COSTUMES BÍBLICOS: Deus conosco


Deus conosco

Ora, o nascimento de Jesus Cristo foi assim: Que estando Maria, sua mãe, desposada com José, antes de se ajuntarem, achou-se ter concebido do Espírito Santo.
Então José, seu marido, como era justo, e a não queria infamar, intentou deixá-la secretamente.
E, projetando ele isto, eis que em sonho lhe apareceu um anjo do Senhor, dizendo: José, filho de Davi, não temas receber a Maria, tua mulher, porque o que nela está gerado é do Espírito Santo;
E dará à luz um filho e chamarás o seu nome JESUS; porque ele salvará o seu povo dos seus pecados.
Tudo isto aconteceu para que se cumprisse o que foi dito da parte do Senhor, pelo profeta, que diz;
Eis que a virgem conceberá, e dará à luz um filho, E chamá-lo-ão pelo nome de EMANUEL, Que traduzido é: Deus conosco.
E José, despertando do sono, fez como o anjo do Senhor lhe ordenara, e recebeu a sua mulher;
E não a conheceu até que deu à luz seu filho, o primogênito; e pôs-lhe por nome Jesus.(Mt 1:18-25)
O relato mais completo do nascimento de Jesus, em Lucas,focaliza Maria; o relato de Mateus focaliza José. Este era descendente de Davi (v.020). Jose deu/adotou Jesus (que não era seu filho), e isto fez com que Jesus oficialmente se tornasse um "filho de Davi", como as Escrituras exigiam. No v. 23, Mateus nos dá a primeira de cinco citações do AT nas caps. 1-2, cujo propósito é mostrar que Jesus cumpriu tudo que os profetas previam (veja também 2.6,15,18,23). Aqui as palavras de Isaías passam a ter novo significado: em Jesus (do hebraico "Josué", nome que significa "Deus salva"), Deus de fato está aqui conosco (o significado do nome "Emanuel"). 
»V. 18 Na sociedade judaica, os noivos se obrigavam juridicamente e um noivado só podia ser rompido mediante divórcio.
»V. 25 A implicação é que, após o nascimento de Jesus, Maria e José levaram uma vida normal de pessoas casadas (veja também 13.55-56). Jesus nasceu entre 6 e 4 a.C. Orei Herodes o Grande morreu em 4 a.C.
•O AT aponta para Jesus, em quem se cumprem todos os propósitos de Deus.
•Jesus é o Messias, "Filho de Deus" e "Filho do Homem", o Rei que Deus havia prometido.
•Jesus tanto cumpre como transforma a Lei que Deus deu a Israel através de Moisés.
•O povo de Deus, agora, são aqueles que respondem com fé à mensagem de Jesus. 
"Deus conosco" Uma das coisas mais intrigantes sobre o NT é a maneira como os autores sugerem e, vez que outra, dizem claramente que Jesus, um jovem carpinteiro de uma remota aldeia, que foi executado com seus 30 e poucos anos, também era Deus. Não simplesmente "um deus", mas Deus, o único Deus verdadeiro do AT, presente em forma humana.
Nem sempre eles dizem isso com todas as letras. O Evangelho de João começa afirmando que "a Palavra" (um título para Jesus, como fica claro no Evangelho) "era Deus", e que esta Palavra "se fez carne e habitou entre nós" (Jo 1.1,14). No fim do mesmo Evangelho, o apóstolo Tomé, que, como é sabido, se recusou, a princípio, a crer que Jesus ressuscitara dentre os mortos, aclamou-o "Senhor meu e Deus meu" (Jo 20.28).
Em algumas poucas passagens do NT, Jesus, pelo que parece, é chamado de "Deus" (p. ex. At 20.28; Rm 9.5; 2Ts 1.12; Tt 2.13; Hb 1.8; 2Pe 1.1; 1Jo 5.20), embora seja interessante que em todos estes casos, ou há dúvidas quanto à leitura correta do texto, ou as palavras gregas podem ser interpretadas de forma diferente. Aparentemente, esse tipo de linguagem ainda não vinha ao natural para os escritores.
Mas estas afirmações aparentemente diretas de que Jesus é Deus são apenas a ponta de um enorme iceberg teológico. Afinal, as pessoas que escreveram os livros NT eram judeus, pessoas que, desde a infância, aprenderam que há apenas um Deus e que falar de qualquer ser humano em termos divinos era blasfêmia. Não é de admirar que afirmações como "Jesus é Deus" não sairiam facilmente de seus lábios. Mas de muitas outras maneiras mais sutis esta convicção transparece em todas os livros do NT.
Jesus muitas vezes se designava Filho de deus, e referia-se a Deus como seu Pai num sentido todo especial (p.ex., Mt 11.25-27; 24.36). E, segundo os escritores dos Evangelhos, o próprio Deus chamou Jesus de seu Filho (Mc 1.11;9.7). Seus seguidores seguiram o mesmo caminho. Por exemplo, nos cinco breves capítulos de 1João, Jesus é chamado de Filho de Deus 22 vezes. E João afirma ter escrito o seu Evangelho para que seus leitores cressem que Jesus é o Filho de Deus (Jo 20.31).
