COSTUMES BÍBLICOS: O NOVO TESTAMENTO

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Interpretando o Novo Testamento

"Ao terminar sua refeição em um restaurante chinês, a filha de sete anos de idade abriu o seu biscoito da sorte e leu: 'Mantenha seus pés no chão mesmo que seus inimigos o lisonjeiem'. Com muita curiosidade, ela perguntou o que isto queria dizer. Seu pai lhe explicou a frase: 'Manter os pés no chão' é uma expressão (na verdade, uma expressão idiomática) que significa ter um entendimento realista de suas próprias ideias, ações e decisões. Ela olhou para ele, mais confusa do que nunca, e disse: 'Mas eu ainda preciso manter os meus pés no chão, certo'? Ela não entendia como as expressões idiomáticas funcionavam. Ela ainda imaginava que existira um significado mais "literal". As pessoas podem equivocar-se com a Bíblia da mesma forma. Um exemplo é João 17.12 onde Judas é chamado de "filho da perdição". Será que isto significa que o pai de Judas era chamado de "Destruição"? Não, isto é uma expressão idiomática no Novo Testamento que se refere ao caráter ou ao destino de alguém. Então, João 17.12 significa que Judas está destinado à destruição. Quando lemos a Bíblia temos de perguntar: O que o autor original estava querendo comunicar?

A IMPORTÂNCIA DA INTERPRETAÇÃO CORRETA

Grande parte da Bíblia pode ser interpretada literalmente sem nenhum problema. Entretanto, a abordagem descrita neste capítulo, a abordagem histórico-gramatical, é uma forma muito melhor de abordar a Escritura. Isto é, os leitores da Bíblia precisam entender a gramática e o contexto histórico do texto a fim de entender corretamente e aplicar com confiança qualquer passagem.
Em 2 Timóteo 2.15, o apóstolo Paulo disse: Procura apresentar-te a deus aprovado, como obreiro que não tem de que se envergonhar, que maneja bem a palavra da verdade. Paulo manda Timóteo ser diligente, uma palavra que se refere a examinar completamente tudo o que você fizer. Timóteo é instruído a ser diligente em ensinar e lidar com a Escritura. Os céticos já disseram: "Você pode fazer a Bíblia dizer qualquer coisa que queira". Será este o princípio para interpretar-se a Palavra de Deus? Não! Então, quais são os passos para entender-se a Bíblia? Como os cristãos podem aplicar para a vida deles hoje a passagem de um livro que foi concluído há quase dois mil anos? estas perguntas e outras serão respondidas neste capítulo.
Um conceito mandatório que precisa ser assimilado é que a Bíblia não pode ser lida adequadamente sem ser interpretada. Toda palavra lida recebe uma definição. Cada sentença é entendida em relação às sentenças que a acompanham. Essas decisões sobre o significado, que geralmente acontecem subconscientemente, são de fato interpretações porque as pessoas filtram o que leem de acordo com suas pressuposições. Cada leitor é influenciado por sua visão do mundo, das doutrinas, tradições, criação, e cultura. As pessoas não simplesmente leem e entendem, porque quando uma declaração é lida, ela é interpretada. A questão não é se os cristãos devem interpretar a Bíblia (porque todos o fazem); a questão é se os cristãos interpretam a Bíblia corretamente.

OS CONCEITOS PARA A INTERPRETAÇÃO

Dois conceitos universais para ter em mente ao ler sua Bíblia são: (1) contexto e (2) regra de interpretação. Com estes dois conceitos em sua "caixa de ferramentas interpretativas" você se resguardará das interpretações retrógradas ou mesmos heréticas.

Contexto

Há dois tipos de contexto quando interpretamos a Escritura: (1) o contexto literário, que se refere às palavras, sentenças e parágrafos próximos; e (2) o contexto histórico, que se refere à situação cultural e histórica do autor e do público alvo original. Por exemplo, o contexto literário de João 3.16 é: (1) o parágrafo (Jo 3.16-21), (2) o discurso (Jo 3.1-21), (3) a seção do Evangelho de João em que o mesmo se encontra (Jo 1.19--4.54), e (4) todo o Evangelho de João. Você poderia visualizar isto assim:
O contexto histórico inclui a cultura, a língua, os costumes, o período de tempo, a situação e o pacto do autor original e dos leitores. Muitos recursos adicionais estão disponíveis para ajudá-lo a entender o contexto histórico.
O refrão "o contexto é o tudo" deveria ser repetido até que ressoasse em sua mente. Nenhum princípio de interpretação da Bíblia é mais importante do que o contexto. A maioria dos erros de interpretação pode ser resolvida estudando-se o contexto mais cuidadosamente. O velho adágio: "você pode fazer a Bíblia dizer qualquer coisa que quiser que ela diga" só é verdadeiro se você ignorar o contexto literário. A forma mais comum em que isto se dá é na prova textual.
A prova textual inadequada é uma praga que impede a boa interpretação. Prova textual se refere à citação de um versículo da Bíblia sem preocupação com o contexto literário. Às vezes a prova textual é feita corretamente. Por exemplo, se um pregador afirmasse que "qualquer que crer em Jesus terá a vida eterna. como diz em João 3.16", ele estaria fazendo uma prova textual de João 3.16. Já que a afirmação está correta, este é um exemplo de prova textual adequada. Esta prática se torna perigosa se alguém não conhece o contexto literário da passagem. Mas, suponha que um jogador de futebol diga: "Eu sei que Deus me ajudará a ser o melhor jogador de futebol porque Filipenses 4.13 diz que eu posso tudo naquele que me fortalece". O contexto de Filipenses é de ser fortalecido pela perseguição. Em Filipenses 1.27-29, Paulo diz:
Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer vá e vos veja, quer esteja ausente, ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho. E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas, para vós, de salvação, e isto de Deus. Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele.
Estes versículos retratam os filipenses sofrendo perseguições. Isto não deveria ser nenhuma surpresa já que Paulo fora preso e açoitado quando estava em Filipos (veja At 16) e estava na prisão quando escreveu esta carta. Enquanto que muitos indicadores comprovam este argumento, no versículo imediatamente anterior ao versículo 4.13, Paulo descreve alguns sofrimentos pelos quais havia passado. Após este versículo 13, Paulo menciona a sua "aflição". Todas estas pistas contextuais indicam que Paulo não estava fazendo uma declaração generalizada de que Deus ajudaria os cristãos a fazer qualquer coisa que quisessem.

A analogia da fé

Uma popular confissão de fé resume bem este conceito: "A infalível regra de interpretação é que a Escritura interpreta a si mesma: e, portanto, quando há um questionamento sobre o verdadeiro e pleno sentido de qualquer parte da Escritura (que não é múltipla, mas única), ela deve ser pesquisada e conhecida em outros lugares que falam mais claramente" (The Westminster Confession of Faith, chap.1,IX). A primeira declaração explica que a Escritura deve ser usada para interpretar a Escritura. A Bíblia nunca irá contradizer a Bíblia. Além disto, cada texto tem apenas uma interpretação correta, porém aplicações. Quando um versículo não estivar claro, deve-se procurar entender este versículo pela leitura dos versículos do mesmo tópico que estejam mais claros. Por exemplo, Hebreus 6.1-6 geralmente é citado como uma passagem que demonstra que alguém pode ser salvo e depois perder a salvação. Esses versículos são difíceis de entender por si sós: Será que eles estão descrevendo os cristãos, ou apenas aqueles que aparentam ser cristãos? As descrições parecem tão positivas (eles foram iluminados, experimentaram do dom celestial, foram companheiros com o Espírito Santo etc.), mas o texto não diz explicitamente que eles são de fato cristãos. Já que esta é uma passagem obscura, uma comparação com outras passagens que tratam deste assunto será necessária para um esclarecimento. Ler João 6.39; 10.28,29; e 1João 2.19, passagens que são muito mais claras sobre esta questão, ajudará esclarecer o significado de Hebreus 6.1-6.

