COSTUMES BÍBLICOS: Daniel


Daniel

O Messias virá
Daniel ("Deus é meu juiz"), contemporâneo de Jeremias e Ezequiel, foi levado para o cativeiro na Babilônia em 605 a.C. Seu livro registra acontecimentos e visões datados de 535 a.C. (Dn 10.1), indicando que ele viveu durante todos os 70 anos do cativeiro babilônico. Nabucodonosor, príncipe da Babilônia, atacou a cidade de Jerusalém em agosto de 605 a.C.
O livro de Daniel se divide em duas partes. Os seis primeiros capítulos se relacionam com acontecimentos históricos na Babilônia, abrangendo os anos do exílio do povo: 605 (1.1) a 537 a.C. (10.1). Eles contam histórias de Daniel e seus três amigos, Sadraque, Mesaque e Abede-Nego. Os capítulos restantes, escritos na primeira pessoa, registram quatro visões de acontecimentos futuros, que Daniel teve na sua velhice.
O livro foi escrito em duas línguas: a parte central (2.4--7.28) está em aramaico; o restante, em hebraico.

Quando Daniel foi escrito?

Embora, segundo o próprio texto, o livro de Daniel pertença ao século 6 a.C., a maioria dos estudiosos não acredita que o livro tenha sido escrito nesse período. Eles optam por um autor do século 2 a.C., que teria se baseado em histórias bem conhecidas e acrescentado as visões, para atualizar o texto. Seu propósito em escrever seria dar novo ânimo ao povo de Deus numa época em que a nação estava sob grande ameaça.
A discussão deste assunto é um tanto complexa e diz respeito principalmente a questões de natureza histórica (pessoas e acontecimentos que não aparecem em outras fontes: veja texto) e ao uso de duas línguas.
É possível defender uma data mais antiga para a Parte 1 e uma data (e um autor) mais recente para a Parte 2. Os críticos contemporâneos são rápidos em pontuar que Daniel costumava ser listado na seção dos escritos (Ketuvim) na Bíblia hebraica, e não nos profetas (nevi'im). Por isso, afirmam que ele não era considerado um livro profético e, em alguns casos, até sugerem que se trata de um livro apócrifo. No entanto, vários fatores-chave pesam contra esta conclusão. Primeiro, Daniel era administrador em uma corte estrangeira. Ele não era um profeta que pregava à nação de Israel. Segundo, ele alegou receber visões de Deus que tinha natureza claramente profética. Portanto, seu livro foi, posteriormente, inserido entre os profetas porque ele demonstrava, de maneira nítida, o dom de profecia, mesmo sem ocupar o cargo de profeta. Jesus chamou-o especificamente de profeta Daniel (Mt 24.15). Terceiro, não há evidência clara de que Daniel estava listado nos escritos antes do quarto século d.C. A Septuaginta (LXX) do segundo século a.C. apresenta Daniel entre os profetas, bem como Josefo (primeiro século s.C.), Melito (segundo século d.C.) e Orígenes (terceiro século d.C.) evidenciam. Por fim, vários fragmentos dos Manuscritos do mar Morto fazem referência às palavras "escritas no livro de Daniel, o profeta", indicando uma aceitação pré-cristã de Daniel como livro profético.
O ponto crucial é determinar se os detalhes do cap. 11 ( que parece relacionar-se tão claramente com a época de Antíoco lV, no século 2) devem ser considerados profecia, feita 400 anos antes, ou não. Normalmente Deus não atua dessa forma na vida ou, de modo geral, no resto das Escrituras (embora, sendo ele Deus, dificilmente podemos negar a possibilidade!)

Que tipo de livro é este?

Daniel tem um contexto histórico e está relacionado com a história, mas não é uma história nos mesmos moldes dos livros de Reis, por exemplo. Tampouco é exatamente igual aos outros profetas, que falam ao povo em nome de Deus.
