Costumes Bíblicos: julho 2018



NÃO É INJUSTO QUE DEUS SUBMETA UM PECADOR À PUNIÇÃO ETERNA POR PECADOS COMETIDOS EM UMA VIDA FINITA?



Acerca disso, Alan Gomes, argumentou da seguinte forma sobre a ideia de que pecados cometidos em um tempo finito não são dignos de um inferno eterno:
[Essa objeção] supõe que a gravidade de um crime está diretamente relacionada ao tempo que se leva para cometê-lo. Essa conexão é inexistente. Alguns crimes podem levar apenas um momento para serem cometidos, como um assassinato; enquanto um ladrão pode levar horas para carregar uma van com os bens de outra pessoa. Além disso, o assassinato é, de longe, um crime muito grave do que o roubo. Segundo, a natureza do objeto contra o qual o pecado é cometido, assim como a natureza do próprio pecado, deve ser levada em consideração para determinar a gravidade do pecado.
A duração da punição por uma má ação, portanto, não é uma função diretamente proporcional à duração do tempo que o ato levou para cumprir-se, mas uma função da seriedade do ato em si. E isso, em troca, é, parcialmente, uma função da natureza do ato e do objeto contra o qual o ato é cometido (BLANCHARD, John. Does God Believe in Atheists?.p.173).

RUMINANDO A PALAVRA:

JUÍZO DIVINO
  • É uma doutrina essencialmente bíblica: Mt 3.10,12.
  • É uma necessidade moral, por causa da justiça de Deus: Ap 19.11.
  • Será inevitável para todos os que rejeitaram Jesus Cristo: Jd 1.4,5.
JUÍZO DIVINO SOBRE O PECADO
  • Deus se aborreceu: Gn 6.3.
  • Deus decidiu punir: Gn 6.7.
  • Deus enviou o Dilúvio: Gn 6.17.
JUÍZOS INFALÍVEIS
  • No passado, de Cristo: Is 53.5; Jo 5.46,47.
  • No futuro, do pecador: Jo 5.28,29; Ap 20.11-15.
JULGAMENTOS
  • Do pecador: Jd 1.15.
  • Dos crentes no Tribunal de Cristo: 2Co 5.10. [Esse "julgamento" será uma prestação de contas de nossas obras. Mas não um julgamento de juízo propriamente dito; como será o do TRONO BRANCO. Onde se apresentarão todos os mortos sem Cristo! Veja aqui: O JULGAMENTO DO GRANDE TRONO BRANCO]
ESTE ARTIGO É CONTINUAÇÃO DESSE ESTUDO:





EXISTE MAIS DE UM INFERNO?


Existe mais de um inferno? Se for o caso, onde cada um deles se localiza?
Como já foi apontado anteriormente, em uma pergunta e resposta, de fato, parece que existe um inferno temporário (Hades) e um inferno final e permanente (Geena ou lago de fogo). Se esse for o caso realmente, podemos concluir que:
  • O inferno temporário (Hades) é o local, para onde todos os mortos, salvos e não salvos (a partir de Abel e Caim) descem depois que partem desta terra, esperando ficar diante do julgamento do Grande Trono Branco no final do milênio (Ap 20). (O seio de Abraão é a parte destinada aos salvos).
  • O inferno permanente (Geena) será localizado em algum lugar nas trevas exteriores deste vasto universo.
Portanto, a Bíblia ensina que o inferno do Hades está em algum lugar deste vasto universo (Nm 16.32,33; veja também Lc 16.19-31).
Ela ensina, entretanto, algumas coisas sobre Geena (Mt 8.12; 22.13; 25.30; 2Pe 2.17; Jd 1.13).
A partir desses cinco versículos, fica imediatamente claro que o inferno Geena está em um lugar  longe desta terra, em um lugar remoto próximo à beira do universo de Deus. Então, se alguém fizer uma distinção entre o inferno Hades e o inferno Geena, ele compreenderá as palavras de João descrevendo a ressurreição final dos perversos que morreram e o seu julgamento (Ap 20.14).
Com isso, João quis dizer que a morte (a qual reivindicava o corpo de todos, salvos e não salvos) e o inferno (Hades, que era dividido em duas partes: uma onde ficavam os não salvos - o Hades propriamente dito - e a outra onde ficavam os justos - o seio de Abraão) abandonavam as almas que estavam neles, resultando na junção do corpo e do espírito de todos os salvos (que iriam para o paraíso), e dos não salvos, que serão jogados no inferno Geena.
Todos os salvos do AT foram transportados para o paraíso por Jesus durante Sua morte. No fim de tudo, todos os não salvos serão jogados no inferno Geena, enquanto os salvos irão para o céu.
Sabemos que, de acordo com Jesus, o céu ainda está sendo preparado (Jo 14.1-3).
E quanto ao inferno? Há muitos fatos científicos e bíblicos que indicam que o inferno Geena existe agora (Mt 25.41).
O Dr. J. Dwight Pentecost compara o inferno à composição e à perenidade de uma estrela anã branca:
A palavra preparado significa, literalmente, ter sido preparado, sugerindo que o lago de fogo já existe e está esperando seus ocupantes. É a tese de C.T.Schwarze e, em seguida, da Universidade de Nova York, que o lugar chamado lago de fogo é conhecido pela ciência hoje. Ele escreve: "A palavra lago deve representar uma quantidade de matéria em forma líquida. Portanto, se as Escrituras são verdadeiras, esse fogo eterno deve estar em forma líquida.
"[...] A prova mais simples das partes das Escrituras que temos discutido está na existência do singular fenômeno dos céus chamado de estrelas anãs brancas![...]
"Em uma anã branca, a pressão é tão grande que os gases são comprimidos até a consistência de líquido, embora ainda responda às características de um gás.
"[...] até onde sabem os astrônomos e os físicos, as estrelas anãs são incapazes de esfriar [...] A anã branca, para todos os propósitos, é incapaz de apagar-se". (Things to Come.p.559,560)
Assim escreveu Dr. Schwarze. Pentecost alerta:
Embora não possamos dizer que Deus irá realmente usar esses lagos de fogo para cumprir Sua Palavra, a resposta ao cético está nos céus, onde ficam os lagos de fogo (Ibid.,p 561).
Talvez, uma localização ainda mais provável (e mais assustadora certamente) para o inferno Geena é conhecida, por astrônomos, como buraco negro. Dito da forma mais simples possível, o buraco negro é o resultado hipotético de um colapso gravitacional descontrolado de uma supernova. Em algum momento, um objeto em colapso, como uma estrela, alcançará um tamanho limite chamado de Raio Schwarzschild, que depende da massa do objeto. Para o sol, o Raio Scwarzschild é de três quilômetros aproximadamente. Se o objeto em contração continuar contraindo-se, ficando menor do que seu Raio Schwarzschild, ele torna-se um buraco negro. As forças gravitacionais exercidas por esse objeto são tão fortes que nenhuma matéria ou radiação é capaz de escapar delas. A luz emanada desse objeto fica presa e é removida do "universo observável".
O Dr.Kip Thorne, do Instituto de Tecnologia da Califórnia, uma das autoridades mundiais em estrelas colapsadas, diz que buracos negros podem condenar o universo:
O buraco não pode dividir-se nem diminuir de tamanho; somente crescer [...]
Por fim, se o universo não entrar em colapso e morrer primeiro, os buracos negros irão devorar toda a matéria de nossa galáxia. Um dez mil avos do universo já possui buracos negros. Gostaríamos de varrer esse fato para baixo do tapete, mas, ocasionalmente, nós o revelamos, encaramo-lo e trememos (National Geographic. Maio de 1974.p.620).
De acordo com o Dr. Paul Ho,pesquisador do Centro de Astrofísica Harvard-Smithsonian, um buraco negro, um milhão de vezes mais massivo do que o nosso sol, foi descoberto no centro da Via Láctea, a 30 mil anos-luz da terra, na constelação de Sagitário. Isso saiu em vários jornais dos Estados Unidos em 1989.

