COSTUMES BÍBLICOS: Efésios


Efésios

EFÉSIOS 
RESUMO
Carta circular de Paulo às igrejas da região de Éfeso.

A epístola de Paulo aos Efésios difere consideravelmente de suas outras epístolas. Não há nenhuma das saudações pessoais de costume, embora Paulo tenha passado alguns anos em Éfeso e tivesse muitos amigos lá (veja At 19). Além disso, Efésios não lida com problemas ou assuntos específicos. Até as palavras "em Éfeso" (1.1) não estão incluídas em alguns dos manuscritos mais antigos. É mais um sermão que uma carta (semelhante a Hebreus e 1João), enfatizando a natureza da igreja de Cristo.
É provável que Efésios tenha surgido como uma carta "circular", escrita a um grupo de igrejas da região onde fica o oeste da Turquia. Dessas igrejas, a de Éfeso era a mais importante. As "sete igrejas" listada em Ap 1.11 ficavam nessa região, assim como a igreja de Colossos.



O fato de Paulo ter escrito como prisioneiro (provavelmente em prisão domiciliar, em Roma, no início da década de 60) aproxima Efésios das epístolas aos Filipenses, Colossenses e a Filemom, que são as outras "epístolas da prisão". (A prisão não era uma forma de punição pelos romanos: eles simplesmente mantinham os piores criminosos sob custódia, aguardando julgamento.) Dessas três, Efésios se assemelha mais a Colossenses na questão do assunto. Por ser o tipo de carta que é, Efésios pouco revela sobre a situação das igrejas. Mas é evidente que os cristãos de origem gentílica era maioria, e que tinham a tendência de menosprezar os cristãos de origem judaica.
Paulo havia sido chamado especialmente para trabalhar entre os gentios, mas ele não defendia uma igreja dividida.Isto explica a ênfase, nesta carta, no glorioso plano divino de unir em Cristo pessoas de todas as nações e raças (1.10). Dos cristãos, ninguém é melhor do que os demais. Todos são um em Cristo. A "unidade" deve ser demonstrada nas relações pessoais e em nosso comportamento cristão.
Ef 1--3 O grande plano de Deus
Ef 1.1-14: O propósito eterno de Deus
Deus derramou o seu amor sobre nós, bênção sobre benção. Paulo fica maravilhado só de pensar nisso: "Agradeçamos ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo... louvemos a glória de Deus... louvemos a sua glória"! (No grego, os vs. 3-14 formam um só período! Seu estilo é poético, e algumas traduções indicam isso, na maneira de diagramar o texto.)
Desde o início Deus decidiu compartilhar conosco as suas riquezas espirituais e a sua glória - "em Cristo" (uma locução muito importante em Efésios). Cristo está no centro do plano de Deus. Ao crermos nele, sua morte nos liberta: somos perdoados. Também podemos participar de sua nova vida, a vida da ressurreição. Somos unidos a ele, nos tornamos parte dele. E nele somos também inseridos no grande plano cósmico de Deus, à medida que vivemos para a sua glória.
Santos (1, ARA); graça e paz (2) Veja as anotações em Rm 1.
Regiões celestiais/mundo celestial (3 e 1.20; 2.6; 3.10; 6.12) O âmbito espiritual de todas as forças invisíveis do bem e do mal.
Escolheu/predestinados (4,11, ARA) Tudo, inclusive a eleição de Deus, é recebido em e através de Cristo. Ele foi escolhido por Deus para salvar o mundo, antes mesmo de o mundo ser criado. Nós nos beneficiamos disso na medida em que estamos "nele", pela fé.
Sangue (7) No AT, o pecado só podia ser perdoado com um sacrifício. A morte de Cristo é um sacrifício assim. Além disso, a morte dele destruiu o domínio do pecado. Assim, somos perdoados e libertos. "Este é o dom inestimável e gratuito que Deus nos deu em seu Filho."
Mistério (9) "Plano secreto" (NTLH). A mente humana não poderia ter adivinhado a intenção de Deus. Paulo geralmente usa essa palavra com relação ao "segredo revelado" do evangelho.
Ef 1.15-23: Paulo ora