É um dos primeiros exemplos (o único no AT) do gênero conhecido como apocalíptico", que apresenta uma visão da história dentro dos grandes propósitos de Deus.Veja o livro de Apocalipse, no NT.
Mensagem
A mensagem central do livro é clara: Deus, o Deus de Israel, é rei soberano do mundo, em todas as eras e em todos os lugares. Para o seu povo isto significa uma coisa: lealdade total a ele. Não importa quão poderosas as forças de oposição, Deus, no devido tempo (o seu tempo), derrotará todas elas.
O homem Daniel
Com base no texto aprendemos que Daniel era um exilado judeu na corte da Babilônia. Ele havia side levado ao exílio quando jovem, alguns anos antes de Ezequiel e da primeira grande leva de exilados. Ele pertencia a uma família nobre (possivelmente real) e tinha inteligência e habilidades fora do comum. O papel de Daniel nas histórias que compõem a primeira parte do livro é tanto de estadista quanto de profeta.
Dn 1--6 Na corte do rei da Babilônia
Dn 1: Daniel e amigos têm tratamento diferenciado
Daniel chegou à Babilônia em 605. Uma boa aparência e habilidade natural garantiram a ele e seus amigos um lugar entre os selecionados para treinamento especial. Mas os babilônicos não seguiam as leis judaicas relativas a alimentos puros e impuros (Lv 11), nem deixavam o sangue escorrer quando abatiam os animais (Lv 17.10-16). Apesar de jovens, Daniel e seus amigos estavam determinados a não contemporizar quando o assunto era religião. Assim, sua única alternativa era limitar-se a uma dieta vegetariana - e isso lhes fez muito bem. Além disto, fora os melhores alunos de sua turma!»No terceiro ano...(1) Era 605 a.C. Depois de derrotar o Egito em Carquemis, Nabucodonosor atacou Jerusalém. Daniel e outros foram feitos reféns para garantir o bom comportamento do rei Jeoaquim, que fora colocada no trono pelo Faraó egípcio. Daniel usa o sistema babilônico para datar o reinado de Jeoaquim, começando com o ano seguinte ao do início do governo. Assim, "no terceiro ano" aqui é o mesmo que quarto ano (Jr 25.1; 46.2) no sistema palestino. Os livros históricos não mencionavam este ataque/sítio, limitando-se aos de 597 e 587 a.C.
»Sinar (2) Nome antigo da Babilônia.
»V.4 Na literatura da Babilônia, "magia, feitiçaria, encantos e astrologia tinham um papel proeminente" (J. Baldwin). Daniel e seus amigos precisariam da firmeza de fé já demonstrada anteriormente para não se envolverem com coisas que a Lei proibia (Dt 18.10-12).
»V.7 O final em "el" (Daniel, Misael) e "ias" (Ananias) faz com que os nomes hebraicos tenham ligação com o nome do Deus de Israel. Pelo menos um dos novos nomes (Beltessazar) lembra o nome de um deus babilônico (veja 4.8).
»Primeiro ano do rei Ciro O ano do decreto que repatriou os exilados (Ed 1.1-4), ou seja, 539 a.C.
Dn 2: O sonho do rei Nabucodonosor
Daniel era recém-formado quando teve que enfrentar este desafio. A interpretação de sonhos era, desde longa data, uma das funções dos magos da Babilônia e de outros lugares (vs. 2). Mas qualquer pessoa pode inventar uma interpretação, e ninguém saberia qual era a certa; assim, Nabucodonosor criou o seu próprio teste. Daniel acreditava que Deus podia revelar tanto o sonho quanto o seu significado, e, em fé, pediu que isto lhe fosse concedido.
A imagem representava quatro impérios mundiais, começando no presente e se estendendo ao futuro. As duas interpretações mais aceitas são:
•Babilônico, Medo-Persa, Grego e Romano;
•Babilônico, Persa, Medo e Grego.
