COSTUMES BÍBLICOS: CIDADES NEOTESTAMENTÁRIAS

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NAZARÉ, A CIDADE ESCOLHIDA POR DEUS

Passemos, porém, a Nazaré e tentemos descrever o que era esta humilde aldeia, escolhida por Deus para morada do Messias durante os longos anos de sua preparação para sua missão de Redentor.
Imaginemos uma meseta elevada, que é a província da Galileia. Antes de terminar repentinamente na planície de Esdrelom, as montanhas que a cobrem com variadas ondulações, últimas arestas do Líbano em direção ao sul, afastam-se e de novo se agrupam em círculo, para formar uma espécie de concha, um vale estreito, mas gracioso, que parecem proteger ciumentamente.
Neste vale, que alguns viajantes têm comparado graficamente com um ninho, é onde se oculta a cidade de Nazaré. Belém se levanta com orgulho entre duas colinas. Nazaré, pelo contrário, parece querer ocultar-se atrás de uma coroa de montanhas; está oculta de tal forma que ela é vista em que se começa a entrar na cidade. Contudo, a aldeia não está inteiramente no fundo do vale, ainda que suas últimas casas o alcancem. Estende-se em forma de anfiteatro pelas ladeiras da altura principal, chamada Neby-Sain, até o ponto em que esta começa a elevar-se rapidamente sobre o vale, alcançando uma altura de 485 metros.
Desta maneira, Nazaré se mostrava aos antigos peregrinos. A cidade está construída entre colinas de diferentes alturas, no seio do vale que elas formam. Este pequeno vale se estende de sul e sudoeste, de norte e nordeste; em vinte minutos, pode-se percorrer o seu comprimento, e em menos de dez, sua largura.
Nazaré tem uma elevação de 273 metros sobre o nível do Mediterrâneo, e de mais de cem sobre a planície de Esdrelom, que é fértil e está, comumente, bem cultivada. Seus campos e jardins gozavam, nos tempos de Jesus, de grande reputação, e no século VI o seu frescor; ou seja, o seu excelente clima, já havia sido comparado ao do Éden.
PLANÍCIE DE ESDRELOM