Paulo ficou feliz ao ouvir a respeito da fé e do amor desses cristãos. Ele ora para que eles tenham maior entendimento, uma compreensão mais clara do seu destino glorioso, e uma consciência ainda mais viva do poder que está à sua disposição. O poder que Deus exerceu ao ressuscitar Crista dos mortos e ao colocá-lo no controle supremo do universo está agindo em nós também!
Cabeça, corpo (22-23) Esta figura sugere a noção de uma mesma vida fluindo através de ambos (cabeça e corpo). Indica, também, que a Igreja realiza a obra de Cristo no mundo.
Ef 2.1-10: Passado e presente: da morte para a vida
Por causa de nossa desobediência e do nosso pecado, estávamos "espiritualmente mortos", separados de Deus. Mas em e través de Cristo, Deus nos trouxe de volta à vida. Ele nos tornou parte de sua nova criação. Somos salvos para viver como Deus quer, aqui neste mundo--e para reinar com Cristo no âmbito espiritual (6; veja anotação sobre 1.3). 
Príncipe da potestade do ar (2) Satanás, cujo espírito rebelde atua no mundo dos seres humanos.
Ef 2.11-22: Derrubando as barreiras
No mundo antigo, os judeus estavam separados dos gentios por barreiras raciais, religiosas, culturais e sociais. (Por exemplo, os não-judeus eram proibidos, sob pena de morte, de entrar nos pátios internos do Templo, em Jerusalém). Os judeus eram o povo escolhido de Deus; estavam próximos dele. Os gentios eram pagãos cheios de pecado, distantes de Deus. Se Cristo fosse capaz de unir esses dois grupos, não haveria nenhum outro abismo humano que ele não pudesse transpor. E Cristo fez isso. Sua morte na cruz é o único meio de reconciliação com Deus disponível para todas as pessoas sem distinção, as próximas e as distantes (14). E todos que pertencem a ele estão ligados por um vínculo comum que é mais forte e profundo do que qualquer uma de suas antigas diferenças, sejam elas de raça, de cor, de posição social, de sexo, ou de cultura. Judeus e gentios são um em Cristo, um novo povo.
O Oriente e o Ocidente se encontravam
em Éfeso, que era um belo exemplo
da mistura de governo romano
 com cultura grega. Ali,avisos eram postados
em latim e grego e as religiões de mistério
se desenvolviam  ao lado de templos
 dedicados aos Imperadores romanos.
Se intitulam circuncisos (11) Isto é, os judeus. Veja Gn 17. 
V. 12 Os cristãos de origem gentílica não tinham motivo para s acharem superiores. Até então eles haviam sido estrangeiros. Os judeus, como povo de Deus, eram os únicos para os quais havia esperança.
Santos/povo de Deus (19 e 3.18) Aqui Paulo usa o termo para designar os cristãos de origem judaica, em distinção dos "estrangeiros", os cristãos de origem gentílica.
Ef 3.1-13: A missão de Paulo aos gentios
Antes da vida de Cristo, as promessas de Deus estavam restritas em grande parte aos judeus. O AT dá apenas vislumbres do propósito divino para todo o mundo. O evangelho  de Cristo era praticamente um "mistério", "mantido oculto" até a época do Nt (4-6). No centro desse segredo estava a intenção de Deus de fazer dos gentios, também, herdeiros de todas as suas promessas. Quando Paulo foi enviado para levar a eles a mensagem da salvação (8-9), começou uma nova fase do planto de Deus.
À medida que as pessoas de todas as nações são unidas em Cristo, elas demonstram o poder e a sabedoria de Deus, não somente aos olhos do mundo (veja Jo 17.21), mas para os poderes cósmicos que estão além e por trás dele (10). Pela fé em Cristo podemos ter certeza de nosso acesso a Deus (12). Como tais benefícios derivam da propagação do evangelho, os leitores de Paulo não deviam deixar o sofrimento presente desanimá-los (13).
V.3 Paulo se refere ao que acabou de dizer a eles, e não a uma carta anterior.    
Ef 3.14-21: Paulo ora novamente
Paulo havia orado para que a igreja pudesse compreender (1.15-23). Agora ele ora com mais fervor ainda para que eles tenham mais  amor, sejam fortes, que Cristo habite em seuscorações, e que eles sejam tomados de toda a plenitude de Deus.