CONSIDERAÇÕES SOBRE A INTERPRETAÇÃO

Interpretar uma passagem da Bíblia envolve uma leitura consciente do texto. Os leitores cuidadosos irão querer ler uma passagem repetidas vezes, meticulosamente, descobrindo como cada sentença e cada parágrafo acrescentam ao significado da passagem que estão estudando. Uma leitura rápida da passagem reforçará a crença anterior dos leitores sobre a mesma. Mas quando eles se engajam em um exame mais profundo,diligentemente estudando a Palavra de Deus, irão verdadeiramente poder entender a Sua Palavra e conhecer a Deus mais intimamente.
Observando as partes de uma passagem bíblica
Tanto os detalhes quanto o quadro geral da passagem devem ser analisados. O processo começa com a observação. Anote o maior número de observações possíveis sobre a passagem. Howard Hendricks já dizia: "A caneta é uma alavanca mental". Os leitores conscientes descobrirão que existem observações demais para serem lembradas se não forem anotadas. Portanto, anote-as para que você possa observá-las mais tarde. Você precisa completar este simples passo, a observação, antes de poder interpretar ou aplicar a passagem. O pastor e autor inglês John Stott disse:
Procurar a mensagem contemporânea [de uma passagem] sem primeiro lutar com o seu significado é experimentar um atalho proibido. Isto desonra a Deus (ignorando o Seu caminho escolhido para revelar a si mesmo em contextos culturais específicos), isto desvirtua o uso de Sua Palavra (tratando-a como um almanaque ou um livro de poções mágicas) e isto desvia o Seu povo (confundindo-os sobre como interpretar as Escrituras).
Quais são os meios que os observadores cuidadosos da Palavra de Deus devem usar para ler a Bíblia? Aqui está o mapa para a leitura de frases e parágrafos.

O lugar da observação na interpretação

A citação de John Stott enfatiza a importância de entender-se o significado da passagem para o público alvo original antes de entender o significado contemporâneo. Os três conceitos-chave são a observação, a interpretação e a aplicação. A ordem para estes conceitos são da maior importância. Se os leitores alterarem a ordem, eles correm o perigo de interpretar erroneamente a passagem. Primeiro, observe a passagem usando algumas das categorias discutidas abaixo. Segundo, interprete a passagem, que significa descobrir o que ela significava para o público original. Terceiro, aplique a passagem à situação contemporânea.
Observando as frases
Existe uma diferença entre frase e versículo. Alguns versículos possuem múltiplas frases. Algumas frases abrangem vários versículos. Há "sete coisas" que devem ser observadas na leitura das frases. Esta não é uma lista exaustiva, mas um meio de se começar a ler as sentenças mais atentamente.
  1. Repetição: Uma forma de o autor enfatizar um ponto importante é repetir uma palavra ou frase várias vezes. Por exemplo, João 1.9,10 diz: Ali estava a luz verdadeira, que alumia a todo homem que vem ao mundo, estava no mundo, e o mundo foi feito por ele e o mundo não o conheceu. João usou a palavra mundo quatro vezes em dois versículos. Então, ao observar o texto, anote: "A palavra mundo foi usada quatro vezes em dois versículos". Não se preocupe com a razão ou implicação desta observação; simplesmente faça a observação. 
  2. Contraste: O uso das palavras: "mas, ao contrário" e porém" significa um contraste. Paulo diz em Romanos 6.14: Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Quando você ver a palavra "mas" não se esqueça de anotar que os dois itens estão sendo contrastados. Em Romanos 6.14, "não estais debaixo da lei" e "debaixo da graça" estão sendo contrastados. 
  3. Comparações e metáforas: A descrição de Lucas sobre Jesus em Lucas 22.44 é um bom exemplo: E, estando em agonia, orava mais intensamente. E aconteceu que o seu suor se tornou como gotas de sangue caindo sobre a terra (ARA). Sermões têm sido pregados descrevendo o processo de hematidrose em relação a este versículo. Sem negar a condição médica em que pequenos vasos sanguíneos se rompem perto das glândulas sudoríparas e o sangue sai por essas glândulas, reconheça que Lucas 22.44 apenas diz que o suor de Jesus era "como" gotas de sangue". Isto significa que havia um relacionamento entre o Seu suor e as gotas de sangue. Parece mais provável que o relacionamento fosse sobre o tamanho das gotas de suor, e não sobre a cor. 
  4. Causa e efeito: Estude Romanos 12.2 e tente descobrir os relacionamentos de causa e efeito: E não vos conformeis com este mundo, mas transformai-vos pela renovação do vosso entendimento, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus. A primeira causa é uma mente renovada e o efeito é a transformação. A segunda causa é a transformação e o efeito é a capacidade de discernir a vontade de Deus. 
  5. Conjunções: Romanos 12.1 começa assim: Portanto, meus irmãos, por causa da grande misericórdia divina, peço que vocês se ofereçam completamente a Deus como um sacrifício vivo, dedicado ao seu serviço e agradável a ele. Esta é a verdadeira adoração que vocês devem oferecer a Deus (NTLH). Este versículo começa com "portanto", o que deveria levar o leitor observador a perguntar: "Por que o autor diz portanto"? Isto se refere ao fundamento sobre o qual Paulo irá ensinar em Romanos 12--16, que é todo o texto de Romanos 1--11. 
  6. Verbos: Os verbos são onde as ações acontecem. Isto é verdadeiro em todo o Novo Testamento, mas especialmente nas epístolas. Além de simplesmente notar o verbo, também tente decidir se o verbo está na ativa ou na passiva. Um verbo na ativa ocorre quando o sujeito da oração está praticando a ação. Na oração "Eu chutei a bola", o sujeito (Eu) está praticando uma ação (chutar). Portanto, "bater" é um verbo na ativa. Na oração "Eu fui golpeado pela bola", o sujeito (Eu) não praticou a ação de golpear, mas recebeu a ação. Quando o sujeito recebe a ação, verbo está na passiva. Veja Efésios 1.11: nele, digo, em quem também fomos feitos herança, havendo sido predestinados conforme o propósito daquele que faz todas as coisas, segundo o conselho da sua vontade. "Havendo sido predestinados" está na voz passiva. Os cristãos foram passivos em receber a ação da predestinação. O verbo na ativa tem como sujeito Aquele que faz todas as coisas. Deus é o agente ativo, e os cristãos são os passivos. Lembrem-se de que você só está fazendo observações. Não pule prematuramente para a aplicação ou teologia. As pessoas devem treinar fazer observações e permitir que o texto fale por si mesmo.7. 
  7. Pronomes: Às vezes é difícil decifrar todos os pronomes em um texto bíblico, e muitas vezes os leitores não lhes dão valor. Sempre anote a quem o sobre quem o pronome está referindo-se. Leia Filipenses 1.27-30 e identifique a quem todos os pronomes se referem: Somente deveis portar-vos dignamente conforme o evangelho de Cristo, para que, quer [eu] vá e vos veja, quer esteja ausente,[eu] ouça acerca de vós que estais num mesmo espírito, combatendo juntamente com o mesmo ânimo pela fé do evangelho. E em nada vos espanteis dos que resistem, o que para eles, na verdade, é indício de perdição, mas para vós de salvação, e isto de Deus. Porque a vós vos foi concedido, em relação a Cristo, não somente crer nele, como também padecer por ele, tendo o mesmo combate que já em mim tendes visto e agora ouvis estar em mim. Aqui estão os pronomes de cada versículo e as suas definições:
VERSÍCULO
DEFINIÇÃO
Versículo 27
Eu = Paulo
Vos = os filipenses
Eu = Paulo
Vós = os filipenses
Versículo 28
Eles = os oponentes
Vós = os filipenses
Versículo 29
Vós = os filipenses
Nele = Cristo
Ele = Cristo
Versículo 30
Mim = Paulo
Mim = Paulo

Embora esta passagem tenha sido bem simples, algumas passagens do Novo Testamento são mais confusas. 
Observando os parágrafos
Há cinco itens aos quais se devem atentar ao observar os parágrafos. estes podem ser um pouco mais difíceis porque você tem de levar em consideração uma maior seção de material.
  1. Do geral para o específico: Às vezes um escritor da Bíblia introduz algo usando termos "gerais", e depois, ele fornece um exemplo específico. Por exemplo, Paulo exorta o seu público em Efésios 4.1: Rogo-vos, pois eu, o preso do Senhor, que andeis como é digno da vocação com que fostes chamados. Este é um princípio genérico que eles devem seguir. Porém, no versículo seguinte, ele fornece quatro exemplos específicos: sejam humildes, gentis, pacientes e aceitem uns aos outros em amor. Estas quatro são maneiras específicas pelas quais viverem obedientemente ao mandamento geral. 
  2. Diálogo: Em João 21.15, Jesus faz uma a Pedro. O diálogo se alterna entre Jesus e Pedro (Jo 21.15-19). É importante reconhecer quem está falando. O autor escolheu retratar os eventos usando o diálogo. Muitas vezes João Batista está dizendo algo, mas alguns pregadores atribuem as palavras a Jesus (cf. Jo 3.27-30). Certifique-se de observar quem está falando! 
  3. Pergunta e resposta: em Romanos 6.1, Paulo diz: Que diremos, pois? Permaneceremos no pecado, para que a graça seja mais abundante? Paulo espera que os seus leitores pensem sobre esta pergunta. Então ele propôs a questão e depois ofereceu a resposta no versículo seguinte: De modo nenhum! 
  4. Meios: Um elemento importante em muitas passagens é a comunicação de como algo aconteceu. Ao fazer isto, o autor está fornecendo os meios. Em Efésios 2.13, Paulo diz: Mas, agora, em Cristo Jesus, vós, que antes estáveis longe, já pelo sangue de Cristo chegastes perto. O meio, ou o instrumento que trouxe aqueles que estavam separados de Deus para perto dele é o "sangue de Cristo". Mateus descreve Jesus expulsando demônios, em Mateus 8.16, dizendo que Ele os expulsou com "uma palavra". A "palavra" de Jesus foi o instrumento ou o meio que expulsou os demônios. 
  5. Propósito: As declarações de propósito são vitalmente importante para a compreensão das passagens do Novo Testamento. Efésios 2.8,9 é uma das passagens mais conhecidas do Novo Testamento: Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isso não vem de vós; é dom de Deus. Não vem das obras, para que ninguém se glorie. Entretanto, Paulo dá um propósito para a salvação trazida pela graça de Deus no versículo 10 (ênfase acrescentada): Poque somos feitura sua, criados em Cristo Jesus para as boas obras, as quais Deus preparou para que andássemos nelas. O propósito é que aqueles que receberam a graça de Deus devem andar nas boas obras que Deus preparou para que eles praticassem. As palavras "para que" comunicam o conceito do propósito neste versículo. 