Este artigo é continuação desse estudo:
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HAVERÁ GRAUS DE PUNIÇÃO NO INFERNO?

A Bíblia ensina claramente que não há injustiça nem parcialidade em Deus (Rm 2.6,11). Conclui-se que graus de sofrimento no inferno (como também é o caso das recompensas no céu) irão variar grandemente, estando em relação direta à vida do pecador na terra. Várias partes das Escrituras contêm isso:

  • As palavras de Cristo sobre algumas cidades incrédulas (Mt 11.20-24).
  • As palavras de Cristo sobre um servo incrédulo (Lc 12.47,48).
  • As palavras de Cristo sobre escribas desonestos (Lc 20.45-47).
  • As palavras de Cristo sobre os líderes judeus envolvidos em Sua crucificação (Jo 19.10,11).
  • As palavras de Paulo sobre o relacionamento do incrédulo com a Lei de Deus (Rm 2.12 NVI).


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O INFERNO

POR QUE AS PESSOAS VÃO PARA O INFERNO?

POR QUE AS PESSOAS VÃO PARA O INFERNO?
Para fechar essa questão de inferno e trazê-la a um nível prático, considere o que C.S. Lewis disse:
A necessidade de que Deus deve perdoar um homem, que continua sendo o que é, baseia-se na confusão entre abrandar e perdoar. Ser brando com o mau é simplesmente ignorá-lo, tratá-lo como se fosse bom. Mas, o perdão precisa ser aceito, bem como oferecido se é para  ser completo: e um homem que admite não ter culpa não pode aceitar perdão.
Eu acredito, de boa vontade, que os condenados são, em certa medida, bem-sucedidos, rebeldes até o fim; que as portas do inferno estão trancadas por dentro. [...] Em longo prazo, a resposta para todos que são contra a doutrina do inferno é uma pergunta: "O que você está pedindo para Deus fazer?". Elimine seus pecados do passado e, a todo custo, dê-lhes um novo começo, derrubando todas as dificuldades e oferecendo ajuda milagrosa: mas Ele fez isso no Calvário. Perdoá-los? Não serão perdoados. Deixá-los sozinhos? Temo que seja isso que Ele faça.
Há apenas dois tipos de pessoas no final: os que dizem para Deus: "Seja feita a Tua vontade" e aqueles a quem Deus diz no final: "Seja feita a tua vontade". Todos os que estarão no inferno escolheram isso. Sem essa escolha própria, o inferno não poderia existir. Nenhuma alma que desejasse seriamente e constantemente a felicidade iria perdê-la. Aqueles que procuram acham. Àqueles que batem, ser-lhes-á aberto. (GEISLER, Norman; BOCCHINO, Peter. Unshakable Foundations. Minneapolis, MN: Bettany House.p.367,368)

INFERNO, seus 7 tormentos
  1. Tormento de condenação: Mc 3.29; Mt 23.14; Lc 20.47.
  2. Tormento eterno: Mt 18.8; 25.41.
  3. Tormento de fogo: Mt 7.19; Mt 13.40.
  4. Tormento de maldição: Mt 22.13; Mt 25.41.
  5. Tormento de punição: Mt 25.46.
  6. Tormento de ranger de dentes: Mt 13.42,50; 8.12.
  7. Tormento de trevas: Mt 22.13.
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CARACTERÍSTICAS DO INFERNO

I. Quem estará no inferno?
A. Satanás (Rm 16.20; Ap 20.10).
B. O anticristo (2Ts 2.8).
C. O falso profeta (Ap 19.20).
D. Os anjos caídos (2Pe 2.4).
De acordo com Paulo, o crente terá parte na declaração das sentenças dos anjos caídos (1Co 6.3).
E. Judas Iscariotes.
O traidor de Jesus Cristo é citado aqui, em particular, porque há pessoas (notavelmente, o falecido e amado Kenneth S. Wuest da Moody Bible Institute faculty) que acreditam que Judas receberá um lugar especial no Geena, baseando-se nas palavras de Pedro na sala superior pouco antes do Pentecostes (At 1.25).
F. Todos os não salvos.
Em Apocalipse 21.8, João classifica todos os pecadores em oito categorias gerais.

