COSTUMES BÍBLICOS: 2019


O PROPÓSITO DA TENTAÇÃO DE JESUS

ENTÃO, QUAL FOI O PROPÓSITO DA SUA TENTAÇÃO?
Se é verdade que Jesus Cristo não poderia ter pecado, então, qual foi o propósito das Suas tentações?
O teólogo William Shedd faz uma distinção entre pecar e ser tentado:
Uma das objeções à doutrina da impecabilidade de Cristo é que ela é inconsistente com Sua capacidade de ser tentado. Ela diz que uma pessoa que não pode pecar não pode ser tentado a pecar. [Porém,] isso não é mais correto do que dizer que o fato de um exército não pode ser vencido não significa que ele não possa ser atacado. (Dogmatic Theology.2v.p.336)
A pergunta, porém, é: Se Cristo não podia pecar, então, qual foi o propósito das tentações no deserto? Aqui, é necessário observarmos que o propósito dessas tentações não foi ver se Cristo pecaria, mas sim provar que Ele não o faria.



É possível um pequeno cachorro chihuahua atacar um grande leão, mas é impossível que a pequena criatura vença o grande felino.Um barco a remo pode declarar guerra a um poderoso navio de guerra equipado com armas nucleares, mas ele jamais poderá afundá-lo. O fato é que Jesus não podia pecar, mas ainda assim as tentações foram dolorosamente reais! Não podemos concluir simplesmente que onde o pecado não foi cometido a tentação não foi experimentada.
É importante considerarmos a tentação de Cristo à luz das Suas naturezas divina e humana.
A Pessoa de Cristo é considerada um grande mistério (1Tm 3.16). No entanto, somos convidados a explorar esse mistério de Cristo com a garantia de que um dia chegaremos ao conhecimento do mistério de Deus - Cristo (Cl 2.2). Aqui, o mistério está relacionado à maneira como as naturezas divina e humana de Cristo juntaram-se em uma única Pessoa inefável. A igreja apostólica teve dificuldade de desenvolver uma linguagem adequada para descrever, em primeiro lugar, o relacionamento entre Jesus e a divindade (Concílio de Niceia em 325 d.C.) e, em segundo lugar, o relacionamento entre a Sua natureza divina e a Sua natureza humana (Concílio de Calcedônia em 451 d.C.). Enquanto a Bíblia apresenta Jesus como sendo distinto de outros indivíduos, de Deus Pai e do Espírito Santo, Ele jamais é apresentado como sendo distinto de si mesmo enquanto pessoa divina ou enquanto pessoa humana. É o Deus-homem quem diz: Antes que Abraão existisse, eu sou (Jo 8.58). Jesus Cristo [homem] é o mesmo ontem, e hoje, e eternamente [o divino] (Hb 13.8). Em nenhum outro ponto isso é mais importante do que na obra de Jesus com relação ao pecado. O Filho de Deus veio ao mundo como um ser humano real, para solucionar de uma vez por todas o problema do pecado. Isso inclui Sua obra expiatória na cruz, mas também Sua experiência com a tentação. Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém um que, como nós, em tudo foi tentado, mas em pecado (Hb 4.15). Esse texto me diz duas coisas: Jesus foi tentado, e Jesus não pecou.

Então, como devemos entender a tentação de Jesus?

Muitos desejam especular sobre a dinâmica pessoal da experiência de Jesus com a tentação. A Sua reação ao pecado teve como base Sua força de vontade ou Sua natureza santa como Deus? Nenhuma resposta satisfatória pode ser dada a essa pergunta, já que ela é a pergunta errada a fazer. Nas Escrituras, Jesus jamais é distinguido de si mesmo enquanto homem ou de si mesmo enquanto Deus. Ele é uma pessoa com duas naturezas. A pergunta só é relevante se nós imaginarmos que Ele era meramente humano (Socinianismo) ou que as naturezas podem ser divididas de algum modo (Nestorianismo). No entanto, seria apropriado inquirirmos sobre a experiência de Jesus com a tentação e a Sua reação a ela. De que maneira Jesus confrontou a tentação em Seu nível pessoal mais profundo? Temos uma pista em Sua oração no Getsêmani. Tentado com a possibilidade de evitar a cruz (um pecado), Jesus disse: Meu Pai, se é possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres (Mt 26.39). Desprezando a vergonha da cruz, Jesus submeteu Sua vontade (humana e divina) à do Pai (Hb 12.2). Poderia ter sido diferente? Só se Ele não fosse a pessoa que afirmava ser. Então, qual foi o propósito da Sua tentação?

Duas ilustrações podem nos ajudar aqui:


  • Durante a ocupação do oeste americano, uma empresa ferroviária deparou-se com um problema. Uma ponte que se estendia sobre um profundo precipício ganhou a reputação de ser insegura. Depois de examinar cuidadosamente a ponte, oficiais ferroviários constataram que o temor era totalmente infundado, porém os rumores persistiam. Finalmente, eles decidiram formar um trem apenas de locomotivas pesadas. Durante um dia inteiro, enquanto centenas de pessoas observavam, esse trem atravessou repetidamente a ponte. Por que eles fizeram isso? Os engenheiros ferroviários realizaram essa experiência para ver se a ponte aguentaria ou para provar que ela aguentaria? A resposta óbvia aqui pode ser aplicada ao propósito das tentações de Cristo. O propósito era dar ao crente um Sumo Sacerdote experiente (veja Hb 2.18; 4.15).
  • Pergunta? Quão difícil seria dobrar um pedaço de 15cm de um arame tão fino como um fio de cabelo?  A resposta óbvia: qualquer criança conseguiria facilmente fazer isso. Mas, e se o arame fosse colocado dentro de uma barra de aço do tamanho de um tijolo? Ele ainda poderia ser dobrado? Sim, mas só se uma quantidade de força suficiente fosse aplicada ao mesmo tempo para envergar a barra de aço! Portanto, visto que a humanidade de Jesus (o arame) foi eternamente unida à Sua divindade (a barra de aço) em Belém, devemos concluir que a Sua natureza humana não podia ser dobrada sem que a Sua natureza divina fosse instantânea e igualmente afetada!

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A TENTAÇÃO DE JESUS

A TAREFA DA TRADUÇÃO

A TAREFA DA TRADUÇÃO
A maioria das pessoas não lê a Bíblia em si, mas versões da Bíblia na sua própria língua, [o que infelizmente nos deixa muito longe da escrita do hebraico. Língua original das Escrituras Sagradas. E, com isso, perdemos detalhes riquíssimos da História do Deus Eterno, da Criação e do povo judeu.], pois os livros da Bíblia foram escritos em três línguas antigas: hebraico, aramaico e grego.
[FOTOPergaminho da Torá -Manuscrito, do século 12, Mais antigo foi encontrado na biblioteca da Universidade de Bolonha]
A maior parte do Antigo Testamento foi escrita em hebraico, a língua dos israelitas. Algumas partes do Antigo Testamento estão em aramaico, a língua que era usada em Israel na época de Jesus e que está relacionada com o hebraico.
O Novo Testamento foi escrito em grego "comum" - a língua falada por muitas pessoas em todo o Império Romano na época de Jesus.

Os autores dos livros bíblicos escreviam para comunicar e, por isso, usavam a linguagem de seu público-alvo. Não demorou muito, no entanto, para que a mensagem começasse a ser levada a pessoas que não conheciam as línguas bíblicas. Isto tornou necessário o trabalho de tradução das Escrituras - uma tarefa que foi iniciada ainda antes do tempo de Jesus.

O ANTIGO TESTAMENTO EM GREGO

O povo judeu do século 3 a.C. produziu uma versão do Antigo Testamento em grego conhecida como Septuaginta. A septuaginta era usada para leitura em voz alta nas sinagogas localizadas em cidades do Império Romano onde se falava grego, cidades como Corinto, Antioquia e Roma. Os judeus que moravam nessas cidades muitas vezes não entendiam o Antigo Testamento em hebraico e então precisavam da Bíblia na língua que eles podiam compreender.
Algo semelhante acontecia em Israel por volta do mesmo período, pois a maioria das pessoas falava aramaico ao invés de hebraico e assim não entendiam muito do Antigo Testamento lido em hebraico. O "Targum" era uma versão aramaica do Antigo Testamento usada antes de e durante a época de Jesus - uma versão bastante expandida e parafraseada do original hebraico.

AS PRIMEIRAS TRADUÇÕES DO NOVO TESTAMENTO

Essas versões do Antigo Testamento foram feitas principalmente para ajudar aqueles que já eram judeus a entender sua fé. Nos primeiros 300 anos após a morte de Jesus, os cristãos produziram versões do Novo Testamento numa variedades de línguas - para que pessoas que não sabiam grego pudessem ler sobre Jesus e crer nele.
Eles começaram com o latim, a língua dos romanos (por volta de 150-220 d.C.), o siríaco, falado na Síria antiga (por volta de 160 d.C.) e o copta, uma língua do Egito (por volta do terceiro século d.C.), e depois passaram a traduzir para as línguas do Oriente Médio, do Norte da África e da Europa.
Estas primeiras traduções foram motivadas por dois fatores: eles acreditavam que os livros do Novo Testamento eram inspirados por Deus, e assimilaram o chamado de Jesus de "fazer discípulos de todas as nações" (Mt 28.19). Estas duas convicções os motivaram a tornar os livros do Novo Testamento acessíveis ao maior número possível de pessoas na língua que essas pessoas falavam - para que a vida delas também pudesse ser transformadas pela mensagem de Jesus.
Neste ponto o cristianismo contrasta de forma interessante com o islamismo, pois os muçulmanos falam sobre a produção de comentários do Corão e interpretações do mesmo (veja sobre o CORÃO E A BÍBLIA), mas não de traduções, pois entendem que o original (em árabe) é estritamente intraduzível.
Uma das primeiras
línguas que recebeu
uma tradução
do NT foi o copta (no Egito),
no século 3 d.C.
Esta é uma página
do Evangelho de João.
Pelo fato do cristianismo ser uma fé missionária, dedicada a ajudar os outros a encontrarem Deus por intermédio de Jesus Cristo, o Novo Testamento foi escrito originalmente na língua comum daquele tempo e depois traduzido para as línguas de muitos povos.