INTERPRETAÇÃO E GÊNERO

Antes que os leitores habilitados possam interpretar um texto, eles devem considerar as regras de interpretação que se aplicam àquele texto. essas regras serão conhecidas pela compreensão do gênero da passagem que está sendo lida. Quando elas são levadas em consideração, é possível encontrar com segurança o princípio teológico que existe na base da passagem. Isso irá ajudar significadamente o processo de aplicação do texto na vida da pessoa.
Considerando o gênero
O que é gênero? O gênero se refere ao tipo de literatura. Encontramos diferentes gêneros (tipos de literatura) todos os dias. Fomos treinados para interpretá-los ou podemos logicamente deduzir como usá-los. Por exemplo, o modo como lemos um jornal depende da seção que estamos lendo. Se estivermos na seção de esportes, imaginamos que estamos recebendo os fatos sobre os eventos esportivos. Se estivermos lendo a primeira página de um jornal e encontrarmos uma história sobre um gato conversando com um cachorro, ficaremos compreensivelmente confusos. Mas se lermos a história do gato conversando com o cachorro na seção cômica, saberemos que a realidade é suspensa para este gênero de literatura e não pararemos para nos perguntar: "Espere aí! Isto é impossível! Gatos e cães não falam!" Não fazemos isto porque entendemos como gênero dos cômicos funciona. Infelizmente, a Bíblia foi escrita em gênero antigos com os quais a maioria das pessoas hoje não está familiarizada. Portanto, familiarizar-se com esses gêneros antigos e com as regras de interpretação deles ajudará bastante na leitura correta dos mesmos.

O gênero do Evangelho

Os primeiros quatro livros do Novo Testamento são os evangelhos: Mateus, Marcos, Lucas e João. Os evangelhos devem ser abordados diferentemente das cartas e da poesia porque possuem diferentes regras de interpretação. Os quatro evangelhos são biografias da vida de Jesus de Nazaré. Entretanto, são biografias antigas, enão modernas. Qual a diferença?
Primeiro, as biografias antigas não davam muito detalhes sobre a vida inteira de uma pessoa. Por exemplo, se alguém escrevesse uma biografia da vida de Brad Pitt, ela provavelmente incluiria alguma informação sobre o seu nascimento em Oklahoma e sua criação em Missouri. Mas se esse livro pulasse grande parte de sua infância e juventude, e ainda pulasse o seu casamento com Jennifer Aniston, e, em vez disso se concentrasse em seu relacionamento com Angelina Jolie, o mesmo seria considerado (pelos padrões modernos) um relato inadequado de sua vida. As biografias antigas muitas vezes propositalmente se concentravam em um período da vida de alguém, em vez de cobrir igualmente toda a vida da pessoa. Comparando os quatro evangelhos, note como o nascimento de Jesus foi discutido somente em dois deles (Mateus e Lucas) e a Sua infância apenas em um evangelho (Lucas), mas a Sua vida adulta, a partir dos 30 anos de idade é o ponto focal de todos os quatro evangelhos, particularmente a última semana da Sua vida.
Segundo, as biografias não eram necessariamente cronológicas. Se a biografia de Brad Pitt anteriormente mencionada discutisse seus filmes fora de ordem (não cronologicamente), isto iria, novamente, ser considerado problemático pelos padrões modernos. Porém, embora as biografias antigas pudessem ser cronológicas, não se exigia que o fossem. Lucas diz que ele escreveu "ordenadamente" (Lc 1.3), contando que a palavra "ordenadamente" poderia referir-se a uma ordem cronológica, geográfica ou lógica.
Fazer as perguntas certas sobre a passagem que está sendo lida é uma das chaves para a boa interpretação. Há duas perguntas fundamentais a serem feitas ao lermos os evangelhos: 91) O que esta história comunica sobre Jesus? (2) Qual é o ponto primordial desta passagem? Ao tentar responder estas perguntas, tenha em mente as considerações a seguir.
  1. Contexto histórico: Quando alguém lê o Evangelho de João, há dois cenários a serem considerados: o cenário histórico original de Jesus e o cenário da Igreja de quando João escreveu (c.90 d.C.). Então, quando Jesus está falando para os Seus discípulos, para as multidões ou para os fariseus, lembre-se de que nenhum deles está por aqui atualmente. Reconheça que a plateia original das palavras de Jesus não existe mais. Por exemplo, quando Jesus lavou os pés dos discípulos, aqueles do cenário original sabiam que a lavagem dos pés só era feita pelos escravos gentios. Os pés sempre eram lavados por alguém inferior. Jesus estava virando as normas sociais de cabeça para baixo. Este contexto original na época em que as palavras de Jesus foram faladas não é necessariamente o mesmo contexto do público do Evangelho de João quando ele escreveu o evangelho cerca de 50 anos mais tarde. 
  2. Contexto literário: O contexto literário, que é o contexto imediato e mais abrangente da passagem, é superior a todos os outros fatores da interpretação. Às vezes os leitores se preocupam em comparar um evangelho com outro. Embora não seja errado comparar os evangelhos,certifique-se de permitir que a mensagem de Mateus fale por si mesma e que as pressuposições não sufoquem o significado de Mateus ao compará-lo com Marcos. Uma maneira de enfatizar o contexto literário é ler as histórias antes e depois da passagem a ser estudada para ver se um tema semelhante está presente. Por exemplo, João 2.1-11 parece apresentar Jesus oferecendo algo maior do que o judaísmo, quer seja uma lei superior ou uma purificação superior. João 2.12-25 apresenta Jesus como o novo centro de adoração. A conexão destas duas histórias mostra que João está tentando provar para o seu público que aquilo que Jesus estava oferecendo era superior ao que o judaísmo oferecia. Outra maneira de enfatizar o contexto literário é examinando como o caráter se desenvolve na história ou como a percepção de alguém sobre Jesus se multiplica (ou não se multiplica). Rastreando-se o caráter de Pedro pelo Evangelho de Marcos revelará que em certos momentos o entendimento de Pedro parece crescer e se desenvolver (cf.Mc 8.29) e em outros instantes o seu entendimento é deficiente (cf.Mc 8.32,33). Os autores podem usar diferentes ferramentas literárias: diálogo, repetição, ironia, desentendimento, contraste, e símbolos. A ironia é um contraste sutil entre o que é afirmado e o que é sugerido. Por exemplo, é irônico em Mateus 16.2,3 que os fariseus e os saduceus saibam como interpretar os céus, mas não sabiam como interpretar "os sinais dos tempos" (Mt 16.3), algo que é muito mais importante. O desentendimento é enfatizado frequentemente nos evangelhos de Marcos e de João. Ao ler João 3.1-10, Nicodemos não está entendendo o que Jesus está tentando comunicar. Note o contraste em João 3 e 4; existem diferenças entre o próspero Nicodemos e uma pobre mulher cujo nome não é citado. Uma ferramenta literária final é o uso da linguagem simbólica. Quando Jesus diz: Eu sou a videira verdadeira (Jo 15.1), Ele não quer dizer que é uma árvore de ramos longos que se espalham pelo chão. Ele está usando uma linguagem simbólica para expressar o relacionamento íntimo que Ele tem com o Pai. 
  3. Descrição versus prescrição: Além do contexto, a diferença entre descrição e prescrição pode ser o princípio mais importante para a interpretação dos evangelhos. Tudo nos evangelhos está descrevendo alguma coisa. O autor poderia estar descrevendo a situação geográfica para uma das mensagens de JESUS (cf Mc 6.39) ou descrevendo as palavras que Ele dissi. Porém, uma ordem dada por Jesus a alguém nos evangelhos não é diretamente uma ordem para os cristãos hoje. em Mateus 8.1-4, Jesus curou um homem que tinha uma doença de pele. Depois, Jesus lhe deu uma ordem no versículo quatro: Olha, não o digas a alguém mas vai mostra-te ao sacerdote e apresenta a oferta que Moisés determinou, para lhes servir de testemunho. Se tudo o que estiver descrito nos evangelhos for automaticamente um mandamento (i.e, uma prescrição) para os cristão de hoje então: (1) Nunca diga para ninguém se voce for curado de uma enfermidade. (2) Vá apresentar-se ao sacerdote (que poderia ser o pastor nos dias de hoje). (3) Obedeça aos mandamentos de Moisés em Levítico 14, que inclui trazer dois pássaros limpos, dois cordeiros, e uma ovelha para o "sacerdote". Este é um exemplo onde uma ordem (uma prescrição) dada nos evangelhos não é o mesmo que uma ordem direta para hoje. Lembre-se de que todas as ordens de Jesus foram dadas a um povo que vivia debaixo do concerto antigo (cf Hb 8.6-8). Mesmo assim, Mateus escreveu estas palavras nos anos 60 d.C. para a Igreja primitiva, que estava debaixo do novo concreto. Os evangelhos são relevantes para os cristãos hoje, mas, lembra-se do cenario original da vida de Jesus e do cenário da Igreja ajuda o leitor entender como equilibrar a descrição e a prescrição. Ao mesmo tempo, só porque "a descrição não é igual à prescrição", isto não significa que algo descrito nunca seja mandamento. Se um elemento descritivo for repetido vezes após vezes e for sempre retratado positivamente, então, ele poderá assumir uma força prescritiva. Há três passos para se decidir se uma descrição é um mandamento para os cristãos de hoje. Primeiro procure na passagem indícios sobre o que o autor está tentando comunicar, incluindo a história na narrativa dele. Segundo, examine o livro inteiro observando as conotações positivas negativas Terceiro, analise o contexto específico no livro que inclua a história. 

