COSTUMES BÍBLICOS: As incríveis tradições judaicas e seus significados no Hebraico


As incríveis tradições judaicas e seus significados no Hebraico

AS TRADIÇÕES


ALEF - Letra do alfabeto hebraico
O que é um alef?
Se houvesse apenas um arranjo ao acaso de pingos de caneta projetados para fazer o leitor emitir o som”ah”, essa pergunta seria irrelevante. Todo aspecto da construção do alef foi divinamente projetado para nos ensinar algo. Contraste isso com uma criança estudando para ler em inglês pela primeira vez. Jamais é ensinado a ele por que um “A” maiúsculo parece uma tenda de índio e um pequeno “a” parece uma bolha de sabão sobre uma parede.
Mas hebraico é diferente. O desenho de um alef é na verdade formado por três letras diferentes: a letra yud ou o ponto acima; um yud ou ponto abaixo; e um vav na diagonal, ou linha suspensa no meio. O yud acima representa D'us, Que está acima (ou além) da nossa compreensão. Em comparação à Sua verdadeira essência, nosso entendimento é um mero ponto.

O yud abaixo representa um Yid ou Yehudim – povo judeu que habitava aqui na terra. A única maneira de podermos apreender a sabedoria de D'us ao ponto em que uma pessoa é capaz – é sendo humilde. Quando percebemos que somos apenas um ponto ou uma manchinha comparada ao D'us Todo Poderoso, nos tornamos um recipiente para receber Sua Divina sabedoria. O Vav diagonal representa a fé de um judeu– que o une com D'us.
Há um outro ensinamento que declara que o vav suspenso representa a Torá. Como a Torá é aquilo que une um judeu e D'us, o alef representa essa unidade entre a humanidade e D'us. Este é o desenho, ou a forma, do alef. Podemos ver que todo ponto do alef (e também de toda outra letra) tem um propósito especial, e que há muito mais para aprender no alef-bet que apenas dominar seus sons.

Significado

O Rebe explica que o alef tem três significados diferentes. Um é aluf, que significa mestre ou chefe. O segundo é ulfana, uma escola de estudo ou professor. O terceiro significado é atingido lendo as letras da palavra de trás para a frente—fela (pronunciado peleh) – maravilhoso. Através da conexão de suas respectivas guematrias, o alef representa o Nome Inefável de D'us. (Fonte: Chabard.org)


ARAMAICO
Pergunta:
Qual a origem do aramaico e quem fala hoje em dia?
Resposta:
Aramaico é um grupo quase que totalmente extinto de dialetos semíticos originários do hebraico, com o qual se assemelham muito. Sua semelhança estende-se ao alfabeto escrito, que parece um tipo de hebraico e também se escreve da direita para a esquerda. Em certo ponto do tempo, o aramaico era a língua falada na Mesopotâmia e em todo o Oriente Médio, funcionando na sociedade mais ou menos como o Inglês atualmente.
O Aramaico foi o primeiro idioma falado da sociedade na Era talmúdica, assim, o Talmud é escrito em Aramaico, embora transliterado para o alfabeto hebraico da direita para a esquerda.
O idioma pode realmente ser aprendido em instituições de estudo avançado, como Harvard ou a Universidade de Chicago.. Mas antes que você possa estudar o Talmud no original Aramaico, precisará aprender hebraico.
Além do Talmud, há diversos outros livros judaicos escritos em Aramaico: grande parte do Livro de Daniel, bem como do Zohar, e outros livros da Cabalá.
Em épocas de perseguição, quando os judeus eram proibidos de ler, escrever, rezar ou conversar em hebraico, o Aramaico era usado como substituto. (Por este motivo, existem diversas preces feitas exclusivamente em Aramaico.) Assim, o Aramaico adquiriu um status semi-santificado; é considerado quase tão sagrado quanto o próprio Idioma Sagrado - o Hebraico.
A palavra "Aramaico" vem do Aram bíblico, filho de Shem e neto de Nôach. Como não havia exatamente uma porção de pessoas vivas no mundo naquela época (foi logo depois do Dilúvio), nacionalidades inteiras brotaram a partir de indivíduos. Assim, Aram era o pai da antiga civilização dos Arameanos, que falavam - sim, isso mesmo - Aramaico. Contrário às alegações de algumas pessoas confusas, o Aramaico não tem relação com os Assírios. Aramaico é também um adjetivo descrevendo alguém ou algo relativo a Aram, ou ao território, habitantes, idioma ou literatura da Síria e Mesopotâmia; mais especificamente, o ramo nortista da família semítica de idiomas, incluindo Siríaco e Caldeu.
(Fonte: Chabad-Lubavitch / Edição: Costumes Bíblicos)


