COSTUMES BÍBLICOS: Gênesis e a História da Criação


Gênesis e a História da Criação


GÊNESIS E A HISTÓRIA DA CRIAÇÃO
Gênesis é uma epopéia, uma coleção de histórias grandiosas. O título significa "princípio" e este é o livro dos começos na Bíblia - o princípio do mundo e o princípio de uma nação. É importante analisar os primeiros capítulos especialmente como uma narrativa: uma história preocupada com a verdade e o significado no sentido mais profundo, uma história cujo narrador tem prazer em pintar quadros e mostrar padrões. Uma narrativa deve ser considerada no seu todo, não em pedaços. Se levarmos em conta a natureza do material, muitos "problemas" simplesmente desaparecerão. 
A formação do livro
Gênesis não tem um autor ou data de autoria definidos. Suas histórias foram contadas oralmente muito antes de serem reunidas e escritas. Muitos estudiosos acreditam que as primeiras coleções do material do AT provavelmente foram feitas na época do rei Davi ou do rei Salomão, com a possibilidade de que ainda houve algum trabalho editorial até 400 a.C.
Muitos povos antigos tinham suas próprias histórias da criação e podemos imaginar estas histórias sendo contadas e recontadas de geração em geração. Será que Moisés, com sua formação na corte egípcia, começou a escrevê-las? [Com certeza. A Bíblia é bem clara: Deuteronômio 4:44/31.24/33.4 - Lucas 24:44 - Esdras 3:2 - Estas são algumas das muitas referências bíblicas, de que foi Moisés quem escreveu os 5 primeiros livros da Bíblia, chamados de Pentateucos.].Como estes livros atingiram sua forma atual pode ser questão de debate, mas não há dúvida de que estas histórias expressam as convicções mais profundas do povo de Deus de que este mundo é obra de um Deus Criador, que é totalmente bom, e que ama e se importa com sua criação. O povo de Deus precisava defender a existência de Deus: eles o conheciam por experiência própria.
Conteúdo
O "prólogo" (caps. 1-11) passa rapidamente do mundo como Deus o criou para o mundo assim como o conhecemos. A boa criação de Deus deteriora-se progressivamente como resultado do pecado humano de rejeitar o Criador e ignorar suas advertências. Desde o início, as pessoas decidiram seguir seu próprio caminho, com resultados desastrosos.
Em seguida, ocorreu o grande dilúvio, destruindo tudo. Deus age para julgamento e também para salvação. Noé e sua família são resgatados. Há um novo começo. Porém estes capítulos terminaram com o erro de Babel: as nações são divididas e dispersas.
No cap. 12, deixa-se de lado o cenário mais amplo da história humana e a atenção se volta para um único indivíduo, Abraão, e seus descendentes. O mundo não melhorou depois de Noé, mas Deus não irá destruí-lo. Ao invés disso, Deus começa, por intermédio de uma pessoa e nação específica, a executar seu plano de "redimir" o mundo e recuperar relacionamentos rompidos.
Gênesis leva adiante essa narrativa, passando por Isaque e Jacó e culminando com a morte de José no Egito. E ainda assim a história do grandioso propósito de Deus para a humanidade mal começou. Ela continua através das páginas da Bíblia até as últimas palavras do livro de Apocalipse.
Gn 1.1-2.3 Uma boa criação
O grande drama do princípio de todas as coisas começa com Deus. A linguagem é simples, mas vívida. Ela evoca a maravilha e variedade da criação, começando com o que era sem forma e vazio e culminando numa exuberância de vida.
Mas do que isso, esse relato nos dá a chave que abre o entendimento a respeito de nós mesmos e do mundo à nossa volta. A história, ordenada e moldada num padrão lógico, deixa claro que
» a origem do mundo e da vida não foram acidentais; há um Criador, a saber, Deus;
» Deus fez tudo que existe;
» tudo que Deus fez era bom;
» em meio a toda criação maravilhosa de Deus, os seres humanos são especiais: só eles foram feitos à "semelhança" de Deus e receberam autoridade sobre as demais criaturas;
» os seis "dias" de atividade criativa de Deus, seguidos de um "dia" de descanso, estabelecem o padrão para a vida de trabalho dos seres humanos.
A criação é descrita como tendo acontecido em seis dias. 
Oito vezes Deus fala e algo novo é criado:
  • Dia 1 A luz é separada das trevas:
  • há noite
  • Dia 2 A separação dos "céus"
  • (atmosfera da terra)
  • Dia 3 Há separação entre terra e mares e começa a "produção" ou "formação": plantas e árvores
  • Dia 4 Sol, lua e estrelas
  • Dia 5 Criaturas marinhas e aves
  • Dia 6 Animais que vivem na terra
  • Pessoas
  • Dia 7 A criação está completa.
  • Deus descansa
Veja também :
