COSTUMES BÍBLICOS: agosto 2017


O CASAMENTO NA PALESTINA

O CASAMENTO NA PALESTINA
Para um povo simples, um casamento, no círculo da vizinhança, é a única festa que interrompe, por breve espaço de tempo, o trabalho diário. Já foram criados quadros que representam o orgulho que, nessas ocasiões, pode ser visto entre o povo.
Raramente, porém, tem-se produzido quadros de casamentos de pessoas simples, em que tudo é desenvolvido com tanta dignidade, nobreza e intimidade, mas também com tanta elevação que nada deixam a desejar com relação às festas das classes mais altas. Tais possibilidades levam a mente a compreender o que de fato aconteceu nas bodas de Caná, o que nos ajuda a entender as parábolas de Jesus.
As festas nupciais no Oriente ainda são até hoje mais ou menos idênticas às festas nupciais dos tempos evangélicos.
Nesses países quentes, as bodas começam sempre no período da tarde e duram, ainda que alguns hóspedes fiquem a semana inteira, mas de um dia. E quanto mais pobres são os noivos, com maior antecedência pensam em convidar outras pessoas para esse dia.



Os pratos preferidos são: carne de carneiro fervida em leite, legumes frescos e frutas secas, como figos e uvas. Ao ler sobre esse cardápio, pode-se-ia pensar em um alto banquete. Entretanto, essas mesmas pessoas passam semanas inteiras a pão e água. E o vinho? perguntará alguém. O vinho, na antiga Palestina, pertence não só às bebidas agradáveis, como também faz parte das refeições.
Não se deve esquecer, porém, que o vinho é sempre misturado com água. Um fato notável é que nas regiões do vinho existem menos bêbados do que mais para o norte, e que nas festas de pessoas simples raramente acontece de alguém se embriagar. Os povos do sul, que vivem quase sempre aos olhos de todos, principalmente os jovens, desde cedo estão acostumados às regras de urbanidade.
No oriente, em casas como aquela de Caná, o vinho era conservado em cântaros. Menciona-se no evangelho expressamente o vinho das bodas. As pessoas tinham de ficar distantes dos cântaros, pouco numerosos. Diziam: "O vinho é para as bodas". Antes disso, não podiam tocar nele!
Como em todos os povos bem constituídos, em Israel o casamento também era considerado um acontecimento que não dizia respeito só à família, mas a todos os parentes de ambos os lados. Foi por isso que Maria recebeu o convite, extensivo a Jesus e a todos os que estavam em sua companhia. A participação na festa era igualmente franqueada a todos os moradores do lugar.
É de fundamental importância, para que possamos compreender as bodas em Caná, lembrarmos que, com a chegada de Jesus e de seus discípulos, o número de hóspedes aumentou. Todavia, o problema propriamente dito surgiu porque todas as pessoas da região tomaram conhecimento da chegada do Salvador à festa.
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OS BANQUETES NO TEMPO
DE JESUS
Um dos seus companheiros, Natanael, era de Caná, e provavelmente não guardou segredo da presença de Jesus no casamento. E a multidão que se ajuntou não quis deixar de entrar na casa dos noivos, conforme o costume oriental. Podemos ler nos escritos rabínicos que em um casamento naquela região a maioria dos convidados chega muito tempo depois de a festa já ter começado.
Um homem, o mestre-sala, encarregava-se de servir os convidados. Era chamado, mais apropriadamente, de copeiro. Cabia a ele misturar o vinho com maior ou menor quantidade de água, reunir as especiarias e dar ordens aos diversos servidores. Certamente, era um posto honroso.
As mulheres tomavam para si o trabalho de preparar a comida: entre elas, as irmãs e as primas dos noivos. É o que devemos supor de Maria, embora isso não seja indicado expressamente, pois lemos que a mãe de Jesus lá estava não que tivesse sido convidada.
Caná da Galileia vista de longe
As mulheres da casa teriam mostrado, certamente, logo que ela chegou, as provisões que tinham em alimentos e bebidas para as núpcias. Mais do que entre nós, no Oriente, as mulheres demonstram grande alegria nos múltiplos preparativos para grandes festas.
Essa série de fatos é de suma importância para as bodas, a festa da qual estamos falando, onde chegaram mais convidados do que se esperava, e era natural que o vinho calculado já não fosse suficiente para todos. Daí o fato de Jesus ter realizado o milagre.

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