COSTUMES BÍBLICOS: Os Livros Deuterocanônicos


Os Livros Deuterocanônicos

O LIVRO DE ENOQUE
Os "deuterocanônicos" ou "apócrifos" são um grupo de obras judaicas que jamais fez parte do cânone judaico das Escrituras, mas foi aceito como tendo autoridade canônica por alguns setores da igreja cristã. Em algumas edições da Bíblia esses livros aparecem como um suplemento, geralmente colocado entre o AT e o NT. Traduções católicas da Bíblia colocam esses livros entre os demais livros do cânone. Foram escritos entre o período que vai de cerca de 300 a.C. a 70 d.C. e incluem narrativas, livros históricos, literatura de sabedoria, material litúrgico, uma carta e um apocalipse.
Muitos judeus deste período acreditavam que a profecia durou apenas de Moisés até Esdras (veja Josefo, Contra Apião 1.40-41; 2Esdras 14). Assim, vários destes livros foram atribuídos a heróis do período anterior a Esdras, tais como Salomão, Jeremias e Baruque. A maioria foi originalmente escrita em hebraico. Tidos em alta conta por muitos judeus, eles foram incluídos na tradução grega das Escrituras hebraicas conhecida como Septuaginta.. Por isso eram conhecidos pelos cristãos de fala grega do primeiro século, que liam as Escrituras na forma encontrada na Septuaginta.



A destruição de Jerusalém e do Templo em 70 d.C., por obra dos romanos, representou uma ameaça à identidade e sobrevivência do judaísmo. Ao mesmo tempo a igreja cristã estava tendo um crescimento significativo. A comunidade judaica reagiu a estes desafios "fechando" o cânone das Escrituras. Aceitou os 24 livros que faziam parte da Lei dos Profetas e dos Escritos (que os cristãos chamam de AT), mas rejeitou os livros adicionais encontrados na Septuaginta.
Enquanto isso, os cristãos, que eram agora em sua maioria de origem gentílica, naturalmente usavam as Escrituras na forma que lhes eram mais acessível: a Septuaginta grega era a Bíblia deles. Assim sendo, os livros deuterocanônicos ficaram amplamente conhecidos nas igrejas durante os primeiros séculos da era cristã.
No entanto, no quarto século Jerônimo foi comissionado para fazer uma tradução definitiva da Bíblia para o latim. Esta ficou conhecida como a Vulgata, e tem status oficial na igreja católica romana até hoje. Convencido de que apenas o texto hebraico tinha autoridade, Jerônimo excluiu os livros encontrados apenas na versão grega. Estes livros ele chamou de "apócrifos" (que, em grego, significa "ocultos" ou "escondidos"), embora não se saiba por que motivo escolheu esta palavra.
O que surpreende, ao menos até certo ponto, é que a posição de não prevaleceu. A igreja católica ocidental logo acrescentou os apócrifos em latim à Vulgata, e reconheceu esta coleção de livros mais ampla como Escrituras canônicas.
A posição de Jerônimo foi reafirmada no século 16, quando os reformadores protestantes excluíram os apócrifos do cânone das Escrituras. Eles suspeitavam do pensamento apocalíptico (encontrado em 2Esdras), bem como de 2Macabeus (porque 12.43-45 fora usado para justificar a doutrina católica do purgatório). E rejeitavam a doutrina da salvação por boas obras que alguns tentaram provar a partir de Tobias e outros livros.
No entanto, Martinho Lutero incluiu os livros apócrifos na sua tradução alemã da Bíblia, colocando-os numa seção separada após o AT.
Em reação a esta redução do status dos apócrifos, a igreja católica romana decretou no Concílio de Trento (1546) que estes livros são parte do cânone cristão das Escrituras. Logo depois receberam o nome de "deuterocanônicos" (no grego, deuteros significa "segundo"). De acordo com a igreja católica romana, o termo indica que pertencem a uma segunda camada do cânone, mas não implica que são menos importantes que os outros livros do AT.
As Igrejas Ortodoxas orientais sempre consideraram os deuterocanônicos como parte das Escrituras, mesmo dando-lhe um status um pouco inferior ao do restante do AT.
A maioria dos protestantes continuou a excluir estes documentos do seu cânone das Escrituras. Mas em anos recentes muitos passaram a valorizá-los por seu valor literário, sua sabedoria espiritual, e pelas informações que nos trazem a respeito do que se passava na comunidade judaica no período crítico entre 200 a.C. e a época de Jesus.