A primeira é mais condizente com a situação histórica e com o fato de que Cristo (o reino de Deus) chegou no período romano. A segunda teoria tem mérito de que a maior parte de Dn 7--12 refere-se ao período grego.
»Caldeus No seu sentido geral o termo significa simplesmente "babilônios"; mais tarde foi usado num sentido restrito, designando uma classe de sábios. Daniel usa a "astrólogos". Os caldeus eram os especialistas "presságios, encantamentos mágicos, orações e hinos, mitos e lendas, fórmulas científicas de habilidades como fabricação de vidro, matemática e astrologia" (J. Baldwin).
»V.4 Neste versículo o texto muda do hebraico para o aramaico, continuando assim até 7.28.

Daniel foi um profeta?

Os críticos contemporâneos são rápidos em pontuar que Daniel costumava ser listado na seção dos Escritos (Ketuvim) na Bíblia hebraica, e não nos profetas (nevi'im). Por isso, afirmam que ele não era considerado um livro profético e, em alguns casos, até sugerem que se trata de um livro apócrifo. No entanto, vários fatores-chave pesam contra esta conclusão. Primeiro, Daniel era administrador em uma corte estrangeira. Ele não era um profeta que pregava à nação de Israel. Segundo, ele alegou receber visões de Deus que tinha natureza claramente profética. Portanto, seu livro foi, posteriormente, inserido entre os profetas porque ele demonstrava, de maneira nítida, o dom de profecia, mesmo sem ocupar o cargo de profeta. Jesus chamou-o especificamente de profeta Daniel (Mt 24.15). Terceiro, não há evidência clara de que Daniel estava listado nos escritos antes do quarto século d.C. A Septuaginta (LXX) do segundo século a.C. apresenta Daniel entre os profetas, bem como Josefo (primeiro século s.C.), Melito (segundo século d.C.) e Orígenes (terceiro século d.C.) evidenciam. Por fim, vários fragmentos dos Manuscritos do mar Morto fazem referência às palavras "escritas no livro de Daniel, o profeta", indicando uma aceitação pré-cristã de Daniel como livro profético.
Dn 3: A fornalha ardente
Os anos se passaram e Nabucodonosor, esquecendo que reconhecera o Deus de Daniel como Deus supremo, construiu uma estátua de 27 m der altura e exigiu que todo o povo viesse adorá-la. Mas os amigos de Daniel não acataram essa ordem. Havia um só Deus, e a sua Lei proibia que se adorasse qualquer outra divindade (Êx 20.3). Eles sabiam que Deus podia libertá-los de uma morte terrível, embora não soubessem se ele queria fazê-lo (17). Apesar disto, eles não o negaram (18). Neste incidente, as chamas mataram aqueles que os lançaram na fornalha, e queimaram as cordas que os atavam; mas eles próprios saíram sem sequer o cheiro de fumaça no corpo. E uma figura de aparência divina passeava com eles no meio do fogo. Novamente o rei foi obrigado a adorar o Deus deles.
»Sátrapas Uma das várias palavras em persa antigo que aparecem em Daniel.
»Harpa, cítara, saltério Estas são todas palavras gregas. Os instrumentos em si são mesopotâmicos, mas influências culturais gregas haviam se espalhado por esta parte do mundo antes da época de Nabucodonosor. Existiam colônias gregas em várias regiões, e muitos exércitos contavam com mercenários gregos.
»Fornalha Um forno de olaria (provavelmente para queimar tijolos), aberto em cima e com uma porta lateral; através desta abertura o rei podia ver os homens.
»V.23 Aqui a versão grega acrescenta duas canções incluídas nos livros apócrifos ou deuterocanônicos: "A oração de Azarias" e "A canção dos três moços".