Narrativa histórica

A narrativa história do livro de Atos dos apóstolos é semelhante ao gênero dos evangelhos, mas existem fatores adicionais a serem considerados. atos foi escrito sobre um período de transição do judaísmo sob a antiga aliança para a era da igreja enter Atos 8 e 15. muitas das histórias inclusas em atos foram contadas por Lucas, não porque fossem normativas, mas porque não são normativas. Ele não incluiu as histórias normais corriqueiras que aconteciam durante aquele período, mas as histórias que eram extraordinárias.
ao aplicar os princípios de descrição versus prescrição a Atos dos apóstolos, muitos temas poderiam ser considerados mandamentos para os cristãos de hoje. O tema mais proeminente é o de missionária de Paulo e Barnabé quando foram enviados pela igreja de Antioquia. a maioria dos capítulos seguintes continua descrevendo a atividade missionária de Paulo. O tema de Paulo é sair intencionalmente para propagar o evangelho é repentino frequentemente. Portanto, um leitor com discernimento deverá enxergar que Lucas está tentando comunicar a necessidade da Igreja envolver-se na atividade missionária.
Parábolas e a Conclusão deste estudo⇨⇨⇨⇨ (Acesse para lê aqui: Parábolas)

Cartas

As cartas no Novo Testamento tinham a intenção de serem substitutas autorizadas dos autores que não podiam estar presentes para falar com destinatários face a face. Quando a igreja da Galácia uma carta de Paulo, sem dúvida, eles viam aquela carta como as palavras do próprio apóstolo. Já que eles não tinham mensagens de texto, e-mails, ou telefones celulares, era muito mais difícil comunicar-se de uma longa distância naquela época em relação a hoje. Portanto, as cartas forneciam uma oportunidade de comunicar-se sem estar presente pessoalmente.
O princípio fundamental para lembrar-se ao interpretar as cartas é que elas eram ocasionais. Isto significa que o autor está tratando de uma situação ou assunto específico ao escrever a carta. Por exemplo, quando Paulo escreve aos Filipenses, ele está tratando da preocupação que os filipenses tiveram quando ouviram que Paulo estava na prisão e que Epafrodito, a quem haviam enviado para ministrar a Paulo, estava enfermo. Esta foi a ocasião para que Paulo escrevesse aos Filipenses e deve ser mantida em mente quando se interpreta a carta.
Já que as cartas foram escritas para tratar de situações diferentes, às vezes parecem contradizer uma à outra. Entretanto, uma melhor perspectiva seria que o autor esteja procurando tratar das situações individualmente. Por exemplo, a igreja da Galácia lutava com certa forma de legalismo. Portanto, Paulo enfatizava a liberdade deles em cristo (cf Gl 2.4; 5.1,13). Os coríntios estavam deleitando-se em sua liberdade. Portanto, Paulo enfatizava a obediência para temperar seus extremos imorais.


Gálatas
1 Coríntios
Problemas
Lutavam com o legalismo
Deleitava-se na liberdade
Solução
Enfatizou a liberdade em Cristo
Enfatizou a obediência

PRINCÍPIOS E APLICAÇÃO

Para se aplicar uma passagem da Escritura adequadamente, ela deve ser interpretada corretamente. Uma vez que ela tenha sido lida cuidadosamente, todas as observações possíveis tenham sido anotadas, e o contexto e o gênero tenham sido levados em consideração, então a passagem está pronta para ser interpretada. A chave aqui é reiniciar o texto em termos que sejam menos temporais. O exemplo seguinte deverá ajudar.
O princípio básico de Filipenses 4.13 não é uma declaração generalizada de que Deus capacitará os cristãos a fazerem qualquer coisa que tentarem realizar. Em vez disto, dentro deste contexto de lutas e tribulações, os cristãos podem descobrir que Deus os capacitará a perseverá nos tempos difíceis e que precisam depender dele para suas necessidades materiais e físicas. Richard Melick diz: "Muitos que aplicam erroneamente este versículo saem da vontade de Deus para a vida deles. Eles esperam cobrir as suas ações por uma promessa generalizada de poder, mas o poder vem dentro da vontade de Deus".
Se um grupo de cristãos está ministrando fielmente nos subúrbios da cidade e sofrendo com suas necessidades, eles devem lembrar-se de confiar em Deus e depender do poder dele para sustentá-los. A desonestidade não é a resposta. A autossuficiência não é a resposta. A resposta é lançar-se pela fé nas misericórdias de Deus.

NÃO ESQUEÇA QUE: 
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Parábolas e a Conclusão deste estudo⇨⇨⇨⇨ (Acesse para lê aqui: Parábolas)

Como o Novo Testamento chegou até nós

Foto:O mais antigo saltério cóptico completo.
A história de como o Novo Testamento foi escrito, copiado e traduzido é um tópico importante que tem um impacto no fundamento da fé do cristianismo. Este capítulo responde às seguintes questões: Como o Novo Testamento chegou até nós? Quem decidiu que livros seriam incluídos? Por que alguns textos antigos não foram incluídos? Por que existem tantas traduções?

A ESCRITA DO NOVO TESTAMENTO
O Novo Testamento consiste de 27 livros que foram escritos aproximadamente entre os anos de 45 d.C. e 100 d.C. Alguns autores escreveram seus próprios livros, enquanto outros tipicamente ditaram o conteúdo de uma carta ou narrativa para um assistente ou escriba, Este assistente escrevia o que era ditado,e o autor então verificava a exatidão do documento. Aparentemente, Paulo manuscreveu algumas de suas primeiras cartas (Gl 6.11) e editou as posteriores, acrescentando sua saudação manuscrita para autenticá-las (Cl 4.18; 2Ts 3.17; veja também 1Pe 4.12). Os livros do Novo Testamento foram escritos em pergaminhos e em folhas de papiro. Estes livros inicialmente circularam independentemente, e não como uma coleção. Talvez os pregadores itinerantes, como o apóstolo Mateus, permaneceram na casa de algum cristão rico que tivesse uma biblioteca e um escravo servindo de escriba pessoal.  Mateus pode ter permitido que um escriba copiasse o seu evangelho. Dessa forma, o Evangelho de Mateus circulava amplamente enquanto ele viajava de igreja em igreja. Paulo instruiu que algumas de suas cartas fossem circuladas (Cl 4.16). Não sabemos se acarta original (chamada de autógrafo) circulou pelas diversas igrejas ou se os escribas fizeram cópias para que fossem circuladas. De qualquer forma, as cópias foram finalmente reunidas em coleção. Aparentemente, havia coleções das cartas de Paulo (1 Pe 3.16). Elas foram copiadas em códices que eram semelhantes aos livros modernos, com as páginas costuradas para formar uma encadernação.
Códice
Rolos Judaicos
Desta forma, os documentos ficavam mais fáceis de ler. os rolos de couro, ou pergaminhos, eram difíceis de ler porque o livro todo tinha de ser desenrolado para encontrar-se uma passagem. E também, as folhas de papiro se rasgavam se fossem enroladas como um pergaminho; portanto, as folhas de papiro passaram a ser costuradas, formando um livro. Em latim, a coleção de códices era chamada de Ta Bibla, a mesma que usamos para designar a nossa Bíblia. Mas a forma de códice forçou a tomada de algumas decisões, porém nenhuma mais importante do que esta: Que livros deveriam ser incluídos?