Vista a distância, a cidade oferece um aspecto encantador; que já devia possuir no tempo de Jesus. As casas estão dispostas em graus irregulares. Existe hoje, e sem dúvida existia na época muito mais gente agora, casinhas pobres de aspecto miserável; mas a maior parte delas era bem construída. Seus muros geralmente foram erguidos e solidamente fundamentados sobre a rocha. Às vezes, é preciso buscar em vários metros de profundidade suas sapatas, seus alicerces, como se na cidade de Jesus se quisesse realizar a formosa comparação com que ele termina o Sermão do Monte (Mt 7.24,25; Lc 6.47,48).
Era necessária esta precaução devido às impetuosas torrentes que, precipitando-se das colinas na estação das chuvas, golpeavam os edifícios com um furor terrível. O teto das casas era plano, como na maior parte da Palestina. No tempo de Jesus, as ruas de Nazaré eram estreitas, tortuosas, traçadas sem nenhuma ordem.
A população de Nazaré nunca foi numerosa. Nos primeiros séculos da era cristã, segundo Epifânio, a cidade de Jesus só estava habitada por israelitas, pois os cristãos eram proibidos de fixar sua residência ali.
ASPECTOS FÍSICOS E GEOGRÁFICOS DE NAZARÉ
Desde os tempos de Jesus, a maioria dos habitantes de Nazaré se dedica pacificamente aos trabalhos do campo. Alguns se ocupam também, e com proveito, com a horticultura. As árvores frutíferas - figueiras, laranjeiras e videiras - produzem ali ricas colheitas e adornam, com seu verdor, a cidade e seus contornos. O clima é muito ameno, e a temperatura geralmente suave, ainda que caia muito no inverno.
A noroeste da cidade, fica a antiga fonte que sempre existiu em todas as épocas de sua história, à qual, por certo, Maria deveria ir diariamente a fim de prover-se de água necessária para a família. Havia muita vida, muito movimento de manhã e da tarde em torno daquela fonte, enquanto as nazarenas, frequentemente acompanhadas de seus pequenos filhos, aguardavam a sua vez de pegar água conversando umas com as outras e trocando as informações mais recentes.
Para termos um panorama da cidade e de seus habitantes, convém subir pelas ruas localizadas na colina, sobre a qual a cidade descansa.
GELILEIA
Em um quarto de hora, chega-se ao alto do Neby-Sain, e ali que grata surpresa nos aguarda, que magnífico quadro se apresenta à nossa vista! É certamente uma das mais formosas e emocionantes paisagens que podemos ver em toda a Palestina. Aos nossos pés, estende-se graciosamente a cidade em que Jesus foi criado. Com suas casas de brancura deslumbradora, com seu solo argiloso, com suas árvores verdejantes que adornam o interior e formam um cinturão em torno dela, muito bem poderíamos compará-la com a gentil rosa branca que abre delicadamente seu cálice. Por isso, os antigos a chamavam, às vezes, de Medina Abiat, cidade branca.
Se dirigirmos para mais longe a nossa vista, que esplêndido horizonte veremos em todas as direções! Por todos os lados, vastas extensões - terrestre, aérea, marítima - atraem-nos o olhar. Por todos os lados, há vales, montanhas, cidades ou aldeias, o mar e sua imensidão. A leste, os montes de Gileade e Moabe, que dominam o lago de Tiberíades (infelizmente invisível deste lugar), e o leito do rio Jordão. Em seguida e mais próximo, o monte Tabor com seu cume em forma de cúpula, solitário e verdejante. Ao sul, a imensa planície de Jezreel com suas ondulações e aldeias (entre outras, as célebres cidades de Naim, Enor, Légio e Jezreel), limitada de leste a oeste pelo pequeno Hermom, pelas montanhas de Gilboa, pelas de Samaria (um pouco mais distantes) e pela longa e azulada cadeia do Carmelo, que penetra no mar. A oeste, as águas do Mediterrâneo, que se distinguem claramente como uma faixa de areia amarela que lhes serve de franja. Por fim, ao norte, em primeiro plano, a planície de Bufat, com as cidades de Séforis e de Caná; mais ao longe, as montanhas da alta Galileia, com Safede, a cidade que não pode ocultar-se (Mt 5.14); mais ao longe ainda, fechando o horizonte, o cume do grande Hermom, cujas neves se misturam com o azul do céu.
Que espetáculo! Quantas vezes Jesus, durante sua adolescência e juventude, não orou sobre esse altar sublime e dirigiu o seu olhar para o horizonte, para o mar, pensando nos milhões de corações e de vidas que haveriam de aceitá-lo como Salvador, que haveriam de adorá-lo, de servi-lo, de amá-lo!
ANTES DO SALVADOR, UMA CIDADE SEM HISTÓRIA
Essa humilde aldeia entregue à vida do campo, situada fora das grandes rotas de comunicação, sem história, de quem nem poeta nem historiador algum de Israel tinham falado antes do aparecimento do Salvador, é aquela que Deus quis eleger para que nela transcorresse a vida oculta de Jesus. Maravilhosamente, Nazaré se prestava a este fim da providência de Deus. Tudo ali respirava paz e sossego. Retiro, eis o seu caráter, o seu selo!
Quem teria suspeitado, antes da manifestação do Messias, que ali, em tão humilde abrigo, vivesse o Salvador do mundo? Mas a conveniência de Nazaré para o longo período da vida oculta de Jesus aparece ainda mais claramente se a considerarmos do ponto de vista político. Naquele estreito lugar, a família escapou da terrível tormenta que agitou a Judeia durante o tirano governo de Arquelau, e mais ainda depois que ele foi deposto pelos romanos, quando Quirínio, procônsul da Síria, fez ali seu segundo senso, desta vez para impor tributo em nome de Roma, pois a província estava agora sob sua direta autoridade.
Isto irritou muito os Judeus, pois eles viam nisto uma medida que indicava sua sujeição definitiva aos conquistadores pagãos, a quem eles detestavam e amaldiçoavam. Ainda que o sumo sacerdote tenha conseguido manter sobre a massa da população certa paz aparente, os mais exaltados se levantaram em rebelião, dirigida por Judas de Giscala.
O procurador Copônio sufocou, sem grande esforço, aquele começo de revolta; mas os rebeldes permaneceram agrupados, sob o nome de zelotes, prontos para preservar em qualquer conjuntura os sagrados direitos de sua nação. E, desde aquela época, o fogo ficou aceso as cinzas até que, no ano 70 d.C., explodiu a violentíssima insurreição que terminou com a ruína do governo judaico. A Galileia, onde a família de Jesus vivia quando na Judeia ocorriam os primeiros distúrbios, ficou isenta do censo de Quirínio, pois estava submetida à jurisdição de Herodes Antipas, e gozou de tranquilidade durante todo o tempo da infância à juventude do Salvador.

