COSTUMES BÍBLICOS: Os Cinco Livros(Gênesis a Deuteronômio)


Os Cinco Livros(Gênesis a Deuteronômio)

OS CINCO LIVROS
Gênesis a Deuteronômio
O nome dado ao cinco primeiros livros da Bíblia é "Pentateuco". Vem de duas palavras gregas que significam "cinco rolos". Mas é melhor considerar o Pentateuco um só livro dividido em cinco partes, ao invés de cinco livros reunidos num só rolos. Desta forma respeita-se sua origem hebraica - os judeus o chamam de "Torá" (Lei) ou "Cinco quintos de Moisés" - e também a própria unidade que lhe é inerente.
Isto não quer dizer que o Pentateuco é uma extensa narrativa colocada numa ordem cronológica rígida. Logo fica óbvio ao leitor que ele contém uma grande variedade de material literário - narrativas, leis, instruções rituais, sermões, genealogias, poesia - que foram reunidas de fontes diferentes. No entanto, significa que o material foi cuidadosamente inserido numa estrutura narrativa, com um propósito definido em mente e com objetivos identificáveis por parte do autor ou editor.

O Prólogo

A história começa com o chamado de Abraão em Gn 12, mas primeiro há um Prólogo perfeito de antigos registros e tradições que se destina não só a introduzir os temas principais da narrativa como também para relacioná-los com os propósitos de Deus neste mundo de seres humanos caídos, de nações divididas e de uma ordem criada que era originalmente boa.
Estes capítulos ainda deixam muitos leitores modernos perplexos, graças a sua linguagem pré-científica, à estupenda longevidade de seus personagens e à grande dificuldade de colocá-los num contexto histórico identificável. E, é claro, diferem muito das descrições científicas das origens do universo e da vida que são atualmente ensinados nas escolas. Gn 1--11 contém material escrito numa variedade de estilos, que muitos estudiosos atribuem a fontes diferentes reunidas num só documento por um autor ou editor. Não obstante, seu foco principal não é fornecer um tratado científico de como as coisas começaram e como a vida se originou, mas oferecer ao leitor o contexto religioso, social e geográfico da história que começa em Gn 12.
Parte do material foi descrito como "mito", mas este pode ser um termo enganoso, mesmo quando "mito" é considerado no seu sentido técnico de um "texto religioso criado para explicar uma tradição, instituição ou outro fenômeno". Ele dá a impressão de que aquilo que está escrito não é nem histórico nem verdadeiro. Mas na verdade estes primeiros capítulos de Gênesis dão testemunho das seguintes realidades religiosas
•que o mundo que conhecemos foi criado pela vontade de Deus
•que os homens e mulheres foram criados à imagem de Deus
•que o pecado entrou na vida humana por meio de uma desobediência moral
•e que toda a raça humana está sofrendo as consequências do pecado.
Inevitavelmente há muita linguagem e expressão simbólica usada para descrever estas características e eventos, mas elas contêm algumas das verdades mais profundas de toda a Bíblia e não devem ser facilmente descartadas por uma apreciação inadequada do que os textos estão dizendo.
É a estes capítulos que nos voltamos quando buscamos orientação bíblica sobre questões fundamentais relativas a Deus, à humanidade e ao mundo. Em cada estágio Deus está presente - não apenas pressuposto, mas agindo constante e ativamente. Este mundo é o mundo de Deus. a história humana é um desdobramento do plano de Deus. Ele é totalmente responsável pelo mundo e tudo que nele há. Todos os povos são criação de Deus, feitos à sua imagem, com capacidades espirituais para bondade, adoração e comunhão com Deus. Não há lugar nenhum para outros deuses. Gn 1 é totalmente abrangente: sol, lua, e estrelas são obras de Deus, com funções a desempenhar num universo ordenado, e até os monstros marinhos (os tanninim da mitologia antiga) foram criados por Deus (Gn 1.21).
Os seres humanos foram o clímax da criação, superiores a todas as outras criaturas, mas subordinados a seu Criador. Só que quando buscaram uma posição superior e quiseram ser como Deus, caíram a uma posição inferior e descobriram que todos os seus relacionamentos se deterioraram.
»Ao invés de ser uma relação boa, amigável, livre de vergonha, o sexo passou a ser secreto, luxurioso e anômalo.
»O parto se tornou doloroso e perigoso.
»O cuidado pela terra se tornou penoso.
»Até a própria terra foi afetada e, ao invés de produzir alimento em abundância, precisa ser dominada e manuseada e trabalhada.
Não há nada que o pecado não tenha arruinado. Sua corrupção atinge a vida familiar, na qual a religião logo gera rivalidade, o amor fraternal se transforma em assassinato e a justiça deteriora-se em vingança (Gn 4).
A resposta de Deus ao pecado é, de forma consistente, uma mistura de julgamento e misericórdia. Começando com a provisão de roupas para Adão e Eva, passando pela vigilância da árvore da vida, e chegando à confusão das línguas em Babel, Deus abranda sua justiça com generosidade. Para além do castigo imediato de expulsar Adão do jardim do Éden e de expulsar Caim da sociedade humana; para além da destruição causada pelo dilúvio e da dispersão das nações, sempre existe a intenção última de Deus que é trazer bem estar e bênção para a humanidade.
Logo, num mundo de desordem e corrupção, condiz inteiramente com a natureza de Deus que ele chame um homem, Abraão, e, por intermédio dele, seus descendentes, os judeus, para serem o canal da graça e da revelação para todo o mundo. É esta história que o Pentateuco conta.
A história é dividida em duas partes:
•A primeira parte (Gn 12--50) é denominada pelas quatro gerações dos patriarcas - Abraão, Isaque, Jacó e José.
•A segunda parte (Êxodo -- Deuteronômio) é denominada pela figura altaneira de Moisés.
•Embora seja extremamente difícil saber com certeza as datas nesse estágio inicial da história de Israel, uma estimativa razoável permite um período de cerca de 600 anos para estes eventos, isto é, de 1900 a.C. a 1250 a.C. aproximadamente.

Lembrando que devemos observar os quatro temas principais:


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Filipenses 1:9-11

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