OS LIVROS DEUTEROCANÔNICOS

Livros que estão na Septuaginta e foram parte do cânon ortodoxo e católico romano:

  • Tobias
  • Judite
  • Acréscimos ao Livro de Ester
  • Sabedoria de Salomão
  • Eclesiástico, ou A Sabedoria de Jesus, filho de Siraque
  • Baruque
  • Carta de Jeremias
  • Adições ao Livro de Daniel: A oração de Azarias, A canção dos Três Moços, Susana, Bel e o Dragão
  • 1Macabeus
  • 2Macabeus
Outros livros na Septuaginta que não estão incluídos no cânon católico romano, mas são aceitos pelas igrejas ortodoxas:
  • 1Esdras (colocado num apêndice da Vulgata latina)
  • A Oração de Manassés (colocado num apêndice da Vulgata latina)
  • Sl 151
  • 3Macabeus
  • 4Macabeus
Um livro que aparece na Bíblia em eslavônio (russo antigo) e no apêndice da Vulgata latina:
  • 2Esdras (às vezes chamado de 4Esdras)

É bom que deixemos esses livros falar por si mesmos, perguntando até que ponto reforçam o ensinamento das Escrituras hebraicas e do NT, e até que ponto introduzem novas ideias que parecem entrar em conflito com as Escrituras. Eles foram escritos numa época em que os judeus muitas vezes estavam sob forte pressão para fazerem concessões em sua fé e dedicação a Deus. E por causa disto eles têm muito a dizer sobre a justiça e a providência de Deus, sua promessa de vida eterna àqueles que permanecem fiéis a ele, e a concretização final de seu propósito para o mundo.
Os livros apócrifos devem ser distinguidos de outras obras judaicas do mesmo período, tais como 1Enoque, Jubileus, 2Baruque, que geralmente são conhecidos como "pseudepígrafes" (ou seja, "livros escritos sob nome falso"). Embora populares em certos grupos judeus e cristãos na antiguidade, jamais receberam status canônico da parte de judeus ou de igreja cristãs ortodoxas.

O CONTEÚDO DOS LIVROS

TOBIAS é um conto romântico, composto por volta de 180 a.C. Seu autor estava interessado em proteger a religião de Israel das tendências perniciosas da cultura grega, e ensinar que Deus ajuda aqueles que obedecem a suas Leis.
Tobite morava em Nínive. Estava cego havia quatro anos, depois que as fezes de alguns passarinhos caíram nos seus olhos durante a noite. Sua parente Sara, que morava em Ecbátana, no distante oriente, também sofria por causa de um demônio que matou sucessivamente seus sete maridos na noite de núpcias.
A caminho para receber uma dívida, Tobias, o filho de Tobite, e o anjo Rafael (disfarçado de primo distante) pousaram na casa da família de Sara. Deus já havia providenciado o remédio na forma de um peixe que os atacou, mas que acabou sendo morto por eles. O fígado e o coração desse peixe, quando defumados, espantavam demônios.
Assim, Tobias acabou casando com Sara. E o fel do peixe curou a cegueira de Tobite.
JUDITE, escrito durante o segundo século a.C., ganhou destaque na tradição judaica no início da Idade Média, quando sua leitura foi incorporada ao festival de Chanukah. É a história fictícia de uma mulher que usa a astúcia feminina para conseguir assassinar um general assírio, e assim libertar a sua nação. Suas referências históricas são confusas e imprecisas.
Por exemplo, Nabucodonosor é considerado rei da Assíria, e não da Babilônia. Ele representa o poder humano que se levanta contra Deus e envia suas forças para atacar Judá. Judite, uma viúva piedosa, surge no momento em que a guarnição que defendia Jerusalém havia feito o juramento de render-se em cinco dias, se Deus não intervisse antes disso.
Ao dirigir-se ao acampamento inimigo, ela jurou lealdade ao rei como senhor da terra, e a seu general Holofernes, que queria conquistar a viúva. Na luta contra ele, Judite simbolizava o fraco povo de Israel. Mas ela confiava em Deus, e tinha como armas a coragem e a esperteza feminina, sem falar na sabedoria de golpear o pescoço de Holofernes com uma espada enquanto ele estava bêbado e tonto.
A história termina com o cântico de louvor de Judite: "O Senhor é o Deus que acaba com as guerras... por meio de uma mulher, o Deus Todo-Poderoso os fez fracassar."
OS ACRÉSCIMOS AO LIVRO DE ESTER Trata-se de seis passagens encontradas no grego, mas que não fazem parte do texto hebraico do livro de Ester, no AT. Elas aparentemente foram acrescentadas para dar um tom religioso ao livro, famoso por não mencionar o nome de Deus. É possível que esses acréscimos foram feitos em vários momentos durante os dois últimos séculos antes de Cristo.
As seis passagens são as seguintes:

  • O sonho de Mordecai
  • A carta do rei Artaxerxes ordenando o extermínio dos judeus
  • A oração de Mordecai e a oração de Ester
  • A audiência bem sucedida de Ester com Artaxerxes
  • Outra carta do rei louvando os judeus
  • E a interpretação do sonho de Mordecai
A SABEDORIA DE SALOMÃO é um poema que procura despertar o amor pela sabedoria. Embora atribuído a Salomão, o rei que ficou famoso por sua sabedoria, provavelmente foi escrito entre 100 a.C. e 50 d.C. O livro começa com um apelo a que se busque a sabedoria e a justiça (1.1--6.11). Continua com um suposto testemunho pessoal de Salomão sobre o valor da sabedoria, que aparece como personagem feminina, o agente de Deus no seu relacionamento com o mundo (6.12--10.21). A parte final (11.1--19.22) é uma reflexão sobre o envolvimento de Deus na vida da humanidade e sua proteção dispensada ao povo escolhido.
Passagens de maior significado teológico incluem a reflexão sobre a imortalidade daqueles que são fiéis a Deus (cap. 3), a explicação de como Deus governa o mundo com justiça (11.15--12.27), e o apelo aos leitores judeus no sentido de que rejeitem a adoração de ídolos (caps. 13--19). O livro expressa tradições judaicas de sabedoria numa linguagem típica do pensamento grego.
ECLESIÁSTICO, OU A SABEDORIA DE JESUS, FILHO DE SIRAQUE, é outro livro de sabedoria. Foi escrito em hebraico por Siraque, lá por volta de 175 a.C., e traduzido para o grego pelo seu neto Jesus por volta de 130 a.C. Mais tradicional ou conhecido do que o livro de Sabedoria, Eclesiástico lembra em muitos momentos o livro de Provérbios.
Seu propósito era convencer judeus, e possivelmente gentios de boa vontade, que a sede da verdadeira sabedoria ficava em Jerusalém, e não tanto em Atenas.
O livro recomenda honra aos pais e respeito pelo passado, e a seção final (os caps. 44--51) é dedicada ao louvor dos heróis de Israel. Seu nome "Eclesiástico" é derivado do fato de ter obtido grande popularidade na igreja primitiva (em grego, igreja é ekklesía).
BARUQUE data do segundo século ou, talvez, primeiro século antes de Cristo e é uma combinação de vários elementos. A seção central (3.9--4.4) é um trecho de literatura de sabedoria, um poema que exalta o dom da sabedoria que Deus deu a Israel. Ela é precedida por uma longa confissão dos pecados de Israel, que foram a causa do exílio babilônico. O trecho que vai de 4.5 a 5.9 é um poema sobre a restauração de Israel após o exílio.
Embora apresentado como sendo do século 6 a.C., quando começou o exílio, a mensagem do livro se dirigia a judeus espalhados pelo mundo num período posterior, para os quais o exílio se tornara, de fato, uma experiência permanente.
