COSTUMES BÍBLICOS: Moisés


Moisés

A família de Jacó que se reuniu com José, no Egito, foi aumentando até ser vista como uma ameaça para os egípcios. Diante disso, o rei do Egito decretou que todos os meninos hebreus recém-nascidos deviam ser mortos.
Foi neste período que nasceu Moisés. A mãe dele, não podendo mais escondê-lo em casa, colocou-o numa cesta entre os juncos, na beira do rio, onde foi resgatado por uma princesa, criado pela própria mãe, e educado no palácio real(Êx 2.1-10; veja At 7.22).
Moisés era da Tribo de Levi, mas seus filhos são contados como sendo da tribo de Davi
Genealogia: Êx 6.14-27
Quem eram Moisés e Arão? A genealogia os identifica como descendentes de Jacó por meio da linhagem de seu filho Levi. A lista é um trecho da mais longa de Nm 26.
Conhecedor de suas origens, Moisés socorreu um patrício hebreu, e, em razão disso, teve de fugir do Egito.
Vivendo no deserto, na condição de pastor nômade, casado com uma moça do local, Moisés teve um encontro com Deus na "sarça ardente". Moisés estava no Sinai (Horebe), o mesmo lugar onde vivia a receber a lei, quando Deus o chamou. Nascido hebreu, criado como egípcio, Moisés enfrentava sua própria crise de identidade, agravada pela rejeição de seu povo. Enquanto andava pelo deserto, parou ao perceber uma sarça em chamas. Era real? Era uma visão? Ele se aproximou, Deus se dirigiu a ele com uma comissão assustadora: "Eu o enviarei ao Faraó para que você tire do Egito o meu povo". Mas o emissário se mostrou muito relutante. Ele levantou uma objeção depois da outra e todas elas foram rebatidas por Deus:
• "Quem sou eu?" Este era o dilema de Moisés. Isto era bem mais complicado do que dizer "Não me sinto qualificado para essa tarefa". E a resposta de Deus não foi:"você reúne todas as qualificações". Não foi "você é..." ou "você tem...", mas "Eu Sou". O que nos dá identidade, o que daria autoridade a Moisés, era a identidade de Deus, a presença dele: "Eu estarei com você".
Mesmo relutante, voltou ao Egito para conduzir o seu povo para fora do Egito, libertando-o da escravidão e dos trabalhos forçados (Êx 3-4).
MOISÉS, um tipo de Cristo 
  1. Apontou 70 anciãos: Nm 11.16,24. 
  2. Apresentou um sucessor: Dt 31.1-8. 
  3. Enviou 12 espias: Dt 1.22,23. 
  4. Grande profeta: Dt 34.10; Os 12.13. 
  5. Homem de oração: Êx 34.28. 
  6. Israelita: Êx 2.1,2. 
  7. Jejuou 40 dias: Êx 34.28. 
  8. Ministério confirmado por milagres: Êx 4; 14.15-26. 
  9. Passou sua infância no Egito: Êx 1.5-10. 
  10. Pastor de ovelhas: Êx 3.1. 
  11. Sua morte foi desejada, quando ainda era recém-nascido: Êx 1.16. 
  12. Seu rosto brilhou no monte: Êx 34.30. 
  13. Sofreu forte oposição: Êx 7.14-18; 32.19-24. 
  14. Vítima de muita inveja: Sl 106.16. 
O rei do Egito se recusou a deixar o povo de Israel ir embora e, desse modo, desencadeou as dez pragas. A última delas trouxe consigo a instituição da Páscoa e precipitou o êxodo do Egito (Êx 5-14).
Moisés guiou o povo através do mar Vermelho para dentro da região do Sinai. Ali, no monte Sinai, ele foi o mediador da aliança que Deus lhes propôs, fazendo deles uma nação, o povo de Israel. Ele recebeu de Deus as leis morais e religiosas que seriam a constituição de Israel.
Apesar das rebeliões e da desobediência, Moisés guiou o povo pelo deserto durante quarenta anos, até que estivessem preparados para entrar na terra que Deus havia prometido a Abraão (Gn 15).
Moisés morreu no alto do monte Nebo, na Transjordãnia, não sem antes ter visto de longe a terra prometida (Dt 32.48-52; Dt 34).
Homem ou super-homem? 
Moisés é apresentado como um grande homem, mas não como um super-homem. Isto condiz com o realismo bíblico. Em Nm 12.3 ele é descrito como "um homem humilde".
Suas tentativas de livrar-se da missão que Deus estava lhe dando e o fato de necessitar de um porta-voz na pessoa de Arão, seu irmão, sugerem que se tratava de uma pessoa tímida (Êx 4).
Seu casamento com Zípora, uma jovem midianita, e o fato de não ter circuncidado o seu filho (Êx 4.24-26) parecem indicar que ele não tinha certeza quanto à sua identidade durante aquele período no exílio.
No entanto, antes de ele se tornar o líder de Israel, essa questão tinha de ser resolvida.
Durante a caminhada pelo deserto, as frequentes queixas do povo fizeram com que sempre de novo ele se voltasse para o Deus que havia prometido estar com ele (Êx 15.23-25, etc.). No entanto, quando, depois da apostasia de Israel no episódio do bezerro de ouro, Deus fez a proposta para que ele viesse a ser o fundador de uma nova nação, Moisés, ao contrário, se ofereceu para sofrer o castigo em lugar do povo (Êx 32, especialmente os vs. 30-33; Dt 9.7-29).
Seu envolvimento nos atos poderosos de Deus, desde o Egito até o momento em que o povo se preparava para entrar na terra santa, mostrou que Deus se agradava dele e fez com que o aceitasse e respeitasse.
Sobre Deuteronômio 34.4-10
Moisés foi a única pessoas que falou com Deus face a face (Êx 33.11; Nm 12.8). Ele tirou Israel do Egito e liderou o povo por quatro décadas no deserto. Também foi considerado o maior profeta de Israel. Mas até Moisés desobedeceu a Deus.
Não importa quão bons sejamos ou quão bem servimos a Deus, às vezes, desobedecemo-Lo. Nossa desobediência pode privar-nos de receber coisas boas que Ele pretende dar-nos. Deus não permitiu que Moisés entrasse na Terra Prometida (Nm 20.12), mas o patriarca não rejeitou o Pai nem se desviou. Ele acreditava nas próprias palavras: "como um homem castiga a seu filho, assim te castiga o SENHOR, teu Deus" (Dt 8.5).
Apesar de Sua disciplina, Deus ainda chamava Moisés de amigo. E mesmo em disciplina, Sua graça permanecia.
Quando você vivenciar a disciplina de Deus, lembre-se do que Moisés disse e como reagiu. Não seja tomado de raiva, vergonha ou ressentimento, mas, em vez disso, aceite a disciplina do Senhor para o seu próprio bem.