A cidade de Roma

A CIDADE DE ROMA
Roma fica junto ao rio Tigre, e se beneficia dos "sete montes" sobre os quais foi construída.
Algumas das estruturas mais antigas de Roma foram descobertas no monte Palatino. Antes do tempo dos imperadores, a cidade era relativamente pequena.
Aparentemente, Augusto (o primeiro Imperador) foi responsável por transformá-la numa cidade de mármore. Sem dúvida, quando se lê a respeito das realizações de Augusto, fica claro que ele transformou Roma numa capital digna do período dos romanos.
A cidade em si era enorme. Estimativas de seu tamanho podem ser obtidas a partir do número de donativos distribuídos durante o governo de Augusto: em 5 a.C. foram contemplados 320.000 membros da plebe urbana. Se forem adicionados a este números os escravos, as mulheres e as crianças, ficará claro que a cidade tinha, possivelmente, mais de um milhão de habitantes.
O coração administrativo de Roma era o fórum. Era ali que o Senado se reunia na Cúria. Numa posição mais elevada em relação ao fórum ficava um enorme templo dedicado a Júlio Céssar, que passara a ser considerado um deus.
Na verdade, havia dois outros fóruns no primeiro século d.C. (até Trajano acrescentar outro complexo).
O primeiro era um fórum iniciado por Júlio César e terminado por Augusto. Ele incluía um templo de Vênus Genetriz, a divindade de quem César acreditava que descendia a sua família.
Ao lado ficava o fórum de Augusto, dominado pelo grande templo de Marte o Vingador, que foi consagrado antes da batalha de Filipos, travada entre Augusto e Marco Antônio de um lado, e Brutus e Cássio, assassinos de César, de outro.
Para se ter uma idéia da quantidade de prédios religiosos que havia em Roma, basta lembrar que Augusto afirmou que num único ano, em 28 a.C., ele restaurou 82 templos! Um Altar da Paz, ricamente decorado, celebrava a paz, uma das grandes dádivas que o Imperador havia deixado para Roma e o Império.
O palácio do Imperador ficava no monte Palatino, acima do fórum romano. Nesse local ficava a casa de Augusto, que foi gradualmente ampliada num complexo maior no tempo de Domiciano.
Augusto permitiu que uma parte de suas propriedades fosse usada para a construção de um importante templo a Apolo; autores contemporâneos afirmaram que o Imperador se havia tornado um vizinho dos deuses.
Outros imperadores tiveram planos igualmente grandiosos. O biógrafo imperial Suetônio dá conta de que Gaio (Calígula) supostamente transformou o templo de Castor e Pólux, no fórum romano, numa entrada para o seu palácio, que ficava numa ladeira, logo atrás. Nero construiu um enorme complexo na área próxima ao futuro Coliseu. Conhecido como Casa Dourada, continha várias salas de jantar, uma estátua colossal de Nero, banhos e parques.
Esta era a cidade que Paulo pôde, finalmente, visitar. Chegou lá como prisioneiro. Anteriormente, ele escrevera uma longa carta aos cristãos da capital, muitos dos quais ele conhecia. Ali ele passaria dois anos sob custódia, depois de apelar a César para que julgasse o caso dele. Sua liberdade era limitada, mas isso não o impediu de escrever e fazer planos. Nem impedia que pessoas fossem até ele para aprender mais sobre Jesus e a nova vida que ele tem a dar.
É provável que Paulo tenha sido morto em Roma. Segundo a tradição, em Roma o apóstolo Pedro foi crucificado.
O insano Calígula (Gaio), que sucedeu o Imperador Tibério em 37 d.C., foi assassinado em 41 d.C. Depois dele veio Cláudio.



Em 69 d.C., Roma teve quatro Imperadores. Por fim as tropas optaram por Vespasiano. Foi seu filho Tito quem destruiu Jerusalém em 70 d.C. Vespasiano governou até 79 d.C. e morreu dois meses antes do Vesúvio explodir, soterrando Pompéia.

















exércitos romanos
Os exércitos de Roma não só conquistaram o Império como também mantinham a ordem em todas as suas partes.
O fórum da Roma antiga.
No centro fica o templo
de Castor e Pólux: à esquerda,
o templo de Vesta; ao fundo,
o arco da vitória do Imperador
Tito e o Coliseu. 
À direita fica o monte Palatino.