A CARTA DE JEREMIAS, escrita possivelmente por volta de 300 a.C., incentiva as pessoas que viviam sob influência estrangeira a não temerem ou adorarem ídolos. O texto depende, em parte, dos pensamentos expressos em Jr 10.1-16. O documento geralmente aparece como cap. 6 de Baruque.
OS ACRÉSCIMOS AO LIVRO DE DANIEL são três passagens acrescentadas à versão grega de Daniel durante o século 2 a.C.
A oração de Azarias é A canção dos três moços foram inseridas entre Dn 3.23 e 3.24. Azarias era o nome original de Abede-Nego, que, com Sadraque e Mesaque, foi lançado na fornalha ardente (veja Dn 1.7; 3.23).
A oração de Azarias reconhece os pecados dos judeus que foram levados ao exílio, e pede a misericórdia e intervenção de Deus (vs. 3-22). A breve seção central descreve como Deus protegeu seus servos da força do fogo (vs. 23-28). A canção dos três moços celebra a grandeza de Deus e sua intervenção em tempos de angústia e perigo (vs. 29-68).
Susana é a história de uma bela jovem que, tendo resistido às investidas de dois líderes judeus, foi falsamente acusada por eles de cometer adultério com um jovem no jardim da casa dela. Daniel interrogou os dois líderes e expôs a inconsistência nos seus testemunhos, salvando Susana da morte. Na Septuaginta, a história aparece no início do livro de Daniel, para mostrar como a sabedoria dele contribuiu para a sua alta reputação na Babilônia (v. 64). Essa história tem inspirado artistas ao longo dos séculos.
Bel e o Dragão contém duas histórias. A primeira relata como Daniel expôs ao ridículo o ídolo babilônico chamado Bel, provando que a comida depositada diante da imagem era, na verdade, consumida pelos sacerdotes em seus secretos banquetes noturnos. A segunda conta como Daniel destruiu um dragão que os babilônios adoravam como deus. Quando Daniel alimentou o dragão com bolos feitos de piche, gordura e pêlos de animais, ele estourou. Por isso Daniel foi lançado na cova dos leões. Em vez de ser devorado pelos leões, ele é que foi alimentado de forma milagrosa pelo profeta Habacuque, que foi transportado da Judeia à Babilônia por um anjo. Assim, Daniel foi libertado, e aqueles que tentaram acabar com ele foram jogados na cova dos leões.
1MACABEUS registra a luta dos patriotas judeus para se livrarem da opressão de Antíoco IV, rei da Síria.
Ele conta como Antíoco tentou suprimir a prática religiosa dos judeus e os ritos do Templo, e como as forças de resistência, lideradas por Judas Macabeu e seus quatro irmãos, libertaram os judeus do domínio estrangeiro. Essa luta se deu entre 167 a 142 a.C.
O autor, que escreveu por volta de 100 a.C., baseou-se em fontes escritas e deu atenção especial a datas e detalhes históricos. Sua preocupação é mostrar como judeus dedicados lutaram para se manterem fiéis à Lei de Deus (veja 2.19-22; 14.29).



