COSTUMES BÍBLICOS: O Êxodo


O Êxodo

O livro de Êxodo é a história do nascimento de Israel como nação. É uma epopeia em que quase tudo gira em torno de Moisés, o personagem central. Foi ele quem tirou o povo do Egito, o "êxodo" (a saída) que dá nome ao livro. Por intermédio de Moisés, Deus deu a seu povo a norma de vida -a lei- dando-se a eles e fazendo deles o seu próprio povo num contrato duradouro (a aliança). Êxodo mostra Deus no controle da história. Revela um Deus que pode ser conhecido; que resgata os oprimidos; um Deus "santo" cuja bondade e justiça são impressionantes.
A história egípcia não menciona o êxodo, mas de acordo com 1Rs 6.1 ele ocorreu 480 anos antes da construção do templo de Salomão (inaugurado por volta de 970 a.C.). Ou seja, somando tudo, chegamos ao ano de 1450 a.C. Um novo cálculo das datas da história de Israel, feito recentemente com base nas listas de reis egípcios, apoia esse ano como data do êxodo. Mas a maioria ainda favorece uma data mais recente, do século 13, para a qual há boas evidências. O número arredondado de 480 (12x40) possivelmente significava 12 "gerações". Se calcularmos, como se faz atualmente, 25 anos por "geração", chega-se à data do século 13. O comentário histórico que se segue á baseado nesta teoria.
Quase 300 anos haviam se passado desde a morte de José e o final de Gênesis. O povo de Jacó vivera no Egito cerca de 370 anos. Seu status privilegiado era coisa do passado. Agora eles são uma nação escrava sob um novo Faraó, de uma dinastia que há muito esqueceu o que José fez pelo Egito (veja Gn 41).
As coisas haviam mudado no Egito. O poder dos faraós hicsos havia sido quebrado e os reinos do Alto e Baixo Egito estavam novamente unidos. A nação estava no apogeu do seu poder militar, com a sede do governo em Tebas e Mênfis, sob a liderança de uma nova dinastia de faraós. Mas quando Seti I (provavelmente o "novo rei" do v.8) chegou ao poder, a atenção voltou-se novamente à região fértil do delta. Teve início um grande programa de construção, incluindo as cidades-armazém do faraó. Uma levava o nome do sucessor de Seti, Ramsés II (que foi o principal responsável por sua construção). E havia uma mão-de-obra disponível e barata residente na área: os israelitas.
A presença desse grande número de estrangeiros em seu território (veja 12.37) deixara o Faraó inquieto. Aqui estava sua chance de assegurar que não causassem problemas. O povo foi organizado em equipes de trabalho, subordinadas a capatazes, que deviam juntar barro e fazer tijolos para a construção de novas cidades.
Mas apesar da opressão crescente a exploração demográfica continuou. Faraó decidiu intervir diretamente (Êx 1.15-22). Mas as parteiras hebréias não concordaram com o plano do rei, que era de matar todos os meninos recém-nascidos. O poder de Faraó não conseguiu vencer a fé e a coragem das parteiras.

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