MOISÉS DIANTE DE DEUS 
Convocado, cauteloso e consciente: Êx 3.4-6. 

Um só Deus: a lei para Israel 
Moisés julgava questões entre o povo ainda antes da chegada ao monte Sinai (Êx 18.13-26). E, chegando ao monte, ele recebeu de Deus a Torá, a lei de Israel. Esta inclui os Dez Mandamentos, que se tornaram a base da sociedade judaica e ocidental.
Moisés era o porta-voz de Deus, seu profeta (Dt 18.15-18), que apresentava a palavra de Deus ao povo e a interpretava. Entre as leis estão algumas que já eram observadas e endossadas pelos povos vizinhos que tinham um modo de vida semelhante ao de Israel (p.ex., Êx 21.35,36). Outras eram semelhantes ás de de outros povos, mas adaptadas especialmente á realidade de Israel. As exigências absolutas expressas nos Dez Mandamentos não têm paralelo em outras culturas daquele tempo e é difícil de imaginar que sociedades politeístas pudessem chegar a formular leis definitivas como essas, visto que elas pressupõem uma autoridade final única.
Sob a firme liderança de Moisés, as leis fizeram de Israel uma nação, ensinando as tribos até então desorganizadas a viverem em união, a assumirem em conjunto a tarefa de proverem pelo santuário comunitário, o tabernáculo, e a lutarem para defender todo povo. Acima de tudo estava a reverência ao mesmo Deus único.
O monoteísmo que Moisés proclamava (Êx 20.1,2; Dt 6.4) é tão diferente de todas as outras idéias religiosas conhecidas no antigo Oriente Próximo que muitos eruditos acreditam que tal monoteísmo não poderia ter surgido antes do século 7 ou 6 a.C.