  1. Tímidos. Em primeira análise, pode parecer estranho encontrar os tímidos no topo dessa lista dos rejeitados de Geena, mas muitos irão, obviamente, para o inferno pelo custoso temor de clamar o nome do Salvador (Pv 29.25; Jo 9.22; 12.42,43).
  2. Incrédulos. Literalmente, esses são os que não creem. Ninguém vai para o inferno por ser incapaz de crer. Não existe agnósticos honestos (Jo 3.36).
  3. Abomináveis. Literalmente, essa é uma referência aos que se contaminaram com abominações (Pv 6.16-19).
  4. Homicidas. Isso faz referência não só a um assassino humano, mas também a quem odeia humanos (1Jo 3.15).
  5. Fornicadores. Isso faz referência aos que cometem pecados sexuais (Ef 5.5; Hb 13.4). Por algum motivo que não foi totalmente revelado nas Escrituras, Deus odeia o pecado de imoralidade sexual de forma especial, considerando-o, talvez, com exceção do orgulho e da prepotência, a transgressão mais ofensiva de todas. Esse pecado decretava a pena de morte aos que fossem acusados de cometê-lo no Antigo Testamento (Lv 20.10; Dt 22.22-24). E foi por causa desse pecado que Deus varreu a antiga cidade de Sodoma (Gn 13.13; 18.20,21; 19.24). A perversão sexual causou, provavelmente, a destruição - liderada por Josué, sob o comando de Deus - da sociedade canaanita (compare Dt 20.17,18 com 1Rs 14.24). Por fim, no Novo Testamento, Paulo associa esse pecado à completa degradação da raça humana. Na verdade, esse é o único pecado registrado que faz com que Deus "abandone" as nações e as culturas que a praticam (Rm 1.24-28 NVI).
  6. Feiticeiros. A palavra grega é pharmakos, que se refere a um encantador com drogas. Em sentido geral, a palavra também se refere aos que têm parte com Satanás por meio de adivinhadores, médiuns e astrologia (Ap 9.21; 18.23).
  7. Idólatras. Os que adoram algo ou alguém no lugar do verdadeiro Deus são descritos como idólatras (Rm 1.22,23).
  8. Mentirosos (Jo 8.44; 1Jo 2.22; Ap 2). è assustador perceber que todas as passagens acima são sobre mentirosos religiosos!
II. Qual a natureza e quais as características do inferno?
Como o inferno realmente será?
O inferno é:
A. Um lugar de fogo que não pode apagar (Mt 3.12; 13.41,42; Mc 9.43).
Há opiniões divergentes quanto ao fogo aqui, mencionado, ser literal ou não. Já foi sugerido que o fogo não é real, mas, algo muito pior. Entretanto, a linguagem grega pode indicar o contrário. A mesma palavra grega para fogo 9pur) usada em Mateus 13.42 também se encontra em Mt 17.15 e Lc 17.29.
B. Um lugar de memória e remorso.
Em Lucas 16.19-31, o rico não salvo tinha memória e remorso de sua perdida condição no Hades. É certo que essas experiências não serão amenizadas no Geena.

  1. Como Davi, os que estiverem no inferno poderão dizer: Porque eu conheço as minhas transgressões, e o meu pecado está sempre diante de mim (Sl 51.3).
  2. Diferente de Davi, eles nunca poderão dizer: Bem-aventurado aquele cuja transgressão é perdoada, e cujo pecado é coberto (Sl 32.1).
C. Um lugar de sede (Lc 16.24).
De fato, parece difícil aceitar esse relato de forma literal sem que o fogo do inferno seja literal. Mas, e quanto ao dedo do Lázaro e a língua do rico? Isso pode ser interpretado literalmente?
Tem sido especulado, com base nessa passagem e também em 2 Coríntios 5, que é dado um tipo de corpo temporário para ambos, salvos e não salvos, até a ressurreição de todos.
D. Um lugar de tormento e dor (Ap 14.10,11).
E. Um lugar de frustração e ira (Mt 13.42; 24.51).
F. Um lugar de separação.
Os não salvos costumam fazer a seguinte piada: "Bom, se eu for para o inferno, não estarei sozinho. Todos os meus amigos estarão lá também. Mas, na verdade, é o contrário. Em quatro passagens diferentes, pelo menos, o inferno de Geena é chamado de segunda morte (Ap 2.11; 20.6,15; 21.8).
Como já comentamos, na Bíblia, a morte refere-se à separação. Portanto, o inferno é a segunda morte, literalmente, pois o pecador ficará separado de Deus para sempre; e, assim como o Geena é um lugar de trevas, essa separação irá, sem dúvidas, separá-lo da companhia de seus amigos não salvos também.
Portanto, a pior coisa do inferno tem muita ligação com a melhor coisa do céu, ou seja, o primeiro é um lugar do qual Jesus Cristo estará completamente ausente e o segundo é um lugar onde Ele estará completamente presente.
G. Um lugar de pura ira divina.
O homem já experimentou parte da ira de Deus nesta terra, mas não em seu estado puro. Após o dilúvio, tem havido o arco-íris; a partir desse fato, Deus sempre ouviu e respondeu à oração do profeta Habacuque (Hc 3.2).
Mas não mais! Todos deverão pensar com cuidado nestas palavras: também o tal beberá do vinho da ira de Deus, que se deitou, não misturado, no cálice da sua ira, e será atormentado com fogo e enxofre diante dos santos anjos e diante do Cordeiro (Ap 14.10).
H. Um lugar preparado, originalmente, para Satanás e suas hostes.
Talvez, o fato mais triste sobre o inferno é que o não salvo vai para lá como alguém que não foi convidado, de certa forma (Mt 25.41).
Como é trágico, portanto, que o pecador recuse o céu, o lugar preparado para todos os homens arrependidos, apenas para finalmente ir ao inferno, um lugar que não foi criado originalmente para ele (Jo 14.2).
Nota: No Getsêmani, em três ocasiões, nosso Senhor orou: Seja feita a tua vontade. De uma maneira bastante real, essas cinco palavras simples determinam o céu ou o inferno para cada ser humano. Para deixar claro:

  1. Se o pecador rejeita Cristo, então o Pai diz a ele: "Seja feita a tua vontade", resultando em sua ida ao inferno.
  2. Se o pecador aceita Cristo, então, ele mesmo diz ao Pai: "Seja feita a Tua vontade", resultando em sua ida ao céu.
I. Um lugar criado para toda a eternidade.
A palavra grega para eternidade é aionios e pode ser encontrada 71 vezes no Novo Testamento. 64 dessas ocorrências fazem referência a Deus, como Seu eterno poder, Seu Espírito, Seu Reino, Seu concerto, etc. Os outros sete casos estão diretamente relacionados à duração do inferno. Em outras palavras, o inferno continuará enquanto a obra de Deus continuar, a qual é para sempre. Muitas passagens abordam essa verdade (Dn 12.2; Mt 25.46; Jd 1.7).
Quanto tempo dura a eternidade? Imagine que o sol (o qual é mais de um milhão de vezes maior que a Terra) fosse feito de ronha de granito maciça. Imagine, também, um pequeno pássaro do nosso planeta voando até essa pedra gigantesca, uma vez a cada mil anos, e tirando um pequeno grão de areia. Quando a última partícula for levada, o primeiro momento da eternidade mal teria começado.
Que cristão não fica emocionado com a última estrofe do grande hino Amazing Grace, de John Newton: "Quando estivermos lá por dez mil anos, brilhantes como o sol, não teremos menos dias para cantar louvores a Deus do que quando começamos?
Mas, deixe-me reverter e aplicá-lo aos que estarão no inferno: "Quando eles estiverem lá por dez mil anos, no gofo mais quente que o sol, não terão menos dias para amaldiçoar e delirar do que quando começaram!". É um pensamento chocante de fato!
Não há dúvidas de que a verdade mais difícil de aceitar, mesmo para os cristãos, é a duração do inferno. É possível compreender que um pecador de 65 anos vá para o inferno por 65, 650,6.500 ou até por 65 milhões de anos. Mas, por que eternamente? Como um Deus justo pode punir, para sempre, os pecados que foram cometidos em um breve período de tempo na terra?
A resposta completa existe apenas na mente de Deus. Entretanto, o inferno demonstra vividamente a santidade de Deus e Sua abominação ao pecado. Dessa forma, os pecados contra a eterna santidade de Deus só podem ser punidos pela justiça eterna de Deus.
O teólogo Thomas Hooker descreve a agonia do inferno:
Imagine o seguinte: se todas as doenças do mundo afligissem um só homem e se todo o tormento que todos os tiranos do mundo pudessem criar fosse lançado contra ele; e se todas as criaturas do céu e da terra conspirassem para destruir esse homem; e se todos os espíritos malignos do inferno trabalhassem para puni-lo, você poderia pensar que esse homem estaria em uma situação terrível. Mas, isso tudo é apenas um feixe da indignação de Deus. Se os feixes da indignação de Deus são tão quentes, qual é a soma total de Sua ira quando atinge a alma de uma criatura pecadora com força total? (Citado por Charles Swindoll. Swindoll's Ultimate Book of Illustrations and Quotes. Nashville, TN: Thomas Nelson.p.266)

