COSTUMES BÍBLICOS: fevereiro 2019


JESUS, o divino Servo Filho de Deus, segundo Evangelho de Marcos

O objetivo de Marcos é apresentar Jesus como o divino Servo Filho de Deus. Ele dispensa qualquer menção do nascimento e da infância de Jesus e apressa-se imediatamente à obra miraculosa de Jesus. Embora Marcos inclua muitos ensinamentos e vários sermões de Cristo, ele se concentra naquilo que torna Jesus tão especial. Marcos inclui apenas quatro parábolas que Jesus disse, mas conta a história de quase 20 milagres. Todas as atividades de Jesus em Marcos estão concentradas em Seu ministério na Galileia até a semana final em Jerusalém. Cerca de 93% do registro de Marcos, que representa a pregação oral básica da história do evangelho, também está relatado em partes de Mateus e Lucas. Em contraste, João, escrito após os três sinópticos, possui apenas oito por cento do material que está registrado em Marcos.
O primeiro capítulo de Marcos retrata o ministério de Jesus em um longo dia de Sábado em Cafarnaum, Sua cidade adotiva na fronteira norte do mar da Galileia.

  • Primeiro, Jesus veio "pregando" (1.14). Jesus era primordialmente um pregador das boas novas.
  • Segundo, Jesus chamou quatro discípulos para acompanhá-lo em um ministério de tempo integral (1.16-20). João relata que André, Pedro, Tiago e João já estavam seguindo a Jesus Cristo por seis meses aproximadamente, antes da prisão de João Batista, mas em  caráter itinerante*. A vida deles mudaria radicalmente a partir daquele momento.
  • Terceiro, Jesus curou a sogra de Pedro (1.29-31). 
  • Finalmente, já adentrando a noite, Jesus continuou a curar a todos os que vieram à porta da casa de Pedro (1.32-34).
O próximo parágrafo é um significante comentário sobre a vida de oração de Jesus, que descreve um evento que aconteceu no dia seguinte: E, levantando-se de manhã muito cedo, estando ainda escuro, saiu, e foi para um lugar deserto e ali orava (1.25). A vida de oração de Jesus era bem-sucedida porque: 
  • Ele se levantava cedo o suficiente,
  • Afastava-se a uma distância suficiente,
  • E ali permanecia o suficiente para orar.
A frase "e ali orava" está em um tempo verbal que indica uma ação contínua no  passado. A vida de oração de Jesus era planejada, privada e prolongada.
*Compare Marcos 1.14 com João 3.24. Todo o material em João até aquele ponto ocorreu antes de João ser lançado na prisão. Jesus havia chamado pelo menos seis dos 12 discípulos antes que João fosse preso por Herodes Antipas. Esta chamada em Marcos 1.14 era uma segunda chamada para uma posição integral permanente a seguir e aconteceu "depois que João foi preso".

JESUS E SEUS ATOS DIVINOS
  • Ele concede pastores à Igreja: Ef 4.11-13.
  • Ele cria: Jo 1.3; Cl 1.16; Hb 1.10
  • Ele doa luz: Jo 8.12.
  • Ele doa vida: Jo 10.28; 10.10.
  • Ele perdoa pecados: Mc 2.5-10.
  • Ele ressuscita os mortos: Jo 6.39,40; 11.25.26.
  • Ele sustenta e preserva a criação: Cl 1.17; Hb 1.3.
Leia mais sobre JESUS, aqui: A VIDA DE JESUS

As mulheres no Ministério de Jesus

O evangelista Lucas conservou os nomes de três delas. Maria, chamada Madalena, é a mais célebre de todas. Segundo a opinião mais autorizada, havia recebido este sobrenome, Madalena, (Veja mais sobre ela aqui: MARIA MADALENA) com que é identificada, por causa da abundância do nome Maria em sua terra de origem, o burgo de Magdala (forma primitiva do epíteto em grego), ou seja, a Torre (da guarda), única população às margens do mar da Galileia que, com o Tiberíades, ainda subsiste.
Quanto ao antigo burgo, situado próximo à margem ocidental do lago, na planície de Genesaré, e no caminho entre Cafarnaum (ao norte) e Tiberíades (ao sul), destacava-se então por sua beleza e por sua riqueza, que lhe eram pronunciadas por suas tinturarias e fábricas de lãs finas, el Medjdel, que hoje não é mais do que um pobre vilarejo, composto de vintenas de miseráveis cabanas, onde se abrigam os poucos habitantes da região, tão povoada e fértil em tempos passados.