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Como marcamos o Shabat?
O Shabat começa no pôr do sol da sexta-feira. Mulheres judias do mundo inteiro recebem o dia mais sagrado da semana acendendo as velas de Shabat. Descubra como fazer esse ritual em Hebraico e o seu motivo.
 A Oração de Acendimento das Velas de Shabat

No pôr do sol da sexta-feira, uma semana de atividades e crescimento chega ao seu fim e um novo dia é anunciado. Um dia de descanso, um dia santo, o dia de Shabat. O povo judeu por todo o mundo marca a entrada deste dia com o acendimento de velas e uma oração:*"Bendito és Tu, A-do-nai, nosso Deus, Rei do Universo, que nos santificou com Seus mandamentos, e nos ordenou a acender a vela do santo Shabat."

Como Fazer?

Estenda suas mãos sobre as velas, faça três movimentos circulares para dentro e então cubra seus olhos, assim como os anjos cobrem seus olhos (Isaías 6) Enquanto seus olhos ainda estão cobertos, é o momento de orar com todo o coração. É costume orar pela sua família (saúde, felicidade...). Aproveite para orar por outros que necessitem orações e boa saúde. Descubra seus olhos, olhe para as velas e abençoe a todos com um bom Shabat - "Shabat Shalom". 


Participe da Nossa Jornada Espiritual
Agora o Shabat sagrado chegou finalmente e entramos em um mundo de tranquilidade. Honrar o Shabat é lembrar a criação do mundo, pois Deus descansou do Seu trabalho no sétimo dia.


A bússola bíblica na Terra Prometida
O Senhor reafirmou a promessa da terra a Abraão e seus descendentes, contando para Abraão que toda a terra que ele pudesse ver, em todas as direções, seria dele e seus descendentes (Gên. 13:14-15)
Promessa de Deus para Abraão
Em Gênesis 13, Deus reafirma o compromisso da terra para Abraão e seus descendentes: "Olha desde o lugar onde estás, para o lado do norte, e do sul, e do oriente, e do ocidente; porque toda esta terra que vês, te hei de dar a ti, e à tua descendência, para sempre" (Gên. 13:14-15). As palavras em hebraico usadas para as quatro direções para onde Abraão deveria olhar são: norte (tzafonah-צָפֹנָה), sul (negbah-נֶגְבָּה), leste (kedmah-קֵדְמָה) e oeste (yamah-יָמָּה).
As verdadeiras direções bíblicas
O final “ה” (com o som “ah”), como aparece ao final das palavras acima, significa uma direção (como "para o sul", por exemplo). O Hebraico Bíblico é extremamente físico e estas palavras descrevem mais do que apenas direções:
- "Negba" -“para o sul”- Significa literalmente “para o Negev”, a região desértica ao sul de Israel.
- "Yama" - “para o oeste”- Mar é "yam" em hebraico, então significado literal é “para o mar”, que fica ao oeste de Israel.
- "Kedma" -“para o leste”- Na Bíblia Hebraica, Deus plantou um jardim em Éden “mikedem”- em Éden ao leste (Gên. 2:8).
- “Tzfona”- “para o norte”- Conectado com o Monte Zafon, na Síria.


O verdadeiro significado de "Deus te ama" em Hebraico
Você provavelmente já viu muitos adesivos que dizem "Deus te ama" e já nem presta tanta atenção neles. Infelizmente a ideia de amor Divino se desgastou, virou um clichê. Mas se paramos para refletir sobre isso, trata-se de uma ideia incrivelmente radical. Como pode ser que o Rei do Universo ame seres humanos?
De Deus, com amor
Deus ama o povo?
A noção de Deus que ama o povo é muito difundida pela Bíblia. Notoriamente, aparece em João 3:16, que garante a todos que "Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho único, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna". Mas exatamente de que consiste esse amor Divino? A resposta pode ser encontrada no idioma original da Bíblia: o Hebraico.
Amor em Hebraico
Em Deuteronômio, encontramos um mandamento muito estranho: "Amarás, pois, o Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças" (Deut. 6:5). Mas espere. Como você pode forçar esse tipo de sentimento? O "amor" bíblico neste versículo é diferente do "amor" que encontramos em livros e filmes de romance. A palavra em Hebraico para amor neste versículo é ahav (אהב). Esta palavra não tem relação com amor romântico. A palavra ahav no seu nível mais básico significa fidelidade. Amar Deus significa ser fiel a ele.


