COSTUMES BÍBLICOS: O que é Torá?


O que é Torá?

O que significa
O que é a Torá?
Antes de mais nada, a Torá é a revelação vinda da parte de Deus. É um testamento vivo de que Deus não está em silêncio. O Senhor pronuncia a Torá através da história do seu povo, nas várias leis do povo de Deus que se encontra no Pentateuco, nas palavras dos profetas (veja Is 1.10, onde a "instrução" de Deus por meio de Isaías usa a palavra Torá[na Bíblia Hebraica]) e nos escritos dos conselheiros sábios da nação (veja "sabedoria" em Pv 3.13).

Gramaticalmente, a palavra Torá deveria significar qualquer instrução, guia, mas no uso real:
O titulo Torá com frequência se refere especificamente aos Cinco Livros de Moshê{Moisés}.
Uma versão em pergaminho da Torá, cuidadosamente escrita por um escriba especializado, é mantida na arca da sinagoga e tirada para ser lida durante os serviços.
Nos tempos de Jesus, a Torá era ouvida na sinagoga todos os Sábados. Partes da Torá eram lidas no Templo Ela era discutida, interpretada e debatida. Ela era parte do estilo de vida do século 1. Até mesmo os judeus que não eram tão fluentes no hebraico poderiam ter acesso aos targuns (traduções aramaicas das Escrituras Hebraicas) ou, na diáspora, à Septuaginta (a tradução grega do Antigo Testamento).
Com certeza, a ascensão da pessoa do rabino na vida judaica reflete a centralidade da Torá. O rabino conhecia a Torá, vivia a Torá e a interpretava. Ele não estava investido em algum cargo ou posição formal na época de Jesus, mas sua autoridade vinha do compromisso que mantinha com a Torá e de sua capacidade de entendê-la e interpretá-la fielmente.
Torá também pode se referir à Torá Escrita inteira, significando a escritura canonizada inteira.
Torá também pode se referir ao acima mais a Torá Oral, que inclui:
- a compilação de leis e decretos conhecidos como Mishná, juntamente com outras compilações aceitas;
- a discussão e debate daquele material, conhecido como Talmud ou Guemará;
- as histórias e suas lições que são coletadas no Talmud e obras midráshicas;
- qualquer outro ensinamento que tenha sido aceito por um consenso a longo prazo da comunidade judaica observante, porque está firmemente baseado em algum precedente, ou porque foi demonstrado emergir por meios aceitos de textos e opiniões prévias.1

O que há de tão especial sobre isso?

“Se alguém disser a você que há sabedoria entre outros povos, acredite nele… Se alguém disser a você que há Torá entre outros povos, não acredite nele…” - Midrash2
Torá, parece, é distinta daquilo que geralmente chamamos de sabedoria. Nossos sábios vão a ponto de dizer que a Torá precede toda a existência,3 que contém o projeto para o cosmos,4 e que a própria existência do cosmos é dependente da Torá.5
Até o termo “sabedoria divina” é insuficiente. Nosso universo, afinal, é composto de divina sabedoria. Nosso meio ambiente, nossos corpos e a própria psique com a qual observamos todos esses são de um projeto inimaginável.
“Quão maravilhosas são Tuas obras, ó D'us”, declara o Salmista. “Tu fizeste todas elas com sabedoria!”6 Porém as leis da natureza não são as leis da Torá.
A sabedoria humana pode ser descrita como a capacidade de predizer os resultados deste projeto maravilhoso. Anotamos seus padrões e extrapolamos ao futuro. Esforçamo-nos para saber o suficiente sobre o que é para predizer aquilo que será – e portanto, o que poderia ser se fizéssemos escolhas informadas.
Apesar disso, o que deveria ser é decidido por meios que não estão relacionados com conhecimento ou sabedoria.
Sabedoria provê informação sobre tudo que é e tudo que poderia ser. Por exemplo, a sabedoria diz a você que sua maneira de tratar os outros é propensa a retornar a você. Cabe a você decidir se quer aquilo de volta ou não. Possuir propriedade que não pertence a você poderia não ser uma boa ideia – para você ou para as pessoas ao redor. Cabe a você decidir sofrer ou não as consequências em prol dos benefícios imediatos.
A Torá, por outro lado, não informa simplesmente, instrui: “Não roubar”. É bom saber que o respeito à propriedade privada beneficia você e a sociedade onde vive, mas esta não é a razão pela qual uma pessoa se abstém de roubar. Você não rouba porque esta é a vontade do seu Criador.