Dn 4: A loucura do rei 
O próprio Nabucodonosor autentica esta história extraordinária (1-18,34-37). Talvez percebendo que este sonho era contra ele mesmo, não recorreu de imediato a Daniel (6-8). É evidente, pelo espanto de Daniel, que ele não queria ver o rei doente. Mas o orgulho do rei por causa de seus feitos (e a arqueologia mostra que realmente eram coisas de que alguém podia se orgulhar) falou mais alto do que o sábio conselho de Daniel.
Sobre a doença de Nabucodonosor, o psiquiatra Dr. M.G. Barker vê no caso de Nabucodonosor as características "de uma doença depressiva com acessos relativamente agudos e crenças ilusórias de natureza mórbida". Nos tempos antigos, quando ainda não havia as formas modernas de tratamento, diz Barker, "a maioria dessas doenças diminuíam espontaneamente de intensidade no período de um, dois e, em alguns casos, mais anos". A forma do delírio (uma pessoa assumindo uma identidade animal) não é comum atualmente, embora o próprio Dr.Baker tenha lidado com dois casos.
Há alguma evidência de uma tradição segundo a qual o rei adoeceu no final da vida, embora registros oficiais daquela época - como seria de esperar - não mencionem o fato.
»Vs. 3,34-35 Nestes textos, as alusões a trechos dos Salmos e de Isaías refletem, talvez, a influência de Daniel sobre o rei.
»Sete tempos (16, ARA) Aqui, como em outras passagens de Daniel, não se especifica a duração do tempo. Seja como for, trata-se de um período limitado e definido de tempo que Deus determinou. (Outra possibilidade é "sete anos", como consta da NTLH.)
Dn 5: A escritura na parede 
Estritamente falando, Nabonido (556-539 a.C.) foi o último rei da Babilônia. Mas bem no início de seu reinado ele foi para a Arábia, deixando seu filho Belsazar como regente (o que explica o fato de Daniel só poder ser "o terceiro reino, 16).
Aconteceu em 539 a.C., 23 anos após a morte de Nabucodonosor. O grande banquete no palácio ia às mil maravilhas, quando uma mão misteriosa começou a escrever na parede. Três palavras foram escritas. Eram medidas ou unidades monetárias: "mene (uma mina), mene (uma mina), tequel (um siclo), parsim (meio siclo)". Daniel, já idoso, foi convocado para fazer a interpretação. E ele buscou o significado do radical das palavras: "contar", pesar", "dividir". Os dias do rei estavam realmente contados. Naquela mesma noite, Ciro, o rei dos persas,tomou a (supostamente) inexpugnável cidade da Babilônia, desviando - segundo o relato dos historiadores antigos - o curso do rio Eufrates e entrando pelo leito seco do rio, enquanto os babilônios estavam fazendo uma festa em honra aos seus deuses.
»Pai (2) Isto é, ancestral, antepassado. A palavra é bastante usada neste sentido no AT.
»A rainha-mãe (10) É possível que esta fosse a viúva de Nabucodonosor.
»Dario, o medo (31) Nenhum outro registro histórico até agora menciona alguém com este nome, ou coloca um rei entre Nabonido/Belsazar e Ciro. Dario tem sido identificado com vários personagens, mas nenhuma das sugestões é completamente satisfatória. Isto não significa que podemos descartar Dario como personagem fictício. Como Ciro era tão conhecido, o autor não podia esperar que acreditassem em tal invenção. Talvez este seja outro nome de Ciro, que tinha ascendência mista. Nesta caso, o v. 31 seria traduzido por "Dario, o medo, ou seja, Ciro o persa".
Dn 6: Na cova dos leões 
Ao longo de toda sua vida, Daniel havia sido um homem de Deus. Agora estava com seus oitenta anos e seus inimigos ainda não conseguiam incriminá-lo. Só poderiam encontrar alguma coisa que tivesse a ver com a religião dele (4-5). Ele talvez tenha deixado de orar por um mês, ou fazia suas orações em segredo. Mas, fiel aos princípios que seguia desde a sua infância, ele não estava disposto a fazer concessões. E foi assim que seus inimigos o apanharam. O rei tinha as mãos amarradas pelo decreto que ele próprio havia feito, mas o mesmo não se aplicava à mão de Deus. E Daniel esteve tão protegido de perigo na cova dos leões quanto seus amigos estiveram na fornalha.