Este artigo é continuação desse estudo:
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INTRODUÇÃO AO INFERNO

Por que o inferno existirá?
A justiça de Deus exige um inferno. Além de afirmações diretas, as Escrituras oferecem motivos para a existência do inferno, futuramente. Uma delas é que a justiça exige a existência do inferno, e Deus é justo (Rm 2). Ele é tão puro imaculado que não pode olhar para o pecado (Hc 1.13). Deus não faz acepção de pessoas, porque, para com Deus, não há acepção de pessoas (Rm 2.11). Como declarou Abraão: Não faria justiça o Juiz de toda a terra? (Gn 18.25). O Salmo 73 é um representante das passagens que ensinam que nem toda justiça é cumprida nesta vida. O perverso sempre parece prosperar (Sl 73.3). Portanto, a existência de um lugar de punição para os ímpios, após esta vida, é necessário para manter a justiça de Deus. Certamente, não haveria justiça verdadeira se não existisse um lugar de punição para as almas dementes de Stalin e Hitler, que iniciaram o impiedoso massacre de milhões de pessoas. A justiça de Deus exige um inferno. E ele[inferno], será preparado para um mundo vindouro. Não para o atual. Entenda.  Jonathan Edwards defende [e eu também, sem sombra de dúvidas!] que mesmo um único pecado merece o inferno, pois o Deus Eterno e Santo não pode tolerar pecado algum. Cada pessoa comete muitos pecados em pensamentos, palavras e ações. Isso tudo é formado pelo fato de que rejeitamos a imensa misericórdia de Deus. Acrescente, a isso, a vontade humana de encontrar erros na justiça e na misericórdia de Deus, e teremos evidências suficientes para a necessidade de inferno. Se tivéssemos uma consciência espiritual verdadeira, não ficaríamos impressionados com a severidade do inferno, mas com a nossa própria depravação (Edwards, 1109).
O amor de Deus exige um inferno. A Bíblia afirma que Deus é amor (1Jo 4.16). Mas o amor não pode agir coercivamente, apenas persuasivamente. Um Deus de amor não pode forçar as pessoas a amá-Lo. Paulo fala de coisas que são feitas deliberadamente em vez de compulsivamente (2Co 9.7). O amor forçado não é amor, é violação. Um ser de amor sempre dá espaço para o outro. Ele não se força contra a sua vontade. Assim como observou C.S.Lewis: "O irresistível e o indisputável são duas armas com as quais a própria natureza desse esquema proíbe-O de usar. Simplesmente para sobrepujar o livre-arbítrio do homem [...] seria inútil para Ele. Ele não pode violentar. Ele só pode atrai" (Lewis, Screwtape Letters,38). Sendo assim, os que não escolhem amar a Deus devem poder não amá-Lo. Os que não desejam estar com Ele podem ser separados dEle. O inferno permite a separação de Deus.
A dignidade humana exige um inferno. Como Deus não pode forçar pessoas a irem para o céu contra a sua vontade, a livre escolha do homem exige o inferno. [...] Conforme disse Lewis: "Há apenas dois tipos de pessoas no final: os que dizem para Deus: 'seja feita a Tua vontade'; e aquelas para quem, no final, Deus diz: 'seja feita a tua vontade'" (Screwtape Letters,69).
A soberania de Deus exige um inferno. Sem um inferno, não há vitória final contra o mal. O joio e o trigo não podem crescer juntos para sempre. Deve haver uma separação final ou o bem não triunfará sobre o mal. Como na sociedade, a punição para o mal é necessária para que o bem prevaleça. Da mesma forma, na eternidade, Deus precisa prevalecer contra o mal. Se Ele não o fizer, então Deus não tem controle total. A soberania de Deus exige um inferno ou Ele não poderia ser o vencedor final contra o mal que a Bíblia declara (cf. 1Co 15.24-28; Ap 20--22). (GEISLER, Norman. Baker Encyclopedia of Christian Apologetics.p.311)

TEMAS QUE SÃO ABORDADOS NESTE ESTUDO:
  1. CARACTERÍSTICAS DO INFERNO: Quem estará no inferno?
  2. POR QUE AS PESSOAS VÃO PARA O INFERNO?
  3. HAVERÁ GRAUS DE PUNIÇÃO NO INFERNO?
  4. EXISTE MAIS DE UM INFERNO?
  5. NÃO É INJUSTO QUE DEUS SUBMETA UM PECADOR À PUNIÇÃO ETERNA POR PECADOS COMETIDOS EM UMA VIDA FINITA?
  6. POR QUE DEUS NÃO DÁ UMA SEGUNDA CHANCE AOS DESCRENTES APÓS A MORTE OU SIMPLESMENTE OS ELIMINA?
  7. OS QUE ESTIVEREM NO INFERNO POSSUIRÃO CORPOS PERMANENTES COMO OS QUE ESTARÃO NO CÉU?
  8. COMO O INFERNO É REFERIDO E CONSIDERADO NA BÍBLIA? São eles: Sheol, Hades, Tártaro e Geena.