A bênção dos meninos

Durante a celebração do Shabat na sexta-feira de noite, os pais judeus abençoam seus filhos com uma bênção sacerdotal (Núm. 6:24-26). A introdução, no entanto, depende se a criança é menino ou menina. Para meninos, a linha introdutória é:"Que Deus o faça como Efraim e Menashe!" 
Por que os pais judeus abençoam seus filhos usando os nomes dos filhos de José? Por que os filhos de José foram escolhidos para esta bênção e não patriarcas como Abraão, Isaque e Jacó?
Deus me fez esquecer
José teve dois filhos no Egito. Primeiramente, vamos tentar entender o significado original em hebraico de seus nomes. “José chamou o seu primogênito Manassés" (Gên. 41:51).O nome Menashe - מְנַשֶּׁה (Manassés) vem da raiz hebraica נ-ש-ה (n-sh-a): "que faz esquecer".José queria esquecer todo o sofrimento e a aflição que ele viveu. Por isso ele chamou o seu filho de Menashe. 
Deus me fez prolífico
“O segundo filho ele chamou Efraim” (Gên. 41:52). O nome Efraim - אֶפְרַיִם é derivado da raiz פ-ר-ה (p-r-a) – aqui "prolificar". Evidentemente, José conseguir esquecer o seu sofrimento e seguir adiante: ser prolífico e produtivo em uma terra estrangeira. Além disso, Efraim e Menassés são os primeiros dois irmãos da Torá cuja relação não é marcada por inveja e rivalidade - um poderoso testemunho da paz no coração e na casa de José. 
Tesouros escondidos das Escrituras
Antes de morrer, Jacó escolhe seus dois netos para a bênção milenar. Os rabinos judeus enxergam uma poderosa mensagem nesta bênção. Quando dizem aos seus filhos: "Que Deus o faça como Efraim e Menassés", eles desejam que esteja sempre conectado espiritualmente com seu povo e com Deus, independente de onde viverem e crescerem. Espero que você goste desta bela interpretação do Hebraico tanto quanto eu.
Veja mais sobre a bênção dos meninos em Dt 33.13-17 - A bênção de Moisés para José.




O perdão na tradição judaica
O mês judaico de Elul é um mês de arrependimento. Milhões de judeus do mundo inteiro se preparam espiritualmente para a festa de Ano Novo Judaico, Rosh Hashaná  (comemorado semana que vem). De acordo com a tradição judaica, para começar o Ano Novo com o pé direito, devemos pedir perdão por todos os nossos erros do ano anterior. E como se pede esse perdão?
Começa com o alfabeto.
O alfabeto do perdão.

Um mês de rezas
Durante o mês judaico de Elul, muitos judeus se despertam antes do sol nascer para recitar orações especiais chamadas Selichot (סְלִיחוֹת - que significa “perdões”). Elas expressam o arrependimento por ter cometido diferentes erros durante o último ano. Essa oração contém uma lista especial de pecados e transgressões que foram escritos em ordem alfabética (alef, bet, gimel, e assim por diante) para ajudar a memorizar. O objetivo das Selichot é mudar o nosso comportamento durante o próximo ano.
O alfabeto do perdão
Depois de enumerar os pecados em ordem alfabética, segue-se glorificando o senhor - também em ordem alfabética! Uma das leituras mais famosas de Elul se chama Adon HaSelichot (o Senhor dos Perdões). Ela contém 22 atributos diferentes de Deus, de alef até vav (A-Z).

Esta é a primeira estrofe:
אֲדוֹן הַסְּלִיחוֹת - א (Adon HaSlichot) “Senhor dos perdões”
בּוֹחֵן לְבָבוֹת - ב (Bochen Levavot) “Examina corações”
גּוֹלֶה עֲמוּקוֹת - ג (Goleh Amukot) “Descobre profundezas”
דּוֹבֵר צְדָקוֹת - ד (Dover Tzedakot) “Expressa justiça”
No Sermão na Montanha, Jesus disse: "Porque, se perdoardes aos homens as suas ofensas, também vosso Pai celestial vos perdoará a vós" (Mateus 6:14). Essa lição vital é a essência de uma sociedade funcional. Mas essas palavras não foram recitadas por Jesus em português. Elas foram ditas em hebraico.