»Vs. 8,15 Veja Et 1.19; 8.8.
»A cova (16) Provavelmente um espaço cercado com uma abertura no topo, em torno da qual passava uma galeria para os espectadores.
Na sua primeira visão, Daniel viu animais alados que representavam diferentes impérios. Na época, tais criaturas eram, muitas vezes, representadas em esculturas e entalhes de marfim. Esta esfinge com barba foi esculpida na parede da sala do conselho em Persépolis, palácio dos reis da Pérsia.
Dn 7-12 As visões de Daniel
Dn 7: Os quatro animais
Como no cap. 2, a primeira visão de Daniel é uma representação simbólica da história. Novamente aparecem quatro impérios sucessivos, e depois seria estabelecido o reino de Deus. O leão com asas de águia é a Babilônia, e o v. 4 descreve Nabucodonosor. O v. 6 se refere ao império grego de Alexandre Magno, que, por ocasião da morte deste, foi dividido entre quatro generais. Seleuco fundou uma dinastia no Egito. Os outros dois reinos eram a Grécia e a Ásia Menor. Os "dez chifres" (7,24) correspondem aos dedos dos pés da estátua do cap. 2, mas a sua identificação precisa é questão controversa.
Os vs. 9-12 descreve o juízo de Deus sobre os impérios mundiais. Em 13-14, Deus dá domínio total a "um como um filho de homem". "Filho do Homem" passaria a ser a autodenominação favorita de Jesus. O reino inaugurado com a primeira vinda de Cristo será plenamente realizado quando ele vier outra vez (veja Mt 26.64).
Opondo-se ao povo de Deus de várias formas no decorrer da história está o "pequeno chifre" (8,20-21), que atua até que Deus finalmente destrua o seu poder. É neste capítulo que Ap 13 baseia o seu simbolismo.
»Primeiro ano (1) 544 a.C., o ano em que Belsazar se tornou co-regente com seu pai. Em outras palavras, antes dos acontecimentos relatados no cap. 5.
»V. 9 Compare Ap 1.14; 20.4.
»Os livros (10) Registros das ações de todas as pessoas. Veja, p. ex., Ml 3.16; Ap 20.12.
»Um tempo, dois tempos e metade de um tempo (25) Geralmente considerado um período de 3 anos e meio; mas veja 4.16. O mal recebe liberdade de agir, mas por um período estritamente limitado.
Dn 8: O carneiro e o bode 
Neste ponto o texto volta a ser escrito em hebraico (de 2.4 até aqui o texto vem escrito em aramaico). A segunda visão focaliza o segundo e terceiro impérios. O carneiro de dois chifres, que simboliza o império medo-persa, seria suplantado pelo bode veloz - o império grego de Alexandre. O "grande chifre" é próprio Alexandre. Os "quatro chifres" são os reinos em que seu império foi dividido (veja cap. 7). O pequeno chifre, neste capítulo, refere-se a Antíoco IV, que governou a Síria de 175 a 164 a.C. Os vs. 9-14 descreve vividamente as atrocidades do seu reinado (veja cap. 11).
»Susã (2) A leste da Babilônia; uma das quatro capitais da Pérsia.
»V. 13 Em 167 a.C., Antíoco profanou o Templo de Jerusalém, instalando nele um altar para sacrifícios pagãos.
»V. 14 Isto é, 2.300 dias (veja Gn 1). Antíoco começou a interferir nos assuntos judaicos em 171; ele morreu em 164.