Ef 4--6
Os cristãos em ação
Ef 4.1-16: Unidade -- na prática
A unidade cristã é um fato. Os cristãos estão ligados por uma fé comum, um mesmo compromisso e um só propósito de vida. Eles estão a serviço do mesmo Mestre. Cristo é a cabeça, e os cristãos são os membros de um único corpo (4-5; veja também 1Co 12--13).
Mas nem todos têm o mesmo temperamento, a mesma personalidade ou os mesmos dons (11-12). O vínculo deve ser constantemente fortalecido por uma atitude amorosa e paciente de uns para com os outros, e pelo uso dos diferentes dons para o bem comum. Devemos crescer juntos até sermos tudo que Cristo quer que sejamos (14-16).
V.8 Após sua ascensão, Cristo deu dons ao seu povo (veja o v. 11).
Ef 4.17--5.20: "Vivam como filhos da luz!"
A salvação é um dom gratuito de Deus, mas ela traz consigo a obrigação de viver e agir como Deus quer (4.1,17). Isso significa abrir mão da antiga maneira egoísta de viver, e deixar que a nova vida mude o nosso  pensamento e modifique o nosso padrão de comportamento. Paulo não fica no campo das generalidades: ele é bem específico em dizer o que pode e o que não pode. A nova vida exige verdade e honestidade. Requer que se abandone a inveja, o ódio, a amargura, e que se tenha uma nova disposição para perdoar. Em resumo, devemos ser imitadores de Deus, vivendo uma vida de amor sacrificial (5.1-2). No passado vivíamos na escuridão; agora somos "filhos da luz" (8).
Ef 5.21--6.9: Relações entre os cristãos: a vida familiar
"Sujeitem-se uns aos outros", diz Paulo, dirigindo-se a todos os seus leitores, homens e mulheres. No grego, não há verbos no v. 22: Paulo usa o exemplo da esposa e, depois, o exemplo do marido para ilustrar o princípio da sujeição mútua enunciado no v. 21. Assim, a esposa cristã mostra total respeito e lealdade para com o marido, e o marido cristão cuida de sua esposa com amor altruísta e desinteressado. Um depende do outro, e ambos imitam a Cristo. Seu relacionamento, por sua vez, reflete o relacionamento de Cristo com sua igreja. Na família, os filhos devem respeito e obediência aos pais. Os pais devem disciplinar, não se comportar como tiranos mesquinhos. Os escravos cristãos (e, supostamente, os empregados) servem seus senhores (e patrões) com a mesma disposição e eficácia com que servem a Cristo. Os senhores cristãos (e os empregadores) não devem ameaçar, sabendo que eles próprios terão de prestar contas ao Senhor.
5.32 A união física entre marido e esposa é uma ilustração da união espiritual de Cristo com sua igreja: "uma só carne"/um só corpo.
Ef 6.10-24: "Vistam-se com toda a armadura de Deus"
VEJA DETALHES DE EFÉSIO 6 AQUI 
Paulo não dá a entender que seja fácil seguir esses padrões. Há uma necessidade de fortalecimento (10). A luta começou. Estamos enfrentando forças poderosas numa batalha espiritual. Precisamos de armas espirituais, e estas Deus provê. A exemplo do soldado romano, temos um cinto, uma couraça, sandálias e escudo, capacete e espada. Deus nos fornece toda a armadura que precisamos para defesa e proteção. Com ela podemos enfrentar as forças do mal.
A arma mais importante é a arma invisível da oração. As orações de seus leitores podiam ajudar Paulo a manter sua coragem e falar em nome de Deus naquela distante prisão (19-20). Assim, a epístola termina com uma nota pessoal. Tíquico, o "carteiro" de Paulo nessa ocasião, também levou as cartas aos Colossenses e a Filemom. A oração final de Paulo por seus irmãos e irmãs em Cristo retoma e amplia a saudação inicial: que Deus dê paz, amor e fé a todos, e que a sua graça esteja com eles.

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Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11

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