O CÂNON
Preparando o caminho para o Novo Testamento.
Vários fatores necessitam ser considerados quando se fala da formação do cânon. O cânon se refere a uma lista permanente de livros autorizados reconhecidos como as Escrituras. A formação do cânon do Antigo Testamento, que não será discutida detalhadamente aqui, (você pode ler sobre o Cânon do Antigo Testamento, AQUI), deu à Igreja a ideia de formar o cânon do Novo Testamento. Alguns eruditos atribuem a compilação dos 39 livros do Antigo Testamento até Esdras. Lembre-se de que os cinco primeiros livros do AT haviam sido agrupados formando o Pentateuco. Outros estudiosos dizem que o Antigo Testamento foi agrupado em um cânon quando a Septuaginta foi traduzida do hebraico para o grego. Portanto, o conceito de cânon seria familiar aos autores do Novo Testamento e aos cristãos judeus em geral.
Deus "inspirou" o texto da Escritura de forma que os autores escreveram a Palavra sem erros. Deus escolheu três línguas para a Sua auto - revelação. Primeiro, o Antigo Testamento foi escrito em hebraico, uma estrutura linguística que refletia os judeus. De todas as linguagens semíticas, ela é simples, solitária e direta. O hebraico é tão lindo em suas palavras descritivas quanto é engenhoso em suas expressões idiomáticas. Algumas partes de Daniel e de Esdras foram escritas em outra língua semítica, o aramaico. O Novo Testamento foi escrito em grego.
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O grego do Novo Testamento era diferente do grego clássico dos filósofos. Entretanto, nas escavações arqueológicas se tem descoberto milhares de pergaminhos da "língua grega comum", verificando que Deus escolheu a linguagem do povo comum (grego koinê) para comunicar a Sua revelação. Deus escolheu uma língua expressiva para comunicar as minuciosas cores e interpretações da Sua doutrina.
Ainda outros sentem que Deus preparou os gregos com sua língua intrigante, permitiu que eles conquistassem o mundo, usou-os para influenciar sua própria língua como a "língua universal do comércio", e, depois, inspirou os homens de Deus a escrever o Novo Testamento em grego comum para o povo comum, que era parte da nova formação da Igreja. Isto tornou a Palavra de Deus imediatamente acessível a todos. Se a Bíblia tivesse sido escrita em grego literário ou em uma "língua especial do Espírito Santo", o cristianismo teria uma barreira de linguagem para alcançar o povo comum.
Não temos os manuscritos originais ou "autógrafos" de nenhum livro da Bíblia. Estes ficaram perdidos, principalmente durante a perseguição da Igreja Primitiva. Os imperadores romanos pressentiam que se conseguissem destruir a literatura da Igreja, eles poderiam eliminar o cristianismo. Outros se perderam pelo uso e desgaste. O fato de algumas igrejas primitivas não manterem os autógrafos, mas fazerem cópias e usá-la demonstra que elas estavam mais preocupadas com a mensagem do que com o veículo da mensagem. Deus, em Sua sabedoria, permitiu que os manuscritos originais desaparecessem. Assim como as relíquias da Terra Santa, eles teriam sido venerados e adorados. Certamente a "bibliolatria" (a adoração à Bíblia) teria substituído a adoração a Deus.
Embora alguns possam ter dificuldade com a ideia de não terem os manuscritos originais, os estudiosos que trabalham com documentos não bíblicos da antiguidade geralmente também não têm acesso a esses originais. Ao se considerar a evidência do manuscrito, deve-se lembrar de que existem cerca de cinco mil manuscritos gregos e, adicionalmente, 13 mil cópias manuscritas de porções do Novo Testamento. Isto não inclui oito mil cópias da Vulgata Latina e mais de mil cópias de outras versões mais antigas da Bíblia. Estes números se tornam ainda mais significantes quando comparados com estatísticas similares de outros escritos antigos.
Motivos para o cânon
Alguns escritores argumentam que os cristãos não discutiram um cânon para os livros do Novo Testamento até séculos depois da vida de Jesus. Entretanto, por causa da presença do herege Marcião (falecido c. 160), isto é improvável. Marcião era um bispo da igreja que tinha uma visão negativa do Deus no Antigo Testamento e tinha um cânon bastante reduzido do Novo Testamento, consistindo apenas do Evangelho de Lucas e dez das cartas de Paulo. Entretanto, mesmos estes foram editados para remover o máximo da influência judaica possível. A Igreja excluiu Marcião e prontamente rejeitou seus ensinamentos e cânon.
Outro movimento herege, o gnosticismo, desenvolveu-se no segundo século. Em geral, este grupo acreditava que a salvação era encontrada em obter-se um "conhecimento especial". Os gnósticos tinham as suas próprias escritas para defenderem suas crenças e práticas. Incluídos em seus escritos havia falsos evangelhos (por exemplo, o evangelho de Tomé). Os gnósticos e Marcião levantaram a questão de que livros seriam genuínos e autorizados para os cristãos. Metzger conclui: "Sobretudo, o papel desempenhado pelos gnósticos no desenvolvimento do cânon foi principalmente o de provocar uma reação entre os membros da Grande Igreja, de forma a determinar ainda mais  claramente quais livros e epístolas transmitiam o verdadeiro ensinamento dos evangelhos.
Os principais critérios para a canonicidade
O processo pelo qual o cânon foi formado é bem complicado. Entretanto, alguns oferecem os seguintes três testes para que um livro fosse considerado como parte do cânon: (1) apostolicidade, (2) regra de fé, e (3) consenso. Existem também outras listas que determinam a canonicidade.
O teste da apostolicidade significa que o livro deve ter sido escrito por um apóstolo ou por alguém associado a um apóstolo. Quando aplicado ao Novo Testamento, a maioria dos livros automaticamente se enquadra nessa exigência (aqueles escritos por Mateus, João, Paulo e Pedro). Marcos e Lucas foram ambos companheiros de Paulo. Tiago era meio-irmão de Jesus, e Judas é o apóstolo, ou é o meio-irmão de Jesus. O único livro que tem muita dificuldade com este critério é o de Hebreus. Muitos na Igreja primitiva acreditavam que Paulo escrevera o livro de Hebreus, mas vários estudiosos do Novo Testamento hoje sugerem que o mesmo tenha sido escrito por Lucas. Se não sabemos quem escreveu o livro, como podemos anexá-lo ao cânon? Em Hebreus 13.23a lemos: Quero que saibam que o nosso irmão Timóteo foi posto em liberdade. Quem quer que seja este autor, esta referência o coloca no círculo paulino.
Fragmento de uma passagem de Êxodo da
Septuaginta, a tradução grega da
 Escritura hebraica.