POR QUE MOISÉS DISCORDOU DE DEUS?(*)

Em uma interação inicial, Deus disse a Moisés que enviaria seu anjo para guiar Israel ao longo do caminho. O povo de Israel foi advertido a não desobedecer ao mensageiro de Deus porque ele não perdoaria suas transgressões se eles se rebelassem contra ele. (Ex. 23:21)
Moisés se aproximou de Deus com um pedido muito ousado; Ele pediu que Deus acompanhasse Israel pessoalmente, recusando-se a se mudar para qualquer lugar sem Sua presença pessoal (Êxodo 33: 12-16). Por que ele correu o risco de desafiar a Deus? Por que Moisés discordou de Deus?
No final da incrível experiência de ver as costas de Deus, ouvindo as palavras que descreviam sua natureza fundamentalmente graciosa e perdoadora (Êxodo 34: 6), Moisés revelou seu motivo: “... porque este é um povo de dura cerviz. Perdoe nossa iniqüidade e nosso pecado, e tome-nos como seus! ” (Êxodo 34: 9) Em outras palavras, o argumento de Moisés era o seguinte: Deus deveria ir com Israel e perdoá-los, precisamente porque são pessoas obstinadas!
Visto que Deus disse que o anjo não perdoaria Israel se eles se rebelassem contra ele (Êxodo 23:21), Moisés sabia que sua única esperança era persuadir o próprio Deus a vir em seu lugar. Enquanto estava escondido na fenda da Rocha, Moisés percebeu que YHWH (ao contrário de seu anjo) era capaz de perdoar “iniqüidade, transgressão e pecado” (Êxodo 34: 7) . Moisés entendeu que, dados os pecados de Israel, somente se Deus fosse com eles Israel teria uma chance para um futuro.
O rabino hassídico Levi Yitzchak de Berditchev (que pode ter sido meu parente por parte de mãe) uma vez orou desta forma:
“Senhor do universo, quero propor um acordo. Temos muitos pecados. Você tem muito perdão. Vamos trocar nossos pecados pelo Seu perdão. E se você dissesse que esta não é uma troca justa, então minha resposta é: Se não tivéssemos pecados, o que você faria com todo o seu perdão? ”
(*Este texto é parte de um artigo publicado originalmente pelo Dr. Eli Lizorkin-Eyzenberg em Israel Bible Center. Editado aqui por Costumes Bíblicos)

MOISÉS DIANTE DE FARAÓ 
Audacioso, autorizado e atuante: Êx 7--1. 

Não existe evidência direta da época do próprio Moisés, mas sabe-se que o Faraó egípcio Akhenaten, por volta de 1340 a.C., impôs em todo o Egito o culto a um único deus (Aten, o disco solar), tornando ilegal o culto a qualquer outra divindade. Este fato só veio a ser conhecido nos tempos modernos, com a descoberta da capital desse Faraó. Vale lembrar que essa capital foi abandonada depois da morte de Akhenaten, e todas as referências a ele e ao seu deus foram eliminadas dos registros egípcios. Sem essa descoberta, pouco saberíamos a respeito de sua revolução. A possibilidade de que existiu um Moisés e um ensino como o que ele transmitiu pode ser defendida dessa analogia com Akhenaten, embora o ensino de Moisés seja muito superior ao de Akhenaten.
Contexto histórico 
A evidência histórica e arqueológica dá sólida sustentação à tese de que Moisés atuou no século 13 a.C., quando Ramsés II governava o Egito (cerca de 1279-1213 a.C.) e dominava a região de Canaã. Merneptah (cerca de 1213-1203 a.C.), o sucessor de Ramsés II, creditou a si a vitória sobre um povo chamado Israel, na terra de Canaã. Tudo indica que se tratava de alguma das tribos que, naquela ocasião, estava tomando posse da terra. Aos poucos, os Faraós foram perdendo o controle sobre aquela região, permitindo que filisteus e outros povos ali se instalassem.
Aquele foi um período de grandes mudanças: a fundição do ferro estava começando a difundir a sua nova tecnologia, e em lugar das cidades-estado (como em Js 9-12) estavam surgindo estados ou nações como Edom, Moabe e, um pouco mais tarde, Israel.
Por não haver nenhum registro egípcio a respeito da permanência de Israel naquele país ou a respeito do êxodo, não podemos precisar as datas deste acontecimentos. Os reis egípcios não costumavam registrar a ocorrência de desastres e derrotas em seus momentos, e praticamente nenhum documento administrativo daquele tempo sobreviveu.
Os israelitas moravam na região do delta do Nilo. Qualquer registro sobre a fabricação de tijolos, feito em folhas de papiro, que pudesse ter ficado nas ruínas de alguma cidades daquela região teria apodrecido há muito tempo.
Apesar de várias afirmações neste sentido, nada foi encontrado, em relatos fora da Bíblia, a respeito da morte dos primogênitos ou da destruição de tropas egípcias no mar Vermelho (ou mar de Juncos - no hebraico bíblico).
É possível que as narrativas bíblicas tenham sido concluídas algum tempo depois dos acontecimentos que registram, mas é perfeitamente possível que Moisés tenha feito algum registro sobre os mesmos e que as leis foram preservadas por escrito, seja em egípcio, babilônio ou cananeu (uma forma primitiva do hebraico). Esses textos são o testemunho da carreira notável de um grande homem, o fundador da nação de Israel.
Morte
Moisés foi avisado de que não seria permitido levar os israelitas através do rio Jordão, por causa da sua transgressão nas águas de Meribá (Deuteronômio 32:51), porém morreria em sua costa oriental (Números 20:12). Desta forma, ele reuniu as tribos e entregou a eles uma mensagem de despedida, que é usada para formar o livro de Deuteronômio.
Quando Moisés terminou, entoou um cântico e pronunciou uma bênção sobre o povo. Subiu ao monte Nebo, para o cume de Pisga, olhou para a Terra prometida de Israel espalhada diante dele, e morreu, segundo a lenda talmúdica, em 7 de Adar, exatamente no seu aniversário dos 120 anos. O próprio Deus o sepultou em um túmulo desconhecido em um vale na terra de Moabe, defronte de Bete-Peor (Deuteronômio 34:6).
Moisés foi, assim, o instrumento humano na criação da nação de Israel, comunicando-lhe a Torá. Mais humilde do que qualquer outro homem (Números 12:3), ele gozava de privilégios únicos, pois "nunca mais se levantou em Israel profeta algum como Moisés, a quem Deus conhecera face a face" (Deuteronômio 34:10). Ver também Juízes 1:9 e Zacarias 3.
Moisés morreu no monte Nebo, donde podia ver a terra prometida. Ao sopé desse monte existe uma fonte que leva o nome de Moisés.