O CONCÍLIO DE JERUSALÉM ⇓












DIDAQUÊ - As Instruções dos Doze Apóstolos ⇓

















O MALDITO DO MADEIRO (Exegese)
Em Dt 21:22, 23 há uma lei que exige que um pecador passível de pena de morte fosse, depois de morto, pendurado num madeiro, pois ele era “maldito de Deus.” Porém a primeira vista não se pode perceber que tipo de pecado tal condenado cometeu e por que ele tinha se tornado maldito. O fato se torna mais interessante pela aplicação que Paulo faz de Dt 21:23 em Gl 3:13 a Jesus. Por essa razão este artigo se propõe a descobrir: a natureza do pecado que levava a pessoa a ser declarada “maldita de Deus;” em que ocasiões este tipo de pena se utilizaria e exemplos bíblicos de sua aplicação; bem como secundariamente ver possíveis aplicações neotestamentárias. Para tanto, será realizada uma exegese nos moldes do método histórico-gramatical, dando ênfase na estrutura do livro e da seção de Dt 19-21.
Concluiu-se que:
1) O maldito é o derramador do sangue inocente cuja vida era requerida como expiação para a terra profanada;
2) A terra seria profanada com a decomposição do corpo, porque Deus habitaria na herança que Ele concedeu ao Seu povo, Ele é vida;
3) O pendurar não era execução, mas exposição do cadáver do malfeitor;
4) Paulo aplica a lei de Deuteronômio a Jesus, mostrando que Cristo assumiu a culpa e condenação de todos os pecados inclusive os que só se expiavam mediante a morte do malfeitor; e que
5) O caso de Judas e seu enforcamento é uma possível aplicação de Dt 21:22, 23.


O nome de Josué era Oseias!
Josué, também chamado Oséias (Nm 13, 8 - 14, 6) (ou Joshua, do hebraico יהושע בן נון, Yehoshua ou Yeshua, significa "O Senhor é salvação", Iesous na transliteração para o grego, e na forma latina, Jesus), de modo que o nome de Jesus também significa O Senhor é salvação.
Oséias significa “salvação”, todavia, seguindo a prática hebreia e semítica de mudar o nome a fim de ratificar a mudança de posição ou destino, Moisés, influenciado pelo Espírito de Deus, muda o nome do primogênito da tribo de Efraim para Yehōshuāh. Com a mudança do nome, altera-se também a função e a responsabilidade do indivíduo diante de Deus e do povo de Israel.
No cânon hebraico, o livro de Josué é o primeiro rolo dos “Livros dos Profetas”; de acordo com a tradição judaico-cristã, é o nome do líder de Israel, sucessor do profeta Moisés. Filho de Num, da Tribo de Efraim, Josué foi ajudante de Moisés durante o êxodo dos israelitas do Egito e os 40 anos pelo deserto do Sinai. Quando Eldad e Medad estavam cheios do Espírito de Deus, Josué ficou com ciúmes de Moisés. Depois da morte de Moisés, Josué liderou o povo de Israel na conquista das cidades-estados da terra de Canaã. E foi responsável por conduzir os israelitas à Terra Prometida.


O OLHAR DE JESUS
Os evangelistas, particularmente Marcos, descreveram também o modo de olhar do Salvador, que exteriorizava e acentuava seus sentimentos íntimos. Para isto, eles empregaram palavras fortes e emblemáticas.
Quando pela primeira vez Jesus viu Simão Pedro, olhou-o como que para ler o fundo de sua alma (Jo 1.42). Outro olhar mais penetrante, ele dirigiu a Pedro, no átrio do palácio de Caifás, quando o desafortunado apóstolo acabara de nagá-lo (Lc 22.61). Com a mesma intensidade e com particular ternura, Jesus olhou para o jovem rico, de nobres qualidades, que se recusou egoisticamente a obedecê-lo (Mc 10.21-22).
Antes de começar o Sermão do Monte, Jesus levantou os seus olhos sobre os seus numerosos ouvintes como costumam fazer normalmente os pregadores no momento de começar sua mensagem (Lc 6.20). Da mesma forma, ele gostava de olhar para os seus apóstolos e discípulos (Mt 19.26; Mc 3.34; 8.33; 10.27; Lc 6.20).
Nos olhos de Jesus, normalmente tão doces, podiam brilhar, em um momento de ira santa, fulgores terríveis (Mc 3.5).
Bem-aventurado Zaqueu, para quem Jesus levantou amorosamente os olhos enquanto este estava lá no alto de um sicômoro (Lc 19.5).
Marcos nos fala de Jesus olhando com bondade para a mulher que sofria de fluxo sanguíneo, que acabara de "provocar" um milagre (Mc 5.32).
Jesus olhou com tristeza para os ricos que depositavam orgulhosamente suas ofertas nos gazofilácios colocados nos átrios do Templo e, com admiração, atentou para a pobre viúva que timidamente depositou o único dinheiro que possuía (Mc 12.41-42).
Ele contemplou com muda indignação, no dia de sua entrada triunfal, os abusos que haviam se introduzido nos átrios do Templo (Mc 11.11).
Quão formosos deveriam ser os olhos do Salvador quando, para entrar em comunicação mais íntima com Deus, levantava-os ao céu antes de começar a orar (Mt 14.19; Mc 6.41; 7.34; Jo 11.41; 17.1)!