Um insight da *interpretação do Hebraico Bíblico sobre o Inferno:

"As Escrituras esclarecem que um lugar ardente de julgamento é reservado para o mundo vindouro, e não no mundo atual. “Estamos aguardando novos céus e uma nova terra na qual os justos habitarão” (2 Pedro 3:13), e o “inferno” é uma parte pendente dessa futura criação. Em outras palavras, o inferno ainda não existe. [*Dr.Nicholas J. Schaser]

A BELEZA DOS SALMOS - PARTE II

PARTE II
Salmos penitenciais (Sl 6; 32; 38; 51; 102; 130; 143).
Não menos do que cinco entre sete Salmos penitenciais foram escritos por Davi. Ele escreveu os Salmos 6,32,38,51 e 143. Já os Salmos 32,38 e 51 são analisados aqui:
A. Salmo 32.
Esse salmo deve ser relacionado ao Salmo 51. Este último descreve as emoções de Davi ao confessar seu pecado de adultério e assassinato (2Sm 11), enquanto o primeiro descreve seus sentimentos antes de tal confissão ter sido feita, quando o terrível peso da culpa ainda pesava excessivamente sobre ele. Em Romanos 4.7,8, Paulo cita o primeiro de dois versos desse Salmo para ilustrar uma das grandes doutrinas das Escrituras, aquela da imputação. A imputação é o ato de alguém que impõe algo ao fardo de outra pessoa. Há três imputações principais na Bíblia:
  1. A da natureza do pecado de Adão sobre a humanidade (Rm 3.23; 5.12).
  2. A do pecado do homem sobre Cristo (Is 53.5,6; 2Co 5.14-21; Hb 2.9; 1Pe 2.24).
  3. A da justiça de Cristo sobre o pecador que crê (Rm 4.6-24; Fp 3.9; Tg 2.23).
B. Salmo 38.
Certamente, esse salmo deve figurar entre as passagens mais notáveis de toda a Bíblia. Se não for por outra razão, que seja em função de absoluta sinceridade. Essa oração piedosa demonstra que a Bíblia é não apenas um livro que o homem não conseguiria escrever se quisesse, mas também um livro que esse mesmo homem não escreveria se pudesse! Eis Davi, o mais doce dos cantores israelitas, o ungido do Senhor, o homem segundo o coração de Deus. (Veja REI DAVI) Contudo, ao estudar cuidadosamente a linguagem dessa oração, torna-se impossível escapar da chocante impressão de que Davi estava corrompido com os mesmos tipos de vícios frequentemente associados à vida e as práticas imorais (veja Sl 38.3-1).
C. Salmo 51.
Nós já observamos o contexto no qual Davi escreveu esse salmo.
  1. Ele começa essa grande confissão fazendo o que Deus espera de todo crente pecador - que reconheça livremente seu pecado. O Pai aceitará nossas lágrimas, mas não nossas desculpas. Davi se recusa a desculpar seus fracassos, apelando à sociedade, hereditariedade, à pobreza ou ao ambiente.
  2. No verso 4, ele afirma que pecou contra ti somente. Em sentido técnico, obviamente, isso não é verdade. Davi pecou contra si mesmo, contra Bete-Seba, contra Urias e contra toda a nação israelita, que se espelhava em seu amado rei. Mas seu pecado contra Deus foi tão sério e estupendo, que todas as outras partes envolvidas esvaneceram. A última parte desse verso foi citada por Paulo para provar a condenação universal da humanidade (Rm 3.4).
  3. No verso 7, Davi clama para ser purgado (ou purificado) com hissopo. Talvez, sua mente tenha voltado até a noite da primeira Páscoa de sua nação, quase cinco séculos antes. Sem dúvida, o salmista ouvira aquela narração muita vezes (Êx 12.21-23). Então, Deus purificou-o. Mais tarde, o Grande Filho de Davi performaria esse ministério a todos os cristãos em todos os lugares (Hb 1.3). Davi desejava ser ministrado, para que ele pudesse tornar-se mais branco do que a neve. Quase três séculos depois, Isaías usaria as palavras de Davi para comunicar a mensagem de Deus para a pecadora nação israelita (Is 1.18).
  4. No verso 11, Davi faz uma oração de que, todavia, nenhum cristão precisa ou deveria precisar hoje. No cenáculo, nosso Senhor prometeu: E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre (Jo 14.16). [Também precisamos está atentos pelo motivo de que o Espírito Santo não compartilha com nosso corpo em práticas do pecado. Ele pode sim, se entristecer e se afastar de nós! (Ef 4.30; 1Ts 5.19). Portanto devemos ter cuidado, porque as Escrituras menciona pecados para a morte!! (Hb 6.4-6)]
  5. Contudo, cada filho de Deus precisará, em algum momento, fazer a oração com as palavras de Davi no verso 12. Toda a igreja em Éfeso precisou orar com essas palavras, tal como Jesus as ensinara (Ap 2.4). Quando essa alegria e o primeiro amor retornarem, o arrependimento dos pecadores efetivamente ocorrerá, tal como mencionado no verso 13.
  6. Esse salmo confessional traz muitas verdades preciosas, mas, talvez, a maior de todas elas é encontrada nos versos 16 e 17. A razão para tanto era muito simples - não havia sacrifício para o pecado do adultério. Em vez disso, quem fosse culpado de adultério deveria ser levado para fora e apedrejado até a morte (Lv 20.10). Portanto, Davi ignorou as ofertas de expiação do Levítico e entregou-se completamente à misericórdia e à graça de Deus.
Salmos imprecatórios (Sl 35,55,58,59,69,83,109,137,140).
A. A definição desses Salmos: imprecar é orar contra, invocar o mal sobre alguém ou algo.
B. Os problemas envolvidos nesses Salmos: como conciliar essas frases com a admoestação de Jesus para amar os inimigos, abençoá-los e orar por eles, fazendo-lhes o bem (Mt 5.44)?
C. A resposta sugerida para esses Salmos (retirada do livreto de Dr.Roy L.Alderich, Notes to Lectures on the Psalms):