Tal linguagem vinda de um judeu não é apenas uma forma educada de falar. Ninguém mais, em tempo algum, havia sido descrito desta forma, e ninguém mais havia ousado dirigir-se a Deus, dizendo simplesmente "Abba" (Pai), como Jesus fez (Mc 14.36). Ditos como "eu e o Pai somos um" (Jo 10.30), "quem me vê a mim vê o Pai" (Jo 14.9), e "eu estou no Pai e o Pai está em mim" (Jo 14.10-11) nos levam muito além da noção de que se pertence a Deus, que seria expressa por um adorador qualquer. Trata-se, neste caso, de um relacionamento "familiar" único; o Pai e o Filho compartilham a mesma natureza divina.
Em Lc 1.35, o título "Filho de Deus" aparecem num contexto em que se fala que Jesus nasceria de uma virgem. Embora o título não dependa do fato de Jesus ter nascido de uma virgem (afinal, João, que mais enfatiza o título, nem menciona este fato), as duas idéias se encaixam muito bem.
Às vezes, Jesus reivindicou ações que eram competência exclusiva de Deus, como perdoar pecados (Mc 2.5-12), julgar (Mt 7.21-23; 25.31-46), ou dar vida (Jo 5.25-29). Paulo e João foram ainda mais longe, ao fazerem a extraordinária afirmação de que o mundo foi criado através de Jesus - o que significa que ele deve ser mais antigo do que o universo! (Jo 1.1-4; 1Co 8.6; Cl 1.15-17). Os escritores do NT estavam tão à vontade com essa associação estreita entre Jesus e Deus que aplicaram a Jesus textos do AT que, na verdade, eram textos sobre Deus (p.ex., Rm 10.9-13; Hb 1.8-12).
Já no próprio NT há evidência de que os cristãos haviam começado a adorar Jesus e orar a ele (At 7.59; 9.10-17; 1Co 1.2; Ap 5.8-14, etc.). Paulo, escrevendo aos cristãos de fala grega na cidade de Corinto, deixou a oração "Vem, Senhor" na forma aramaica Maranata. Isto mostra que, já na metade da década de 50, se conhecia esta fórmula que foi derivada das primitivas comunidades cristãs de fala aramaica (1Co 16.22). Para nos darmos conta de quão extraordinário isto era, basta lembrar que essas pessoas eram judeus, orando a um homem que viram ser executado poucos anos antes!
Há algumas passagens no NT em que a linguagem usada para expressar a natureza divina e a autoridade de Jesus é tão exaltada que são consideradas ecos de hinos ou credos que já eram usados nos cultos de adoração da igreja. Entre elas estão Fp 2.6-11; Cl 1.15-20; Hb 1.2-3, e, é claro, Jo 1.1-18. Ler estas passagens com cuidado resulta num belo quadro que mostra como os seguidores de Jesus já tinham chegado a entender quem ela era no espaço de pouco mais de uma geração após a vida, morte e ressurreição dele. Elas afirmam que ele não era simplesmente um homem cuja vida começou em Belém nos dias de Herodes, mas aquele que era desde o princípio, que compartilhava a glória do Pai antes da fundação do mundo (Jo 17.5,24), e cuja vida na terra foi apenas uma "interrupção" temporária da sua glória celestial.
É isto que mais tarde veio a ser formulado como a "doutrina da encarnação" (que significa, literalmente, "fazer-se carne", conforme a linguagem de Jo 1.14. Ela não nos é apresentada no NT como uma doutrina bem sistematizada. Ao contrário, compartilhamos a feliz experiência dos primeiros seguidores de Jesus que eram oriundos do judaísmo e que tentaram entender o homem que haviam conhecido para, aos poucos, se darem conta de quem ele realmente era.
Mas, cada um à sua maneira, eles nos deixaram uma rica fonte para pesquisa teológica, e nos seus escritos está toda a matéria prima para a doutrina cristã plenamente desenvolvida sobre o Filho de Deus que, "por amor de nós homens e por nossa salvação, desceu dos céus, e encarnou, pelo Espírito Santo, na virgem Maria, e se fez homem".
É possível que Mateus tenha expressado essa verdade da forma mais apropriada, quando lembrou aos seus leitores que o nome Emanuel, o nome do filho da virgem, significa simplesmente "Deus conosco" (Mt 1.23).

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Filipenses 1:9-11

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