O AUMENTO DO NÚMERO DE TRADUÇÕES

No século 16, na Europa, houve um grande renascimento das traduções da Bíblia, à medida que os cristãos se deram conta outra vez da importância de levar a mensagem de Jesus aos outros, especialmente àqueles que não conheciam latim, a língua das pessoas cultas. O estudioso holandês Erasmo escreveu:
"Cristo quer que seus mistérios sejam amplamente divulgados... Eu gostaria que fossem traduzidos para todas as línguas de todo o povo cristão, para que pudessem ser lidos e conhecidos , não apenas pelos escoceses e irlandeses, mas também pelos turcos e sarracenos. Gostaria que o lavrador pudesse cantar parte deles enquanto vai arando o solo, que o tecelão possa recitar esses textos enquanto tece, que o viajante possa, com suas narrativas, espantar o cansaço da jornada."
Durante um tempo, esta convicção foi combatida por setores tradicionalistas da igreja daquela época, pois havia o temos de que as pessoas formulariam sua próprias interpretações da Bíblia, caso pudessem ler o texto em sua própria língua. Isto significaria que a igreja perderia o controle daquilo em que as pessoas criam.
Mas aqueles que queriam colocar a Bíblia na linguagem das pessoas simples não achavam que isto levaria à anarquia. Queriam apenas que o poder que a Bíblia tem de transformar vidas estivesse acessível a todos, não apenas aos eruditos.
A invenção da imprensa um pouco antes desse tempo propiciou um meio barato de tornar essas novas traduções disponíveis a muitas pessoas.
Atualmente, as Sociedades Bíblicas Unidas e a Associação Wycliffe de Tradutores Bíblicos continuam o trabalho de produzir versões da Bíblia em línguas diferentes. [Só desejaríamos, que não se distanciassem tanto do original hebraico!]
Das 6.071 línguas conhecidas mundialmente apenas 5% têm a Bíblia completa, outros 13% têm o Novo ou o Antigo Testamento e ainda outros 14% têm pelo menos um livro da Bíblia traduzido. Juntos, estes números significam que mais de 95% da população mundial têm pelo menos uma parte da Bíblia numa língua conhecida. [Estimativa feita no período em que este artigo foi feito - ano de 1999 texto redigido originalmente e impresso pela Sociedade Bíblica do Brasil no Manual Bíblico SBB - edição inglesa 1999 Lion Hudson - editado online por Costumes Bíblicos] Mas ainda existe muito por fazer!

COMO SE FAZ UMA TRADUÇÃO

Versões modernas da Bíblia geralmente são resultado do trabalho de um grupo ou de uma equipe de tradução e passam por quatro estágios antes de serem publicadas.

  • Um rascunho de cada livro é produzido, sendo que cada tradutor trabalha com determinado número de livros. Esse rascunho de tradução é levado a uma discussão com o grupo de tradutores. [Suspeitamos que é aí que detalhes ricos do original hebraico se perde e, ou, são excluídos] Algumas línguas não têm forma escrita, ou seja, existe apenas na forma oral. Assim, antes de se poder fazer uma tradução, são necessários muitos anos de trabalho árduo para reduzir a língua à escrita. Este trabalho é feito em conjunto com falantes nativos. Este passo envolve uma decisão sobre quais textos gregos, hebraicos e aramaicos serão usados. [Viu!] Não temos os manuscritos originais dos livros bíblicos escritos pelos primeiros autores; temos uma grande quantidade de cópias antigas dos textos bíblicos (mais de 5.000 apenas do Novo Testamento), (veja também O TRABALHO DOS EDITORES) mas as cópias nem sempre concordam entre si. Nenhum item essencial da fé cristã depende de uma diferença entre essas cópias antigas, mas a tradução de uma passagem específica pode depender de qual cópia antiga está mais próxima do original. A ciência da crítica textual (veja O TEXTO E A MENSAGEM) é usada para decidir qual cópia está mais próxima do original. Essa ciência leva em conta a idade das diferentes cópias e a disseminação de determinada formulação ou palavra no conjunto das cópias.
  • Um grupo de especialistas (consultores) dá orientações a respeito de certos assuntos, incluindo crítica textual, questões relacionadas com as línguas originais, assuntos ligados à arqueologia, ou simplesmente o estilo e a maneira de expressar o sentido do texto na língua alvo.
  • Pessoas que representam a igreja e outras entidades farão uma revisão do rascunho da tradução, às vezes usando o texto em grupos de estudo bíblico para testar trechos ou livros inteiros que foram traduzidos.
  • Finalmente, os tradutores originais "arrematam" o rascunho, preparando uma versão final para publicação. Nesse processo, às vezes eles tornam a consultar os especialistas para tirar dúvidas quanto a uma ou outra questão.

VERSÕES DIFERENTES

Grupos diferentes de tradutores produzem versões diferentes - às vezes bem diferentes umas das outras.
Por que são tão diferentes?
Foco na língua original - Em primeiro lugar, a língua focalizada pode ser diferente. Se hora de traduzir a poesia hebraica (tal como aparece nos Salmos), pois permite ao leitor ver como o original foi estruturado.
Foco na língua-alvo - Por outro lado, se os tradutores focalizarem a língua-alvo, o que resulta é uma versão de leitura fácil, mas que não é literalmente exata. No ponto extremo desta abordagem se encontram as paráfrases, que são uma reformulação bastante livre do original na língua-alvo, geralmente com o uso de formulações surpreendentes ou interessantes.
Na prática a maioria das versões fica entre os extremos do muito literal e da paráfrase. [Matou o original! Em nosso ponto de vista]
Foco no público alvo - Um segundo fator que ajuda a explicar a variedade de versões é o público-alvo.
Por exemplo, se uma versão é produzida tendo em mente as crianças, sua linguagem será mais simples e as frases mais curtas, em comparação com uma versão feita para adultos.
Se a versão é feita para pessoas para as quais a língua-alvo não é a materna, os tradutores evitarão palavras mais raras ou frases peculiares. [!!]
Uma versão para uso de pessoas eruditas e estudantes pode ser mais técnicas.
No caso de algumas versões modernas em certas línguas, é importante usar linguagem "inclusiva". Em português, por exemplo, isso significaria usar a palavra "pessoas" ao invés de "homens" quando o original claramente inclui também as mulheres nessa referência. Outras línguas não têm este problema, já que nelas existe um termo para "homens e mulheres" usado para grupos mistos. Tudo isto significa que é útil ter e usar mais de uma versão da Bíblia. [Mas que essas versões, não estejam tão longe do original hebraico!] Versões diferentes darão nuances diferentes do original, e, para quem não lê hebraico, aramaico e grego, isto ajudará sua compreensão da mensagem da Bíblia.
E haverá situações em que determinada versão será mais útil ou mais adequada do que as outras, como, por exemplo, quando se fizer uma leitura em voz alta na igreja, quando se estiver fazendo um estudo em particular, quando se estiver dirigindo uma discussão em grupo, ou quando se estiver ensinando a fé cristã às crianças.

OS OFÍCIOS DE JESUS

OS OFÍCIOS DE JESUS
Qual a natureza dos três principais ofícios atribuídos a Jesus nas Escrituras?
Estes ofícios foram exercidos por homens de Deus no Antigo Testamento. Eles eram o ofício de profeta, sacerdote e rei.
O profeta era um indivíduo que representava Deus perante os homens. Em suma, os profetas eram porta-vozes de Deus. A Bíblia menciona tanto homens como mulheres neste ministério. A irmã de Moisés, Miriã (Êx 15.20), Hulda (2Rs 22.14) e a esposa de Isaías (Is 8.3) eram todas profetizas. O primeiro profeta do Antigo Testamento foi Enoque (Gn 5.23,24; Jd 1.14,15), e o último foi Malaquias.
Os profetas recebiam uma habilidade tripla de Deus:



  • Eles possuíam a habilidade de ver eventos passados. Moisés escreveu sobre a criação do homem, a sua queda, o dilúvio e outros eventos que transcorreram séculos antes do seu próprio nascimento no Egito.
  • Eles possuíam insight com relação ao presente. Eles conheciam as necessidades das suas audiências. Profetas como Isaías, Amós, Joel, Jeremias e outros tanto consolaram como condenaram o povo de Deus.
  • Eles possuíam a habilidade de antever o futuro. Daniel escreveu sobre a tribulação vindoura, enquanto Ezequiel descreveu o futuro período glorioso do milênio.
O sacerdote era um indivíduo que representava o homem perante Deus. Ele era basicamente um guerreiro de oração. O primeiro sacerdote do Antigo Testamento (sem contar Melquisedeque, Gn 14.18) foi Arão, o irmão mais velho de Moisés, e o último (mencionado) foi Esdras (Ed 7.12).
As qualificações para o sacerdócio eram:
  • Ele tinha de ser um homem! Em outras palavras, ele não podia ser um anjo (Hb 5.1).
  • Ele tinha de possuir e demonstrar compaixão pelos outros homens (Hb 5.2).
  • Ele tinha de ser escolhido por Deus (Nm 16.5; Hb 5.4).
  • Ele tinha de ser consagrado a Deus (Lv 21.6).
  • Ele orava pelo seu povo (Nm 6.22-27).
O rei era um indivíduo que governava o homem no lugar de Deus:
  • Ele tinha de vir da tribo de Judá (Gn 49.10).
  • Ele tinha de vir da semente de Davi (2Sm 7; Sl 89.3,4).
Esses ofícios conforme foram exercidos pelo Filho de Deus no Novo Testamento:
Basicamente, Jesus Cristo cumpriu (no passado), está cumprindo (no presente) e irá cumprir (no futuro) todos esses três ofícios!

