COSTUMES BÍBLICOS: A salvação e o Antigo Testamento


A salvação e o Antigo Testamento

Ela era inteiramente baseada na obra de Cristo. A graça era recebida de forma indireta. Os crentes não sabiam como aquela graça havia sido produzida. Ela fora produzida pela futura morte de Cristo. A graça era mediada por sacerdotes e ritos sacrificiais; ela não vinha por meio de um relacionamento pessoal e direto com Cristo. O Espírito Santo ainda não havia vindo em Sua plenitude. (HOUSE, H. Wayne. Charts of Christian Theology and Doctrine.p.93).
Adão era um homem salvo?
O primeiro homem foi criado inocente, mas então voltou suas costas para Deus e perdeu-se. Ele foi reconciliado novamente a Deus. Nós o veremos no céu?
Diversas passagens de Gênesis apoiam firmemente o ponto de vista de que nós o veremos no céu (e também a Eva).
Tanto ele como sua esposa permitiram que Deus os vestisse com a pele de um animal, que é um tipo da justiça de Cristo (Gn 3.21).
Tanto Caim como Abel sabiam acerca do sacrifício de sangue. É razoável sugerirmos que eles receberam essa informação do seu pai (Gn 4.4).
Os crentes do Antigo Testamento eram santificados?
O Dr. H.Wayne identifica a obra do Espírito Santo no Antigo Testamento:
No Antigo Testamento, encontramos casos daquilo que o Novo Testamento chama de fruto do Espírito. Noé e Jó eram ambos homens justos e irrepreensíveis em suas condutas. Uma atenção especial é dada à fé de Abraão, à bondade de José, à mansidão de Moisés, à sabedoria de Salomão e ao autocontrole de Daniel. Esses crentes não possuíam a plenitude do Espírito Santo, mas desfrutavam da Sua habitação (Sl 51.10-12) e dos seus dons (Êx 36.1; Nm 11.26-30).
Quais são alguns tipos de salvação no Antigo Testamento? (Lc 24.25-27).
No primeiro domingo de Páscoa, nosso Senhor ressurreto lembrou a dois seguidores confusos que o propósito do Antigo Testamento era essencialmente preparar o povo de Deus para a vinda do Filho de Deus! Portanto, diversos tipos no Antigo Testamento apontam para a salvação. Estes são descritos por eventos (a Páscoa, a serpente de bronze etc.), instituições (o Sábado), objetos (o cordeiro, o óleo, o tabernáculo), lugares (Jerusalém, Egito, Babilônia, Canaã) ou indivíduos (Adão, Isaque, José, Jonas), os quais serviram para prefigurar um aspecto particular da salvação no Novo Testamento. A palavra grega tupos (que se refere a um tipo) é encontrada 18 vezes no Novo Testamento, traduzida por palavras como exemplo, figura e modelo. Aqui, estão alguns tipos da salvação.
Adão e Eva, ilustrando que a salvação nos veste (Gn 3.21).
O primeiro resultado terrível do pecado sobre Adão e Eva foi que eles perceberam sua vergonha e nudez diante de Deus (Gn 3.7). Porém, o gracioso Criador perdoou e vestiu seus dois cidadãos pecaminosos do Éden (Gn 3.21).
Para ver um caso similar descrevendo como Josué, o sumo sacerdote, foi vestido de justiça divina durante a reconstrução do templo, veja Zacarias 3.1-5.
Caim e Abel, ilustrando que a salvação nos garante a aceitação.
A história de Caim e Abel também demonstra (no exemplo de Caim) a forma errada de ser aceito (Gn 4.3). Abel fez a primeira profissão pública de Cristo registrada na história quando ofereceu o sacrifício de sangue, enquanto Caim tornou-se o primeiro rebelde religioso ao oferecer um sacrifício sem sangue. (Veja Ef 1.7). 
A arca e a Páscoa, ilustrando que a salvação nos protege da ira de Deus.
  1. A arca (Gn 7.1).
  2. A Páscoa (Êx 12.23).
Aqueles que não estão protegidos serão sujeitos à ira futura do juízo que há de vir sobre o mundo (a menagem da arca) e ao julgamento pessoal do grande trono branco (a lição da Páscoa; Rm 1.18; Cl 3.6; 1Ts 1.10; Ap 6.17).
Abraão e Isque, ilustrando que a salvação nos provê de um substituto aceitável (Gn 22.12-14).
Aproximadamente 20 séculos depois que Abraão ofereceu Isaque, outro Pai ofereceu Seu único Filho naquele mesmo lugar, mas desta vez não houve uma  [solução] moratória de último minuto. Isso foi profetizado por Isaías (Is 53.4-6; veja 1Pe 3.18).
O maná e a rocha ferida, ilustrando que a salvação nos satisfaz (Êx 16.14; 17.6; Sl 103.5; 107.9).
A serpente de bronze, ilustrando que a salvação nos cura (Nm 21.9).
No Novo Testamento, Cristo relacionou esse evento do Antigo Testamento a si mesmo e levou Nicodemos à salvação (Jo 3.14).
