COSTUMES BÍBLICOS: Sofonias


Sofonias

Desastre iminente
Segundo o cabeçalho do livro, Sofonias ("oculto") era ascendência real: ele era tataraneto de Ezequias, que governou Judá de 715 a 686 a.C. O ancestral de Sofonias não é identificado especificamente como o rei, mas essa ligação fornece a melhor explicação para a longa lista de quatro gerações na genealogia do profeta.
Sofonias profetizou durante o reinado do bom rei Josias (640-609 a.C.), mais ou menos na mesma época em que Jeremias começou seu ministério. Os reinados maus de Manassés e Amom haviam mergulhado Judá em apostasia, mas Josias realizou uma série de reformas após descobrir o livro do lei no décimo oitavo ano do seu reinado. Em seguida, ele empenhou-se para purificar a terra de idolatria e conduzir o povo de volta para o Senhor (2Rs 22--23).

Sf 1: O dia do juízo - também sobre Judá

Na opinião do povo, o "dia do Senhor" traria bênçãos inéditas para todo o povo de Deus, e destruição a seus inimigos. Amós, alguns anos antes, havia advertido que naquele dia todo mal seria castigado, o que representaria um dia de trevas para muitos em Israel (o reino do Norte). Sofonias anuncia a mesma mensagem, com detalhes, a Judá. Estava próximo o dia em que todos os culpados de idolatria (4-6), violência, fraude (9), e todos os que ficavam indiferentes (12), seria separados para serem destruídos (este é o significado do v. 7). E seus gritos seriam ouvidos em todos os bairros da cidade de Jerusalém (10-11).
Baal (4) O deus cananeu da fertilidade, cuja culto incluía imoralidade sexual e prostituição.
Milcom/Moloque (5) O deus nacional dos amonitas.
Apegados à borra do vinho (12) Ilustração tirada da vinicultura; um dos segredos de fazer vinho é não deixar que se formem depósitos no fundo dos recipientes.

Sf 2: A condenação dos vizinhos de Judá

A única esperança para o povo de Deus era buscá-lo, e começar a viver pelos seus padrões (3). Senão teriam o mesmo destino que as nações vizinhas: a Filístia (4-7), a oeste; Moabe e Amom (8-11), a leste; Etiópia (12), ao sul; e a Assíria (13-15), ao norte.
Gaza, Asquelom, Asdode, Ecrom (4) As quatro cidades-estado restantes dos filisteus.
Quereítas (5) Os filisteus, que originalmente vieram de Creta.
A única esperança para 
o povo de Deus
era buscá-lo, e começar a
viver pelos seus padrões
Sodoma, Gomorra (9) Cidades que ficavam na extremidade sul do mar Morto, destruídas por Deus por causa de sua perversidade (Gn 19).
Etíopes (12) Sudaneses; nesta época, a dinastia que reinava no Egito.
Nínive (13) Capital da Assíria; veja Naum, especialmente o cap. 3.

Sf 3: Deus salvará o remanescente fiel

A "cidade opressora, rebelde e manchada" era nada mais nada menos que Jerusalém (1-7)! Começando com a rebelião contra Deus, e a corrupção da religião, a podridão se espalhou por todos os setores da sociedade. Por fim, Deus não tinha outra alternativa senão destruir a cidade.
Mas este não era o fim da história. Sofonias já havia mencionado um "remanescente" (2.7,9). Agora ele fala um pouco mais sobre o propósito de Deus para o remanescente humilde e fiel que sobreviverá quando o orgulho e a auto-suficiência do ser humano forem destruídos e a nação for purificada (11-13).
Haverá motivo para grande alegria. Deus estará no meio do seu povo, protegendo e guardando, derramando seu amor sobre eles. Os restantes de Israel nunca mais farão maldades (13). Com cânticos exultantes eles serão trazidos para casa e restaurados. Todas as nações do mundo compartilharão disto quando forem adorar a Deus (9).

O Dia do Senhor(*)

O Livro do Apocalipse é um texto judaico anti-romano que nos chega desde o primeiro século. O Cristo judeu atua como o Sumo Sacerdote do tabernáculo celestial, andando em meio a sete candelabros de ouro (Ap 1:10-13). Ele fala uma mensagem de advertência e encorajamento para sete assembléias reais que lutam para serem leais ao Deus de Israel em Cristo Jesus enquanto vivem como residentes de um Império Romano assumidamente pagão.
Numa das visões características da tradição apocalíptica judaica, João se encontra “em espírito no dia do Senhor” (Ap 1:10) . Em vista das controvérsias modernas sobre a guarda do sábado, muitos seguidores de Cristo se perguntam se era o sétimo ou o primeiro dia da semana israelita que João tinha em mente.
É possível interpretar o “Dia do Senhor” como domingo ou sábado, como muitas pessoas piedosas têm feito. Embora o domingo ( 1º dia) e o sábado ( 7º dia) sejam interpretações possíveis, eles são igualmente problemáticos por vários motivos.
Primeiro, embora o Dia do Senhor pertença ao Senhor, nunca é chamado de “Dia do Senhor” nas Sagradas Escrituras. Em segundo lugar, o domingo (o dia tradicional em que a ressurreição de Jesus se tornou pública) também nunca foi referido como o “Dia do Senhor”. Acredito que haja uma terceira opção – outra possibilidade que também deve ser considerada.
“O Dia do Senhor” não é outro senão “O Dia do Senhor” falado pelos profetas de Israel (por exemplo, em Is. 2:12-22). De acordo com Isaías, este é o dia em que a justiça finalmente prevalece quando o Deus de Israel julga seus inimigos e recompensa seus filhos com paz e prosperidade. Portanto, a frase “eu estava em espírito no dia do Senhor” não indica o dia da semana em que João teve sua magnífica visão. Em vez disso, refere-se a um período no futuro (nosso e de João) quando o justo julgamento de Deus finalmente será feito e todas as Suas promessas serão completamente cumpridas.
(*texto de  Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg/Israel Bible Center)

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