COSTUMES BÍBLICOS: Jesus em Jerusalém


Jesus em Jerusalém

Era a primavera, e gente vinda de longe e de perto estava reunida em Jerusalém para a Páscoa, a grande festa que celebrava a saída do povo do Egito. Nem todos conseguia encontrar hospedagem na própria cidade. Jesus e seus amigos ficaram na localidade vizinha de Betânia, onde moravam Marta, Maria e Lázaro. Todos os dias eles andavam 3 Km até Jerusalém, subindo e descendo as encostas arborizadas do monte das Oliveiras.
O Messias triufante Veja Lc 19.28-44. Veja também Mc 11.1-10. Como é costume de Mateus em seu Evangelho, ele cita o AT. Neste caso, a profecia de Zc 9.9.
A purificação do Templo Mt 21.12-17 Veja também Jo 2.13-25. Depois de entrar na cidade em triunfo, como o Messias, Jesus mostrou sua autoridade no Templo, o santuário central da nação. Ele virou as mesas dos cambistas, mostrando que não concordava com a transformação da "casa de oração" de Deus em casa de negócios.
Os cegos e coxos (excluídos do Templo, ao que parece, de acordo com 2Sm 5.8) foram aceitos e curados por Jesus. E as crianças, repetindo o refrão que a multidão havia cantado na entrada triunfal, reconheceram o que as autoridades religiosas não conseguiam enxergar.
O imposto anual do Templo tinha que ser pago com moeda especial do Templo, o que explica a necessidade de cambistas.
A autoridade de Jesus é questionada Mt 21.23-46 À luz do que havia acontecido, era natural que os principais sacerdotes e líderes questionassem Jesus. Jesus não deu uma resposta direta, mas era evidente que sua autoridade e a de João derivavam da mesma fonte. Nas três parábolas seguintes, ele atacou os seus críticos.
Vs.28-32: Os dois filhos. O primeiro representa os líderes religiosos, com sua obediência de fachada; o segundo, os excluídos, que deram resposta positiva a João e Jesus.
Vs. 33-41: A vinha (a nação de Israel cujo proprietário é Deus: Is 5.1-7). Os homens a quem Deus havia confiado a liderança espiritual abusaram dos profetas e estavam prestes a matar o Filho dele.
Vs. 42-43: Veja Sl 118.22-23. Jesus transferiu essa figura de Israel (a pedra rejeitada) para si mesmo: ele seria abandonado, crucificado por seu próprio povo, mas reabilitado por Deus.
Este entalhe em pedra faz
parte do Arco de Tito,
 em Roma, e nele aparecem
o candelabro  de sete braços
e outros objetos saqueados
 do Templo sendo levados
 embora pelos romanos vitoriosos.