Jerusalém na época do Novo Testamento


Jerusalém na época do Novo Testamento
No mundo judaico da época de Jesus, nenhuma cidade se igualava a Jerusalém. Judeus da Galiléia e de todos os países da diáspora faziam peregrinações regulares à "Cidade Santa", subindo para as três festas principais e pagando o imposto anual do templo. Durante 100 anos ( 163--63 a.C.) os judeus tiveram soberania sobre Jerusalém, mas no período do NT a cidade estava sob controle romano.
Nessa época, a cidade já não era mais a pequena "Sião" dos tempos do rei Davi (agora a Cidade Baixa). Havia se expandido, incluindo a abastada Cidade Alta, a Oeste, e (mais recentemente) os subúrbios que ficavam ao Norte. Entretanto, o complexo do Templo ainda ocupava um quinto da cidade. Sobranceira ao Templo, a fortaleza Antônia abrigava os soldados romanos - sempre prontos para suprimir qualquer revolta (veja At 21.31-40 e "O Templo de Herodes").
Havia uma ponte sobre o vale do Tiropeão, permitindo acesso direto ao Templo para pessoas vindas da Cidade Alta (uma área que incluía a casa de Caifás, a casa de João Marcos e o palácio de Herodes). Ao norte do Templo ficava o tanque de Betesda com os seus cinco pórticos (Jo 5.2). Ao Sul, a escadaria, que era o acesso normal ao templo (Lc 2.22-38). Mais para o Sul ainda, ficava o antigo tanque de Siloé (Jo 9.7).
Ao contrário dos atuais muros turcos da Cidade Antiga (a linha pontilhada vinho no mapa), o muro norte (o "segundo muro", construído por Herodes, o Grande) provavelmente tinha um traçado irregular.
Embora Jesus tenha sido, com certeza, crucificado fora dos muros da cidade de então, é bem possível que o local tradicional dentro da cidade atual esteja correto. Alguns anos depois esse local foi cercado pelo "terceiro muro", construído por Herodes Agripa l (41-44 d.C.).
Está claro que Jesus fez várias visitas a Jerusalém (Lc 2.22-51; 10.38-42; 13.34; confira Jo 2.13; 7.14), mas a visita final foi o clímax do seu ministério.

Os principais locais na época do NT são:

1 Templo de Herodes
2 Vale do Cedrom
3 Monte das Oliveiras
4 Jardim de Getsêmani
5 Fortaleza Antônia
6 Tanque de Betesda
7 Tanque de Siloé
8 Vale do Hinom
9 Palácio de Herodes
10 Gólgota ("Lugar da caveira", local tradicional da crucificação)
11 [Calvário de Gordon]
12 Cidade de Davi
13 [Muro Oriental (das lamentações)] 
A atual Jerusalém, vista do monte das Oliveiras. Além do vale do Cedrom fica antiga área do Templo.(FOTO)
Ele falou aos seus discípulos o que isso envolveria: "um profeta não deve ser morto fora de Jerusalém" (Lc 13.33; compare Mc 8.31).
Mas alguns tinham outras expectativas. Será que Jesus introduziria o "reino de Deus" (Lc 19.11)? Se ele realmente era o Messias, construiria um novo Templo purificado? Será que expulsaria as autoridades romanas?
Jesus cumpriria algumas dessas esperanças de maneira inesperada, mas também tinha o seu próprio programa: desafiar os líderes de Israel, afirmar o reinado de Deus e a sua própria autoridade sobre o Templo, pronunciar palavras solenes de juízo, revelar a sua própria identidade, e também trazer para o povo de Deus um resgate de grande alcance (ou um novo "êxodo"; confira Lc 9.31, onde se fala da "partida" de Jesus - no grego, êxodo").
Este conflito de prioridades ficou claramente visível quando Jesus entrou na cidade (Lc 19.37-46). Inspiradas pela visão panorâmica que se tinha do monte das Oliveiras (acima), as multidões receberam Jesus como Rei de Sião (embora, para ser exato, o próprio Deus fosse seu verdadeiro Rei: Is 52.7). Mas Jesus chorou, por saber o que em breve aconteceria com Jerusalém e seu Templo: "Não deixarão em ti pedra sobre pedra, porque não reconheceste a oportunidade da tua visitação" (Lc 19.44).
Jerusalém estava perdendo a sua grande oportunidade: o Filho de Deus entrando na Cidade de Deus. Não é de admirar que a entrada dele no Templo trouxe comoção!
Depois disso, Jesus ensinou as multidões no Templo diariamente (Lc 20.1-47), mas foi no monte das Oliveiras que ele deu aos discípulos mais detalhes sobre a destruição de Jerusalém (Mc 13). E foi ali, no Getsêmani, um olival ao sopé do monte, que orou antes de ser preso.
No dia seguinte, depois de ser julgado por Pilatos no palácio de Herodes, Jesus foi levado para fora , pela porta de Genate, para ser crucificado.
Esses eventos dramáticos, que culminaram com a ressurreição de Jesus do lado de fora dos muros, afetou a maneira como os escritores do NT passaram a ver Jerusalém: a "cidade santa" se tornara o lugar da crucificação do Messias.
Eles ainda eram leais à cidade (p.ex., 1Co 16.1-9; At 21.17), mas Paulo concluiu que a cidade terrena, ao contrário da "Jerusalém lá de cima", estava "em escravidão com seus filhos" (Gl 4.25-26; veja Ap 11.9; 21.2). Hb 13.12-14 resume essa nova forma de pensar: "Por isso Jesus também morreu fora da cidade de Jerusalém para, com o seu próprio sangue, purificar o povo dos seus pecados. Portanto, vamos para perto de Jesus, fora do acampamento, e soframos a mesma desonra que ele sofreu. Porque neste mundo não temos nenhuma cidade que dure para sempre; pelo contrário, procuramos a cidade que virá depois".
A destruição da cidade e do seu Templo, em 70 d.C., confirmou para os cristãos este seu novo ponto de vista sobre Jerusalém, indicando que, com a vinda de Jesus à cidade, os propósitos de Deus haviam entrado num novo e decisivo estágio.

LEIA MAIS:

JESUS A CAMINHO DE JERUSALÉM

A cidade de Éfeso

A cidade de Éfeso era um porto muito importante na foz do rio Caister, na província romana da Ásia (onde hoje fica a região oeste da Turquia). Hoje o rio está assoreado e os restos arqueológicos ficam a certa distância do mar.
Originalmente, Éfeso havia sido uma cidade grega, e um de seus principais santuários era o grande templo de Ártemis, uma das sete maravilhas do Mundo Antigo, que ficava fora do perímetro urbano. Um lendário rei Creso foi, supostamente, um benfeitor do templo, que foi queimado em 356 a.C. e subsequentemente reconstruído.
No período helenista, Éfeso fazia parte do reino dos Atalidas, que acabaria sendo entregue aos romanos, em 133 a.C. Mais tarde, a cidade veio a ser o centro administrativo da província, sobrepujando Pérgamo, a antiga capital real.
Ártemis - Diana
 para os romanos -
deusa de Éfeso antiga 
A bela fachada da Biblioteca
de Celso foi cuidadosamente
restaurada. Ela era um dos 
vários prédios magníficos
 da Éfeso antiga.
Templo de Ártemis 















A cidade como tal foi construída nas encostas dos montes Coresso e Piom. Atualmente, o que mais se destaca no local é o enorme teatro que fica de frente para o antigo porto e o mar. Construído originalmente no período helenista, esse teatro foi ampliado durante o governo de Cláudio, e tinha capacidade para 24.000 pessoas. Foi ao teatro que uma multidão furiosa arrastou dois dos companheiros de Paulo, quando os ourives causaram um tumulto por causa dos prejuízos no comércio de imagens de Ártemis (Diana, para os romanos), decorrentes da pregação de Paulo.
Perto dali ficava a ágora comercial (ou o mercado, equivalente ao fórum romano), também esta foi desenvolvida no período romano, especialmente durante o governo de Augusto.
Ao norte do teatro ficava o estádio que, aparentemente, foi desenvolvido no tempo de Nero.
Os prédios políticos da cidade ficavam na ágora superior do Estado, e nestes se incluíam salas onde o conselho e grupos menores podiam se reunir. Entre os dois prédios políticos principais havia sido construído um templo duplo, muito provavelmente dedicado à adoração da deusa Roma - a personificação da cidade de Roma - e de Júlio César. No centro desse espaço aberto ficava o templo para o divino Augusto.
Paulo passou dois anos em Éfeso, ensinando, primeiro na sinagoga, depois na escola de Tirano, e o evangelho se espalhou dali para toda a província. Da prisão, ele escreveu uma carta circular para Éfeso e as igrejas da região. Outra carta, em Ap 2, escrita alguns anos depois, chamou os cristãos efésios de volta ao amor com que amavam a Cristo no princípio, isto é, quando ouviram o evangelho pela primeira vez. Igualmente a carta conhecida como 1Timóteo foi escrita e enviada para Éfeso, onde Timóteo era o líder em exercício da Igreja.
A praça principal.
 Por trás das colunas
à direita ficavam os
prédios públicos e o odeão. 
O Caminho Arcadiano,
em Éfeso, vai do porto
(há muito tempo assoreado)
 até o teatro 
