  1. Os Salmos são inspirados, e o Espírito Santo tem direito de denunciar o pecado e os pecadores.
  2. Eles estão em harmonia com a Lei (Sl 28.4; Jr 50.15).
  3. Essa punição contra o mal e os malfeitores está em harmonia com os ensinamentos do evangelho e das cartas do Novo Testamento (Mt 18.6; 23.33; 26.24; Gl 1.8,9; 5.12; 2Ts 2.10-12; Tg 5.3; 2Pe 2.12,22; Jd 1.13,15; Ap 14.10,11).
  4. As Escrituras também pronunciam maldições contra os israelitas, porque eles caem em pecado e em idolatria (Lv 26; Dt 27--28; Is 5.24,25; 28.13; etc.).
  5. Privadamente, Davi praticara grande paciência, mas, em seus Salmos, ele fazia da causa de Deus a sua própria causa (Sl 5.10,11).
  6. Os homens do Oriente Médio, na Antiguidade, estavam acostumados a usar palavras mais fortes do que as do ocidental de hoje. Naquela época, as denúncias eram mais exageradas, tanto quanto os louvores eram mais veementes. [Eu fico com a Antiguidade!]
  7. Muitas das imprecações foram enunciadas por simpatia em relação aos feridos e oprimidos (Sl 10.8-10).
  8. Alguns desses Salmos são orações pelo sucesso no campo de batalha (Sl 144.5-7). Muitas das guerras israelitas eram certamente aprovadas por Deus.
  9. Algumas das petições referiam-se a predições das Escrituras (Sl 137.8,9). O salmista possuía diante dele uma profecia direta em que a queda da Babilônia era profetizada nos mesmos termos de Isaías 13.16 (também Jr 50.15; 51.6,36).
  10. Alguns tratam dos traidores de Cristo  (Sl 40,55,60). O Salmo 69.22-25 descreve-nos a punição que acabou recaindo sobre Judas. Já o Salmo 109 faz parte do conjunto de "Salmos de Iscariotes".
  11. Os ímpios, no livro de Salmos, são considerados como apóstatas ou pecadores confirmados. A punição deles está de acordo com a soberania de Deus e também com o caráter profético de cada Salmo. Muitos deles predizem os dias finais da terra e o julgamento contra os ímpios.
  12. A graça é manifestada em avisos francos e repetidos aos pecadores (Sl 2.12).
  13. Sem cometer violência contra a língua hebraica, é possível mudar a forma imperativa para o futuro. Assim, em vez de sejam errantes, poderíamos ter, "eles errarão". A oração, então, torna-se uma profecia (veja Sl 109.8-10).
D. Um breve exame desses salmos:
  1. Salmo 25. Esse é o primeiro de nove Salmos imprecatórios (veja Sl 35.1-8). Mas também deve ser considerado que Davi, em primeiro lugar, orou fervorosamente por seus ferozes inimigos, apesar da crueldade destes em relação ao salmista (veja Sl 35.12-16). Esse também é o primeiro dos quatro "Salmos de Iscariotes", ou seja, passagens que descrevem profeticamente a traição de Judas no Novo Testamento. Os outros três são: 41.9; 55.12-14; 109.6-8. Orações imprecatórias também aparecem nos Salmos 55.9; 58.6-9; 59.11-15; 69.22-28; 83.9-17; 109.6-20.
  2. Salmo 137. Eis uma oração imprecatória dupla: a) Para que Deus julgasse Edom por sua traição durante a captura de Jerusalém pelos babilônios (Sl 137.7). b) Para que Deus julgasse a própria Babilônia (veja Sl 137.8,9). Essas palavras não descrevem uma espécie de exército de elite israelita correndo pelos arredores e atacando os corpos de pequenos bebês babilônios. Afinal, historicamente falando, foi a Babilônia que conquistou os israelitas, e não o contrário. Portanto, essa passagem pode ser considerada uma profecia relativa aos persas, que efetivamente derrotaram os babilônios (veja Is 13.16; Dn 5). Essa lei divina de retribuição está aqui implicada, tal como estava em Êxodo 32.34; Salmo 7.16; Provérbios 11.19,21; Gálatas 6.7.
  3. Salmo 140. Veja os versos 8-10 para oração imprecatória.
Salmos de ascensão gradual.
A. Quem os escreveu? Uma teoria comumente defendida afirma que eles foram compostos por três homens.
  1. Ezequias escreveu dez Salmos (Sl 120,121,123,125,126,128,129,130,132,134).
  2. Salomão escreveu um deles (Sl 127).
  3. Davi escreveu quatro deles (Sl 122,124,131,133).
B. Por que eles foram escritos? Muitos os atribuem aos eventos da história: por volta de 728 a.C., Deus curou um rei judeu chamado Ezequias de uma enfermidade fatal. Isaías 38 registra a oração de agradecimento do rei agraciado. Ela foi composta depois de sua recuperação. Alguns estudiosos (incluindo Thirtle, Lightfoot e Scroggie) acreditam que as dez "canções de ascensão" anônimas no grupo de 15 (Sl 120--134) também foram escritas por Ezequias. Com efeito, elas realmente possuem similaridades estilísticas; é possível, portanto, que Ezequias tenha escrito as dez canções anônimas de ascensão em memória aos dez passos (ou degraus) da sombra sobre o relógio de sol (2Rs 20.9-11) e, em seguida, tenha adicionado cinco Salmos, até então inéditos, escritos por (Davi e) Salomão (veja Pv 25.1) e que eram adequados ao contexto. Desse modo, foi possível reunir 15 canções em honra aos 15 anos que Deus adicionou à vida dele (veja 2Rs 20.6).
C. Como esses Salmos deveriam ser cantados? Listamos abaixo as muitas teorias:
  1. A antiga tradição judaica afirma que eles eram cantados quando o coro ascendia ao êxtase semicircular das estrelas, conduzindo a corte dos homens no templo.
  2. Os ascensos devem referir-se aos estágios da peregrinação a Jerusalém, cantados pelos viajantes ao longo do caminho que passavam pelos muitos dias festivos de cada ano.
  3. Ascenso significa "uma canção em coro mais alto", com os cantores posicionando-se em degraus de um lugar alto.
  4. A referência também pode ser musical, indicando que as notas crescem por graus sucessivos.
Salmos de aleluia (Sl 113--118).
Esses seis salmos eram cantados na noite de Páscoa (veja imagem abaixo Salmos de Halel). Foram declamados pelo Salvador e por Seus discípulos em Mateus 26.30. Ainda são recitados na Palestina 18 vezes ao ano em muitas ocasiões e 21 vezes anualmente pelos judeus que não estão na Terra Santa.

Salmos históricos (Sl 78,105,106).
Esses três Salmos descrevem a história dos israelitas e podem ser assim resumidos:
A. Os pecados dos israelitas.

  1. Eles recusaram-se a caminhar na Lei de Deus (Sl 78.10).
  2. Eles esqueceram-se das obras do Altíssimo (Sl 78.11,42; 106.13).
  3. Eles falaram contra Deus (Sl 78.19).
  4. Eles não confiaram na salvação divina (Sl 78.22).
  5. Eles mentiram para Deus (Sl 78.36).
  6. Eles ofenderam o Todo-poderoso (Sl 78.40).
  7. Eles pensaram que Ele era limitado (Sl 78.41).
  8. Eles adoraram imagens esculpidas (Sl 78.58; 106.19).
  9. Eles invejaram seu líder, Moisés (Sl 106.16).
  10. Eles desprezaram a Terra Prometida (Sl 106.24).
  11. Eles murmuraram em suas tendas (Sl 106.25).
  12. Eles comeram os sacrifícios dos mortos (Sl 106.28).
  13. Eles misturaram-se aos pagãos (Sl 106.35).
  14. Eles sacrificaram seus filhos e filhas aos demônios (Sl 106.37).
  15. Eles derramaram sangue inocente (Sl 106.38-40).
B. A graça de Deus.