A queda de Jerusalém; o retorno de Jesus Mt 24--25

Este é a quinta e última seção de ensinamentos de Jesus em Mateus. O assunto é o futuro: o fim dos tempos e do retorno de Jesus. A admiração dos discípulos diante das imponentes construções do Templo levou à surpreendente previsão, feita por Jesus, de que seria totalmente destruído. Outras perguntas se seguiram. Quando o Templo seria destruído? Quais seriam os sinais que indicariam o fim da presente era? Os discípulos fizeram uma conexão entre os dois acontecimentos. Jesus podia falar sobre "estas coisas", mas "a respeito daquele dia e hora" - o grande dia do julgamento - só Deus sabia (24.36). O importante era estar preparado.
Os discípulos não deviam se deixar enganar, pois haveria muitas guerras e desastres naturais, perseguições e falsos messias. Estes não seriam sinais do fim. Haveria um tempo para a pregação do evangelho em todo o mundo. E quando o fim chegar, será totalmente inesperado. Mas haveria sinais evidentes da destruição de Jerusalém (15-22,32-35). (A cidade e o Templo foram destruídos pelos romanos em 70 d.C.)
O restante do ensinamento de Jesus nesta seção (24.45-25.46) vem na forma de parábolas: ele usa histórias para fixar as lições ensinadas no capítulo anterior.
Mt 24.45-51: O servo bom e o servo mau. Como não se sabe quando ele virá, os seguidores de Jesus devem estar sempre prontos.
Mt 25.1-13: As virgens prudentes e as insensatas. Esta história ensina a mesma lição, enfatizando que um dia o tempo esgotará. A preparação é tarefa individual que não pode ser emprestada dos outros.
Mt 25.14-30: Os "talentos". Um talento era um valor em dinheiro, mas não era uma moeda. Cada homem recebeu uma grande soma de acordo com a sua habilidade administrativa, e esta ele devia investir. Como as pessoas usam o que recebem nesta vida irá determinar seu destino futuro.
Mt 25.31-46: As ovelhas e os cabritos. No dia do juízo, Deus avaliará como cada um tratou os outros nesta vida. Na parábola, os "cabritos" são castigados por não fazerem o que deviam ter feito.
Mt 26.1-5: Conspiração. Era dois dias antes da Páscoa, quando os cordeiros seriam mortos no Templo para lembrar aquele dia, há muito tempo atrás, no Egito, quando seu sangue afastou a morte da casa dos israelitas (Êx 12.21-30). Para Mateus, o simbolismo é altamente significativo. Os principais sacerdotes e líderes religiosos do Sinédrio (não os escribas e fariseus dos capítulos anteriores) oficializaram a conspiração para matar Jesus.
Mt 26.14-29: Traição e a última ceia - Veja também Mc 14.12-25; Lc 22.7-38; Jo 13--14.
Neste momento crucial, Judas talvez desiludido com o tipo de Messias que Jesus mostrava ser, ou por algum outro motivo não explicado, mudou de partido (vs. 14-16).
Na primeira noite da festa, Jesus e seus amigos mais íntimos se reuniram como família para juntos comerem a ceia da Páscoa. E foi nesse contexto que a antiga Páscoa foi transformada na Ceia do Senhor enquanto o Cordeiro de Deus (Jo 1.29) se preparava para entregar a sua vida pelo mundo. O que Judas fez cumpria as Escrituras, mas de modo algum o isenta de culpa.
Jesus estava morto e sepultado,
 seus seguidores totalmente desolados.
 Eles não sabiam que aquele era
apenas um tempo de espera
e que ele ressuscitaria. 
A benção tradicional era esta: "Bendito és tu, ó Senhor nosso Deus, Rei do universos, que extrais o pão da terra". A ela Jesus acrescentou estas palavras surpreendentes: "Isto é o meu corpo". Ele seria morto e pela sua morte seria feita uma nova aliança, que tomaria o lugar da antiga aliança entre Deus e Israel, feita por ocasião do êxodo. Seu sangue seria "derramado em favor de muitos, para a remissão dos pecados". Ao comer e beber, os discípulos compartilham dos benefícios do sacrifício de Jesus.
Celebrarei a Páscoa O Evangelho de João deixa claro que Jesus realizou a última ceia na noite anterior em que a Páscoa era normalmente celebrada, e que Jesus morreu no momento em que os cordeiros da Páscoa estavam sendo sacrificados no Templo. Sabendo o que estava por acontecer, Jesus provavelmente realizou sua refeição da Páscoa em segredo na noite anterior.
Mt 26.30-56: Jesus é preso. Veja também Mc 14.26-51; Lc 22.39-53 (é Lucas quem descreve de forma mais marcante a agonia de Cristo, enquanto orava no jardim).
Enquanto se dirigiam para seu lugar especial, o jardim do Getsêmani no monte da Oliveiras, Jesus avisou os seus seguidores, principalmente Pedro, de que eles iriam fracassar.
A perspectiva do sofrimento encheu Jesus de tristeza e aflição. Era mais do que medo de sofrer uma morte terrível, embora as razões não sejam dadas aqui. Pedro, ao escrever posteriormente, diz que Jesus "levou os nossos pecados no seu corpo" (1Pe 2.24).
Aquele momento difícil passou. Jesus sabia que o caminho do sofrimento era a vontade de seu Pai. E quando a multidão chegou para prendê-lo, ele já estava outra vez no controle da situação. Ele manifesta apenas amor por aquele que o estava traindo. Quando um de seus seguidores (identificado como Pedro em Jo 18.10) sacou da espada e cortou a orelha do servo do sumo sacerdote, Jesus deu um basta à violência (e curou o homem ferido: Lc 22.51). Ele veio cumprir as profecias das Escrituras, diz Mateus. Naquele momento todos os seus seguidores o abandonaram, como ele havia previsto.
Mt 27.1-26: O suicídio do traidor; Jesus é interrogado pelo governador romano Somente Mateus registra o remorso de Judas. Ele devolveu o dinheiro, mas uma consciência limpa era algo bem mais difícil de conseguir (At 1.16-20 tem uma versão diferente da história.) Para o julgamento perante Pilatos, veja as notas em Lucas (23.1-25).
Mt 28: O túmulo vazio: Jesus ressuscitou! Veja Lc 24 e "A ressurreição de Jesus". Vs. 1-10: A tristeza se transformou em espanto e alegria quando as mulheres ouviram a mensagem do anjo e viram o ressuscitado com os próprios olhos. Sendo as primeiras a saberem, elas correram para contar as ótimas notícias.
"Ide fazei discípulos de todas as nações...
E eis que estou convosco todos
os dias até à consumação do século"
Mt 28.19-20 
Vs. 11-15: Os guardas foram subornados para mentir, para dizer que o túmulo estava vazio porque seguidores de Jesus haviam roubado o corpo enquanto dormiam. O castigo por dormir em serviço era a morte, mas talvez Pilatos também pudesse ser subornado
Vs. 16-20: Os onze apóstolos restantes voltaram à Galiléia. Ali Jesus, agora com "toda autoridade", deu-lhes o seu último mandamento: deviam fazer discípulos de todas as nações.
Em todo o seu Evangelho, Mateus referiu-se às Escrituras dos hebreus, mostrando como Jesus as cumpriu. Mas não há nada de exclusivo com relação às boas novas. E as palavras finais do Evangelho são universais: o reino de Deus está aberto, o convite está feito, e se destina a pessoas de todas as nações.
V. 19 "em nome do Pai, e do Filho, e do Espírito Santo": esta frase se tornou uma expressão padrão na liturgia formal da igreja antiga.

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Filipenses 1:9-11

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