Entrada para a cidade de Éfeso,
saindo de Izmir 
A rua principal conhecida de Éfeso 
como Caminho de Curetes













Teatro de Éfeso 


A cidade de Corinto

A cidade de Corinto
A cidade antiga de Corinto ficava numa das mais importantes encruzilhadas da região do Mediterrâneo. Ficava num lugar estratégico no istmo de Corinto, que liga o continente grego ao Peloponeso.
Essa faixa estreita de terra separa o leste do Mediterrâneo do mar Adriático (e, por conseguinte, da Itália e da parte oeste do Mediterrâneo). Uma rota direta através dela evita uma viagem potencialmente perigosa ao redor do sul do Peloponeso e do cabo Malea. Uma estrada pavimentada foi construída por volta de 600 a.C. para ajudar a transportar cargas de um lado para o outro. (Bem mais tarde, quando o imperador romano Nero visitou a Grécia, em 67 d.C., ele deu início a um grande projeto de abrir um canal através do istmo, mas esse projeto não foi concluído naquela época.)
A cidade grega de Corinto foi destruída pelos romanos em 146 a.C. Ela ficou em ruínas durante o século seguinte, e a cidade vizinha de Sikyon assumiu a responsabilidade pelos Jogos Ístmicos. estes eram um dos quatro grandes jogos pan-helênicos em que os gregos podiam competir, sendo que os outros centros ficavam em Olímpia, Delfos e Nemea.
Em 44 a.C., a cidade foi reinaugurada por Júlio César como colônia romana. Foi-lhe dado um estilo romano através do uso da arquitetura romana, ao invés de grega, para a construção de seus prédios e espaços públicos.
A maior parte das inscrições públicas do primeiro século de vida da colônia está em latim ao invés de grego, refletindo a identidade cultural da cidade. Esses textos indicam a forma como, a exemplo do que ocorria em outras cidades romanas, indivíduos abastados expressavam sua generosidade, doando prédios e outras construções para o benefício da colônia.
Um exemplo bem conhecido foi a doação de uma praça ao lado do teatro, em meados do primeiro século d.C., feita por Erasto, um edil (magistrado romano) da cidade. Um homem com o mesmo nome, descrito como "tesoureiro da cidade", aparece na epístola de Paulo aos Romanos (16.23), escrita em Corinto.

