ENTÃO, QUAL FOI O PROPÓSITO DA SUA TENTAÇÃO?
Se é verdade que Jesus Cristo não poderia ter pecado, então, qual foi o propósito das Suas tentações?
O teólogo William Shedd faz uma distinção entre pecar e ser tentado:
Uma das objeções à doutrina da impecabilidade de Cristo é que ela é inconsistente com Sua capacidade de ser tentado. Ela diz que uma pessoa que não pode pecar não pode ser tentado a pecar. [Porém,] isso não é mais correto do que dizer que o fato de um exército não pode ser vencido não significa que ele não possa ser atacado. (Dogmatic Theology.2v.p.336)
A pergunta, porém, é: Se Cristo não podia pecar, então, qual foi o propósito das tentações no deserto? Aqui, é necessário observarmos que o propósito dessas tentações não foi ver se Cristo pecaria, mas sim provar que Ele não o faria.
É possível um pequeno cachorro chihuahua atacar um grande leão, mas é impossível que a pequena criatura vença o grande felino.Um barco a remo pode declarar guerra a um poderoso navio de guerra equipado com armas nucleares, mas ele jamais poderá afundá-lo. O fato é que Jesus não podia pecar, mas ainda assim as tentações foram dolorosamente reais! Não podemos concluir simplesmente que onde o pecado não foi cometido a tentação não foi experimentada.
É importante considerarmos a tentação de Cristo à luz das Suas naturezas divina e humana.
A Pessoa de Cristo é considerada um grande mistério (1Tm 3.16). No entanto, somos convidados a explorar esse mistério de Cristo com a garantia de que um dia chegaremos ao conhecimento do mistério de Deus - Cristo (Cl 2.2). Aqui, o mistério está relacionado à maneira como as naturezas divina e humana de Cristo juntaram-se em uma única Pessoa inefável. A igreja apostólica teve dificuldade de desenvolver uma linguagem adequada para descrever, em primeiro lugar, o relacionamento entre Jesus e a divindade (Concílio de Niceia em 325 d.C.) e, em segundo lugar, o relacionamento entre a Sua natureza divina e a Sua natureza humana (Concílio de Calcedônia em 451 d.C.). Enquanto a Bíblia apresenta Jesus como sendo distinto de outros indivíduos, de Deus Pai e do Espírito Santo, Ele jamais é apresentado como sendo distinto de si mesmo enquanto pessoa divina ou enquanto pessoa humana. É o Deus-homem quem diz: Antes que Abraão existisse, eu sou (Jo 8.58). Jesus Cristo [homem] é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente [o divino] (Hb 13.8). Em nenhum outro ponto isso é mais importante do que na obra de Jesus com relação ao pecado. O Filho de Deus veio ao mundo como um ser humano real, para solucionar de uma vez por todas o problema do pecado. Isso inclui Sua obra expiatória na cruz, mas também Sua experiência com a tentação. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas em pecado (Hb 4.15). Esse texto me diz duas coisas: Jesus foi tentado, e Jesus não pecou.
É possível um pequeno cachorro chihuahua atacar um grande leão, mas é impossível que a pequena criatura vença o grande felino.Um barco a remo pode declarar guerra a um poderoso navio de guerra equipado com armas nucleares, mas ele jamais poderá afundá-lo. O fato é que Jesus não podia pecar, mas ainda assim as tentações foram dolorosamente reais! Não podemos concluir simplesmente que onde o pecado não foi cometido a tentação não foi experimentada.
É importante considerarmos a tentação de Cristo à luz das Suas naturezas divina e humana.