  1. Deus lembrou-se do concerto quando os israelitas clamaram-lhe (Sl 105.8-11).
  2. Ele dividiu o mar (Sl 78.13).
  3. Ele conduziu-os com uma nuvem durante o dia (Sl 78.14).
  4. Ele conduziu-os com fogo durante a noite (Sl 78.14).
  5. Ele deu-lhes a água que saiu da rocha (Sl 78.15).
  6. Ele fez chover maná para eles (Sl 78.24).
  7. Ele estava cheio de compaixão e perdoou a iniquidade deles (Sl 78.38).
  8. Ele deu-lhes sinais no Egito (Sl 78.43; 105.27-36).
  9. Ele conduziu-os até a entrada da Terra Prometida (Sl 78.54).
  10. Ele expulsou os gentios diante deles (Sl 78.55).
  11. Ele escolheu Davi para liderá-los (Sl  78.70,71).
  12. Ele não deixou que alguém os ferisse (Sl 105.14).
  13. Ele alimentou-os (Sl 78.72).
  14. Em nome do povo, Ele reprovou reis (Sl 105.14).
  15. Ele elevou-os por intermédio de José (Sl 105.17).
  16. Ele deu-lhes as riquezas do Egito (Sl 105.37).
  17. Ele manteve-os fortes (SL 105.37).
  18. Ele perdoou-os continuamente (Sl 106.43).
  19. Ele ouviu continuamente o clamor deles (Sl 106.44).
Salmos acrósticos (Sl 9,10,25,34,37,111,112,119,145).
Esses nove Salmos também são chamados de Salmos alfabéticos.
Afinal, cada linha desses salmos começa com a letra seguinte do alfabeto hebraico de 22 letras.
O Salmo 119 é certamente o mais famoso dos acrósticos. Ele tem 22 estrofes correspondentes a cada uma das letras do alfabeto hebraico, na ordem. Cada estrofe tem oito versos, somando um total de 176. Os versos, em cada estrofe, começam todos com a mesma letra hebraica. Nem todos dentre esses Salmos completam-se segundo esse arranjo, ou seja, alguns têm uma ou mais letras faltando:
A. Nos Salmos 9, 10 e 25 faltam muitas letras.
B. Nos Salmos 34 e 45 faltam uma letra.
C. Nos Salmos 37,111,112 e 119 nenhuma letra está faltando.
É razoável supor que o dispositivo acróstico era empregado para ajudar a memória.

Salmos messiânicos.
A. Salmo 2: prediz a destruição dos pagãos em meio à tribulação, prediz também o Reino milenar de Cristo. Esse salmo tem quatro partes:

  1. A rebelião do homem (Sl 2.1-3).
  2. A reação de Deus (Sl 2.4-6).
  3. O governo do Filho (Sl 2.7-9).
  4. A recomendação do salmista (Sl 2.10-12).
Passagens messiânicas: Salmo 2.2 é citado em Atos dos Apóstolos 4.26; Salmo 2.7 é citado em Atos dos Apóstolos 13.33.
B. Salmo 8: prediz o Reino milenar de Cristo. (Veja sobre o REINO DE CRISTO NO MILÊNIO) Pode-se comparar o Salmo 8.6 com Isaías 53.1. Enquanto o Salmo afirma que bastou o dedo de Deus para criar o homem, Isaías diz que nos redimir custará as mãos do Altíssimo! Em outras palavras, a redenção é muito mais custosa do que a criação.
C. Salmo 16: prediz a morte e a ressurreição de Cristo.
Passagem messiânica: Salmo 16.10 citado em Ato dos Apóstolos 2.27.
D. Salmo 22: prediz os sofrimentos intensos de Cristo. Esse salmo tem duas partes:
  1. Os gemidos do crucificado (Sl 22.1-21).
  2. As canções do glorificado (Sl 22.22-31).
Foi sugerido que Pedro teria esse salmo em mente ao escrever 1 Pedro 1.10,11. Se isso é verdade, então, os versículos 1-21 falam do sofrimento, enquanto os versículos 22-31 descrevem a glória.
Passagens messiânicas:
  1. Salmo 22.1 citado em Mateus 27.46 por Cristo na cruz.
  2. Salmo 22.8 em Mateus 27.43 pelos ímpios líderes israelitas diante da cruz.
  3. Salmo 22.16 cumprido em Mateus 27.35 pelos soldados romanos diante da cruz.
  4. Salmo 22.18 cumprido em Marcos 15.24 pelos soldados romanos diante da cruz.
  5. Salmo 22.22 citado em Hebreus 2.12.
E. Salmo 23: prediz o gentil ministério pastoral de Cristo.
Passagem messiânica: Salmo 23.1 (embora essa citação não apareça literalmente no Novo Testamento, o próprio Jesus refere-se a ela em João 10.1-18).
Ele é conhecido como a pérola do livro de Salmos. Contém três partes:
  1. A ovelha e o Pastor (Sl 23.1-13; fala sobre provisão).
  2. O Guia e o viajante (Sl 23.3,4; fala sobre direção).
  3. O Anfitrião e o convidado (Sl 23.5,6; fala sobre comunhão).
F. Salmo 24: prediz a entrada triunfal de Cristo nos céus.
Esse salmo, embora originalmente escrito para celebrar a entrada de Davi na cidade de Jerusalém recentemente capturada e sua subsequente inauguração como rei, também pode descrever a entrada vitoriosa do Salvador na glória, depois de Ele ter realizado Sua obra de redenção e ter ascendido do monte das Oliveiras. O Salmo era cantado por dois coros:
1. Versos 1-6 eram cantados ao pé do monte sobre o qual se erguia Jerusalém.

  • Coro A cantava os versos 1-3.
  • Coro B respondia cantando os versos 4-6.

2. Versos 7-10 eram cantados diante dos portões da cidade.

  • Coro A cantava o verso 7.
  • Coro B cantava a primeira parte do verso 8.
  • Coro A cantava a segunda parte do verso 8.
  • Coro B cantava a primeira parte do verso 10.
  • Coro A cantava a segunda parte do verso 10.
Passagem messiânica: Salmo 24.7-10 (embora esses versos não sejam diretamente citados no Novo Testamento, eles são mencionados genericamente em Atos dos Apóstolos 2.32,33).
G. Salmo 31: prediz os pensamentos e as palavras do Salvador na cruz.
Passagem messiânica: Salmo 31.5 foi diretamente citado por Jesus pouco antes de morrer no Calvário, tal como transcrito em Lucas 23.46. O apóstolo Paulo posteriormente se referia ao Salmo 31.19 em 1 Coríntios 2.9.
H. Salmo 40: prediz a obediência de Cristo enquanto Ele estava na terra.
Passagem messiânica: Salmo 40.6,7 citado em Hebreus 10.5-7.
I. Salmo 41: prediz a traição do Salvador por Judas.
Esse é o primeiro dos três Salmos que falam da futura traição. Os outros são os Salmos 55 e 109.
Passagem messiânica: Salmo 41.9, uma referência a Judas em João 13.18.
J. Salmo 45: prediz a beleza e o casamento de Cristo. (Veja O CASAMENTO DO CORDEIRO)
Esse Salmo provavelmente tinha suas raízes históricas no casamento de Salomão com a filha do rei do Egito (1Rs 3.1), mas certamente é emprestado à interpretação do casamento de Cristo em Apocalipse 10.7-9. Esse Salmo tem duas partes:
1. Parte um: características do noivo (Sl 45.1-8).

