COSTUMES BÍBLICOS: Hermenêutica


Hermenêutica

HERMENÊUTICA


Primeiro vamos saber o que é hermenêutica.
HERMENÊUTICA:  É o método de estudo bíblico pelo qual nos certificamos de que a mensagem que Deus nos transmite seja cuidadosamente entendida pelo homem. A Bíblia não é um livro comum; ela é a comunicação de Deus com a humanidade, por intermédio de homens. A razão da necessidade de se utilizar um método científico como a hermenêutica pode ser vista no gráfico abaixo:


Um Deus infinito, que é Espírito, sabe tudo a respeito de todas as cousas. Para comunicar-se com o homem, precisa fazer uso de olhos e ouvidos humanos, pois é deste modo que o homem apreende os conhecimentos que adquire. O problema torna-se mais complexo se lembrarmos que a humanidade fala várias línguas, e, portanto, Deus precisava expor seus conceitos infinitos em uma linguagem básica, para que depois fossem vertidos para os outros idiomas falados pelos homens. Além disso, o processo da comunicação divina é dificultado pelo fato de que muitas palavras, expressões e costumes mudaram durante os 3500 anos que decorreram desde que Ele (Deus) começou a revelar seus pensamentos e vontade aos homens, num registro escrito. Portanto,será necessário lançar mão de um determinado sistema de comunicação para que se tenha a certeza de que aquilo que Deus disse ou deu a entender há tanto tempo, é exatamente o que as versões atuais da Bíblia dizem ao homem moderno. Este método é conhecido como Hermenêutica. É um recurso lógico, acadêmico e seguro de nos certificarmos de que o homem moderno entenda perfeitamente a mensagem que Deus se propõe a transmitir-lhe. 
A seguir, cinco regras de hermenêutica que damos, servem para orientar os estudantes da Bíblia, de qualquer época, para que saibam manejar bem "a palavra da verdade".

REGRAS DE HERMENÊUTICA

1. Aceitar a Bíblia literalmente  
Muito dano tem sido causado por aqueles que procuram espiritualizar a Bíblia, ao invés de interpretá-la literalmente. Quando alguém nos escreve uma carta, não procuramos espiritualizar seu conteúdo, mas aceitamos literalmente o que ela nos diz. O mesmo critério deve ser aplicado à Bíblia. Contudo, existem algumas passagens bíblicas que devem mesmo ser espiritualizadas. A questão, portanto, é: "Como saber quais as passagens que devem ser espiritualizadas, e quais as que não devem?" A melhor resposta que conheço para esta pergunta é a Regra Áurea da interpretação, que foi dada pelo falecido teólogo David L. Cooper:
Quando a passagem tem um sentido claro, e se harmoniza com nosso senso comum, não devemos procurar outra explicação, mas aceitar cada palavra em seu significado original, a não ser que os fatos do contexto indiquem o contrário.   
Será muito pouco provável errarmos na interpretação bíblica se procurarmos partir sempre de uma interpretação literal. Por exemplo: quando a Bíblia diz: "fogo e enxofre caíram dos céus", isto significa que realmente fogo e enxofre caíram sobre a terra. Entretanto, quando a Bíblia diz que a lua se tornou em sangue, mas que tomou uma cor semelhante a sangue. Uma boa regra para se seguir é tentar uma interpretação literal. Mas, se está claro que este não é o caso, então, em último recurso, devemos interpretar a passagem espiritualizando-a.

2. Manter-se dentro do contexto  
É sempre bom usar versos das Escrituras para provar um ensino ou princípio; mas é importante lembrarmos que não podemos retirar nenhum verso de seu contexto; se assim fizermos, o que acontecerá é que, em vez de aquele texto ser uma prova, ele se torna pretexto.

 3. Estar atento às expressões idiomáticas   
Toda língua contém suas próprias expressões idiomáticas. Aliás, o estudo das expressões idiomáticas de uma língua é um dos mais complexos. Já pensou o leitor como será difícil para as pessoas que desconhecem a língua inglesa, por exemplo, entenderem uma expressão como: "Foi salvo pela pele do dente"? ("Foi salvo por um tris.").
Outro fator que dificulta o uso de tais expressões é que elas se modificam de uma geração para outra. Os bons comentários bíblicos, em geral, indicam as expressões idiomáticas, e esclarecem seu significado na época em que foram escritas.