A história atingiu seu ponto alto em 142 a.C., quando "o povo de Israel ficou livre do poder cruel dos pagãos, e os judeus começaram a escrever nos seus documentos e acordos o seguinte: 'No primeiro ano de Simão, Grande Sacerdote e chefe militar e civil dos judeus'." (13.41-42). Isto marcou o início de um período de independência judaica de potências estrangeiras, durante o qual Simão (um dos irmãos de Judas) e seus descendentes ocuparam simultaneamente o ofício de governador e de sumo sacerdote.
2MACABEUS é um relato alternativo da história narrada em 1Macabeus (ou seja, não é uma continuação daquela narrativa). Foi escrito mais ou menos na mesma época de 1Macabeus, e resume os cinco volumes da história escrita por Jasão, de Cirene, obra esta que perdeu. Este livro preocupa-se mais com teologia do que com detalhes históricos.
Enfatiza, por exemplo, a crença na ressurreição do corpo; a possibilidade de purificar os pecados do povo e remover a ira de Deus através do martírio; e o poder dos milagres de revelar a natureza e o propósito de Deus.
1ESDRAS, escrito entre 150 e 100 a.C., é uma versão alternativa da narrativa que se encontra em 2Cr 35.1--36.23, Esdras e Ne 7.38--8.12.
Uma peculiaridade deste livro é a história contada em 3.1--5.6. O rei persa Dario teria dado um banquete durante o qual três dos seus guarda-costas discutiram a respeito da coisa mais poderosa que existe no mundo. Um disse, "o vinho"; outro, "o rei". O terceiro, que era o judeu Zorobabel, disse, "mulheres", mas depois mudou a sua resposta para "a verdade". Ao ouvir isso, o povo presente gritou: "Grande é a verdade, e mais forte do que tudo" (4.41). E Dario deu a Zorobabel permissão para reconstruir a cidade e o Templo de Jerusalém.
A ORAÇÃO DE MANASSÉS expressa o que o penitente rei Manassés poderia ter dito em sua oração, quando foi levado à Babilônia para um curto período de exílio (veja 2Cr 33.11-13). A oração fala do poder e da misericórdia de Deus e afirma (como Jesus faz em Mc 2.17) que o arrependimento não é para os justos, mas para os pecadores. Provavelmente data do primeiro século antes de Cristo.
SALMO 151, que data possivelmente do século 3 a.C., é um salmo atribuído a Davi no qual ele descreve como foi escolhido por Deus para ser rei e como matou o gigante Golias.
3MACABEUS não se refere ao mesmo período histórico que 1 e Macabeus, mas a acontecimentos do final do século 3 a.C. Mostra como os judeus que moravam no Egito foram salvos pela providência e proteção divinas da opressão de Ptolomeu IV Filopator. Há semelhanças com a história de Ester no AT.
Os macabeus conquistaram para
os judeus um breve período de
independência do domínio
estrangeiro. Foi um movimento para
restaurar não só a liberdade de
culto, mas também da
devoção pessoal à Lei de Deus.
- a Torá (sendo estudada, na
foto acima).
O livro foi escrito no primeiro século antes de Cristo, ou no primeiro século depois de Cristo. É um romance histórico que tem por objetivo encorajar os judeus de Alexandria que se viam ameaçados de perseguição. Como os judeus que aparecem no livro, eles deviam orar (1.16--2.20; 6.1-17; 7.20); ser fiéis à Lei de Deus e destruir os apóstatas (2.33; 7.10-15); e confiar na providência de Deus (4.20).
4MACABEUS é uma discussão filosófica no estilo grego, para demonstrar que "a razão piedosa é soberana sobre as emoções" (1.1). Mas o autor é judeu, convencido de que a razão escolhe a sabedoria, e que a sabedoria não é outra coisa senão a instrução na Lei (1.15-17). Nos caps. 5--12 ele fundamenta a sua argumentação especificamente nas histórias de Eleazar e dos sete irmãos que ele aprendeu de 2Macabeus 6--7.
Ele se mostra eloquente ao falar do poder que o sofrimento dos mártires tem de expiar os pecados do povo em geral, e lhes promete bem-aventurança eterna. Em contraste com 2Macabeus, sua maneira grega de pensar o leva a expressar isso em termos de "almas que não morrem" (18.23), e não como ressurreição do corpo.
O livro provavelmente data do primeiro século depois de Cristo.
2ESDRAS é uma obra judaica de cerca de 100 d.C., à qual os cristãos acrescentaram posteriormente os caps. 1--2; 5--16. A parte central é de caráter apocalíptico (veja Apocalipse), descrevendo revelações que Esdras recebeu do anjo Uriel, em sete visões. Ela reflete sobre o significado da destruição do Templo e sobre como se deve confiar em Deus quando existem questões que não têm resposta fácil. Embora se refira ostensivamente à destruição de Jerusalém na época de Nabucodonosor (587 a.C.), seus verdadeiros leitores eram judeus atribulados pelo desastre de 70 d.C.

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Filipenses 1:9-11

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