A Pessoa de Cristo é considerada um grande mistério (1Tm 3.16). No entanto, somos convidados a explorar esse mistério de Cristo com a garantia de que um dia chegaremos ao conhecimento do mistério de Deus - Cristo (Cl 2.2). Aqui, o mistério está relacionado à maneira como as naturezas divina e humana de Cristo juntaram-se em uma única Pessoa inefável. A igreja apostólica teve dificuldade de desenvolver uma linguagem adequada para descrever, em primeiro lugar, o relacionamento entre Jesus e a divindade (Concílio de Niceia em 325 d.C.) e, em segundo lugar, o relacionamento entre a Sua natureza divina e a Sua natureza humana (Concílio de Calcedônia em 451 d.C.). Enquanto a Bíblia apresenta Jesus como sendo distinto de outros indivíduos, de Deus Pai e do Espírito Santo, Ele jamais é apresentado como sendo distinto de si mesmo enquanto pessoa divina ou enquanto pessoa humana. É o Deus-homem quem diz: Antes que Abraão existisse, eu sou (Jo 8.58). Jesus Cristo [homem] é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente [o divino] (Hb 13.8). Em nenhum outro ponto isso é mais importante do que na obra de Jesus com relação ao pecado. O Filho de Deus veio ao mundo como um ser humano real, para solucionar de uma vez por todas o problema do pecado. Isso inclui Sua obra expiatória na cruz, mas também Sua experiência com a tentação. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas em pecado (Hb 4.15). Esse texto me diz duas coisas: Jesus foi tentado, e Jesus não pecou.
Então, como devemos entender a tentação de Jesus?
Muitos desejam especular sobre a dinâmica pessoal da experiência de Jesus com a tentação. A Sua reação ao pecado teve como base Sua força de vontade ou Sua natureza santa como Deus? Nenhuma resposta satisfatória pode ser dada a essa pergunta, já que ela é a pergunta errada a fazer. Nas Escrituras, Jesus jamais é distinguido de si mesmo enquanto homem ou de si mesmo enquanto Deus. Ele é uma pessoa com duas naturezas. A pergunta só é relevante se nós imaginarmos que Ele era meramente humano (Socinianismo) ou que as naturezas podem ser divididas de algum modo (Nestorianismo). No entanto, seria apropriado inquirirmos sobre a experiência de Jesus com a tentação e a Sua reação a ela. De que maneira Jesus confrontou a tentação em Seu nível pessoal mais profundo? Temos uma pista em Sua oração no Getsêmani. Tentado com a possibilidade de evitar a cruz (um pecado), Jesus disse: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres (Mt 26.39). Desprezando a vergonha da cruz, Jesus submeteu Sua vontade (humana e divina) à do Pai (Hb 12.2). Poderia ter sido diferente? Só se Ele não fosse a pessoa que afirmava ser. Então, qual foi o propósito da Sua tentação?Duas ilustrações podem nos ajudar aqui:
- Durante a ocupação do oeste americano, uma empresa ferroviária deparou-se com um problema. Uma ponte que se estendia sobre um profundo precipício ganhou a reputação de ser insegura. Depois de examinar cuidadosamente a ponte, oficiais ferroviários constataram que o temor era totalmente infundado, porém os rumores persistiam. Finalmente, eles decidiram formar um trem apenas de locomotivas pesadas. Durante um dia inteiro, enquanto centenas de pessoas observavam, esse trem atravessou repetidamente a ponte. Por que eles fizeram isso? Os engenheiros ferroviários realizaram essa experiência para ver se a ponte aguentaria ou para provar que ela aguentaria? A resposta óbvia aqui pode ser aplicada ao propósito das tentações de Cristo. O propósito era dar ao crente um Sumo Sacerdote experiente (veja Hb 2.18; 4.15).
- Pergunta? Quão difícil seria dobrar um pedaço de 15cm de um arame tão fino como um fio de cabelo? A resposta óbvia: qualquer criança conseguiria facilmente fazer isso. Mas, e se o arame fosse colocado dentro de uma barra de aço do tamanho de um tijolo? Ele ainda poderia ser dobrado? Sim, mas só se uma quantidade de força suficiente fosse aplicada ao mesmo tempo para envergar a barra de aço! Portanto, visto que a humanidade de Jesus (o arame) foi eternamente unida à Sua divindade (a barra de aço) em Belém, devemos concluir que a Sua natureza humana não podia ser dobrada sem que a Sua natureza divina fosse instantânea e igualmente afetada!