 4. Estar atento ao uso da linguagem figurada          
Quando um autor não usa linguagem literal, ele geralmente apela para as figuras de linguagem. Fazemos isso em nossa língua, e o leitor, provavelmente, conhece os cinco tipos mais comuns: metáfora, símile, analogia, hipérbole e antropomorfismo.
Metáfora _ a metáfora é um recurso pelo qual compramos dois elementos, identificando-os um com o outro. Geralmente,um dos elementos é claro e facilmente reconhecido, servido para esclarecer o outro. Deste modo, ensinamentos um conceito desconhecidos, partido de um que é conhecido. Por exemplo: Em Mateus 5.13, Jesus diz: "Vós sois o sal da terra." Queria dizer que assim como o sal tem a função de conferir sabor aos alimentos, assim também os cristãos devem ter a função de influenciado moralmente a sociedade.
É justamente o emprego da metáfora que conduz á espiritualização de certas passagens, pois a maioria das metáforas é símbolo. A mais importante metáfora das Escrituras é a de Lucas 22.19,20, onde Jesus toma o pão e diz: "Isto é o meu corpo ofertado por vós." O pão era pão; não o corpo de Jesus. Obviamente era um símbolo de seu corpo O mesmo podemos dizer do vinho quando ele afirma: "Este é o cálice da nova aliança no meu sangue." Não bebemos o sangue de Cristo quando tomamos o vinho; na verdade, tomamos o suco da uva que simboliza o seu sangue. Para o leitor meticuloso que deseja sempre interpreta as Escrituras literalmente, o uso de metáforas não deverá se constituir em problema, pois, em geral, elas são muito explícitas.
Símiles - um símile é uma comparação feita entre dois elementos, geralmente com o emprego das palavras "como" e "assim" que determina a comparação. Por exemplo, o Senhor diz em Mateus 10.16: "Eis que eu vos envio como ovelhas para o meio de lobos". O símile está claro; ele compara os crentes a ovelhas e os falsos mestres a lobos. Este símile é básico, e é utilizado muitas vezes na Bíblia. Neste caso, também, não são difíceis de serem identificados.
Analogia - a analogia é uma comparação entre dois elementos, em que um explica o outro. Em geral, a analogia é empregada como recurso de argumentação. Por exemplo, em 1 Coríntios 1.18, Paulo diz: "Certamente a palavra da cruz é loucura para os que se perdem, mas para nós, que somos salvos, poder de Deus."
Hipérbole - a hipérbole consiste numa comparação exagerada para ensinar um conceito. Por exemplo: em Mateus 7.3, o Senhor diz: "Por que vês tu o argueiro no olho de teu irmão, porém não reparas na trave que está no teu próprio?" É óbvio que ninguém pode ter uma trave no olho, mas esta hipérbole chama nossa atenção, através do exagero, para os trágicos resultados da crítica maldosa.
Antropomorfismo - esta palavra, aparentemente difícil, significa simplesmente atribuir características humanas a Deus. A Bíblia ensina que Deus é Espírito, e consequentemente não tem corpo. Mas é impossível para o homem entender o espírito. Portanto, foi necessário que Deus utilizasse as características do corpo humano para descrever-se; por isso é que ouvimos falar dos "ouvidos do Senhor", ou da "voz de Deus", ou da  "mão do senhor". Deus nos ouve, nos fala e nos sustém, mas não possui olhos, mãos e ouvidos, como nós. Entretanto, à sua maneira ele faz a mesma coisa. Por isso, ele usa as características finitas do homem, que nós compreendemos com clareza, para descrever suas características infinitas, que de outro modo não poderíamos compreender. Contudo, é errado deduzir, como fazem algumas pessoas, que Deus tem mãos e ouvidos como homens.

5. Interpretar as parábolas de modo diferente   
A parábola é uma história que descreve circunstâncias celestiais através de ilustrações terrenas. A melhor maneira de explicar a necessidade do ensino parabólico, é sugerir que cada um imagine como missionário a uma tribo indígena, que nunca viu eletricidade, nem refrigeração, nem qualquer outra das nossas invenções modernas. Como descreveríamos para aquelas pessoas dali os aparelhos elétricos que utilizamos na cozinha? Teríamos que lançar mão de conceitos pertinente à sua esfera de conhecimentos, e apresentá-los como figuras parabólicas, a fim de podermos transmitir o conceito desejado. O mesmo se aplica ao ensino de uma verdade celestial ou divina. Jesus Cristo foi um perito no emprego de parábolas. Muitas de suas parábolas iniciam com as palavras: "O reino dos céus é semelhante a..." ou "Um certo homem foi a um país distante..."
Na interpretação das parábolas, muitas pessoas exageram, isto é, tetam explicar todos os detalhes, dando-lhes um significado especial. Agindo assim, muitas vezes, anulam o ensino básico da parábola. As parábolas são ilustrações. E do mesmo modo que utilizamos ilustrações para ensinar um conceito com uma verdade central, as parábolas divinas também possuem esta verdade central. Mas é possível distorcermos uma ilustração até ao ponto de modificarmos suas verdadeiras características, quando tentamos aplicar a todos os seguimentos dela uma intenção específica. Por esta razão, devemos contentar-nos em descobrir o ensino central da parábola e aternos a ele.
Estas cincos regras de hermenêutica não são as únicas que existem, mas são as que devemos conhecer bem, pois são as que encontraremos com maior frequência. Você verá que a aplicação delas ao estudo bíblico resultará numa interpretação acurada da mensagem divina.
"BEM-AVENTURADO o homem que não anda segundo o conselho dos ímpios, nem se detém no caminho dos pecadores, nem se assenta na roda dos escarnecedores.
Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite.
Pois será como a árvore plantada junto a ribeiros de águas, a qual dá o seu fruto no seu tempo; as suas folhas não cairão, e tudo quanto fizer prosperará." Sl 1.1-3
Bom estudo!

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Para que aproveis as coisas excelentes, para que sejais sinceros, e sem escândalo algum até ao dia de Cristo;
Cheios dos frutos de justiça, que são por Jesus Cristo, para glória e louvor de Deus.
Filipenses 1:9-11

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