MAIS DE UM MOISÉS? (*CURIOSIDADES DO HEBRAICO BÍBLICO)

Quando a filha de Faraó encontra um bebê hebreu no rio, ela nomeia-o “ Moisés ( משה ; Mosheh ), porque, disse ela, 'o tirei ( משיתהו ; meshitihu ) da água '” (Êxodo 2:10). De acordo com a filha de Faraó, Moisés recebe seu nome porque soa como o hebraico para "chamar a atenção". No entanto, provavelmente existe outra razão pela qual ela fez essa escolha: Moisés era um nome egípcio comum que nos dá uma pista da identidade de Moisés e missão como representante terreno de Deus .
Em egípcio, "Moisés" significa "filho de" e formou nomes faraônicos como Tutmés (Thot + moisés), uma criança "nascida" do deus egípcio Thoth. Quando a filha de Faraó nomeia o bebê hebreu de "filho de", ele deixa o leitor perguntando: "Um filho de quem ?" Além de ser filho de seus pais terrenos, Moisés é um filho de Deus cujo conflito com Faraó destaca seu relacionamento com seus filhos. Pai do Céu.
A maioria dos estudiosos identifica o faraó de Êxodo como Ramsés II (1279-1213 AEC), que construiu a capital Pi-Ramesses em Goshen. Este projeto de construção está alinhado com a descrição da Bíblia dos israelitas que construíram as “cidades de armazenamento chamadas Pithom e Ramsés para Faraó” (Êx 1:11) enquanto viviam na “terra de Gósen” (8:22; 9:26). O nome "Ramsés" (Ra + moisés) significa " filho de Rá ", o deus do sol egípcio . Assim, quando Moisés confronta Faraó, temos um confronto entre Ramsés, o "filho de Rá", e Moisés, o "filho do Deus de Israel": o Moisés de Ra vs. o Moisés do Senhor. Como líder de Israel, Moisés representa o povo a quem Deus chama de "meu primogênito" (Êx 4:22).O Deus de Israel usa Moisés como um "filho" que derrota o filho de Rá e, por sua vez, traz divino "julgamento sobre todos os deuses do Egito" (Êx 12:12; Núm 33: 4).
(*Texto Por Dr. Nicholas J. Schaser/Israel Bible Weekly/Edição de imagem: Costumes Bíblicos)

MONTE NEBO

MEMORIAL MOISÉS

     
         
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