»Gabriel (16) Esta é a primeira vez em que o anjo mensageiro de Deus é chamado por nome na Bíblia. [Existem vários outros que só se ver nos textos extra-bíblicos e nos livros das histórias judaicas, no Talmud e etc..] Foi Gabriel quem apareceu a Zacarias, o pai de João Batista, e depois a Maria, antes do nascimento de Jesus.
»O fim (17) Isto geralmente se refere ao final da história e ao juízo final. Mas o v. 26 relaciona a visão com o futuro distante, e o v. 19, com o período em que o sofrimento teria terminado. Os escritores da Bíblia muitas vezes parecem deixar o tempo de lado, vendo acontecimentos e futuros como um aspecto dos eventos plenos e definitivos do "fim".

O "Fim" no Hebraico Bíblico(*)

Eventos recentes reviveram mais uma vez a preocupação de que o mundo esteja chegando ao seu fim apocalíptico. No entanto, apesar das tensões renovadas entre os Estados Unidos e a Rússia, e a constante ameaça do Irã de vaporizar Israel, essa preocupação permanece prematura. Afinal, Yeshua disse: “Você ouvirá falar de guerras e rumores de guerras. Vede, não vos assusteis, porque isto deve acontecer, mas ainda não é o fim” (Mt 24:6). Então, quando chega o fim?
Yeshua responde a esta pergunta em Mateus 24: 15: “Quando virdes a abominação da desolação… estar no lugar santo.” Neste versículo, Yeshua faz alusão a שִׁקּוּצִים מְשֹׁמֵם ( shikutzim meshomem ) traduzido como “abominação da desolação”, descrita em Daniel 9:27. Mateus 24: 15-28 descreve o aparecimento da abominação da desolação e o período de intensa tribulação que ela desencadeia sobre a nação de Israel. Os leitores de Mateus devem entender que esse período de tempo começa quando eles veem “a abominação desoladora” estar no lugar santo (v. 15).
A predição de Jesus tem um cumprimento próximo e distante. A destruição do Templo em 70 dC serve como padrão para os eventos que ocorrerão durante os “dias de angústia de Jacó”, conforme descritos em Mateus 24:21. A profanação do lugar santo pelo exército romano será horrível, mas os eventos que cercam a profanação do lugar santo pelo Anticristo durante a Grande Tribulação ocorrerão em uma escala ainda maior. No pensamento judaico, os eventos de 70 EC em Jerusalém não precisam esgotar a força da profecia de Daniel sobre o fim dos dias. É um padrão recorrente. As referências do fim dos tempos em Mateus 24 confirmam que Yeshua usou o termo שִׁקּוּצִים מְשֹׁמֵם ( shikutzim meshomem )“abominação da desolação” para apontar para o conflito final com seus inimigos no momento de sua vinda. Mateus combina a tribulação da próxima Guerra Judaica de 66-70 EC com a final que acontecerá no final dos tempos. Os eventos da tribulação final espelham os eventos da primeira, mas em uma escala maior. (*O texto é parte de um artigo publicado originalmente em Israel Bible Center)
»Príncipe (25) O próprio Deus. Ao tentar eliminar a religião judaica, Antíoco desafiou diretamente o Deus de Israel.
Na época de Daniel,
reis usavam selos cilíndricos
para autorizar seus documentos.
Este era o selo usado
pelo rei Dario I da Pérsia,
que reinou na época
de Esdras e da reconstrução
 do Templo em Jerusalém.
