Costumes Bíblicos: dezembro 2018




A CONSCIÊNCIA MESSIÂNICA DE JESUS

Com que título Jesus se apresentava aos seus compatriotas quando lhes anunciava o advento do Reino dos Céus? Qualquer evangélico medianamente  informado sabe que, desde o primeiro instante em que apareceu no cenário histórico, o Mestre se revelou, com inteira e total convicção, como o Messias. Por isso, o Seu nome: Jesus Cristo e em hebraico: Yeshua Hamachiah.
A palavra Messias é de origem hebraica e significa ungido. Os gregos a traduziram literalmente por Cristo. Entre os antigos hebreus, os reis eram consagrados com uma unção religiosa, conforme nos ensinam diversas passagens da Bíblia (Jz 9.8; 1Sm 10.1; 16.1,13; 1Rs 1.39; 2Rs 9.1-10).
Quando Jesus foi pedir a João Batista que o batizasse e quando inaugurou sua pregação, que conceito ele tinha de si mesmo? Será que naquela época já estavam claras e bem determinadas suas ideias acerca da natureza e das condições da missão para a qual se preparava para cumprir? Será que Jesus possuía plenamente a chamada consciência messiânica?
Estas questões, por tratarem de um fato histórico, têm de ser estudadas, antes de tudo, à luz dos documentos históricos e, consequentemente, no caso atual, à luz dos evangelhos, cuja autenticidade e veracidade são extremamente comprovadas.
Pois bem, para quem os ler atenta e parcialmente, os evangelhos são conclusivos neste aspecto. Os relatos da infância têm por finalidade principal e imediata mostrar em Jesus o Messias, aquele que muito tempo atrás havia sido prometido a Israel. As duas genealogias, o anúncio do anjo a Zacarias e depois a Maria, os episódios dos pastores de Belém e dos magos, a apresentação de Jesus no templo, os quatro cânticos... tudo isso é uma afirmação solene da dignidade messiânica de Jesus.
Por sua especialíssima significação, é digna de nota a resposta de Jesus à sua mãe e ao seu pai adotivo, quando o encontraram em meio aos doutores: Por que é que me procuráveis? Não sabeis que me convém tratar dos negócios de meu Pai? (Lc 2.49). Esta resposta contém uma revelação, direta e muito clara, da consciência messiânica do Salvador.
Depois de longos anos de vida na obscuridade, Jesus deixou Nazaré para inaugurar o ministério que lhe estava proposto. Nesta nova situação, Jesus manifesta seu pensamento sobre a missão que o Pai lhe havia confiado. Para conhecê-lo, estudaremos suas palavras, seus atos e também a conduta de seus discípulos e das turbas em relação a ele.
Contudo, para que nada percamos de sua força, importa-nos distinguir, na ordem do tema que a partir de agora trataremos, duas fases sucessivas da vida pública de Jesus. A primeira se estende do seu batismo até a confissão de Pedro, e dura uns dois anos. A segunda abrange desde a confissão de Pedro até a ascensão do Salvador aos céus. Ainda que esses dois períodos a convicção messiânica de Jesus se manifeste de modo muito diverso, ela não sofre variação alguma.
Na primeira fase, ou seja, durante a parte mais notável de sua atividade na Galileia, é certo que Jesus evitou apresentar-se abertamente como o Messias. Na segunda, com atenção aos relatos sagrados, comprovamos facilmente que ele agiu com grande reserva quanto à sua missão especial. É por isso que vemos, algumas vezes, ele ordenar imperiosamente que os possessos recém-libertados se mantivessem em silêncio e não proclamassem a dignidade dele (Mc 1.24,25; Lc 4.34,35; Mc 3.10-12). O mesmo pedia aos enfermos a quem curava (Mt 8.4; 9.30; 12.16; Mc 5.43; 7.36,37; 8.26).

Traduções da Bíblia em português

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Antes, vamos a um breve relato de seu idioma original e de como foi as primeiras traduções!