QUANTO AO OFÍCIO DE PROFETA:

A profecia envolvida (Dt 18.15,18). Moisés escreveu Deuteronômio aproximadamente no ano de 1405 a.C. Cerca de 14 séculos depois, um grupo de fariseus confrontou João Batista ao longo do rio Jordão (Jo 1.19-21). Eles perguntaram: És tu o profeta? Aqui, eles estavam referindo-se à passagem em Deuteronômio 18.
O cumprimento envolvido:
  • Jesus demonstrou a habilidade de ver o passado. Ele conhecia a vida da mulher samaritana (Jo 4.16-18).
  • Jesus demonstrou insight. Ele conhecia os temores dos discípulos (Jo 14.1-3).
  • Jesus demonstrou a habilidade de antever o futuro. Ele conhecia o destino do Templo (Mt 24.1,2).
O reconhecimento envolvido! Cristo foi visto como um profeta por muitas pessoas durante o Seu ministério terreno.
  • Pela mulher samaritana (Jo 4.19).
  • Pelo povo da Galileia (Lc 7.16).
  • Pela multidão em Jerusalém (Mt 21.11; Jo 7.40).
  • Pelos Seus inimigos (Lc 22.64).
  • Pelos dois discípulos na estrada de Emaús (Lc 24.19).

QUANTO AO OFÍCIO DE SACERDOTE:

A profecia envolvida: Jurou o SENHOR e não se arrependerá: Tu és um sacerdote eterno, segundo a ordem de Melquisedeque (Sl 110.4).
O cumprimento envolvido: 
Ele cumpriu os requisitos do ofício de sacerdote.
  • Ele foi escolhido dentre os homens (Hb 2.16).
  • Ele demonstrou compaixão por todos os homens (Hb 4.15).
  • Ele foi escolhido por Deus (Mt 3.16,17; 17.5; Hb 5.4,5).
  • Ele era consagrado a Deus (Jo 6.38; 17.4).
Ele exerceu as responsabilidades do ofício de sacerdote.
  • Ele ofereceu a si mesmo no Gólgota [Calvário](Hb 2.9).
  • Ele orou (e ora) pelo Seu povo (Jo 17.15-17; Rm 8.34; Hb 7.25).
  • Ele abençoa o Seu povo (Lc 24.50,51; Ef 1.3).
As características envolvidas. Pelo menos dez características emergem do sacerdócio de Jesus.
  1. Ele é real [no sentido de realeza] (Hb 7.1).
  2. Ele é superior ao de  Levi (Hb 7.4-10).
  3. Ele é independente. Da lei de Moisés (Hb 7.11,12). Da tribo de Levi (Hb 7.13-15).
  4. Ele é eterno (Hb 7.16,17).
  5. Ele é garantido. O próprio Pai fez um juramento (Hb 7.20-22).
  6. Ele é contínuo (Hb 7.23).
  7. Ele é representativo. Cristo foi escolhido dentre os homens (Hb 4.14,15; 5.1-3).
  8. Ele é Santo (Hb 7.26).
  9. Ele é absolutamente suficiente (Rm 8.34; Hb 7.25).
  10. Ele é perfeito (Hb 7.26).

QUANTO AO OFÍCIO DE REI:

A profecia envolvida (Sl 2.6,8; 110.1,2).
O cumprimento envolvido.
  • Jesus veio da tribo de Judá (Hb 7.14).
  • Jesus veio da semente de Davi (Mt 1.1).
A análise envolvida (Ap 5.5).
Portanto, para recapitular os três ofícios de Jesus:
O Seu ministério como profeta começou no rio Jordão e terminou no Gólgota. Seu ministério como sacerdote começou no Gólgota (onde Ele ofereceu a si mesmo), continua hoje no céu (onde Ele intercede pelo Seu povo) e terminará na Sua segunda vinda. Seu papel como rei terá início na Batalha do Armagedom e continuará ao longo do milênio.
Os ofícios do Antigo Testamento (profeta, sacerdote e rei) cumpridos por Jesus no Novo Testamento também são atribuídos aos crentes?
Sim!
  • Nosso papel como profetas (Mt 28+19,20; At 1.8). Um profeta era alguém que representava Deus perante o homem. Ele ou ela servia como o porta-voz de Deus. Portanto, quando Cristo é compartilhado com os não salvos, nós funcionamos como testemunhas fiéis, cumprindo o ofício profético.
  • Nosso papel como sacerdotes (Lc 18.1; 1Ts 5.17; 1Tm 2.8). Um sacerdote era alguém que representava o homem perante Deus, essencialmente um guerreiro de oração. Então, em nossa vida de oração, nós também servimos como sacerdotes.
  • Nosso papel como reis e rainhas. Nós ocuparemos este ofício privilegiado durante o glorioso milênio (2Tm 2.12; Ap 20.4,6)!
Além de profeta, sacerdote e rei, que outro papel importante foi assumido por Jesus Cristo com relação ao Seu povo?
Simplificando, Ele é o Pastor, e nós somos as Suas ovelhas.

OS NOMES DESSE PASTOR:

  • Jesus disse que Ele era o bom Pastor (Jo 10.11).
  • Hebreus disse que Ele era o grande Pastor (Hb 13.20).
  • Pedro disse que Ele era o Sumo Pastor (1Pe 5.4).
  • Davi disse que Ele era o meu Pastor (Sl 23.1).

A NATUREZA DESSE PASTOR

Que tipo de pastor Ele é? O que Ele faz pelas ovelhas?
  • Ele as conhece (Jo 10.3,4,27).
  • Ele tem compaixão delas (Mt 9.36).
  • Ele as busca (Ez 34.12; Lc 15.3-6).
  • Ele as salva (Ez 34.22; Jo 10.9).
  • Ele as traz de volta (Ez 34.11-13).
  • Ele as separa (Mt 25.32).
  • Ele as unifica (Jo 10.16).
  • Ele as guia (Sl 23.3; Is 40.11).
  • Ele as alimenta (Ez 34.13-15).
  • Ele as cura (Ez 34.16; Mt 14.14).
  • Ele as unge (Sl 23.5).
  • Ele as consola (Sl 23.4).
  • Ele as restaura (Sl 23.3).
  • Ele as tranquiliza (Sl 23.4).
  • Ele as protege (Ez 34.22).
  • Ele supri as necessidades delas (Sl 23.1). Elas recebem vida (Jo 10.10). Elas recebem vida abundante (Jo 10.10). Elas recebem a vida eterna (Jo 5.24; Hb 13.20).
  • Ele morreu por elas (Jo 10.11,15).

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A VIDA DE JESUS

Be'er Sheva - Berseba

Be'er Sheva (Berseba)
A entrada para o Biblical Tel (Be'er) Sheva, repleta de paredes, portão - e um poço profundo do lado de fora do portão, para que visitantes e animais pudessem facilmente obter água: sinais de segurança e hospitalidade.
***
A história judaica de Be'er Sheva é quase tão antiga quanto a própria história judaica: Abraão e Abimeleque selaram um juramento ( shevua ) junto ao poço ( be'er ) aqui, e a Torá diz: “Portanto, o lugar foi chamado Be'er Sheva ”( Gênesis 21:31) . Além de um antigo poço usado como atração turística, nenhuma cerâmica ou outros artefatos da época de Abraão (Leia sobre ABRAÃO) foram encontrados aqui - embora, visto que as pessoas geralmente morassem em tendas, seria surpreendente se algo realmente fosse encontrado.



Desde épocas posteriores, porém, os achados arqueológicos têm sido abundantes. A maioria está centrada no que é agora o Parque Nacional Tel Sheva - uma cidade judaica da Primeira Era do Templo . Além de suas impressionantes paredes e sistema de água, na entrada há uma réplica de um altar único de quatro chifres (remanescente de um mencionado em Levítico 8:15) que havia sido propositadamente destruído. O altar não parece bem kosher : há uma estranha cobra esculpida nele, e as pedras foram esculpidas (proibido, de acordo com Deuteronômio 27: 5) . De fato, o profeta Amós critica Be'er Sheva por construir altares idólatras ( Amós 5: 5 e 8:14). Não é de admirar que o altar tenha sido destruído!
Muitas vezes esquecido, Be'er Sheva já percorreu um longo caminho. De uma pequena cidade de camelos, apenas algumas décadas atrás, hoje é uma cidade multicultural movimentada e com cerca de 200.000 habitantes - a capital do Negev . Sua universidade e hospital são impressionantes, e seu setor de tecnologia emergente - especialmente para segurança cibernética - é de classe mundial. Juntando-se à comunidade sefardita mais estabelecida na década de 1990, a imigração russa tem sido substancial e a cidade tem mais mestres de xadrez per capita do que qualquer outra cidade do mundo.
Surpreendentemente, a agricultura na área está crescendo rapidamente. Incrivelmente, tudo isso ocorreu no meio de uma paisagem seca e vazia.