Este não é um registro cronológico. As "separações" dos três primeiros dias criam os "espaços" que Deus preenche em seguida. Não nos é dito quando a criação ocorreu. Nem temos detalhes de como Deus fez surgir a terra e a vida - nem quanto tempo isto levou. O contador de histórias não compartilha as preocupações de uma era científica. Ele se preocupa com coisas mais importantes.
»Dias Estes são mais bem entendidos como um padrão escolhido como meio mais vívido de expressar a energia criativa e satisfação de Deus, a organização e majestade simples da maneira pela qual Ele criou todas as coisas.
»A "imagem" ou "semelhança" de Deus (1.27) De toda a criação, apenas o homem e a mulher são descritos como sendo criados à semelhança de Deus. É uma afirmação que separa as pessoas dos animais, colocando-as num relacionamento especial com Deus. Ele lhes dá controle sobre o mundo recém-formado e todas as suas criaturas. A "semelhanças" é tão básica á natureza humana que até a posterior decadência da humanidade _ a "Queda"_ não a destruiu. O pecado certamente a deteriorou e manchou, mas as pessoas ainda são racionais, moralmente responsáveis pelo nosso ambiente e cuidar dele de forma adequada. Podemos desfrutar de uma variedade de relacionamentos. Também temos liberdade para escolher, embora esta liberdade agora tenha uma inclinação enganosa.
Gn 2.4_3.24
A degradação
Gn 2.4-25: Homem e mulher
Se o mundo que Deus fez era bom, como ficou do jeito que é agora?
Esta segunda história, após a criação, explica tanto as coisas ruins como as boas no nosso mundo. Destaca os dois seres humanos e seu relacionamento com Deus. É significativo que agora Deus tem um nome diferente. Na primeira história era Elohim, Deus o Criador, o Altíssimo. Agora ele é Yahweh Elohim [Senhor Deus] o nome pessoal pelo qual ele pode ser conhecido (veja "Os nomes de Deus").
"No princípio, Deus criou os céus e a terra.
A terra estava sem forma e vazia; havia trevas sobre a face do abismo...
Então Deus disse:
Haja luz." Gn 1.1-3 
Em hebraico, "Adão" é tanto um nome pessoal quanto uma palavra que significa "humanidade". deus forma o primeiro ser humano e planta para ele um jardim no Éden, no Oriente. Mas nem pássaros nem animais fornecem o companheirismo de que o homem precisa, e ele não foi criado para levar uma vida solitária e auto-suficiente. Então Deus cria a mulher, que compartilha a própria natureza do homem. Aqui está a parceira ideal. "Esta, afinal, é osso dos meus ossos e carne da minha carne" exclamou Adão com alegria, dando-nos os primeiros versos de poesia da Bíblia. Esses dois foram literalmente "feitos um para o outro". Estavam nus, em perfeita transparência de um para o outro. E tudo era perfeito. Nunca mais seria assim.
Esta samambaia gigante, é apenas um exemplo do crescimento exuberante e extraordinário das plantas desde o início da criação. 
Em 2.24, o escritor reforça a idéia: o verdadeiro casamento é um relacionamento todo especial e exclusivo.
» As duas árvores O que será que significam essas imagens tão poderosas? Será que uma árvore representa a vida e a outra, o conhecimento proibido? Será que a locução "do bem e do mal" é uma expressão idiomática hebraica que significa "tudo" - todo conhecimento? Ou será que a importância real das árvores está na oportunidade que apresentam ao homem e à mulher de dizer "sim" ou "não" a Deus? Sua escolha fatal os separou da "árvore da vida". Eles serão afastados da presença de Deus. Verão a morte. Mas ainda resta uma esperança. No último livro da Bíblia, a árvore da vida aparece às margens do rio na "nova Jerusalém", onde Deus e seu povo viverão juntos novamente - e as folhas dessa árvore servem para "curar as nações" (Ap 22.2).
»Um rio(2.10) Este é um lugar real e geográfico. Embora Pisom e Giom não sejam conhecidos, os rios Tigre e Eufrates deságuam no Golfo Pérsico.
O nome Cuxe (descendente de Noé) está ligado a Babilônia em 10.8,10. Assim, a descrição pode ser de quatro rios, todos correndo na direção do golfo, com o "Éden" em algum lugar acima dele.
Gn 3: Uma escolha fatal Entra em cena a serpente - criatura de Deus, porém rebelde. De onde vem o mal neste mundo bom? A narrativa não explica. Mas claramente Deus assumiu um risco enorme ao dar a suas criaturas a liberdade de escolher. O que ocorre em seguida é um impressionante discernimento da psicologia da tentação e do pecado: a tentativa de passar adiante a culpa e, no final, a vergonha.
A serpente questiona aquilo que Deus disse, depois O chama de mentiroso.

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Filipenses 1:9-11

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