A regra de fé se refere à conformidade entre o livro e a ortodoxia. A ortodoxia se refere à "doutrina correta". Portanto, o documento tinha de ser consistente com a verdade cristã como o padrão que era reconhecido pelas igrejas cristãs (ex.: em Corinto, Éfeso, Filipos etc.). Se um documento apoiasse ensinamentos heréticos, o mesmo era rejeitado.
Finalmente, o consenso se refere ao amplo e contínuo uso de um documento pelas igrejas. No princípio, faltava um acordo completo, não porque um livro em particular fosse questionado, mas porque nem todos os livros eram universalmente conhecidos. Entretanto, os livros que estavam incluídos tinham ampla aceitação. Porque o Espírito Santo assoprou a Sua vida em um livro pelo processo da inspiração (2 Tm 3.16), o Espírito Santo que habita nos fiéis individualmente (1 Co 6.19,20) e o Espírito Santo que habitava nas igrejas (1 Co 3.16) produzia um conceito unificado de que certo livro tinha a autoridade de Deus.
Aplicando-se esses critérios aos livros contidos no Novo Testamento, e àqueles que foram deixados de fora, mostra-se a consistência do cânon, assim como foi repassado. Alguns "evangelhos" foram encontrados recentemente, e levantaram um grande alvoroço, como o evangelho de Tomé e o evangelho de Judas. Por que estes evangelhos não são considerados autorizados para os cristãos? Primeiro, esses evangelhos não podem definitivamente ser vinculados aos apóstolos, embora eles sejam mencionados nos títulos. Segundo, alguns ensinamentos heréticos em cada documento contradizem aos ensinos da Escritura. Terceiro, nenhum desses documentos foi usado universalmente ou continuamente pela Igreja. Portanto, cada um deles é desaprovado em todos os três critérios.
O argumento lógico
O argumento a priori declara que Deus protegeria a reunião dos livros em um cânon porque Ele havia originalmente escrito cada livro. O argumento é baseado na seguinte premissa: (1) Deus tinha uma mensagem que Ele queria revelar ao homem. (2) Deus escolheu um número múltiplo de autores que escreveriam a mensagem para que outros entendessem. (3) Deus sabia que a Sua revelação seria atacada externamente. (4) Deus sabia que os destinatários da Sua Sua revelação não eram eruditos, mas pessoas comuns de circunstâncias medianas. (5) Portanto, podia esperar-se que Deus pessoalmente garantisse o conteúdo (a revelação), a exatidão das palavras (a inspiração), e a compilação das diferentes mensagens de todos os Seus mensageiros em uma coerente unidade (cânon). Dessa forma a mensagem seria transmitida às futuras gerações (inerrância) de modo a não haver corrupção, alteração, subtração nem acréscimo à Palavra de Deus!
Amém!

DIREÇÃO e OBJETOS da oração

 DIREÇÃO E OBJETOS DA ORAÇÃO
E quanto à direção e aos objetos da oração?
A quem devemos orar? Ao Pai? Ao Filho? Ao Espírito? A regra básica do Novo Testamento é essa: a oração deve ser feita ao Pai, por meio do Espírito, no nome de Jesus (veja Rm 8.15,16,26,27).
É claro que isso não significa que somos proibidos de orar a Jesus, pois Estevão e outros de fato fizeram isso (At 7.59). A afirmação acima simplesmente define a norma de direcionamento da oração.
O objeto da oração.
Por quem devemos orar?
Por nós mesmos.
Nas Escrituras, o servo de Abraão, Pedro e o ladrão que estava morrendo oraram por si mesmos. A primeira oração foi por orientação, a segunda para sobreviver ao afogamento, e a terceira por salvação.
  1. O servo de Abraão (Gn 24.12).
  2. Pedro (Mt 14.30).
  3. O ladrão que estava morrendo (Lc 23.42).
À primeira vista, isso parece ser a coisa mais egoísta, isto é, começar orando por nós mesmos. Mas, não o é. o motivo disso é que devemos pedir frequentemente a Deus que faça a Sua obra em nós, para que Ele possa, dessa forma, realizar a obra por meio de  nós. Confissão pessoal, geralmente, deve preceder à intercessão eficaz.
Uns pelos outros (Rm 1.9; Tg 5.16).
Pelos pastores.
O apóstolo Paulo solicitou que os crentes de efésios e de colossenses orassem por ele (Ef 6.19,20; Cl 4.3).
Por crentes doentes (Tg 5.14,15).
Por governantes (1Tm 2.1-3).
Como é fácil (e pecaminoso) criticar líderes sem lembrar-se de orar por eles.
Por nossos inimigos (Mt 5.44; Lc 6.28; At 7.59,60).
Por meio do sofrimento, Jó percebeu a bênção que resultou da oração por seus falsos amigos. E o SENHOR acrescentou a Jó outro tanto em dobro a tudo quando dantes possuía (Jó 42.10). Por Israel (Sl 122.6; Is 62.6,7). Por todos os homens (veja 1 Tm 2.1).
E quando às posições de oração e ao tempo de oração?
Posição
Em pé (sugeria por Jesus) (Mc 11.25).
Sentado (feita por Davi) (1 Cr 17.16; veja 1 Cr 17.16-27).
Curvado (Moisés) (Êx 34.8).
Deitado (Davi) (Sl 6.6).
De mãos levantadas (Davi) (Sl 28.2).
De rosto no chão (Jesus) (Mt 26.39).
De joelhos
  1.  Salomão (1 Rs 8.54).
  2.  Daniel (Dn 6.10).
  3.  Jesus (Lc 22.41).
  4.  Paulo (At 20.36).
De rosto entre os joelhos (Elias) (1 Rs 18.42).
Conclusão: em relação à verdadeira oração, não é a posição do corpo, mas a condição do coração que conta! (Veja Formas de orar, p. 637)
Tempo.
Várias faixas horárias para oração podem ser encontradas na Bíblia.
  1. De manhã cedo (Mc 1.35).
  2. Ao meio-dia (Sl 55.17).
  3. À tarde (At 3.1).
  4. À noite (Sl 141.2).
  5. À meia-noite (At 16.25).
Conclusão: oração pode e deve ser feita a qualquer momento, em todo o tempo!
Quais são alguns dos impedimentos à oração?
  1. Pecado conhecido (Sl 66.18).
  2. Falta de sinceridade (Mt 6.5).
  3. Motivação carnais (Tg 4.3).
  4. Descrença (Tg 1.5,6).
  5. Atividade satânica (Dn 10.10-13). Em certas ocasiões, o Deus soberano, por um curto período de tempo, pode permitir a interferência satânica para bloquear a fila de oração do crente. Normalmente, a finalidade disso é testar e purificar Seu filho, assim como ilustram tão vividamente o livro de Jó e o décimo capítulo do livro de Daniel.
  6. Problemas domésticos (1Pe 3.7). Este escritor é o único que percebeu que, quando surge uma discussão súbita entre pastor e esposa ou líder de igreja e esposa, geralmente, ocorre a caminho da igreja? Isso, certamente, não é por acaso. Se o inimigo puder causar até mesmo um pequeno problema doméstico, então, o sermão, a lição de escola dominical ou o louvor que se planejou não cumprirá com o propósito almejado por Deus.
  7. Orgulho (Lc 18.10-14).
  8. Roubar a Deus (Ml 3.8-10).
  9. Recusar-se a ajudar os necessitados (Pv 21.13; 1Jo 3.16,17).
  10. Recusar-se a submeter-se ao ensinamento bíblico (Pv 28.9; veja também Pv 1.24-31; Zc 7.11-14).
  11. Recusar-se a perdoar ou ser perdoado (Mt 5.23,24; 6.12,14).
Quais são alguns dos problemas associados à oração?
  1. Sentimentos (Sl 43.5; 77.9,10).
  2. Orações desperdiçadas (orar pelo sexo de um filho que ainda não nasceu etc.).
  3. Orações de exigências (Sl 106.15).
  4. Deixar de aceitar formas secundárias (recusar auxílio médico quando estiver doente etc.).
  5. Deixar de fazer a nossa parte (1Rs 18.30-37). Um exemplo clássico de alguém que faz a sua parte e cuja oração foi respondida é o do profeta Elias. Depois de consertar um altar quebrado, cavar uma trincheira e enchê-la de água, juntar madeira e preparar um sacrifício animal, ele clamou a Deus: conforme a tua palavra fiz todas estas coisas. Deus, então, respondeu a oração enviando fogo do céu.
  6. Oração insuficiente (Mt 7.7,8; Mc 9.29).
  7. A percepção de que os pedidos de oração, geralmente, envolvem a ação de terceiros. Ex.: uma mãe aflita pode orar avidamente pela salvação do seu filho desviado, mas o filho deve ir para Jesus por vontade própria. Deus não irá forçá-lo contra a vontade dele.
Quais são algumas das abordagens práticas para a oração?
  1. Andar enquanto ora.
  2. Orar em voz alta.
  3. Escrever suas orações.
  4. Cantar. a) Exemplos nas Escrituras (Êx 15.1,21; Jz 5.3; 2Cr 20.22; Ed 3.11; Sl 30.4; 66.4; 135.3; 147.7; Is 12.5; At 16.25; Ef 5.19; Cl 3.16; Ap 5.9; 14.3; 15.3). b) Exemplos em hinos (adquira um livro de cânticos e cante louvores a Deus).
  5. Ler (os Salmos) (Sl 103.; 139; etc.).
  6. Jejuar (três tipos). 1) Abstinência sexual (1Co 7.5). 2) Abstinência de sono (2Co 6.4; 11.27). 3) Abstinência de alimentos (Êx 24.18; Mt 4.2).
  7. Agradecer. 1. Pela existência de Deus (1Rs 18.26-39). 2. Pela soberania de Deus (Rm 8.28). 3. Pelas obras de criação de Deus (Ap 4.11). 4. Pelas obras de redenção de Deus (Ap 5.9).
  8. Concentrar-se. 1. Em Deus (Sl 62.5). 2. Na Palavra de Deus (Sl 1.1,2). 3. Nas obras de Deus (Sl 72.12). 4. Na fidelidade de Deus (Sl 103.2; 143.5; Lm 3.21-23). 5. Em coisas saudáveis (Fp 4.8).
  9. Oração em cooperação (Mt 18.19).
  10. Oração preventiva ("Senhor, livra-me do pecado hoje").
  11. Oração planejada (quando lhe for pedido para orar em público, planeje a oração). Como assim, planejar a oração? Isso não é carnal? Não se deve apenas abrir a boca e dizer o que vier à mente? Talvez, mas imagine: você foi escolhido como orador de um grupo de pessoas que agendou uma reunião com o presidente dos Estados Unidos a fim de discutir assuntos importantes. Pergunta: você passaria um tempo, antes de entrar no salão oval, para preparar sua apresentação? É certo que sim. Como é importante planejar a sua oração como orador da congregação quando você estiver diante do Rei dos reis!