Torá Como Unicidade

Um trabalhador da construção olha para a planta e vê um edifício; um arquiteto ouve o construtor e entende o que ele realmente quer. A Torá é como o arquiteto – é por isso que estudá-la nos diz não somente o que é, mas o que deveria ser. A Torá é o Criador partilhando Seu desejo mais interior conosco, os seres criados.
A semente da Torá foi plantada com a experiência no Sinai, registrada nos Cinco Livros de Moshê. Mas a voz do Sinai continua a ser ouvida em cada geração quando os estudantes da Torá desdobram o DNA daquela semente, descobrindo novos significados que sempre significaram, novas aplicações que sempre estiveram dormentes.7 Afinal, a suprema instrução é aquilo que eleva o estudante ao ponto de vantagem do qual ele pode discernir sua própria avaliação, usando as mesmas ferramentas do professor.

O que há ali para nós

Quando você mergulha na Torá, sua meta não é simplesmente adquirir informação, mas ganhar um senso de como o Criador do Universo se relaciona com Suas criações. Pensar numa maneira Divina. É compartilhar o espírito, até que as mesmas preferências e desejos respirem dentro de vocês dois. Os pensamentos Dele são seus pensamentos e seus pensamentos são Dele. Não há união comparável a ser encontrada em qualquer outra sabedoria.

Qual é a bênção sobre a Torá?

“Bendito és Tu, Ado-nai, nosso D’us, Rei do Universo, que nos escolheu entre todas as nações e nos deu Sua Torá [i.e., não uma Torá feita pelo homem, mas ditada por D’us a Moshê letra por letra, e como tal, verdadeira e imutável por todas as gerações)]. Bendito és Tu, Ado-nai, que nos dá a Torá.”

NOTAS

1.Talmud Jerusalém, Peah 1: “Escrituras, Mishná, Talmud e Agadá (histórias) – até aquilo que um aluno diligente é destinado a instruir perante seu mestre – tudo já foi dito a Moshê no Sinai.” Veja também Shemot Rabbá 28 e Talmud, Menachot 29b.
2.Eichah Rabbá 2:13. Veja R. Yehudah Loewe de Praga (Maharal), Netzach Yisrael, cap. 31.
3.Talmud, Pessachim 54a
4.Talmud Jerusalém.], Brerachot 9 a
5.Talmud, Shabat 88a; Zohar III; 193a, 298b; Rashi para Gênesis 1:31.
6.Salmo 104:24. As palavras iniciais da Torá, “No princípio D'us criou…” são transmitidas no Targum Jerusalém como “Com sabedoria D'us criou.”
7.Deuteronômio 5:19. Veja rabi Yeshayah Horowitz, Shnei Luchot Habrit, Bet Chochmah Telitai sobre a frase deste versículo, onde ele explica as duas traduções contraditórias dessas palavras como complementares: “Uma grande voz que jamais ocorreu novamente” – porque contem tudo, e “uma grande voz que jamais parou” – como é explicado aqui.

(Este conteúdo foi montado, editado e modificado aqui, por Costumes Bíblicos usando partes de artigos produzido por Chabad.org, e parte de artigos do livro "Ensinamentos da Torá" de Thomas Nelson pág. VII - Edição de imagens e destaque: Costumes Bíblicos.)

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Filipenses 1:9-11

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