Ao nome de Maria Madalena, Lucas acrescenta outra circunstância distinta, mas de dolorosa lembrança: da qual saíram sete demônios (Lc 8.2b). Levados pela opinião de que esta Maria não é outra senão a pecadora da comovente cena que acaba de descrever o próprio evangelista, muitos têm conferido a estas palavras uma interpretação simbólica, como se indicassem uma vida tristemente entregue a todos os tipos de vícios. Mas o contexto, por si só, demonstra que as palavras citadas se referem a uma possessão demoníaca real, pois na linha anterior é dito que várias mulheres devotas que seguiam Jesus em suas andanças missionárias haviam sido libertas por ele dos espíritos malignos. Nenhuma razão há para que o seu sentido seja trocado.
Ao mencionar o fato geral, o evangelista cita também um fato em particular e extraordinário: Maria Madalena esteve em poder de sete demônios, simultaneamente. Logo tratará de outras possessões múltiplas. Mais adiante, veremos também o caso dos endemoninhados de Gadara.
Marcos aponta Madalena com o mesmo problema (Mc 16.9). Devemos lembrar que a possessão demoníaca não era forçosa nem comumente um castigo de pecados anteriores. Também nota-se aqui que Lucas apresenta Maria Madalena como um personagem novo aos leitores, sem estabelecer a mínima relação entre ela e a pecadora de que acabava de falar. Ao que parece, como já temos dito, ele queria, intencionalmente, não fazer ruídos em torno do nome dela.
Junto a Maria Madalena, Lucas fala de Joana e de Suzana. Esta última, cujo nome hebreu, Shoshannah, significa lírio, não aparece em nenhum outro lugar do evangelho.
Mais tarde, encontramos Joana entre as santas mulheres que permaneceram fiéis ao Divino Mestre, mesmo depois que Jesus morreu (Lc 24.10). Ela era casada, diz o evangelista, com Cusa, um intendente (a palavra grega que denota sua função pode ser interpretada de várias maneiras: tesoureiro, mordomo, administrador dos bens etc.) do tetrarca Herodes Antipas. Nada indica que tenha ficado viúva, como alguns têm conjecturado.
Contudo, não eram somente estas três mulheres piedosas que seguiam a Jesus. Outras várias, em número considerável, desfrutaram da mesma honra e da mesma alegria. Podemos contemplar a curta lista de Lucas com o nome de outra Maria, a mãe de Tiago, o Menor, e de José, bem como o de Salomé, mãe dos filhos de Zebedeu, a quem os outros dois evangelhos sinópticos (Mt 27.56,61; Lc 15.40,41,47) assinalam expressamente entre as que seguiam e serviam a Jesus na Galileia. E Lucas usa termos semelhantes para expressar o serviço delas, mas com a diferença: para indicar melhor o significado da palavra serviam, acrescenta aos cuidados maternais ou fraternais com os quais as santas mulheres rodeavam com tanto respeito e afeto Jesus e os apóstolos uma assistência material de natureza financeira, que providencialmente facilitava ao Salvador o exercício do seu ministério.
Algumas mulheres eram ricas, e, graças à sua incansável generosidade, a bolsa comum de Jesus e dos seus, mencionada por João (12.6; 13.29), raras vezes deve ter ficado vazia, pois fora os gastos diários de treze pessoas, o grupo dos apóstolos ofertava aos pobres (Jo 13.29). Certo é que este grupo, que levava uma vida simples, abnegada, tinha poucas necessidades; quando menos, precisavam tão-somente de alimentos enquanto durassem as viagens de pregação de Jesus Cristo.
Quando Jesus perguntou aos apóstolos, depois da última ceia, faltou-vos porventura alguma coisa? (Lc 22.35), pode-se dizer que o mérito da resposta negativa que ouviu dos seus amigos mais próximos foi, em parte, devido à hospitalidade oriental, porém mais ainda por causa daquelas mulheres devotas, cujos generosos serviços, realizados com habilidade, Lucas nos ajuda a conhecer.