Corinto continuou sendo uma cidade importante durante todo o período romano, com seus dois complexos portuários de Cencréia, no golfo Sarônico oriental, e Lequeo, no golfo de Corinto. Ela era o centro administrativo da província da Acaia, que abrangia o Peloponeso e a maior parte do Sul do continente grego.
Como resultado disso, a moda entre a elite social de outras cidades da província era exercer a magistratura em Corinto. Por exemplo, encontramos membros da família espartana de Euríclides assumindo papel de liderança e se tornando benfeitores da cidade de Corinto.
Sendo o centro de uma província romana, com facilidade de comunicação com o leste do Mediterrâneo e com a própria Itália, era natural que Corinto se tornasse foco do ministério de Paulo.
Esta escultura do Imperador
romano Augusto,
vestindo uma toga,
 vem de Corinto.
Ela nos lembra
quão romana era
essa cidade cosmopolita. 
Em sua primeira visita, ele ficou 18 meses na cidade. Esta visita pode ser datada com razoável precisão, porque foi nesse período que Paulo foi levado perante Gálio, governador da Acaia. Há um registro sobre o governo de Gálio numa inscrição de Delfos que pode ser datada de 51 ou 52 d.C.
Paulo escreveu, no mínimo, duas cartas à igreja de Corinto, e sua Carta aos Romanos aparentemente foi escrita em Corinto, pois inclui saudações de membros da igreja coríntia. (Veja também: Problemas de natureza sexual na igreja de Corinto.)
Escavações realizadas por membros da Escola Americana de Estudos Clássicos revelaram indícios de uma variedade de práticas religiosas na cidade. Maiores detalhes a respeito dessas religiões nos vêm de inscrições e dos relatos de autores que escreveram no período romano.
O geógrafos Estrabão, que escreveu durante o reinado do Imperador Augusto, comentou que, na sua época, o templo de Afrodite, no Acrocorinto (um monte com mais de 500 m de altura, que se destaca na paisagem da cidade), não passava de uma modesta construção. As grandes construções do período helenista desapareceram quando os romanos saquearam a cidade.
Afrodite era uma divindade muito importante para Júlio César e seu filho adotivo, o Imperador Augusto, que alegavam serem descendentes da deusa Vênus, o nome romano de Afrodite.
Uma inscrição (foto ao lado) no calçamento de Corinto, feita originalmente com letras de bronze, dá conta de que a obra foi paga pelo magistrado da cidade que se chamava Erasto (ele estava honrando suas promessas na campanha eleitoral!). Paulo cita um tesoureiro da cidade com esse nome. 

A cidade de Atenas

musa grega
A intensa vida cultural das cidades gregas é representada por esta escultura de uma musa tocando uma cítara.
A CIDADE DE ATENAS
No século 5 a.C., Atenas havia sido uma das principais cidades da Grécia antiga, tendo controlado um vasto Império. Na época do líder político Péricles, foram realizadas várias obras na cidade, incluindo a construção do Parthenon, do Erecteion, e da Propilaia, que ainda se destacam na paisagem da cidade moderna.
A cidade de Atenas foi saqueada pelo general romano Sula, em 86 a.C., e a partir daquele momento passou a ser uma cidade provinciana relativamente insignificante. Corinto, e não Atenas, passaria a ser a capital administrativa da província romana da Acaia.
Em épocas posteriores, Atenas recebeu favores de romanos famosos (inclusive Júlio César, que doou um novo mercado), talvez como gestos de boa vontade para com uma cidade que sofrera nas mãos dos romanos.
No entanto, o passado glorioso de Atenas continuava a atrair benfeitores que financiavam a construção de seus prédios públicos. O Imperador Augusto construiu um templo - hoje destruído - para si mesmo e para a deusa Roma na acrópole de Atenas, junto ao Parthenon.

A ágora, principal praça pública, era o local onde ficavam os prédios políticos da cidade de Atenas. Augusto ampliou o mercado iniciado por Júlio César, seu pai adotivo. A ágora era cercada de todos os lados por longas colunatas ou pórticos, alguns dos quais foram doados à cidade por benfeitores.
deusa Atena

Quando Paulo chegou a Atenas, ele "se revoltava em face da idolatria dominante na cidade". Sua reação foi debater com todos, pregando "Jesus e a ressurreição", para surpresa de alguns que pensavam que se tratava de mais dois deuses!
Paulo acabaria proferindo um discurso formal diante do concílio do Areópago, colocando a sua mensagem numa forma que levava em conta a história, a literatura e as crenças religiosas dos atenienses (veja "Boas Novas! - dos primeiros cristãos").
A cidade de Atenas, dedicada à deusa grega Atena, é dominada pelas ruínas do antigo Parthenon e o complexo de templos que ali se encontrava. Uma colossal estátua de bronze que representava a deusa havia sido dedicada na acrópole no século 5 a.C. A ponta da lança podia ser vista do mar. Na época de Paulo, Atenas era tão famosa por sua universidade quanto pelos seus templos.

O Partenon ou Partenão (em grego antigo: Παρθενών, transl. Parthenōn; em grego moderno Παρθενώνας, transl. Parthenónas) foi um templo dedicado à deusa grega Atena, construído no século V a.C. na Acrópole de Atenas, na Grécia Antiga,













Ágora





A Stoa com a sua colunata
(um presente do rei Atalo, de Pérgamo)
foi reconstruída junto a uma das laterais
da grande praça pública (ágora),
que era o coração da antiga cidade Atenas.
Foi aqui que Paulo debateu
com o concílio do Areópago.

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