Naamã, ilustrando que a salvação nos limpa.
Este papão sírio foi o único homem em todo o Antigo Testamento a ser limpo do terrível castigo da lepra (veja 2Rs 5.1-14; Sl 51.7).
O tabernáculo, ilustrando que a salvação restaura a comunhão perdida (Êx 25.22).
Um dos momentos mais trágicos no Antigo Testamento foi a adoração de um deus egípcio diabólico representado por um bezerro de ouro (veja Êx 32). Tanto a idolatria como a imoralidade estavam envolvidas naquele negócio sórdido. Porém, o recém-construído tabernáculo pôde assegurar a restauração da comunhão de Israel com Deus (Sl 23.3).
O que sabemos sobre a regeneração no Antigo Testamento?
Não existe prova alguma de que os santos do Antigo Testamento não eram regenerados. Moisés identificou um número de judeus que tinha o coração circuncidado (Dt 30.6). Eles eram verdadeiros judeus que haviam sido limpos por dentro, suas vidas foram alteradas para se conformarem à vontade de Deus (Rm 2.28,29). Isaías também descreveu mudanças que lembram a descrição do novo nascimento no Novo Testamento (Is 57.15). Essas referências parecem ser mais do que figurativas (HOUSE, H. Wayne. Charts of Christian Theology and Doctrine. p. 93).
Qual é o papel do parente-redentor na redenção?
Um dos ofícios mais importantes no Antigo Testamento era o de um go'el, ou parente-redentor ou remidor. Ele era usado para recuperar a posse de uma propriedade que havia sido vendida para pagar uma dívida (Lv 25.25). Ela era usado na restauração ou preservação do nome de um homem que havia morrido sem deixar descendentes: o seu irmão (ou parente mais próximo) então deveria tomar sua esposa (casamento levirato) e produzir descendentes para ele, para que o nome do morto não fosse esquecido em Israel (Dt 25.5). Boaz é o exemplo mais familiar de parente-redentor (Rt 3--4). Veja também: " O parente remidor".
O go'el precisava cumprir três requisitos:
  1. Ele precisava ser um parente próximo (Lv 25.48,49; Rt 3.12,13).
  2. Ele precisava ser capaz de redimir (Jr 50.34).
  3. Ele precisava estar disposto a redimir (Rt 4.3-12).
É claro que Jesus Cristo cumpriu com sucesso todos os três requisitos.
  • Ele tornou-se um parente próximo (Hb 2.14-16; 4.15).
  • Ele era capaz de redimir (Jo 10.11,18).
  • Ele estava disposto a redimir (Hb 10.4-10).
De que maneira a adoção no Antigo e no Novo Testamento podem ser comparadas?
A história das práticas de adoção judaicas pode esclarecer esse contexto.
No Antigo Testamento, a adoção não era comum entre israelitas. A adoção no Antigo Testamento era feita por estrangeiros ou por judeus influenciados por costumes estrangeiros. A filha de Faraó adotou Moisés (Êx 2.10), e outro Faraó adotou Genubate (1Rs 11.20). Além disso, não existe nenhuma palavra hebraica para descrever o processo de adoção. Quando a filha de Faraó adotou Moisés, o texto diz da qual passou ele a ser filho (Êx 2.10 ARA).
Já na época do Novo Testamento, os costumes romanos exerciam muita influência sobre a vida da família judaica. Um costume é particularmente significativo com relação à adoção. A lei romana requeria que o adotante fosse um homem que não tivesse filhos; o adotado deveria ser um adulto independente, capaz de concordar em ser adotado. Aos olhos da lei, o adotado se tornava uma nova criatura; ele era visto como tendo nascido de novo na nova família - uma ilustração do que acontece ao crente na conversão.
O apóstolo Paulo usou esse conceito legal de adoção como uma analogia para mostrar o relacionamento do crente com Deus. Embora ideias similares sejam encontradas por todo o Novo Testamento, a palavra adoção, usada num sentido teológico, é encontrada apenas nos escritos de Paulo (Rm 8.15,23; 9.4).
Em Efésios, a ênfase de Paulo era de que a adoção dependia de Deus, que nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo (Ef 1.5). Em sua carta aos romanos, Paulo usou o termo para descrever o lugar de honra ocupado por Israel no plano de Deus (Rm 9.4). Entretanto, os crentes gentios também receberam o Espírito de adoção, o que lhes permite clamar Aba, pai (Gl 4.6).
A adoção do crente por Deus também tem uma dimensão futura: a segurança de que o corpo do crente será ressuscitado. (Rm 8.23). (New Illustrated Bible Dictionary.p.23).

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