Certo é que a natureza e a origem das resoluções pecuniárias usadas por Jesus durante sua vida pública são coisas extremamente secundárias. Mas nem por isso este tema deixa de ser interessante, visto que Cristo, para dedicar-se plenamente à fundação da Sua Igreja, havia deixado seu ofício de artesão (carpintaria), e o mesmo fizeram os apóstolos, ao renunciarem, cada qual, à sua profissão para que pudessem prestar sua humilde cooperação a Cristo. Por sorte, aquelas mulheres, que haviam recebido plenos benefícios espirituais, puderam suprir necessidades temporais de Jesus e dos apóstolos.
Não é uma situação totalmente nova, porque o costume permitia às mulheres judias prover aos doutores da lei o que lhes fosse preciso para o seu sustento, e elas gostavam de manifestar sua piedade desta forma (Mt 27.58). O Talmude, por sua vez, incentivava esta prática tão útil como excelente: "Qualquer que recebe em sua casa um discípulo dos sábios, alimentando-o, dando-lhe de beber e oferecendo-lhe os seus bens, realiza uma obra tão boa como se estivesse ofertando um sacrifício diário".
Contudo, em nenhuma parte consta que essas mulheres seguiam os doutores judeus em suas viagens. Jesus estava introduzindo, pois, uma inovação, e somente ele podia fazer isso numa questão tão delicada. Não podemos esquecer-nos de que, um ano antes, seus discípulos ficaram escandalizados ao vê-lo conversando em público com uma mulher (Jo 4.27). Mas eis que, com sua mão divina, Jesus conseguiu romper o estreito círculo no qual o Oriente havia encerrado as mulheres, (veja mais sobre Jesus e as mulheres, aqui: JESUS E AS MULHERES) e expandiu sua atividade inteligente e seu generoso anelo de abnegação ao amplo campo das boas obras, que a Igreja cristã tão admiravelmente tem cultivado e, graças a elas, produzindo maravilhosos frutos, isso em todos os sentidos.
Quando os apóstolos, depois da ascensão do Mestre, empreenderam a evangelização do mundo, como Cristo lhes havia ordenado, imitaram o exemplo dele e, com frequência, fizeram-se acompanhar de pessoas piedosas, normalmente unidas a eles pelos laços familiares (1Co 9.5).
Paremos por um momento para que vejamos passar diante de nós a humilde caravana - tão grande aos olhos do céu -, cujos membros principais já nos são conhecidos. Jesus ia, no meio dos doze que o cercavam tanto de carinho como de veneração. Uns caminhavam à frente; outros, ao lado dele; e alguns, atrás, mas todos o mais perto possível que podiam, para não perderem sequer uma palavra de suas divinas lições. Normalmente, era Jesus quem falava, mas gentilmente lhes permitia que o interrompessem, e eles usavam amplamente deste privilégio. às vezes, o próprio Jesus é quem provoca perguntas aos discípulos.
À curta distância, iam algumas mulheres modestamente vestidas com seus véus, as mesmas de quem nos acaba de falar o terceiro evangelista. Levavam cestas com provisões e conversavam entre si a meia voz. As piedosas olhadas que de vez em quando dirigiam ao Salvador indicavam que ele era o verdadeiro alvo delas, que não eram muitas, pois seria inútil que viessem todas de uma só vez. Revezavam-se, pois, de tempo em tempo, na tarefa de servir a Jesus e os apóstolos.
No entanto, sobretudo, reparemos nosso Senhor. De estatura mediana, em seu rosto (belíssimo), ainda que sério, resplandecia uma beleza celestial. Não trazia a cabeça descoberta, como costumam pintá-lo os artistas, porque nem o costume nem o Sol do Oriente permitia isso. Ao contrário, cobria a cabeça com um sudário (o keffyeh dos árabes), uma espécie de lenço preso debaixo da barba e pairando sobre o pescoço e as costas.
A veste principal de Jesus era uma túnica talar, que lhe cobria todo o corpo e que, para andar com mais comodidade, era puxada um pouco para cima por um cordão. Sobre esta túnica de cor apagada, ia o tallith, o manto azul, cujas largas pregas permitiam entrever a túnica. Enfim, em seus pés, as sandálias que os deixavam praticamente descalços.
CURIOSIDADE DOS EVANGELHOS JUDAICOS:

POR QUE OS DOZE DISCÍPULOS ERAM TODOS HOMENS?(*)

As mulheres desempenharam uma variedade de papéis importantes no início do movimento de Jesus. Tabitha é chamada de “discípula” (μαθήτρια; mathétria ; Atos 9:36); Phoebe é um “diácono” (διάκονον; diákonon ) e um “patrono” (προστάτις; prostoups ; Rm 16: 1-2); Evódia e Síntique trabalham “lado a lado no evangelho” com Paulo (Fl 4: 2-3); e as mulheres seguem e financiam Yeshua em seu ministério (Atos 8: 2-3). No entanto, se as mulheres ocupavam posições tão significativas, por que os doze discípulos de Jesus eram homens? A razão não está em alguma superioridade inerente dos homens sobre as mulheres , mas sim no que o gênero e o número dos discípulos exemplificam: ts doze discípulos representam os doze filhos de Jacó, de quem as tribos de Israel emergem. A fim de lembrar os nomes masculinos das tribos de Israel, Yeshua precisava escolher doze homens; ao fazer isso, Jesus não faz uma afirmação excludente sobre as restrições de gênero, mas sim uma declaração simbólica e inclusiva de que seu ensino e salvação é para todo o Israel.

Gênesis explica que “os filhos de Jacó eram doze ( שׁנים עשׂר ; shneim asar )” (35:25). Quando alguns desses filhos se reúnem com seu irmão José no Egito, dizem-lhe: “Nós, teus servos, somos doze irmãos, filhos de um homem em Canaã” (Gn 42:13; cf. 42:32). Em última análise, esses filhos se tornam os patriarcas das doze tribos de Israel; seus legados são memorizados na couraça dos sacerdotes de Israel, na qual havia " doze pedras com seus nomes de acordo com os nomes dos filhos de Israel ( בני ישׂראל ; benei Yisrael ) ... cada uma gravada com seu nome para odoze tribos ( שׁני עשׂר שׁבט ; shnei asar shavet ) ”(Êxodo 28:21). A vestimenta do sacerdote referia-se aos filhos de Jacó e suas respectivas tribos como um lembrete de que o serviço sacerdotal unia todo o Israel na adoração. Da mesma forma, Yeshua chama doze “filhos” apostólicos para enfatizar seu papel como um Messias sacerdotal que iria “salvar seu povo dos pecados deles” (Mateus 1:21).

Jesus esclarece que sua escolha de doze discípulos coincide com as doze tribos de Israel. Ele diz a estes doze homens: “Amém, eu vos digo, na renovação de todas as coisas, quando o Filho do Homem estiver assentado no trono de sua glória, vós que me seguistes também vos assentareis em doze tronos , julgando os doze tribos de Israel ”(Mateus 19:28; cf. Lucas 22:30). O Apocalipse prevê essa "renovação de todas as coisas" na chegada da Nova Jerusalém em cujas "portas estão inscritos os nomes das doze tribos dos filhos de Israel " (21:12) e cujas paredes ostentam "os doze nomes dos doze apóstolos do Cordeiro ”(21:14). O Novo Testamento destaca oligação entre os filhos de Jacó e os doze alunos homens de Jesus. A razão para esses discípulos serem homens nada tem a ver com qualquer valor intrínseco dos homens sobre as mulheres ; em vez disso, Jesus escolhe os doze para representar os doze filhos de Jacó e para proclamar sua missão messiânica de reunificar as doze tribos de Israel. (*Texto Por Dr. Nicholas J. Schaser publicado em Israel Bible Center/Editado aqui por Costumes Bíblicos)

Bem-aventurados aqueles a quem lhes fora concedido desfrutar de Sua Presença!!!!

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