O que é o Novo Testamento?

O QUE É O NOVO TESTAMENTO?
O Novo Testamento, como o Antigo, é uma coleção de livros. São 27 livros e cartas escritos num período de cerca de 50 anos, em estilos diferentes, por vários autores.
A história do AT abrange um período de cerca de 2.000 anos. Já a história do NT se passa num período de cerca de 100 anos, o primeiro século depois de Cristo, a época do Império Romano.
O AT conta a história de muitas pessoas, mas essencialmente é a história do povo de Israel. O NT destaca uma pessoa em especial, alguém que era membro daquele mesmo povo: Yeshua, o Messias
Todas as versões do Novo Testamento em língua portuguesa apresentam sua mensagem em uma estrutura linguística, cultural e teológica gentílica-cristã.
Ainda que o evangelho seja de origem judaica, ele não existe só para os judeus, mas também para os gentios. O próprio Novo Testamento deixa isso muito claro; (Rm 1.16; 3.29,30; 10.12) portanto, é apropriado que sua mensagem seja comunicada aos gentios para lhes impor o mínimo possível de outra bagagem cultural. (1Co 9.19-23) E esta abordagem tem sido bem-sucedida: milhões de gentios depositaram sua confiança no Deus de Abraão, Isaque e Jacó, e no Messias judeu, Yeshua.
Você não sabia? O Novo Testamento é um livro judaico. Entretanto, chegou o tempo de restaurar a judaicidade do Novo Testamento. Pois o Novo Testamento é, de fato, um livro judaico - escrito por judeus, que trata majoritariamente de judeus e que tem, por público-alvo, judeus e gentios. É correto adaptar um livro judeu para a melhor apreciação dos gentios, mas não ao preço de suprimir sua judaicidade inerente. Existe comunidades evangelísticas que consideram judeus e cristãos incompatíveis e completamente dissociados.
Entretanto, essa separação não pode existir. A figura central do Novo Testamento - Yeshua, o Messias - era um judeu nascido de judeus em Beit-Lechem (Belém de Judá), que cresceu entre os judeus em Natzeret (Nazaré da Galileia/Galil), ministrou aos judeus na Galil (Galileia), morreu e ressuscitou na capital judaica, Yerushalayim (Jerusalém) - tudo isso em Eretz-Yisra'el (Terra de Israel), a terra dada por Deus ao povo judeu. Além disso, Yeshua (Jesus) ainda é judeu, porque está vivo, e em nenhum lugar a Escritura afirma ou sugere que ele tenha cessado de ser judeu. Seus 12 seguidores mais íntimos eram judeus. Durante anos, todos os seus talmidim (discípulos) eram judeus, alcançando o número de "dezenas de milhares" só em Yerushalayim. (At 21.20) O Novo Testamento foi escrito inteiramente por judeus (ao que tudo indica, Lucas era um prosélito do judaísmo); e sua mensagem é dirigida "especialmente ao judeu, mas também ao não judeu". (Rm 1.16) Os judeus levaram o evangelho aos gentios; não foi o inverso. Sha'ul ("também conhecido por Paulo" [At 13.9]) o principal emissário aos não judeus, foi durante toda sua vida, um judeu praticante, com evidência o livro de Atos 16.3; 17.2;18.18; 20.16; 21.23-27; 23.7; 25.8; 28.17. De fato, a principal questão no início da comunidade messiânica (ou seja, a "igreja") não era se um judeu poderia crer em Yeshua, mas se um não judeu poderia se tornar cristão sem se converter ao judaísmo. (At 15.1-29 e toda a carta aos Gálatas) A expiação vicária (parágrafo ainda em edição)
Os quatro primeiro livros do NT são chamados de "Evangelhos". São quatro relatos complementares sobre a vida de Jesus, cada um de um autor diferente e com um propósito ou "ponto de vista" específico. Este "ponto de vista" tem a ver com os endereçados, ou seja, as pessoas para as quais o evangelista estava escrevendo.
O livro de Atos dos Apóstolos, que vem após os Evangelhos de Mateus, Marcos, Lucas e João, é a segunda parte da história de Lucas. Esta obra conta como os primeiros seguidores de Jesus difundiram as boas novas do que ele havia feito, começando em Jerusalém e na província da Judéia e passando para o contexto mais amplo do oriente grego e do Império Romano.
Um personagem central nesta expansão é o apóstolo Paulo. Ele não era um dos 12 discípulos originais de Jesus. Na realidade, Paulo era radicalmente contra o que diziam sobre Jesus e sua ressurreição, até que um dramático encontro com o Jesus ressuscitado mudou completamente o seu modo de pensar e a sua vida.
Depois de Atos vêm as cartas. Treze delas trazem o nome do apóstolo Paulo. As demais foram escritas por outros seguidores próximos a Jesus. A maioria foi escrita para igrejas cristãs fundadas havia pouco tempo em diferentes lugares. Nelas, são esclarecidas dúvidas, são dadas maiores explicações a respeito do que Jesus fez, e mostra-se como a nova fé pode ser colocada em prática no dia a dia.
O último livro do NT é o Apocalipse. Ele pertence a um tipo especial de literatura denominada "apocalíptica" e lança o seu olhar para frente, para o triunfo final de Deus sobre o mal. Neste sentido, serve de incentivo para cristãos que vivem em tempos difíceis.
Jesus era um judeu. A igreja cristã começou na Palestina, e seus primeiros membros eram judeus. Para entender o NT, precisamos ter algum conhecimento da religião judaica da época de Jesus.
Os últimos profetas do AT viveram 400 anos ou mais antes de João Batista entrar em cena. E desde aquela época a religião judaica não ficou sendo exatamente a mesma. A religião clássica do Israel do AT evoluiu e veio a ser o que chamamos de judaísmo
No primeiro século da era cristã, havia judeus em todas as partes do mundo romano e até mesmo fora dele.
"Os Evangelhos contam a história de Jesus não apenas para relatar fatos interessantes sobre um personagem histórico. Eles a contam para que possamos descobrir as boas novas de como Jesus pode causar em nós um impacto que transforme a nossa vida" - Stephen Travis
As histórias de Jesus sobre o reino (Mateus 13.1 em diante)
As parábolas sobre o reino de Deus formam a terceira seção de ensinamentos em Mateus. Ao usar histórias, Jesus podia ensinar em vários níveis diferentes. Para aqueles que estão dispostos a pensar, há camadas de significado além da lição óbvia. As parábolas faziam separação entre os que vinham apenas ver milagres e os seguidores sérios que realmente queriam entender o ensinamento de Jesus. Ele contava suas histórias às multidões, mas retinha a explicação para seus discípulos. Havia tanta falta de entendimento quanto à natureza do reino que, contar suas histórias, Jesus só podia explicar um ponto de cada vez.
A primeira delas, do semeador (1-9, explicada em 18-23), descreve as diversas reações à mensagem de Jesus. As demais começam com as palavras: "O Reino dos céus é como..."
Vs.24-30: O trigo e o joio (explicada em 36-43). Esta história tem a ver com a mistura do bem e do mal nesta vida, mas que serão separados no dia do juízo.
Vs. 31-33: O grão de mostarda e o fermento. Pequeno no seu início, de forma silenciosa e despercebida o reino terá grande crescimento.
Vs. 44-45: O tesouro e a pérola. O reino é tão valioso que vale a pena dar tudo que temos para obtê-lo.
Vs. 47-50: A rede de pesca. Descreve a separação dos bons e dos maus no fim dos tempos.