A premiada ponte do parque de alta tecnologia Be'er Sheva (também conhecida como ponte de dupla hélice ou DNA) tornou-se um símbolo do setor de tecnologia, crescimento e futuro da cidade.

Com vista para Be'er Sheva, o enorme Monumento à Brigada de Negev (Palmach) tem 18 elementos individuais (como uma torre de vigia marcada por um relógio e um tubo de água crucial) e cobre 10.000 metros quadrados (100.000 pés quadrados), comemorando aqueles que morreu defendendo o sul em 1948.

(Publicado originalmente por Chabad.org)

As Bodas de Caná

AS BODAS DE CANÁ
O Primeiro Milagre realizado pelo Salvador!
Voltemos ao texto sagrado que, depois de nos ter revelado a ciência sobrenatural de Cristo, mostra-nos também a onipotência divina.
Três dias depois de Jesus ter recebido Filipe e Natanael como discípulos, foram celebradas umas bodas em Caná da Galileia, aldeia situada a uns seis quilômetros a noroeste de Nazaré, ao longo do caminho que ia desta última aldeia a Tiberíades e a Cafarnaum. Segundo outra opinião, relativamente recente, Caná da Galileia ficaria ao norte, a uns 16 quilômetros de Nazaré, cidade onde nascera Natanael (Jo 21.2).
Quem vem de Nazaré, encontra, do lado direito da estrada, antes de entrar no povoado, uma fonte muito grande, a mesma que, sem dúvida, forneceu a água que foi transformada milagrosamente em vinho. Naquela região, a campina é fértil e bem cultivada. Existem ali cercas vivas formadas por espinhosos cactos que cercam e protegem os campos. Algumas vinhas produzem uvas que dão excelente vinho tinto.
Os três dias antes mencionados foram mais do que suficientes para que Jesus e seus discípulos percorressem a distância de 90 quilômetros, aproximadamente, que separava Caná da Galileia da Betânia às margens do Jordão.
Deixando de citar, conforme o costume, seus pormenores secundários, o autor do quarto evangelho vai diretamente ao fato principal. Depois de ter dito que a mãe de Jesus participou do casamento, o que prova que Maria tinha com os noivos algum grau de parentesco ou de forte amizade, o evangelista fala da chegada de Jesus e de seus discípulos a Caná, e também do convite para que comparecessem à festa.
Os antigos comentaristas gostam de destacar a graciosa cortesia com que o divino Mestre se dignou de aceitar e honrar com sua presença um convite de casamento. Não fora ele próprio que se casara com a nossa natureza para santificar tanto as nossas alegrias como os nossos padecimentos?
Um lamentável incidente quase trouxe uma grande tristeza àquela festa. Os cônjuges eram de condição humilde. A presença de vários servidores na casa era, evidentemente, extraordinária e transitória. De repente, surgem seis ou sete hóspedes inesperados. Sem contar que, entre os judeus, as comemorações nupciais se prolongavam, normalmente, durante vários dias - três, sete ou mais (Gn 29.27; Jz 14.10-18).
CANÁ DA GALILEIA. Vista panorâmica
Antes do final da festa, o vinho acabou. Imediatamente, Maria, cujo delicado coração não permitiria que os recém-casados se vissem em uma situação humilhante, procurou uma solução para o problema. Ali estava seu filho; a intervenção dele poderia evitar todo aquele transtorno. Então, ela se aproximou de Jesus e lhe disse em voz baixa: Não tem vinho (Jo 2.3).
Seria um lamentável engano não ser nestas poucas palavras mais do que a simples comunicação de um fato. Mas elas contêm, na realidade, um pedido, ainda que indireto, para que Jesus ajudasse os recém-casados com algum recurso sobrenatural. Esta discreta súplica lembra outra semelhante feita pelas irmãs de Lázaro, quando enviaram a Jesus a seguinte mensagem: eis que está enfermo aquele que tu amas (Jo 11.3).
Nos dois casos, o que realmente se desejava e esperava era um milagre. O fato de Jesus não ter realizado antes daquelas bodas nenhum milagre, como nos comunica o narrador, não era razão bastante para deter Maria, que conhecia muito bem a perfeita vontade e o poder sem limites de Jesus. Ao vê-lo rodeado de discípulos, Maria entendeu que ele poderia muito bem inaugurar ali o seu ministério messiânico e sair da voluntária obscuridade em que até então tinha vivido.
Jesus disse-lhe: Mulher, que tenho eu contigo? Ainda não é chegada a minha hora (Jo 2.4). À primeira vista, estas palavras nos soam estranhas, parecem frias, quase duras, e como encerrando uma reprovação de Jesus para com sua mãe.
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NA PALESTINA
Alguns comentaristas acham até que o convite de Maria soou como uma espécie de intromissão dela no terreno reservado exclusivamente a Jesus, em seu ministério messiânico. O grande pregador grego do século III, João Crisóstomo, achava que aquele pedido de Maria revelava um sentimento de vanglória da mãe que queria ver o filho brilhar no meio de uma festa de casamento. Mas estudemos atentamente a resposta de Jesus para encontrar seu verdadeiro sentido. Comecemos por considerar que a expressão mulher não tinha nada nas línguas antigas que não fosse honroso. Era muito usual entre os judeus: Ò mulher, grande é a tua fé (Mt 15.28b). Mulher, estás livre da tua enfermidade (Lc 13.12). Mulher, crê-me que a hora vem em que nem neste monte nem em Jerusalém adorareis o Pai (Jo4.21) e também entre os gregos.
A prova de que Jesus não demonstrou nenhuma desatenção para com sua mãe é que ele não hesitou em empregar a mesma palavra - mulher - em relação a Maria, quando ele estava na cruz,ao confiá-la aos cuidados de João (Jo 19.25,26).
A expressão que tenho eu contigo? - frequentemente encontrada na Bíblia com diversas variantes (Js 22.24; Jz 11.12; 2Sm 19.22; 1Rs 17.18; 2Rs 3.13; 2Cr 35.21; Mt 8.29; Mc 1.24; Lc 8.28) e que não é desconhecida pelos clássicos gregos e latinos - implica comumente a recusa, mais ou menos velada, de uma responsabilidade. Mas seu significado especial depende muito das circunstâncias de cada caso.
Pois bem, no caso que estamos analisando, as circunstâncias tiram da frase toda a sua aspereza. Por outro lado, as palavras ainda não é chegada a minha hora atenuam e suavizam as expressões anteriores e, em parte, dão a chave para a sua devida interpretação. No quarto evangelho, fala-se normalmente da hora de Jesus (mais de trinta vezes), referindo-se, sobretudo, ao tempo de sua Paixão (Jo 7.30; 8.20; 12.23-27; 13.1; 17.1). Mas em João 2 tem outro significado. Denota um tempo preciso, determinado antecipadamente pelo plano divino (Jo 7.6). Como se tratasse do primeiro milagre, nada mais justo que, para efetuá-lo, Jesus esperasse a hora de Seu Pai. O Salvador queria, pois, dar a entender que, por mais que ele desejasse atender ao pedido de sua mãe, o início de seu ministério não dependia da vontade dela, mas unicamente de Deus, cuja vontade deve ser sempre obedecida.
A resposta de Jesus em João 2.4 é semelhante àquela outra que ele deu quando criança à sua mãe no templo de Jerusalém, em Lucas 2.49. Muito mais do que naquela época distante, ele precisa entregar-se aos assuntos de Seu Pai celestial sem submeter-se às influências externas, ainda que fossem sugestões daqueles a quem ele amava. Assim, pois, sem intenção alguma de censurar sua mãe, Jesus lembra-lhe um importante princípio: o de sua inteira dependência do Pai, sempre que tivesse de falar e agir como Messias, o Filho de Deus.
Diante disso, Maria pôde entender o que Jesus estava querendo dizer, por isso não insistiu. Por outro lado, ela também compreendeu que a negativa de seu filho não era absoluta - não seria este o significado das palavras ainda não chegou a minha hora? Então, a mãe de Jesus não se perturbou em sua confiança; antes, fez a alguns serventes a seguinte recomendação: Fazei tudo quanto ele vos disser (Jo 2.5).
Havia ali, na sala ou no pátio, seis enormes talhas de pedra de duas ou três metretas cada uma. (Metreta é uma palavra grega que significa medida e, naquela época, designava a maior medida de capacidade que existia para líquidos). Se, como parece provável, tratava-se da metreta ática, que equivalia a uns quarenta litros, cada talha poderia conter de oitenta a cento e vinte litros, e as seis juntas , quatrocentos e oitenta a setecentos e vinte litros.
Talhas de Pedra
O narrador salienta que essas talhas serviam para abluções e purificações litúrgicas dos judeus. De fato, conforme mais adiante Marcos nos dirá (7.3,4):
Porque os fariseus, e todos os judeus, conservando a tradição dos antigos, não comem sem lavar as mãos muitas vezes;
E, quando voltam do mercado, se não se lavarem, não comem. E muitas outras coisas há que receberam para observar, como lavar os copos, e os jarros, e os vasos de metal e as camas.
Sendo assim, era, pois, necessária uma grande quantidade de água em todos os lares israelitas. E mais ainda quando realizavam uma grande festa.
De repente, Jesus se volta para os servos e lhes diz: Enchei de água essas talhas. E encheram-nas até em cima (Jo 2.7). Já havia chegado a sua hora! Uma voz interior o havia advertido a respeito, e ele obedeceu prontamente. Entre esta ordem e a resposta que dera à sua mãe, tinha transcorrido um tempo brevíssimo.
Resplandecia na pessoa do Salvador tal majestade que os servidores, por mais extraordinário ou estranho que lhes parecesse seu pedido, obedeceram-no sem vacilar. Além do mais, já estavam prevenidos pela advertência de Maria.
As talhas que ficaram vazias, pelo menos a maioria delas, por conta das abluções dos convidados, logo foram cheias até em cima - fato registrado pelo evangelista para indicar a magnitude do milagre. Instantes depois, Jesus voltou a dizer: Tirai agora e levai ao mestre-sala. E levaram (Jo 2.8).
Quando o convidado ou servidor encarregado desta função provou o líquido que lhe fora oferecido, e cuja procedência desconhecia, comprovou que se tratava de um excelente vinho. Como tinham colocado à sua disposição um tipo de vinho comum, que por sinal já havia acabado, ele supôs que o recém-casado estava querendo dar aos convidados uma grande e alegre surpresa com a súbita apresentação desta bebida de melhor qualidade. Aproximou-se, pois, do esposo e lhe disse, familiarmente: Todo homem põe primeiro o vinho bom e, quando já têm bebido bem, então, o inferior; mas tu guardaste até agora o bom vinho (Jo 2.10). E desta forma aquele homem comprovou, a seu modo, sem perceber a realidade do milagre, a transformação da água em vinho.
Alguns intérpretes racionalistas se escandalizaram pelo fato de Jesus ter realizado um "milagre de luxo". Mas nós, pelo contrário, admiramos a régia intervenção de Jesus, impedindo que os noivos passassem vergonha.
O narrador, cuja habitual brevidade já temos comentado, deixa em silêncio a admiração das testemunhas do milagre, o agradecimento dos esposos e a constatação do acontecido que, certamente, o mestre-sala teve de fazer, contentando-se tão-somente em relatar aquilo que foi o princípio dos sinais, ou seja, dos milagres do Salvador. Não deixa, porém, de mencionar também o venturoso resultado desse grande prodígio: E os seus discípulos creram nele (Jo 2.11b). Antes, porém, no início do versículo, afirma o seguinte: Jesus principiou assim os seus sinais em Caná da Galileia e manifestou a sua glória (Jo 2.11a).
Ao manifestar o seu poder criador, Jesus estava testemunhando a verdade de sua missão e a grandeza de sua natureza; e seus discípulos, cuja fé era muito viva, procuravam um novo motivo para crer nele e unir-se mais intimamente ao Mestre!