Dissipe a névoa da tradução

No século III AEC, aconteceu uma coisa maravilhosa na cidade egípcia de Alexandria. Setenta escribas entraram em setenta escritórios particulares e traduziram de forma independente toda a Torá do hebraico para o grego. Quando elas apareceram, todas as setenta cópias eram idênticas! Esta foi a primeira tradução do mundo feita da Bíblia. 
Hoje há milhares de versões da Bíblia em todo o mundo. Em inglês, por exemplo, temos mais de 300 versões, da King James Version à New Revised Standard Version. O que todas essas edições têm em comum é que elas são um desvio em relação à original. Toda tradução é uma interpretação, que prejudica a pureza do real.

Traduções da Bíblia em português

Eis um breve histórico das traduções

Tradução de Almeida 

O primeiro a traduzir o Novo Testamento para o português a partir do original grego foi João Ferreira de Almeida, missionário protestante na Ásia especialmente na cidade de Batávia, na Ilha de Java). Traduziu o Novo Testamento, lançado em 1681 e parte do Antigo Testamento (quando faleceu em 1691, a tradução estava em Ez 48.21). O trabalho foi concluído por Jacobus Op den Akker, colega de Almeida.
A Bíblia toda só foi publicada em 1753.
Versão Figueiredo - Tradução do Padre Antonio Pereira de Figueiredo a partir da Vulgata, entre os anos 1772 e 1790. Foi a primeira Bíblia completa publicada no Brasil, em 1864.
Almeida Revista e Corrigida (ARC) - A tradução de Almeida foi trazida para o Brasil pela Sociedade Bíblica Britânica e Estrangeira e entregue a uma comissão de tradutores brasileiros, que foram incumbidos de dar ao texto uma feição mais brasileira.
Tradução Brasileiro (TB) - A primeira Bíblia. O trabalho foi feito entre 1902 e 1917 e teve Rui Barbosa como um de seus consultores linguísticos. Era uma tradução bastante literal. 

Tradução do Padre Matos Soares

Tradução datada de 1932, feita a partir da Vulgata. Editada originalmente em Portugal, foi várias vezes reimpressa no Brasil. Até há pouco tempo, era a versão mais difundida entre os católicos.
Almeida Revista e Atualizada (ARA) - Fiel aos princípios de tradução de equivalência formal, que caracterizam o texto de Almeida, a edição Revista e Atualizada surgiu no Brasil após o trabalho de mais de uma década. A Comissão tratou de atualizar a linguagem, mas também levou em conta os últimos avanços da arqueologia e exegese bíblicas. A Bíblia completa foi lançada em 1959.
Bíblia de Jerusalém (BJ) - Edição preparada por uma equipe de exegetas católicos e protestantes. A Bíblia completa foi publicada em 1981. Uma edição revista e ampliada foi publicada em 2002.
Tradução Ecumênica da Bíblia (TEB) - Publicada em 1994 e reeditada em 2002. Os livros foram traduzidos, introduzidos e anotados por uma equipe de estudiosos católicos, protestantes e judeus.
Bíblia Sagrada - Tradução da CNBB - Publicada em 2002 por um consórcio de sete editoras católicas brasileiras, baseia-se nos textos originais hebraicos, aramaicos e gregos, comparados com a Nova Vulgata. Ela se destina, entre outros propósitos, à citação em documentos da Igreja Católica e à preparação de edições litúrgicas.
Página de rosto 
do Novo Testamento
de João Ferreira de Almeida,
publicado em 1693.

Nova Versão Internacional (NVI)

Publicada no Brasil em 2001. Define-se como tradução evangélica, fiel e contemporânea. Segue a filosofia de tradução da New International Version. 
A Boa Nova - Tradução em Português Corrente Lançada pela Sociedade Bíblica de Portugal em 1993. Foi preparada por biblistas protestantes e católicos e sua linguagem é próxima à usada pela maioria dos portugueses.
Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH) - Em 1988, a SBB lançou a Bíblia na Linguagem de Hoje (BLH), a primeira tradução completa da Bíblia feita por iniciativa da SBB. Em 2000, foi lançada a Nova Tradução na Linguagem de Hoje (NTLH), uma segunda edição do texto da BLH, com alterações no texto do Antigo Testamento e uma revisão mais aprofundada da tradução do Novo Testamento. Orientada pelos princípios de tradução dinâmica, a NTLH emprega uma linguagem que é acessível às pessoas menos instruídas e, ao mesmo tempo, aceitável às pessoas mais eruditas.

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