Veja também





ORAÇÃO-Definição de oração

Definição de oração.
A oração pode ser melhor definida como estar em comunhão com Deus. É mais do que simplesmente falar para Deus. mas falar com Deus. Isso implica em uma via dupla de "dar e receber".
Com muita frequência, essa definição simples, básica e derradeira é mal compreendida ou simplesmente ignorada.
Elementos da oração (Mt 6.9-13).
De acordo com a oração modelo de Jesus, que nos foi dada a pelido dos discípulos, a oração possui dez elementos:
Um relacionamento pessoal com Deus:
Pai nosso.
A palavra nosso representa o relacionamento fraternal de um cristão com outros cristãos. Enquanto a Bíblia não apresenta a paternidade universal de Deus em lugar algum, ela declara a fraternidade universal dos crentes (Rm 8.29). A palavra Pai representa o relacionamento entre Deus e o crente.
Fé: que estás no céu.
O autor de Hebreus declara que, sem esse elemento, as oração são inúteis (Hb 11.6).
Adoração: santificado seja o teu nome.
Davi acreditava que essa parte da oração era tão importante que escolheu um grupo seleto para não fazer nada no templo, exceto louvar e adorar a Deus (1Cr 23.5; 25.1,7).
No Livro do Apocalipse, João vê quatro anjos especiais que existem somente para adorar a Deus e que não descansam nem de dia nem de noite, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, que era, e que é, e que há de vir (Ap 4.8).
Veja, também, a afirmação de Cristo à mulher samaritana: Mas a hora vem, e agora é, em que os verdadeiros adoradores adorarão o Pai em espírito e em verdade, porque o Pai procura a tais que assim o adorem. Deus é Espírito, e importa que os que o adorem o adorem em espírito e em verdade (Jo 4.23,24).
Expectativa: Venha o teu Reino.
Esse reino é o abençoado reino do milênio, aquele tão comentado no Antigo Testamento. (Veja também: O Reinado do Cordeiro ). E acontecerá, nos últimos dias, que se firmará o monte da Casa do Senhor no cume dos montes e se exalçará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E virão muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém, a palavra do SENHOR. Ele exercerá o seu juízo sobre as nações e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças, em foices; não levantará espada nação contra nação, nem aprenderão mais a guerrear (Is 2.2-4).
Esse reino foi visto por João, depois, no Novo Testamento. (Veja João e sua visão do Céu Ap 20.1-6)
Submissão: Seja feita a tua vontade, tanto na terra como no céu.
Depois, Jesus daria o melhor exemplo desse elemento no Getsêmani. Meu Pai, se possível, passa de mim este cálice; todavia, não seja como eu quero, mas como tu queres (Mt 26.39)
Petição: O pão nosso de cada dia dá-nos hoje.
Isso sugere que a oração deve ser como a alimentação - um hábito diário.
Confissão: Perdoa-nos as nossas dívidas.
O sangue de Cristo nos perdoará de todos os nossos pecados, mas não perdoará qualquer pretexto para atos pecaminosos. Apenas pecados confessados podem ser perdoados. Se confessamos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos os pecados e nos purificar de toda injustiça (1 Jo 1.9).
Compaixão: assim como nós perdoamos aos nossos devedores (1 Jo 4.20; veja também Mt 18.21-35).
Dependência: E não  nos induzas à tentação, mas livra-nos do mal.
Deve-se compreender que, embora Deus nunca tenha prometido livrar-nos durante toda tentação. Não vejo sobre tentação, senão bumana; mas fiel é Deus, que vos não deixará tentar acima do que podeis; antes com a tentação dará também o escape para que a possais suportar (1 Co 10.13).
Reconhecimento: porque teu é o Reino, e poder, e a glória, para sempre.
Veja a grande oração de Davi, em 1 Crônicas 29.10-19, na qual ele chega a prever a parte final da oração modelo de Jesus.
É possível dizer que nenhum pecador é salvo sem oração e que nenhum crente é santificado (crescer na fé) longe da oração. A oração pode ser como a oração de Salomão (uma das mais longas da Bíblia, com 31 versículos; veja 1 Rs 8.23-53) ou como a oração de Pedro (uma das mais curtas, com um versículo de duas palavras; veja Mt 14.30), mas, em qualquer caso, a oração deve ser feita.
Por que devemos orar? (Lc 18.1)
Porque é uma ordem dada várias vezes por Deus (1Sm 12.23; Rm 12.12; Cl 4.2; 1Ts 5.17; 1Tm 2.8).
Por causa do exemplo de Cristo (Hb 5.7; 1Pe 2.21-23).
Por causa do exemplo da Igreja primitiva (At 1.14; 2.42; 6.4; 12.5).
Porque a oração é o método escolhido por Deus para:
  1. derrotar o diabo (Lc 22.32; 1Pe 4.7).
  2. salvar o pecador (Lc 18.13).
  3. restaurar o desviado (Tg 5.16,19,20).
  4. fortalecer os santos (Jd 1.20).
  5. enviar os obreiros (Mt 9.38; At 13.2,3).
  6. curar os doentes (Tg 5.13-15).
  7. glorificar o nome de Deus (AP 5.8; 8.2-4).
  8. fazer o impossível (Mt 21.22; Mc 9.29; Tg 5.17,18; veja também At 12.5-17).
  9. dar coisas boas (Sl 102.17; Mt 7.7-11; veja também Mt 21.22).
  10. conferir paz (Fp 4.5-7).
  11. conceder sabedoria (Tg 1.5).
  12. afastar do pecado (Mt 26.41).
  13. revelar a vontade de Deus (Lc 11.9,10).
Conclusão: a igreja tem muitos organizadores, mas poucos sofredores; muitos pagam, mas poucos que oram; muitos que descansam, mas poucos que lutam; muitos que empreendem, mas poucos que intercedem. Pessoas que não estão orando estão brincando.
Que resposta Deus nos dá quando oramos?
Deus pode responder uma oração específica usando uma das cinco maneiras seguintes:
  1. Não! (1Rs 19.4; 1Cr 17.1-4).
  2. Sim! (1Sm 23.2-4).
  3. Espere! (Hb 10.36).
  4. Se! (2Cr 7.14).
  5. Silêncio! (1Sm 14.37; 28.6).
Quais são as regras fundamentais para uma oração eficaz?
  1. A oração deve ser humilde (Sl 10.17; veja também Lc 18.13,14).
  2. A oração deve ser ousada (1Jo 5.13-15).
  3. A oração deve ser feita com fé (Hb 11.6).
  4. A oração deve ser sincera (Sl 145.18).
  5. A oração deve ser simples (Mt 6.7).
  6. A oração deve ser persistente (Lc 18.7; Cl 4.2).
  7. A oração deve ser específica (Sl 27.4; At 12.5).
Com frequência, as orações são tão vagas e indefinidas que se tornam completamente sem sentido. Pedidos como "Senhor, salve aquela alma do inferno" ou "cure todos os doentes e console todos os solitários", simplesmente, não oferecem base para a ação divina.
A oração deve estar de acordo com as Escrituras (1Jo 5.14).
A oração deve ser pautada e delimitada pela Palavra de Deus se quisermos ter a vontade dele na nossa vida.
Conclusão: os dois pré-requisitos da vida cristã dinâmica são visão e paixão, e ambos são gerados na oração. O ministério da pregação está aberto para poucos. O ministério da oração está aberto para todo filho de Deus.
Não confunda ação com unção, nem agitação com avivamento.
O segredo de orar é orar em segredo. Um cristão mundano para de orar, e um cristão que ora para o mundo.
Quando oramos, Deus ouve as batidas do nosso coração. Os "lábios" de Ana moviam-se, mas sua voz não se ouvia (1Sm 1.12,13).
Quando oramos no Espírito, há gemidos inexprimíveis (Rm 8.26).
Dízimos podem construir uma igreja, mas lágrimas lhe darão vida. Essa é a diferença entre a igreja moderna e a igreja primitiva. Nossa ênfase é pagar, enquanto a deles era orar. Quando pagamos, o lugar está tomado. Quando eles oravam, o lugar era abalado (At 4.31).
Continue estudando: DIREÇÃO E OBJETOS da oração
A necessidade de oração
Na questão de oração eficaz, nunca se deixou tanto para tão poucos. Irmãos, oremos.
Autor desconhecido

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