JESUS E SEUS DISCÍPULOS SOBRE O JEJUM

Por que Jesus e Seus Discípulos não jejuavam?
Naquela época, estavam em Cafarnaum alguns discípulos de João Batista que, imitando a austeridade da vida de seu mestre, dedicavam-se a frequentes jejuns e faziam, em horários predeterminados, longas orações. Os fariseus e geralmente os israelitas piedosos também jejuavam frequentemente, conforme nos dizem os evangelhos (Mt 6.16,17; Lc 2.37; 18.12) e o Talmude. Normalmente, faziam isso às segundas e quinta-feiras, porque, de acordo com a tradição, Moisés havia subido ao monte Sinai numa quinta-feira e descido na segunda.
Mesmo que a legislação mosaica não prescrevesse aos judeus mais que um só dia de jejum a cada ano, na festa do Yom Kippur, ou Dia da Expiação (em setembro ou outubro, conforme Lv 16.29-31; 23.27-32; Nm 29.7; At 7.9), aquela prática de consagração era tão natural que, por si mesma, era recomendada como boa obra às almas piedosas. Por isso, é várias vezes mencionada no Antigo Testamento e no Novo Testamento (Is 32.3; 2Sm 2.16; Dn 10.3; Jo 1.14; 2.12,15). Em nenhum momento, Jesus pensou em aboli-la. A Igreja primitiva não só a conservou, como também a recomendou aos cristãos (At 13.2,3).
O dia em que Levi preparou aquele célebre jantar coincidiu com um jejum de devoção dos discípulos de João Batista e dos fariseus. Isso destacava ainda mais a diferença entre eles, e a ocasião era propícia para todo tipo de crítica.
Os discípulos de João Batista, aproximando-se por sua vez do Salvador, perguntaram-lhe: Por que jejuamos nós, e os fariseus, muitas vezes, e os teus discípulos não jejuam? (Mt 9.14) Teria esta pergunta sido sugerida pela malevolência dos escribas e dos fariseus, cujo objetivo era colocar Jesus em aperto? Não é improvável, devido ao fato de que os discípulos de João Batista já haviam sido movidos por sentimentos de inveja (Jo 3.26). A companhia dos fariseus pode ter confirmado esta suposição.
Interrogado deste modo, Jesus ficava responsabilizado pela conduta dos seus discípulos. Então, ele respondeu, com uma linguagem bem familiar aos discípulos de João Batista e usando um argumento bem simples: Podem, porventura, andar tristes os filhos das bodas, enquanto o esposo está com eles? Dias, porém, virão em que lhes será tirado o esposo, e então jejuarão (Mt 9.15).
Esta primeira parte da resposta do Mestre já esclarece toda a questão. A imagem, tanto expressiva quanto graciosa que ele tomou das cerimônias nupciais dos judeus, era tanto mais eficaz quanto pouco antes o próprio João Batista havia empregado na presença de vários de seus próprios discípulos, representando o Messias como o místico Esposo que havia descido do céu para celebrar suas bodas com a sua Noiva (Jo 3.29-31).
Os amigos do esposo, naturalmente, eram os discípulos de Jesus, pois a principal missão deles era conduzir as almas puras e santas, que formariam a sua Igreja, sua esposa celestial, até o Salvador (2Co 11.2). Portanto, aquele era o tempo das bodas e, consequentemente, tempo de festa e de alegria. O jejum, ao contrário, era uma manifestação de tristeza e de dor. Não seria, pois, uma estranha atitude condenar ao jejum os convidados às bodas enquanto duravam as solenidades nupciais?
Seria, pois, uma contradição extrema, porque não havia motivos para impor jejuns de devoção aos discípulos de Jesus enquanto ele, o esposo divino, estava entre eles. Mas, conforme prosseguiu o divino Mestre, não tardaria o dia em que o Noivo seria tirado violentamente do meio de seus amigos. Foi aí que Jesus enfatizou: Então, jejuarão.
Algo importante a ser observado: Jesus associou a alegria às bodas, à sua presença; e o jejum, à sua paixão e morte - tinha constantemente de abrir os olhos dos discípulos em relação à sua hora. Porém, o argumento de Jesus foi ainda mais admirável pelo fato de ele não censurar os jejuns dos fariseus nem os dos discípulos de João Batista, mas simplesmente exigir liberdade para seus discípulos em assuntos que a lei de Moisés não prescrevia. Para fortalecer sua tese, Jesus acrescentou novas considerações , não menos atrativas, apresentadas, em forma de breves parábolas, que na verdade são verdadeiros princípios.

JEJUADORES CÉLEBRES

  • Daniel: Dn 9.3; 10.3.
  • Davi: 2Sm 3.35; 12.23.
  • Elias: 1Rs 19.7,8.
  • Ester: Et 4.13-16.
  • Moisés: Dt 9.9,18.
  • Neemias: Ne 1.4.

JEJUM, diferentes motivos

  • Busca de Deus: At 13.2,3.
  • Comemoração de fatos especiais: Zc 8.19.
  • Consagração pessoal: Sl 35.13; 69.10.
  • Intercessão especial: Ed 8.23; Jr 36.6.
  • Obras sobrenaturais: Mt 17,21.
  • Sacrifício pessoal: Zc 7.5.

JEJUNS MENCIONADOS NO NT

  • De Ana: Lc 2.37.
  • Dos discípulos de João: Mt 9.14.
  • Dos anciãos de Antioquia: At 13.1-5.
  • De Cornélio: At 10.30.
  • De Paulo: At 27.33,34.
  • De Jesus: Mt 4.1-11.