  • Ele era o mais belo de todos.
  • Suas palavras eram cheias de graça.
  • Ele possuía as maiores bênçãos possíveis de Deus.
  • Ele era um defensor da verdade, da humildade e da justiça.
  • Ele derrotava todos os seus inimigos.
  • Seu trono duraria eternamente.
  • A justiça era seu cetro real.
  • Ele amava o bem e odiava a injustiça.
  • Suas vestes eram perfumadas com mirra, aloés e cássia.
2. Parte dois: os privilégios da noiva (Sl 45.8-17).
  • Ela viveria em um palácio de marfim cheio de canções amáveis.
  • Ela seria presenteada com as mais finas roupas e as mais preciosas joias.
  • Ela seria amada eternamente por seu noivo.
Passagem messiânica: Salmo 45.6,7 citado em Hebreus 1.8,9.
K. Salmo 68: prediz a gloriosa vitória de Cristo e Sua entrada triunfal nos céus.
Passagem messiânica: Salmo 68.18 citado em Efésios 4.8.
L. Salmo 69: prediz o zelo e os sofrimentos de Cristo.
Passagem messiânica: Salmo 69.9 citado em João 2.17; Salmo 69.21 cumprido em Mateus 27.34,48.
M. Salmo 72: prediz o Reino milenar de Cristo. (Veja O REINO DE CRISTO NO MILÊNIO)
Não é absolutamente certo se esse Salmo é uma oração de Salomão para Deus ou uma oração de Davi sobre Salomão. De todo modo, ela descreve vividamente o glorioso Reino milenar do grandioso Filho de Davi, o Senhor Jesus Cristo. Tal Reino é caracterizado por numerosas bênçãos:

  1. Os pobres terão justiça (Sl 72.2).
  2. As montanhas e as colinas florescerão (Sl 72.3).
  3. Todos os opressores serão esmagados (Sl 72.4).
  4. A regência de Cristo será tão mansa e gentil como a chuva da primavera sobre os campos (Sl 72.6).
  5. Todos os bons homens prosperarão abundantemente (Sl 72.7).
  6. O Reino de Cristo se estenderá aos confins da terra (Sl 72.8).
  7. Todas as nações lhe darão frutos e o servirão (Sl 72.10,11).
  8. Todos os povos abençoarão e louvarão a Cristo (Sl 72.15).
  9. O nome de Jesus será honrado e durará eternamente (Sl 72.17).
Passagem messiânica: Salmo 72.8 é mencionado por João em Apocalipse 11.15.
N. Salmo 89: prediz a fidelidade imutável de Deus em relação à dinastia de Davi, imutabilidade mantida por intermédio de Cristo, apesar da contínua desobediência de seus descendentes. Esse Salmo foi escrito por Etã, o ezraíta, um sábio notável que viveu durante o reinado de Salomão (1Rs 4.31). Embora não possamos ter certeza, esse Salmo pode exprimir os pensamentos de Salomão durante seus últimos anos quando, como consequência de seus pecados, o rei enfrentou tempos difíceis (veja 1Rs 11).
Passagem messiânica: Salmo 89.27 mencionado por Paulo em Filipenses 2.9-11.
O. Salmo 102: prediz a eternidade de Cristo.
Esse Salmo pode ser atribuído aos últimos anos do exílio babilônico. Seu propósito seria encorajar os judeus a retornarem e a reconstruírem Jerusalém. Ele também se refere à segunda vinda do grande Rei da Cidade Santa (Sl 102.16). (Veja A SEGUNDA VINDA DE CRISTO)
Passagem messiânica: Salmo 102.25-27 citado em Hebreus 1.10-12.
P. Salmo 109: prediz a traição de Judas e sua terrível punição.
Passagem messiânica: Salmo 109.8 citado por Pedro em Atos dos Apóstolos 1.20.
Q. Salmo 110: prediz o eterno sacerdócio de Cristo.
Cristo é associado a cinco títulos nesse Salmo.
  1. Ele é Deus (Sl 110.1).
  2. Ele é Rei (Sl 110.2).
  3. Ele é Sacerdote (Sl 110.4).
  4. Ele é Juiz (Sl 110.6).
  5. Ele é um poderoso guerreiro (Sl 110.6).
O povo de Cristo tem dois papéis nesse Salmo.
  1. Sacerdotal: O teu povo se apresentará voluntariamente (de forma literal: "Eles irão fazer ofertas livremente"; Sl 110.3, compare com Ap 1.6).
  2. Guerreiro: No dia do teu poder (literalmente: "Teu exército"; Sl 110.3, compare com Ef 6.11).
Passagens messiânicas: Salmo 110.1: esse verso tem mais citações no Novo Testamento do que qualquer outra passagem bíblica do Antigo Testamento. Em pelo menos quatro ocasiões, ele é repetido:
  1. Mateus 22.41-46 (para designar a divindade de Cristo).
  2. Em Atos dos Apóstolos 2.34,35 (para designar a identidade de Cristo).
  3. Em Hebreus 1.13 (como pergunta, para designar a superioridade de Cristo).
  4. Em Hebreus 10.12,13 (para designar a completude da obra de Cristo).
Salmo 110.4: esse verso é encontrado não menos do que em três passagens do Novo Testamento, todas elas descrevendo o sumo sacerdócio de Jesus:
  1. Em Hebreus 5.6 (para qualificar esse sumo sacerdócio conforme a ordem de Melquisedeque).
  2. Em Hebreus 6.20 (para conceder imutabilidade a esse sumo sacerdócio).
  3. Em Hebreus 7.21 (para expor a necessidade desse sumo sacerdócio).
R. Salmo 118: prediz que Cristo será a pedra vital na edificação de Deus, rejeitada pelos homens, mas eleita pelo Senhor.
Esse Salmo, frequentemente usado durante a Festa dos Tabernáculos, pode ter sido cantado pelo Salvador enquanto Ele ia para o Getsêmani.
Passagem messiânica: Salmo 118.26 citado por Mateus 21.9 ao descrever a entrada triunfal aclamada pela multidão.

VEJA:
PARTE I


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