Dn 9: A oração de Daniel 
A data é 538 a.C. A Babilônia praticamente havia dominado Judá desde a batalha de Carquemis, em 605. O cativeiro de 70 anos, previsto por Jeremias, estava quase no fim. Daniel pede a Deus o retorno do seu povo a sua terra natal. Ele se identifica com o seu povo, compartilhando a culpa pelo pecado (5-17), e seu pedido se baseia unicamente na misericórdia de Deus (18). A oração dele seria respondida naquele mesmo ano, mas as dificuldades de Israel não haviam acabado. Agora Deus mostra a Daniel algo do que estava por acontecer no futuro. (Veja abaixo "As Setenta Semanas)
Dn 10.1-11.1: Daniel e o anjo Após um longo jejum, Daniel teve uma visão impressionante de uma figura gloriosa, muito parecida com a visão de Cristo que João teve em Ap 1.12-16. Ele recebeu discernimento sobre a batalha contínua que ocorre no âmbito espiritual entre os que protegem o povo de Deus e os que estão determinados a destruí-lo (veja Ef 6.12). Miguel é o anjo da guarda especial do povo judeu (12.1). Os "príncipes" nesse capítulo são os anjos protetores das diversas nações.
Dn 11.2-45: Luta pelo poder 
Este capítulo apresenta um registro detalhado da luta que ocorreu nos períodos persa grego. É claro que, para quem pensa que o livro de Daniel foi escrito após esses acontecimentos, este capítulo não se constitui em profecia no sentido real da palavra. Ainda assim, a intenção seria declarar que Deus tem conhecimento e controle total de toda a história.
Ainda haveria mais três reis persas (2; Cambises, Gaumata e Dario I), seguidos por um quarto (Xerxes). Xerxes invadiu a Grécia, mas foi derrotado em Salamina, no ano de 480 a.C. O poder então passou para a Grécia (3-4; veja cap. 7). O v. 5 refere-se ao Egito (o "rei do sul") e a Seleuco, ex-general de Ptolomeu, que se tornou o "rei do norte", o poderoso reino da Síria e do oriente. Cinquenta anos depois (6), a filha de Ptolomeu II casou-se com Antíoco II da Síria. Mas ela foi repudiada e assassinada, e seu irmão vingou a morte dela, atacando a Síria (7). Os vs. 9-13 refletem as lutas entre as duas potências ao final do século 3 a.C. Os judeus então se aliaram com Antíoco II da Síria para derrotar o Egito (14-15), no que obtiveram êxito (16). Antíoco fez uma aliança com Ptolomeu V (17). Antíoco invadiu a Ásia Menor e a Grécia, mas foi derrotado pelos romanos em Magnésia em 190 a.C. (18-19).
O exator ou "oficial para cobrar impostos" (20) era seu filho Seleuco IV, que logo foi perseguidor dos judeus. Os vs. 21-24 descrevem bem seu caráter e sua política. Valendo-se da traição de homens ligados a Ptolomeu , Antíoco em breve retomou o controle do Egito, em 173. Ao retornar do Egito, atacou Jerusalém e massacrou 80.000 judeus (25-28). Da próxima vez que atacou o Egito, foi barrado pela frota romana (29-30). Voltou-se novamente contra Jerusalém e profanou o Templo (31). Ele teve a ajuda de alguns judeus, mas outros se recusaram a fazer concessões em matéria de fé, e morreram por isto (32-33). Judas Macabeu instigou uma revolta bem sucedida ajudando os fiéis (34).
Os vs. 36-45 não descrevem eventos reais do final da vida de Antíoco. Devem se referir, isto sim, ao fim do domínio sírio com a chegada dos romanos, o novo rei do norte. Ou podem antecipar eventos do fim dos tempos (veja 8.17), prenunciados pelo sofrimento do povo de Deus sob Antíoco. E isto nos leva ao cap. 12.
Dn 12: Salvação 
Daniel é o primeiro livro do AT a falar explicitamente da ressurreição de indivíduos (v. 2). Quando aquele dia chegar, e toda a terrível desgraça tiver passado, aqueles que foram sábios em fiel obediência a Deus ressuscitarão para brilhar como estrelas para sempre. Todo o mal será eliminado. Mas quanto ao tempo, este está nas mãos de Deus. Nem mesmo Daniel entendeu isso (6-8); portanto, a atitude mais sábia ao se abordar essas questões é ter cautela.

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Filipenses 1:9-11

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