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O CASAMENTO NA PALESTINA

JESUS DIANTE DE HERODES e é novamente Apresentado ao povo

JESUS DIANTE DE HERODES
Segundo o historiador Flávio Josefo, Herodes ocupava o antigo palácio dos príncipes asmoneus, descendentes dos macabeus, situado a pouca distância, no lado sudoeste do Templo. Foi para lá que os membros do Sinédrio e seus capangas conduziram o acusado.
O tetrarca concedeu, imediatamente, uma audiência. Ao ver Jesus, não dissimulou a sua alegria, pois ouvira coisas maravilhosas a respeito dele e desejava conhecê-Lo pessoalmente, esperando que Cristo operasse diante de seus olhos algum prodígio. Esses traços psicológicos revelam um príncipe leviano à espera de um novo tipo de entretenimento à custa de Jesus. Fez muitas perguntas ao Salvador sobre diversos assuntos, mas nenhum deles era sério, porquanto Jesus guardou um nobre silêncio.
Já os membros do Sinédrio, dominados pelo ódio, renovaram as suas acusações contra o Salvador diante de Herodes. Mas o empenho deles foi inútil, porque Herodes também não fez caso de suas calúnias.
Contudo, ferido em sua vaidade, Herodes submeteu Jesus a uma mesquinha vingança. Para escarnecer do Mestre, vestiu-o com uma túnica resplandecente, símbolo da dignidade real e, imitado pelos membros de sua corte, os conselheiros e os soldados, que foram com o tetrarca a Jerusalém, divertiu-se zombando do SENHOR. Depois dessa grotesca paródia, devolveu-o a Pilatos, esquivando-se também de resolver aquele enfadonho assunto.
Entre Pilatos e Herodes, havia uma profunda inimizade, nascida provavelmente de algum conflito de jurisdição. Mas desde esse dia, depois que o tetrarca se sentiu agradecido pela atenção que Pilatos lhe dera enviando Jesus ao seu tribunal, os dois se reconciliaram.

JESUS É NOVAMENTE APRESENTADO AO POVO

Depois disso, o Salvador, coberto com um manto vermelho, coroado de espinhos, com o rosto ensaguentado e desfigurado pelos açoites, foi apresentado ao povo. O governador queria despertar a piedade deste, imaginando que os judeus não permaneceriam indiferentes a tais humilhações e a tamanha dor. Até mesmo os inimigos mais cruéis de Jesus se dariam por satisfeitos. Todavia, mais uma vez Pilatos estava enganado. No momento em que os príncipes dos sacerdotes e os criados do Sinédrio viram Jesus, começaram a gritar: Crucifica-o, crucifica-o! (Lc 23.21)
O governador então disse: Tomai-o vós e crucificai-o, porque eu nenhum crime acho nele (Jo 19.6). Pilatos imaginava que, sem a sua autorização expressa, os membros do Sinédrio não ousariam pôr em execução a sentença. Essa aparente concessão era outra ironia de Pilatos. Mas as autoridades judaicas replicaram: Nós temos uma lei, e, segundo a nossa lei, deve morrer, porque se fez Filho de Deus (Jo 19.7). A lei mosaica decretava a pena de morte contra os blasfemos, e Jesus, na opinião de seus inimigos, havia cometido esse crime ao reivindicar o título de Filho de Deus.
Os judeus perceberam que Pilatos lhes concedia apenas um direito ilusório. E, para obter a autorização definitiva, fizeram nova acusação. O ódio os tornava hábeis. Primeiro, eles haviam acusado Jesus de um delito político. Agora, acusavam-no de um delito religioso. Então, apresentaram contra ele outra acusação política, acomodando os seus interesses às circunstâncias. Pilatos interpretou essa acusação conforme os seus conceitos pagãos. Se aquele homem era verdadeiramente filho de uma divindade, a que vingança não ficaria exposto, caso ratificasse a sentença do Sinédrio! Apressou-se, pois, em interrogar ao Senhor novamente: De onde és tu? (Jo 19.9)
A pergunta era um tanto vaga. Podia significar simplesmente: "Qual é a tua pátria?" Mas Pilatos queria descobrir algum indício de sua verdadeira natureza. Mas Jesus não lhe deu resposta alguma. Pilatos, já esgotado, disse-lhe, em tom severo, fazendo valer a sua autoridade para intimidá-lo: Não me falas a mim? Não sabes tu que tenho poder para te crucificar e tenho poder para te soltar? (Jo 19.10)
Então, Jesus respondeu: Nenhum poder terias contra mim, se de cima te não fosse dado; mas aquele que me entregou a ti maior pecado tem (Jo 19.11). Os papéis são trocados: o presidente do tribunal torna-se acusado. Por maior que fosse o poder que Pilatos havia recebido do imperador, o que era um procurador comparado a Deus, a quem um dia teria de prestar contas de sua conduta? Mas Jesus reconheceu que Caifás e o Sinédrio cometeram maior pecado do que Pilatos, porque haviam condenado à morte o Messias.
Ao ouvir essas palavras, o governador ficou ainda mais perturbado e, para acalmar sua consciência, tentou com mais empenho livrar Jesus da morte. Mas os membros do Sinédrio, percebendo que a resistência do governador estava fraquejando, argumentaram: Se soltas este, não és amigo do César! Qualquer que se faz rei é contra César! (Jo 19.12)
Cristo havia admitido que era rei, e proclamar-se rei em um reino já estabelecido é crime de lesa-majestade, que com certeza despertaria a fúria e uma vingança atroz da parte de Tibério. Confundindo o reino espiritual de Cristo com um reino político e terreno, os líderes religiosos judaicos deram um tiro certeiro. Insinuaram que Pilatos, caso pusesse Jesus em liberdade, estaria trabalhando contra os interesses de Tibério, seu benfeitor e senhor, e correria o risco de perder seu favor.
Já a ponto de ceder covardemente às exigências dos judeus, o governador quis desfrutar da vã satisfação de caçoar deles para vingar a derrota: Eis aqui o vosso rei (Jo 19.14), disse-lhes. Dessa vez, não havia compaixão nas palavras de Pilatos, mas sarcasmo. Tira! Tira! Crucifica-o! - gritaram eles, cheios de raiva. Hei de crucificar o vosso Rei? - insistiu Pilatos, cada vez mais irônico. Os líderes de Israel não se envergonhavam de manchar-se para sempre com esta odiosa réplica: Não temos rei, senão o César (Jo 19.15)
Eles preferiam aceitar como rei o infame Tibério a reconhecer Jesus como o Messias! Renegaram toda a sua  história e os gloriosos privilégios de seu povo ao declararem-se vassalos do imperador romano, a quem, no coração, detestavam. O sacrilégio dos judeus correspondeu ao de Pilatos, que, dirigindo-se a Jesus, pronunciou a ordem oficial com a qual se decretava aquele suplício: Irás à cruz.

O ÚLTIMO SUPLÍCIO

Chegamos ao trágico desenlace da Paixão e da vida terrena do Salvador. Jesus predisse que padeceria o suplício da cruz (Jo 12.32). Os textos em Salmos 22 e Isaías 53 nos dão uma clara visão dos sofrimentos do Messias, mas não mencionam claramente o tipo de morte que ele sofreria. Dão-nos apenas algumas indicações como o Salmo 22.16.
A cruz era degradante, mas aos olhos da fé, foi através dela que o Crucificado ganhou milhões e milhões de discípulos fiéis. Assim, logo depois do Pentecostes, os apóstolos não se envergonhavam de haver tido um crucificado por Mestre. Antes, regozijaram-se por proclamarem o sacrifício vicário de Jesus, que garantiu redenção para a humanidade. E, em sua pregação, em vez de lançarem um véu sobre essa morte vergonhosa de Jesus na cruz (At 2.36; 1Co 1.18,23; 2.2; 1Pe 2.24). Passemos agora aos fatos da crucificação de Jesus.
Portão Judicial - Jerusalém
Coleção:
 Fotografias arquitetônicas
 AD White, Número de acesso
 à Biblioteca da Universidade
 de Cornell:  15/5 / 3090.00281 
Título: Judicial Gate, 
Jerusalem Fotógrafo:
Félix Bonfils (francês, 1831-1885)
Entre os povos antigos, particularmente entre os romanos e os judeus, havia apenas um pequeno intervalo de tempo entre a sentença judicial e a sua execução. Assim, quando foi pronunciada a sentença do Salvador, Pilatos logo mandou que a cruz fosse preparada - se é que já não estava preparada de antemão.
O suplício da cruz, de origem oriental,trazido aos persas, assírios e caldeus pelos fenícios, gregos, cartagineses, egípcios e romanos, foi modificado de várias maneiras com o decorrer dos tempos. Era, no princípio, uma simples estaca, na qual se atava ou empalava o condenado. Não demorou muito e chegou ao extremo de uma força, na qual o réu era suspenso pelo pescoço. Depois, com a adição de um braço transversal, tomou novo aspecto.
Havia três tipos de cruzes com braços. A primeira, tinha a forma de X. A segunda se parecia com a letra T. E a terceira não era diferente da segunda, senão pela prolongação do madeiro vertical. É chamada de cruz latina, que todos conhecemos. Uma antiquíssima tradição afirma que essa era a cruz do Salvador. Com efeito, a tabuinha com a inscrição Jesus Nazareno, Rei dos Judeus sobre a cabeça do Senhor só seria possível nesse tipo de cruz.

