na terra será ligado no céu, e tudo o que você soltar na terra será solto no céu. ” (Mateus 16:19)
Por trás do texto judaico-grego está um conceito hebraico do מַפְתְּחוֹת מַלְכוּת הַשָׁמָיִם (maftechot malchut hashamaim) - “chaves do reino dos céus”. O que essas chaves fazem? Nesse caso, “uma chave” eachתֵּחַ (mafteach) é uma ferramenta que abre a porta para o domínio de Deus. Em hebraico, פֶּתַח (petach) é "uma abertura". Em Mishna, פְּתִיחָה (peticha) é "uma introdução" (também uma abertura de algo que se segue). Ambas as palavras vêm do verbo "abrir" פָּתַח (patach). Por outro lado, o verbo hebraico “fechar” é סָגַר (sagar) e “travar” ou “prender” é נָעַל (naal). Nenhuma das palavras está relacionada à idéia de uma chave em hebraico, porque o principal objetivo de “uma chave” מַפְתֵּחַ (mafteach) não é trancar, mas “abrir” פָּתַח (patach) .
O apóstolo Pedro (sozinho ou como principal representante dos doze) tem o poder das chaves, mas essas chaves não são usadas para "trancar" o Céu, mas para abri-lo.(*Texto de Dr. Pinchas Shir - Publicado no Israel Bible Center - Categoria: Evangelhos Judeus)

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