COSTUMES BÍBLICOS: O CORPO DO HOMEM-DEUS(JESUS)


O CORPO DO HOMEM-DEUS(JESUS)

O CORPO DO HOMEM-DEUS (JESUS)
E o Verbo se fez carne (Jo 1.14a). Conforme já vimos anteriormente, o evangelista João não retrocedeu perante o realismo dessa frase. Verdade é que ela expressa com admirável força o amor infinito do Verbo encarnado. Aquele a quem Paulo chamou de Jesus Cristo, homem (1Tm 2.5) possuía um corpo físico semelhante ao nosso em aspecto e constituição orgânica, mas dotado de um privilégio único: de ser extraordinariamente santo, puro, pois o Próprio Espírito Santo o havia formado no ventre de Maria.
Lucas, como vimos, assinalou algumas transformações sucessivas naquele sagrado corpo até a maturidade (Lc 2.40,52). Pelo modo sobrenatural de sua formação e como instrumento do Verbo divino, o corpo de Jesus gozava de constituição perfeita, comparado ao do primeiro homem quando saiu das mãos do Criador.
As informações que os evangelhos nos dão acerca da incessante atividade de Jesus durante sua vida pública, sobretudo suas frequentes andanças, suas privações, sua pregação todos os dias, todas essas coisas que exigiam gastos consideráveis de energia (detalhes que Marcos nos dá em duas circunstâncias diferentes: Mc 3.20 e 6.31), são, por si sós, suficientes para demonstrar que durante longos períodos Jesus não teve um instante sequer de repouso.
Ele teve um corpo sadio e resistente. Os evangelistas nunca nos deram a entender ou nos levaram a suspeitar que Jesus tivesse alguma enfermidade de qualquer espécie que fosse. Isso pode ser entendido sem dificuldade. Havendo sido  divinamente formado, sua carne nem um germe de corrupção tinha.
Contudo, se não era conveniente que o Filho de Deus estivesse sujeito às enfermidades que, por consequência do pecado original, são uma deformação da natureza humana, o plano da salvação exigia que ele tivesse capacidade de sentir dor, de padecer (Lc 9.22; 24.26,46; At 17.3; 1Pe 2.21; 4.1), mas que também fosse o cordeiro de Deus, perfeito sem deficiência ou defeito algum. (1Pe 1.19).
O corpo de Jesus possuía um altíssimo grau de sensibilidade, que avivava e aumentava inúmeras vezes o sofrimento físico. Por isso, ele sofreu, durante sua Paixão, crudelíssimas torturas, mas não esperou para conhecer só naquele momento o padecimento. Os evangelistas nos dizem que o Salvador conheceu a fome (Mt 4.2; Mc 3.20; 6.31), a sede (Jo 4.7; 19.28), a fadiga após caminhar longamente (Jo 4.6), a necessidade de dormir (Mt 8.24; Mc 4.38; Lc 8.23). E, como nós, ele esteve sujeito à morte, cuja vista antecipada lhe causou, assim como a nós, viva repugnância (Mt 26.37-42; Mc 14.33-39; Lc 22.41-44). Verdade é que para ele se tratava de uma morte acompanhada de padecimentos físicos, emocionais e espirituais indizíveis.
Mesmo que habitualmente submetido às mesmas leis que nós, em algumas ocasiões, Jesus mostrou o domínio delas, por exemplo, ao andar sobre as águas do lago de Genesaré (Mt 14.25-32; Mc 6.48-51; Jo 6.19-21) e durante sua transfiguração, quando o seu rosto resplandeceu como o Sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz (Mt 17.2; Mc 9.2; Lc 9.29).
Depois de sua ressurreição, seu corpo sagrado adquiriu qualidades novas, que os evangelistas não se esqueceram de mencionar, e que os teólogos designam com os termos sutileza, claridade, impassibilidade e agilidade. Com esse corpo glorioso, mas ainda guardando em si as marcas da crucificação (Jo 20.27), Jesus ascendeu aos céus (At 1.9,11), e em corpo visível voltará para buscar a sua Igreja (Mt 26.64; Mc 14.62).

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Filipenses 1:9-11

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