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A APARIÇÃO DO ANJO E O SUOR DE SANGUE

Shiloh -Siló

Fortes evidências identificaram Shilo antigo,
 onde a Arca estava abrigada,
ofertas foram trazidas e onde
 Hannah ofereceu sua famosa oração.
SHILOH - ISRAEL
Shiloh é uma cidade antiga localizada a 40 quilômetros ao norte de Jerusalém . Por gerações, foi o centro espiritual de Israel .
O Primeiro Templo Sagrado foi construído em Jerusalém pelo rei Salomão , cerca de três mil anos atrás. Até então, a "casa" de D'us - o Mishkan (Tabernáculo) - estava em Shiloh. De fato, a vida espiritual judaica estava centralizada ali - e os judeus realizaram aliá l'regel (peregrinação) e trouxeram ofertas para lá - por 369 anos, até a morte de Eli , o Sumo Sacerdote , quando a Arca foi roubada pelos filisteus e, ao que parece Shiloh foi destruído (1 Samuel , capítulo 4).
A identificação da ruína como Shiloh antiga tem sido quase unânime. Os árabes locais preservaram o nome (“Seilon”), e existem depósitos e sinais de destruição datados no período certo. Além disso, a localização se encaixa nas descrições da Torá quase perfeitamente.
Após a morte de Sansão, o povo judeu foi liderado por um sumo sacerdote chamado Eli, que ministrou no santuário de Siló. Após a morte de Eli, o profeta Samuel se torna o líder do povo judeu, até ele ungir Saul como o primeiro rei de Israel.
Durante grande parte da história judaica, Shiloh foi um símbolo de destruição. De fato, quando o profeta Jeremias adverte Jerusalém sobre sua pecaminosidade ( Jeremias 7:12) , ele diz (em Nome de D'us): “Vá agora para o Meu lugar, que é em Siló, onde fiz com que Meu Nome descanse a princípio. e veja o que eu fiz por causa da maldade do meu povo Israel. ”
Dito isto, Shiloh em si não é deprimente. Quando Jacó convoca seus filhos para abençoá-los ( Gênesis 49:10) , ele diz sobre Judá : “O cetro não se apartará de Judá, nem o bastão do governante entre seus pés, desde que os homens cheguem a Siló.” esse "Shiloh"? O famoso comentarista Rashi declara que Shiloh se refere a " Mashiach " , o próprio Messias , o que significa que Shiloh é um símbolo da Redenção.
Em 1978, Shiloh moderno foi estabelecido ao lado do local antigo. Agora inclui quatro mil pessoas, uma yeshiva mais hesitante onde os meninos estudam a Torá ao lado do serviço militar, um kollel onde os homens casados ​​estudam e muito mais. Curiosamente, a principal sinagoga da cidade foi projetada para reproduzir o Mishkan original da Bíblia. Hoje, Shiloh se tornou um símbolo de judeus se identificando com o passado e ansiando pelo futuro.

SHILOH VERSUS JERUSALÉM

Você não deve fazer nenhum [ato de adoração sacrificial] a D'us seu D'us, exceto no local que D'us seu D'us escolherá, para colocar Seu Nome ali, dentre todas as suas tribos. Você deve procurar a Sua habitação [lugar no Tabernáculo em Siló] e vir para lá.
Você deve trazer ali seus holocaustos e suas ofertas [de paz obrigatória], seus dízimos, [seus primeiros frutos - que são] tirados de suas mãos [pelos sacerdotes] - seus votos , suas promessas e o primogênito de seu gado. e das tuas ovelhas [que serão dadas aos sacerdotes.]
[É] aí que você deve comer [seus sacrifícios] antes de D'us, seu D'us. Então você e sua família se alegrarão em todo o trabalho de suas mãos. [Você deve trazer ofertas de acordo com os meios] com que D'us seu D'us o abençoa. (Devarim 12: 4-7)
O Shilo moderno construiu sua sinagoga
 para se parecer com o antigo
Mishkan ( tabernáculo ).

A qual "local escolhido" os versículos 4-7 se referem?

Rashi : O Tabernáculo em Shiloh (Rashi no v. 5; de acordo com Gur Aryeh).
Kli Yakar : Como a Torá poderia sugerir que Shiloh é o local escolhido por D'us, quando sabemos que o local do Templo em Jerusalém sempre foi reverenciado como o local escolhido por D'us? Avraham realizou a Akeida(sacrifício de Isaque) lá, e até descobrimos que Adão ofereceu seu sacrifício lá. Então, como Shiloh pode ser descrito como "o site onde D'us seu D'us escolherá"?
Antes, sustento que todas as referências ao local escolhido por D'us aqui se referem ao local do Templo Sagrado em Jerusalém.
A Escolha de D'us de Siló e Jerusalém (v. 4 e segs. )
Em contraste com o Tabernáculo no deserto, que vagava de um lugar para outro, o Tabernáculo de Siló era uma estrutura permanente feita de pedra. Assim, em Siló, a Presença Divina que habitava no Tabernáculo tornou-se associada a um local específico pela primeira vez. Então Shiloh é referido pela Torá - de acordo com Rashi - como o "local escolhido" de D'us.
(Este texto é parte de um artigo publicado em Chabad.org - Por Doron Kornbluth e Seth Aronstam - Editado por Costumes Bíblicos)

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TIBERÍADES
SIQUÉM

A Crucificação no Tempo de Jesus

CRUCIFICAÇÃO NO TEMPO DE JESUS
Depois da condenação, Jesus recebeu outra vez a sua veste. Isso fazia parte de uma execução em que o condenado deve comparecer com suas próprias roupas ao lugar do suplício.
A morte na cruz era  a mais dolorosa e a mais ignominiosa devido às suas circunstâncias. Sem que fosse ofendido qualquer órgão principal do corpo do sentenciado, ele devia morrer simplesmente de dor e sufocação. Sem defesa alguma, exposto ao ludíbrio e às lancinantes dores, o crucificado não conseguia ficar quieto, embora qualquer movimento ocasionasse novos tormentos.
Como havia sido açoitada antes de ser erguida na cruz, a vítima sentia intensa sede, em consequência da perda de sangue. Acrescente-se a tudo isso as pragas muito comuns no Oriente, que eram um verdadeiro suplício. Enxames de mosquitos e de moscas ajuntavam-se em torno das feridas. Os cães selvagens interrompiam seus giros de sempre e latiam uns aos outros. Os abutres, que se detinham sempre perto das povoações, começavam a voar bem próximo da cruz. Os gritos dos condenados eram ora exclamação de dor, ora brados de anseio pela morte, que para eles significaria uma libertação. Tudo isso era bem conhecido dos primeiros leitores dos evangelhos, que podiam presenciar crucificações com frequência.
Estas eram um castigo aplicado em todos os países circunvizinhos - entre os judeus, porém, o apedrejamento estava mais em voga. Assim, no processo de Jesus, a crucificação correspondia ao código penal romano. O próprio condenado devia levar a cruz para o lugar do suplício, escolhido nas proximidades das portas das cidades, para que as pessoas que passassem por ali se atemorizassem com esse horrível exemplo.
Esse castigo era tido como total ignomínia, porque era aplicado aos escravos ou aos grandes criminosos das províncias. Só nos anos posteriores da decadência desse império, os cidadãos romanos também passaram a ser supliciados deste modo.
A crucificação podia ser executada de várias maneiras. No caso de Jesus, os quadros representativos, em geral, mostra-nos ele deitado em uma cruz já pronta e estendida no chão, onde foi pregado. Muitas vezes, porém, o condenado era pregado em uma cruz já suspensa. Os dois processos eram terríveis.
A expressão ser levantado, como se dizia, em vez de crucificar, tem um sentido muito mais próprio e horrivelmente vivo! É um traço característico dos homens, que inventam expressões para velar certas coisas que redundam em opróbrio para toda a humanidade. Jesus também se serviu deste recurso ao falar da elevação do Filho do Homem.
Os costumes dos gregos, que tinham manifestas predileções por todo tipo de associações, eram imitados, muitas vezes, pelos judeus. Havia "associações urbanas" que, como as nossas associações beneficentes, consideravam suas obrigações certas práticas de piedade. Entre elas, a co-participação nas solenidades do noivado, do casamento e dos funerais, bem como na festa da circuncisão. A associação, nesses casos, ocupava-se de seus sócios: mandava-lhes o necessário pelos co-participantes e estes cuidavam dos parentes, de acordo com a posição social de cada associado.
A comiseração pelos homens levados ao lugar de suplício entrava no campo de ação dessas associações. É possível que as mulheres que choravam, designadas expressamente como moradoras de Jerusalém, pertencessem a uma dessas associações urbanas. Neste caso, eram, de fato, no sentido próprio do termo, representantes das mulheres de Jerusalém, a quem Jesus dirigiu suas palavras.