O CORPO DO HOMEM-DEUS (JESUS)
E o Verbo se fez carne (Jo 1.14a). Conforme já vimos anteriormente, o evangelista João não retrocedeu perante o realismo dessa frase. Verdade é que ela expressa com admirável força o amor infinito do Verbo encarnado. Aquele a quem Paulo chamou de Jesus Cristo, homem (1Tm 2.5) possuía um corpo físico semelhante ao nosso em aspecto e constituição orgânica, mas dotado de um privilégio único: de ser extraordinariamente santo, puro, pois o Próprio Espírito Santo o havia formado no ventre de Maria.
Lucas, como vimos, assinalou algumas transformações sucessivas naquele sagrado corpo até a maturidade (Lc 2.40,52). Pelo modo sobrenatural de sua formação e como instrumento do Verbo divino, o corpo de Jesus gozava de constituição perfeita, comparado ao do primeiro homem quando saiu das mãos do Criador.
As informações que os evangelhos nos dão acerca da incessante atividade de Jesus durante sua vida pública, sobretudo suas frequentes andanças, suas privações, sua pregação todos os dias, todas essas coisas que exigiam gastos consideráveis de energia (detalhes que Marcos nos dá em duas circunstâncias diferentes: Mc 3.20 e 6.31), são, por si sós, suficientes para demonstrar que durante longos períodos Jesus não teve um instante sequer de repouso.
Ele teve um corpo sadio e resistente. Os evangelistas nunca nos deram a entender ou nos levaram a suspeitar que Jesus tivesse alguma enfermidade de qualquer espécie que fosse. Isso pode ser entendido sem dificuldade. Havendo sido  divinamente formado, sua carne nem um germe de corrupção tinha.
Contudo, se não era conveniente que o Filho de Deus estivesse sujeito às enfermidades que, por consequência do pecado original, são uma deformação da natureza humana, o plano da salvação exigia que ele tivesse capacidade de sentir dor, de padecer (Lc 9.22; 24.26,46; At 17.3; 1Pe 2.21; 4.1), mas que também fosse o cordeiro de Deus, perfeito sem deficiência ou defeito algum. (1Pe 1.19).
O corpo de Jesus possuía um altíssimo grau de sensibilidade, que avivava e aumentava inúmeras vezes o sofrimento físico. Por isso, ele sofreu, durante sua Paixão, crudelíssimas torturas, mas não esperou para conhecer só naquele momento o padecimento. Os evangelistas nos dizem que o Salvador conheceu a fome (Mt 4.2; Mc 3.20; 6.31), a sede (Jo 4.7; 19.28), a fadiga após caminhar longamente (Jo 4.6), a necessidade de dormir (Mt 8.24; Mc 4.38; Lc 8.23). E, como nós, ele esteve sujeito à morte, cuja vista antecipada lhe causou, assim como a nós, viva repugnância (Mt 26.37-42; Mc 14.33-39; Lc 22.41-44). Verdade é que para ele se tratava de uma morte acompanhada de padecimentos físicos, emocionais e espirituais indizíveis.
Mesmo que habitualmente submetido às mesmas leis que nós, em algumas ocasiões, Jesus mostrou o domínio delas, por exemplo, ao andar sobre as águas do lago de Genesaré (Mt 14.25-32; Mc 6.48-51; Jo 6.19-21) e durante sua transfiguração, quando o seu rosto resplandeceu como o Sol, e as suas vestes se tornaram brancas como a luz (Mt 17.2; Mc 9.2; Lc 9.29).
Depois de sua ressurreição, seu corpo sagrado adquiriu qualidades novas, que os evangelistas não se esqueceram de mencionar, e que os teólogos designam com os termos sutileza, claridade, impassibilidade e agilidade. Com esse corpo glorioso, mas ainda guardando em si as marcas da crucificação (Jo 20.27), Jesus ascendeu aos céus (At 1.9,11), e em corpo visível voltará para buscar a sua Igreja (Mt 26.64; Mc 14.62).


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Filipenses 1:9-11

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