CURIOSIDADE HEBRAICA SOBRE "O CALVÁRIO"(*)

Você pode se surpreender ao descobrir que não havia lugar chamado Calvário na antiga Jerusalém. Você pode pesquisar por todo o lado e não o encontrará. Você não o encontrará em nenhuma das passagens do evangelho, descrevendo como Jesus foi executado. Marcos, Mateus e João mencionam o Gólgota - uma palavra que, segundo eles, se traduz como "o lugar do crânio". Lucas também menciona o "lugar do crânio" também sem usar o nome semítico original. Os evangelhos dizem que Gólgota é uma palavra hebraica, embora ninguém tenha certeza se era hebraico, aramaico ou alguma mistura dos dois.
O Gólgota era um lugar real situado em algum lugar fora dos muros de Jerusalém do século I, não muito longe do jardim com túmulos da elite de Jerusalém. Mas o nome Calvário, vem da palavra latina calvaria, que se traduz como "crânio". O termo não estava em uso nos dias de Jesus e ninguém chamou o lugar onde Cristo morreu como Calvário. Somente quando Jerônimo criou a tradução da Bíblia para a Vulgata Latina (final do século IV ), a palavra passou a ser gradualmente usada pelos cristãos. Hoje, as pessoas cantam alegremente canções sobre o Calvário, mas nem mesmo é uma palavra bíblica. Os habitantes de Jerusalém do século I e os próprios escritores do evangelho nunca ouviram falar de um lugar chamado Calvário, mas eles conheciam o Gólgota. (*Texto por Pinchas Shir na categoria de "Evangelhos Judeus"/Israel Bible Weekly - Edição: Costumes Bíblicos)

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Terra Estéril de Fé e Justiça - Extra-Bíblico

A TERRA ESTÉRIL!!! 
(EXTRA-BÍBLICO)
“Terra estéril de fé e justiça” - o quarto livro de Esdras é um exemplo vibrante da literatura judaica do século I dC (fora da Bíblia). Embora atribuído a Esdras bíblico, reflete a esperança apocalíptica provocada pela opressão da era romana, muito depois dos dias de Esdras, o escriba. Este trecho do livro prediz coisas semelhantes das quais Jesus falou em Mateus 24:12. Ressoa Lucas 91:20 e Hab 2:11 quando o autor chora por Israel e tem permissão para ver o futuro.
1 “Agora, quanto aos sinais: Eis que estão chegando os dias em que os que habitam na terra serão tomados com grande terror, e o caminho da verdade será escondido, e a terra será estéril de fé. 2 E a injustiça aumentará além do que você vê e além do que você ouviu anteriormente . 3 E a terra que agora vês governar será devastada e não pisada, e os homens a verão desolada. 4 Mas, se o Altíssimo conceder que você vive, você o verá confundido após o terceiro período; e o sol brilha de repente à noite e a lua durante o dia. 5 Sangue escorrerá da madeira, e a pedra proferirá sua voz; os povos serão perturbados, e as estrelas cairão.



6 E reinará a quem aqueles que habitam na terra não esperam, e os pássaros voam juntos; 7 e o mar de Sodoma lançará peixe; e aquele que muitos não conhecem, ouvirá sua voz de noite, e todos ouvirão sua voz. 8 Haverá também caos em muitos lugares, e freqüentemente brotará fogo, e os animais selvagens vagarão além de suas assombrações, e mulheres menstruadas criarão monstros. 9 E as águas salgadas serão encontradas no doce, e todos os amigos se conquistarão; então a razão se esconderá, e a sabedoria se retirará para sua câmara, 10 e será procurada por muitos, mas não será encontrada, e a injustiça e a falta de restrições aumentarão na terra.11 E um país perguntará ao seu vizinho: 'A justiça, ou alguém que faz justiça, passou por você?' E ele responderá 'Não'. 12 E naquele tempo os homens esperam, mas não conseguem; eles trabalharão, mas seus caminhos não prosperarão.
13 Estes são os sinais que tenho permissão para lhe dizer, e se você orar novamente e chorar como agora, e jejuar por sete dias, ouvirá coisas ainda maiores do que essas. ”14 Então eu acordei e meu corpo estremeci violentamente, e minha alma estava tão perturbada que desmaiou. 15 Mas o anjo que veio e falou comigo me segurou, me fortaleceu e me pôs de pé. (4 Esdras 5: 1-14) (Por Pinchas Shir/Israel Bible Weekly)

REVELAÇÃO JUDAICA - ABOMINAÇÃO NO TEMPLO (CÂNON)

Eventos recentes voltaram a reavivar a preocupação de que o mundo esteja chegando ao seu fim apocalíptico. Apesar das renovadas tensões entre os Estados Unidos e a Rússia e a constante ameaça do Irã de vaporizar Israel, essa preocupação permanece prematura. Afinal, Yeshua disse: “Você ouvirá falar de guerras e rumores de guerras. Veja que você não está alarmado, pois isso deve acontecer, mas o fim ainda não está ”(Mt 24: 6). Então, quando chega o fim?
Yeshua responde a essa pergunta em Mateus 24: 15: “Quando você vê a abominação da desolação ... parada no lugar santo”. Neste versículo, Yeshua faz alusão a שִׁקּוּצִים מְשֹׁמֵם ( shikutzim meshomem ) traduzida como “abominação da desolação”, descrita em Daniel 9:27. Mateus 24: 15-28 descreve o aparecimento da abominação da desolação e o período de intensa tribulação que desencadeia sobre a nação de Israel. Os leitores de Mateus devem entender que esse período começa quando vêem “a abominação que causa a desolação” está no lugar santo (v. 15).
A previsão de Jesus tem uma realização próxima e distante. A destruição do templo em 70 EC serve como um padrão para os eventos que ocorrerão durante os “Dias dos Problemas de Jacó”, conforme descritos em Mateus 24:21. A profanação do local sagrado pelo exército romano será horrível, mas os eventos que cercam a profanação do anticristo pelo local sagrado durante a Grande Tribulação ocorrerão em uma escala ainda maior. No pensamento judaico, os eventos de 70 EC em Jerusalém não precisam esgotar a força da profecia de Daniel nos dias finais. É um padrão recorrente. As referências do fim dos tempos em Mateus 24 confirmam que Yeshua usou o termo שִׁקּוּצִים מְשֹׁמֵם ( shikutzim meshomem )“Abominação da desolação” para apontar para o conflito final com seus inimigos no momento de sua vinda. Mateus combina a tribulação da próxima Guerra Judaica de 66-70 EC com a final que ocorrerá no final dos tempos. Os eventos da tribulação final espelham os eventos da primeira, mas em uma escala maior.(Por  Dr. Noel Rabinowitz/Israel Bible Weekly) [!!!] (Edição geral por Costumes Bíblicos)

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A GRANDE TRIBULAÇÃO

Um Modelo de Ensino seguido pelos Discípulos

UM MODELO DE ENSINO
Os discípulos, uma vez que se tornavam mestres, ao ensinarem suas próprias doutrinas não se referiam apenas às lições do mestre, mas declaravam também, e muitas vezes simplesmente: "Outrora, dizia-se assim", ou "o meu mestre decidiu desse ou daquele modo; portanto, a questão deve ser resolvida desta forma".
Os discípulos também estavam obrigados a prestar ao mestre aqueles serviços que um senhor podia exigir do seu servo. Entretanto, serviços próprios de escravos, como desatar as sandálias, lavar os pés etc., não podiam ser exigidos deles.
Naturalmente e como sempre acontece, nem todo discípulo era luminar da ciência. Uma sentença dividia-os em quatro grupos: os discípulos esponjas, ou seja, que assimilam tudo, tanto as coisas essenciais como as acidentais; os discípulos funis, nos quais tudo entra por um ouvido e sai pelo outro; os discípulos coadores, que deixam escorrer o vinho, guardando apenas a borra, isto é, as coisas de pouca importância; e os discípulos peneiras, que guardam o que é importante, desprezando as palhas de uma lição.
A finalidade do ensino era alcançada se um discípulo conseguisse acrescentar imediatamente a qualquer pergunta que lhe fosse feita os mais apropriados Textos Sagrados e suas explicações, bem como as conclusões dessas explicações e as determinações que provinham das tradições. Quanto mais verbalmente suas respostas se adaptassem às explanações do rabi, tanto mais vantajoso seria o julgamento a seu respeito. (Veja DISCÍPULOS E APÓSTOLOSJESUS COMO MESTRE DOS DISCÍPULOS)
Esses estudantes deviam fazer uma espécie de exame antes de serem promovidos. E nem todos, como ainda hoje acontece, alcançavam o almejado grau. Devemos supor que entre todos os discípulos citados, nas várias relações concernentes, alguns nunca terminavam propriamente o estudo.
A formatura, a nomeação para rabi, encerrava em si carta branca para exercer os cargos de mestre e de juiz. A transmissão das atribuições do mestre para os discípulos eram simbolizada pela imposição das mãos do mestre sobre o discípulo, conferindo-lhe, dessa forma, os cargos de ensinar e o de julgar. A promoção era confirmada, conforme a cerimônia, pela "imposição das mãos".
A fórmula em uso era: "Eu te nomeio rabi; sê, pois, nomeado!" Um doutor da lei que não tivesse recebido o cargo de outro não figurava na cadeia de mestre vindo de Moisés. A opinião geral era a de que, se esta cadeia se partisse inteiramente, nunca mais poderia ser recomeçada.
Os doutores da lei exigiam, de acordo com as palavras das Escrituras, obediência incondicional às suas decisões, que, conforme proferiam, eram simples consequências da lei de Deus. Certamente, já havia, no tempo de Jesus, doutores da lei com alta estima de si mesmos, conforme expressa esta sentença: "Mais importantes são as palavras dos doutores do que as dos profetas".
De acordo com essa opinião, os doutores da lei estavam acima dos profetas. E foi justamente com base nessa teoria que os doutores da lei agiram contra João e contra Jesus.
Alguns, entretanto, viviam na miséria, apesar de sua posição elevada. Informações antigas dão conta de que alguns doutores da lei, por necessidade, serviam em algum navio, e de que outros, por serem "tão sábios, podiam até contar as gotas do mar", mas que, mesmo assim, passavam fome, viviam na miséria.
Por esse motivo, era obra extremamente meritória ajudar um doutor da lei com ofertas ou de qualquer outro modo. Muitas dádivas eram oficialmente recolhidas para eles. Em muitos casos, alguns doutores da lei chegava até a procurar um ofício manual qualquer para o seu sustento. O apóstolo Paulo, por exemplo, era fabricante de tendas. Há histórias que contam que certo doutor da lei trabalhava como pedreiro.

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